Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#616 Mensagem por akivrx78 » Sex Jun 17, 2011 2:04 am

Imagem

Japão empresta milhões à Venezuela em troca de petróleo

Por Redacção

O Japão vai conceder um crédito de 1000 milhões de euros à empresa estatal «Petróleos da Venezuela» em troca petróleo nos próximos cinco anos. O acidente nuclear de Fukushima está na base desta decisão.

«O acordo implica que a Venezuela enviará três milhões de barris anuais de petróleo leviano durante cinco anos consecutivos» que serão usados para a geração de energia eléctrica, informou o Takashi Kondo, conselheiro da embaixada do Japão.

«Temos 54 centrais nucleares e mais de 30 estão paralisadas devido ao acidente de Fuskushima este acordo com a Venezuela tem grande importância para a produção de energia termoelétrica no Japão», explicou Kondo.

10:32 - 16-06-2011

http://www.abola.pt/mundos/ver.aspx?id=269508




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#617 Mensagem por akivrx78 » Sex Jun 17, 2011 2:07 am

Fukushima é a pior catástrofe industrial da humanidade - especialista

De Paula Lagarto (LUSA) – Há 8 horas

Imagem
Fukushima é a pior catástrofe industrial da humanidade - especialista

Lisboa, 16 jun (Lusa) -- O acidente nuclear de Fukushima, no Japão, foi considerado como a "maior catástrofe industrial da história da humanidade", afirmou hoje um especialista, Arnold Gundersen, à cadeia televisiva Al Jazeera.

Em 11 de março, um terramoto com uma intensidade de 8,9 graus na escala Richter provocou um maremoto que atingiu a central nuclear de Fukushima, danificando os seus sistemas de arrefecimento, e obrigou à retirada da população num raio de 20 quilómetros.

Ligado à área há 39 anos e autor de um relatório encomendado recentemente por um grupo anti nuclear, Gundersen entende que os três reatores e os quatro núcleos de combustível expostos em Fukushima equivalem a um perigo superior.

© 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

http://www.google.com/hostednews/epa/ar ... d=12690542




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#618 Mensagem por akivrx78 » Sex Jun 17, 2011 2:11 am

Japão: Fuga na central de Fukushima pode atrasar reciclagem da água radiotiva

Tóquio, 17 jun (Lusa) -- A Tepco, operadora da central nuclear japonesa de Fukushima, anunciou que uma fuga poderá atrasar a aplicação de um sistema para reciclar a água radioativa no complexo, inicialmente prevista para hoje.

Tóquio, 17 jun (Lusa) -- A Tepco, operadora da central nuclear japonesa de Fukushima, anunciou que uma fuga poderá atrasar a aplicação de um sistema para reciclar a água radioativa no complexo, inicialmente prevista para hoje.

O sistema, fundamental para tentar resolver a crise na central, está a ser testado desde terça-feira, e visa retirar a água radioativa acumulada na central nuclear e descontaminá-la a um ritmo de 1.200 toneladas diárias, para depois a voltar a utilizar na refrigeração dos reatores.

O dispositivo de reciclagem deixou de funcionar esta quinta-feira devido a uma fuga, pelo que a Tepco poderá ter que adiar a implementação do sistema até sábado, informou a agência Kyodo.

As mais de 110.000 toneladas de água radioativa acumuladas na central aumentam a um ritmo de 500 toneladas diárias devido às chuvas e ao líquido injetado nos reatores para o seu arrefecimento, e, além de impedirem o acesso dos técnicos aos edifícios, podem fazer transbordar as condutas subterrâneas para o exterior.

O acidente poderá acontecer nos próximos dez dias se o sistema de reciclagem, que conta com tecnologia das francesa Areva e americana Kurion, não for implementado corretamente, avançou a cadeia estatal japonesa NHK.

A Tepco informou ainda que abrirá as portas do edifício do reator 2 para reduzir a elevada humidade, que dificulta os trabalhos de estabilização da unidade, desde que obtenha autorização da Agência de Segurança Nuclear japonesa.

No sábado, a operadora elétrica começou a operar um sistema para ventilar o edifício, o qual conseguiu reduzir a radiação do ar, mas não a humidade, que chegou a alcançar níveis de 99,9 por cento.

As emissões radioativas provocadas pela crise na central nuclear de Fukushima, a pior desde o acidente de Chernóbil em 1986, obrigaram à evacuação de dezenas de milhares de pessoas e afetaram a pesca, agricultura e pecuária locais.

http://sicnoticias.sapo.pt/Lusa/2011/06 ... -radiotiva




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#619 Mensagem por akivrx78 » Sex Jun 17, 2011 2:22 am

Redução de energia nuclear deve aumentar emissão de CO2 em 30%
Emissões de dióxido de carbono bateram recorde ultrapassando os 30 bilhões de toneladas no ano passado

Reuters | 15/06/2011 19:33

A redução pela metade da expansão da energia nuclear no planeta depois do desastre de Fukushima, no Japão, aumentará o crescimento global das emissões de dióxido de carbono em 30 por cento até 2035, alertou a Agência Internacional de Energia (AIE) na quarta-feira (15).

A AIE advertiu no mês passado que a meta política para limitar a mudança climática a níveis mais seguros mal foi alcançada depois que as emissões globais aumentaram quase 6 por cento em 2010.

Governos concordaram no ano passado em limitar o aquecimento para menos de 2 graus acima dos níveis pré-industriais, mas o mundo deverá superar esse nível de emissão de carbono, disse a agência, que aconselha 28 economias industrializadas sobre energia.

Uma redução do crescimento da energia nuclear tornaria a tarefa ainda mais difícil, disse Fatih Birol, economista-chefe da AIE.

"Acreditamos que esse aumento enorme nas emissões, somado à perspectiva desanimadora para a energia nuclear, tornará a meta de 2 graus muito, muito difícil de ser alcançada."

"(O crescimento nas) emissões de CO2 proveniente de geração de eletricidade entre agora e 2035 será cerca de 30 por cento maior do que poderia ser." Isso é o equivalente a quase 500 milhões de toneladas de emissões adicionais de CO2 anualmente até 2035, acrescentou ele.

As emissões de CO2 ultrapassaram os 30 bilhões de toneladas no ano passado, batendo um novo recorde e ficando um pouco abaixo da quantia estimada por Birol como consistente com a nova meta de aquecimento do mundo.

Birol referia-se a um cenário onde o mundo acrescentasse outros 180 gigawatts (GW) de energia nuclear entre agora e 2035, em vez da previsão anterior de 360 gigawatts.

Tal retração nuclear diminuiria a participação desse setor na geração de energia, acrescentou ele. "Acreditamos que essa seja uma má notícia em termos de ter uma diversificação menor na mistura da energia global, um cenário menos seguro", disse ele na Cúpula da Reuters sobre Energia e Clima.

A demanda por carvão e gás aumentaria em cerca de 5 por cento em 2035, em comparação ao que a AIE esperava antes de Fukushima, e por renováveis em 6 por cento, implicando uma pressão sobre os preços do combustível e da eletricidade.

Os governos ao redor do mundo ordenaram revisões na segurança nuclear depois de o terremoto seguido de tsunami no Japão de 11 de março ter provocado o derretimento e a liberação radioativa da usina nuclear de Fukushima.

No mês passado, a Alemanha anunciou o plano de fechar todos os seus reatores nucleares até 2022. Os italianos votaram pelo banimento da energia nuclear na segunda-feira, num referendo fortemente influenciado pelo desastre de Fukushima, mas que também foi um forte voto político contra o primeiro-ministro Silvio Berlusconi.

(Reportagem adicional de Muriel Boselli)

http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/ ... 11051.html




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#620 Mensagem por akivrx78 » Sex Jun 17, 2011 3:13 am

Japanese underworld tries to cash in on tsunami clean-up
The yakuza is turning its attention from helping disaster victims to winning contracts for the massive rebuilding effort

Justin McCurry in Tokyo guardian.co.uk, Wednesday 15 June 2011 14.44 BST

Japan tsunami and underworld
Imagem
The tsunami created almost 24m tonnes of debris in the three hardest-hit prefectures, and those lining up to profit from the clearance include Japanese criminal gangs. Photograph: David Guttenfelder/AP

In the aftermath of the devastating March tsunami, Japan's underworld made a rare display of philanthropy, handing out emergency supplies to survivors, sometimes days before aid agencies arrived.

Three months later, however, the yakuza appears to have dispensed with largesse and is instead hoping to cash in on the daunting clean-up effort in dozens of ruined towns and villages.

The government and police fear they are losing the battle to prevent crime syndicates from winning lucrative contracts to remove millions of tonnes of debris left in the tsunami's wake, including contaminated rubble near the Fukushima Daiichi nuclear power plant that many firms are reluctant to handle.

The disaster created almost 24m tonnes of debris in the three hardest-hit prefectures, Fukushima, Miyagi and Iwate, according to the environment ministry. So far, just over 5m tonnes – or 22% – has been removed.

Those lining up to profit from the clearance operation, which is expected to take three years, include homegrown gangs and Chinese crime syndicates, according to the June edition of Sentaku, a respected political and economic affairs magazine.

The magazine recounts the story of a leading Chinese gangster who, accompanied by a national politician, visited the mayor of Minamisoma – a town near Fukushima Daiichi, where a partial evacuation order is in place – hoping to win contracts to remove radioactive waste that, according to police, could have ended up at disposal sites in China.

The man, named in the article as Mr X, had reportedly ingratiated himself with the local authorities by handing out free food to people living in evacuation centres.

The mayor had no knowledge of the man's underworld connections, the magazine said.

"If they help citizens, it's hard for the police to say anything bad," said Tomohiko Suzuki, a journalist who has written several books on the Japanese underworld.

"The yakuza are trying to position themselves to gain contracts for their construction companies for the massive rebuilding that will come."

An unnamed senior gangster countered in the Weekly Taishuu magazine: "It takes too long for the arm of the government to reach out here so it's important to do it now. Our honest sentiment right now is to be of some use to people."

In the days after the tsunami, the wealthiest yakuza gangs reportedly sent dozens of trucks loaded with water, nappies, instant noodles, blankets and other supplies worth an estimated half a million dollars to the stricken region.

The race to profit from the operation to remove what is left of wrecked buildings and gain a share of the reconstruction budget is expected to intensify in the coming months.

Officials have said that the removal of debris should come under central government control, and the names of "antisocial" individuals have been forwarded to local authorities.

But given the sheer quantity of debris, and the manpower required to remove and dispose of it, few believe Japan's most powerful yakuza gangs will be kept out altogether.

The police's job has been complicated by the emergence of yakuza front companies that, without time-consuming investigations, are impossible to distinguish from legitimate businesses.

As Sentaku notes: "It appears to be an uphill battle to prevent the yakuza and other crime syndicates from benefiting from the multitrillion-yen reconstruction projects."

Traditionally, construction has been a dependable well of cash from which the yakuza, with an estimated nationwide membership of 80,000, has supped long and often.

"The nexus of massive construction projects, bureaucrats, politicians, businessmen and yakuza are as revealing about Japan as they are about Italy and Russia," Jeff Kingston, director of Asian studies at Temple University in Tokyo, wrote in his recent book, Contemporary Japan.

"In Japan, the yakuza cut on construction projects is estimated at 3%, a vast sum that keeps them afloat, given that during the 1990s the public works budget was on par with the US Pentagon's budget and remains quite high despite huge cutbacks."

It is not the first time the yakuza has revealed its usually well-hidden philanthropic side.

After the western port city of Kobe was struck by an earthquake in January 1995, members of the locally based Yamaguchi-gumi, Japan's biggest crime syndicate, were among the first to hand out food and water to survivors.

http://www.guardian.co.uk/world/2011/ju ... nstruction




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#621 Mensagem por akivrx78 » Qui Jun 23, 2011 11:00 am

23/06/2011 - 09:00 | João Novaes | Redação
Para renomado físico americano, reatores de Fukushima são 'bomba-relógio' e radiação é comparável à de Chernobyl

Pouco mais de três meses após os eventos que deram início à crise nuclear do Japão, a situação nos reatores da usina de Fukushima-Daiichi é comparável à de uma bomba-relógio. A radiação no local está no nível à do acidente de Chernobyl e um outro sismo de forte magnitude na região pode dar início a um novo vazamento nuclear e fazer com que todos os esforços realizados até agora voltem à estaca zero.

A análise, muito pouco otimista, foi feita nesta quarta-feira pelo famoso físico norte-americano Michio Kaku, professor de Física Teórica da City University de Nova York durante uma entrevista à rede de televisão CNN.

Kaku participou de uma entrevista ao programa “Na Arena”, onde contou que as mais recentes descobertas a respeito da situação em Fukushima são alarmantes, e que o governo japonês e a Tepco, empresa responsável pelo gerenciamento da usina, não tem controle sobre ela. “Nas últimas duas semanas, tudo o que nós sabíamos sobre o acidente virou de cabeça para baixo”. E os culpa, sem citá-los diretamente, de mentirem a respeito da gravidade do problema.

"Nós (físicos) reconstruímos o acidente em nossos computadores através das informações que eles nos forneciam. Desde o início, nós (físicos) sabíamos que (a crise) era muito mais severa do que eles estavam dizendo porque a radiação vinha de todos os lados.Em outras palavras: mentiram para nós. Eles sabiam quanta radiação estava saindo do local. Sabiam do perigo".

Ainda segundo Kaku, os trabalhadores de Fukushima são submetidos, em questão de dez minutos, a níveis de radiação previstos para um ano toda vez que entram no local do acidente. O físico estima que serão necessários de 50 a 100 anos para a limpeza do local. "A situação está estável, mas é como tentar equilibra-la com a ponta dos dedos".

"Agora sabemos que 100% do núcleo radiativo em três reatores derreteu". Além de comparar os níveis de radiação atuais em Fukushima aos de Chernobyl,o físico afirmou que o acidente na usina, ocorrido após um terremoto seguido de tsunami que devastou o nordeste do Japão no último 11 de março, pode ser considerado.o "pai de todos os grandes acidentes industriais" da história.

De origem japonesa, Kaku é um importante físico e teórico norte-americano de origem japonesa, . Autor de diversos best-sellers sobre os aspectos considerados mais polêmicos e curiosos da Física (já escreveu até sobre a possibilidade física da existência de Deus), é conhecido como um provocador que trabalha pela popularização da ciência. Pacifista, é uma das vozes mais ativas no EUA contra a utilização de armamentos e energia nuclear. Chegou a largar uma promissora carreira na indústria balística para dedicar-se à pesquisa e à vida acadêmica.

http://operamundi.uol.com.br/conteudo/n ... 2957.shtml




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#622 Mensagem por akivrx78 » Qui Jun 23, 2011 11:09 am

Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem




Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceram: 812 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#623 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jun 27, 2011 7:22 pm

Embora não diretamente ligado ao acidente de Fukushima este assunto já foi discutido antes neste tópico, mas estas informações que coloco agora só achei na net recentemente, e achei que valia à pena colocá-las aqui.

Leandro G. Card
Artigo original de La Pizarra de Yuri
Tradução gentilmente autorizada, colaboração de Jorge Jarufe

Podem-se salvar milhões de pessoas sacrificando a sua própria vida, sem que ninguém se lembre.

É uma das histórias mais conhecidas do nosso tempo: no dia 26 de abril de 1986, o reator número 4 da central nuclear de Chernobyl explodiu durante um teste de segurança mal executado, depois de 24 horas de manipulações insensatas e mais de duzentas violações do Regulamento de Segurança Nuclear da União Soviética. Estas ações conduziram ao envenenamento por xenônio do núcleo, levando-o a uma acumulação neutrônica seguida por um aumento de energia que causou duas grandes explosões às 01h24 da madrugada.

Sobre Chernobyl foram contadas muitas mentiras. E foram contadas por muitas pessoas, desde as autoridades soviéticas da época até a indústria nuclear ocidental, passando pelos propagandistas de todos os tipos e a coleção de conspiracionistas habituais. Há uma delas que me molesta de modo particular, e é a de que os liquidadores – quase um milhão de pessoas que se encarregaram do problema – eram uma horda de pobres ignorantes levados lá sem saberem a classe de monstro que tinham na frente. E molesta-me porque constitui um desprezo ao seu heroísmo.

E também porque é radicalmente falso. Uma turba ignorante não serve para nada em um acidente tecnológico tão complexo. As equipes de liquidadores estavam compostas, principalmente, por bombeiros, cientistas e especialistas da indústria nuclear; tropas terrestres e aéreas prontas para a guerra atômica e engenheiros de minas, geólogos e mineradores de urânio, pela sua ampla experiência na manipulação dessas substâncias. É néscio supor que estas pessoas ignoravam os perigos de um reator nuclear destripado cujos conteúdos você vê brilhar na frente dos seus olhos num enorme buraco.
Os liquidadores sabiam o que tinham perante si, e apesar disso realizaram o seu trabalho com enorme valor e responsabilidade. Centenas, milhares deles, de maneira heróica: os bombeiros que se alternavam entre vômitos e diarréias radiológicas para subir ao mítico telhado de Chernobyl, onde havia mais de 40.000 Roentgens/hora, para apagar dali os incêndios (a radiação ambiental normal é de uns 20 microrroentgens/hora); os pilotos que detinham os seus helicópteros por cima do reator aberto e refulgente para esvaziar sobre ele areia e argila com chumbo e boro; os técnicos e soldados que corriam a toda velocidade pelas galerias devastadas comunicando aos gritos as leituras dos contadores Geiger e os cronômetros para romper paredes, restabelecer conexões e bloquear canalizações em períodos de quarenta ou sessenta segundos junto às turbinas (20.000 roentgens/hora); os mineradores e engenheiros que trabalhavam em túneis subterrâneos, inundando-se constantemente com água de sinistro brilho azul, para instalar os canos de um extrator de calor que roubasse algo de temperatura ao núcleo fundido e radiante, a escassos metros de distância; os milhares de trabalhadores e arquitetos que levantavam o sarcófago ao seu redor, retiravam do entorno os escombros furiosamente radioativos e evacuavam a população.

Salvo os soldados submetidos a disciplina militar, ninguém era proibido de ir embora se não quisesse continuar ali; mas quase ninguém o fez. Ao contrário, muitos chegaram como voluntários de toda a URSS, especialmente muitos estudantes e pós-graduados das faculdades de física e engenharia nuclear. Esta foi a classe de homens e não poucas mulheres que alguns acreditam ou querem acreditar que foram uma ignorante e patética turba. Esses foram os liquidadores.
Chamavam-lhes, e chamavam-se a si próprios, os bio-robôs, porque continuavam funcionando quando o aço cedia e as máquinas paravam. Não o fizeram pelo dinheiro, nem pela fama, que foi praticamente inexistente. O fizeram por responsabilidade, pela humanidade e porque alguém tinha que fazer o maldito trabalho. Hoje quero falar de três deles, que fizeram algo ainda mais extraordinário num lugar onde o heroísmo era coisa corrente. Por isso, só ocorre-me denominá-los: os três super-heróis de Chernobyl.

O monstro da água que brilha azul

O único que há de certo nessas suposições sobre a ignorância dos liquidadores é que, nas primeiras horas, não sabiam que o reator havia explodido. Mas não sabiam porque ninguém sabia. A mesma lógica equivocada dos responsáveis das instalações que provocou o acidente os fez crer que havia explodido o trocador de calor, e não o reator, e assim foi informado tanto ao pessoal que acudia como aos seus superiores. Há uma história um tanto sinistra sobre os aviões que levavam destacados membros da Academia de Ciências da URSS ao lugar. Eles deram a volta no ar por ordens da KGB quando esta descobriu, através da sua equipe de proteção da central, que o reator explodira (além das suas atribuições de espionagem, pelas quais é tão conhecida, a “KGB uniformizada", ela desempenhava na União Soviética um papel muito semelhante ao da nossa Guarda Civil, excetuando o tráfico de veículos, mas incluindo a segurança das instalações radiológicas).
Devido a isto, em um primeiro momento jogaram sobre o buraco milhões de litros de água e nitrogênio líquido com o propósito de manter frio e proteger o reator, que acreditavam a salvo e selado além das chamas e a densa fumaça preta. Isso contribuiu para piorar as conseqüências do sinistro, pois a água vaporizava-se instantaneamente ao tocar o núcleo fundido a mais de 2.000ºC e saía velozmente à estratosfera em grandes nuvens de vapor, que o vento arrastava em todas as direções.

De qualquer jeito havia pouco o que fazer: era preciso apagar os grandes incêndios. Quando o fogo foi finalmente extinto, a contaminação não só estava no ar, mas também na água acumulada nas piscinas de segurança sob o reator. As piscinas de segurança, conhecidas como piscinas de bolhas, achavam-se em dois níveis inferiores e sua função era conter a água no caso de ser preciso esfriar emergencialmente o reator. Elas também serviam para condensar o vapor e reduzir a pressão no caso em que estourasse algum cano do circuito primário (daí o seu nome), junto a um terceiro nível que atuava como condução, imediatamente abaixo do reator. Assim, em caso de ruptura de alguma canalização, o vapor circularia por esse nível de condução, através de um manto de água, o que reduziria sua periculosidade.

Agora, depois da aniquilação, essas piscinas inferiores estavam cheias e trasbordando de água procedente dos canos arrebentados do circuito primário e da água utilizada pelos bombeiros para apagar o incêndio e pela frustrada tentativa de manter frio o reator. E sobre elas encontrava-se o reator aberto, fundindo-se lentamente em forma de lava de cúrio a 1.660 ºC. Em qualquer momento podiam começar a cair grandes gotas desta lava poderosamente radioativa, ou até o conjunto completo, provocando assim uma ou várias explosões de vapor que projetariam à atmosfera centenas de toneladas de cúrio. Isso teria multiplicado em grande escala a contaminação provocada pelo acidente, destruindo o lugar e afetando gravemente toda a Europa. Além disso, a mistura de água e cúrio radioativos escaparia e se infiltraria no subsolo, contaminando as águas subterrâneas e pondo em grave risco o abastecimento da cidade de Kiev, com dois milhões e meio de habitantes, numa espécie de síndrome da China.

Foi tomada a decisão de esvaziar as piscinas de maneira controlada. Em condições normais, isto seria uma tarefa fácil: bastava abrir as eclusas mediante uma simples ordem ao computador SKALA que administrava a central, e a água fluiria com segurança a um reservatório exterior. No entanto, com os sistemas de controle destruídos, a única maneira de fazê-lo agora era atuando manualmente as válvulas. O problema é que as válvulas estavam sob a água, dentro da piscina, perto do fundo cheio de escombros altamente radioativos que a faziam brilhar suavemente com uma cor azul pela radiação de Cherenkov, logo abaixo do reator que se fundia, emitindo um sinistro brilho vermelho.

E foi assim, como as máquinas já não funcionavam, que era um trabalho para os bio-robôs. Alguém teria que caminhar, um passo após outro, até o reator exposto e ardente, ao longo de um cinzento campo de destruição onde a radioatividade era tão intensa que provocava um sabor metálico na boca, confusão na mente e uma sensação de agulhadas na pele. Eles viam como as suas mãos se bronzeavam em segundos, como depois de semanas sob o sol. E logo teriam que submergir na água oleaginosa e de suave brilho azul com o instável monstro radioativo por cima das suas testas, para abrir as válvulas a mão. Uma operação difícil e perigosa até em circunstâncias normais.

Essa era uma viagem só de ida.

Ao que parece, a decisão de quem o faria tomou-se de maneira muito simples, com aquela velha frase que, ao longo da história da humanidade, sempre foi suficiente para os heróis:

- Eu irei.

Os três homens que foram

Os dois primeiros a oferecerem-se como voluntários foram Alexei Ananenko e Valeriy Bezpalov. Alexei Ananenko era um prestigiado tecnólogo da indústria nuclear soviética, que participara extensivamente no desenvolvimento e construção do complexo eletronuclear de Chernobyl. Ele cooperou no desenho das eclusas e sabia exatamente onde estavam as válvulas. Era casado e tinha um filho.

Valeriy Bezpalov era um dos engenheiros que trabalhavam na central, ocupando um posto de responsabilidade no departamento de exploração. Também era casado, e tinha uma menina e dois meninos de poucos anos. Os dois eram engenheiros nucleares. Os dois compreendiam além de qualquer dúvida que estavam se dispondo a caminhar para a morte.

Enquanto vestiam suas roupas de mergulho, sentados num banco, observaram que precisariam de um ajudante para segurar a lâmpada subaquática desde a borda da piscina enquanto eles fossem trabalhar nas profundidades. E olharam aos olhos dos homens que tinham ao redor. Então um deles, um jovem rapaz trabalhador da central, sem família, chamado Boris Baranov, se levantou e disse aquela outra frase que quase sempre segue a anterior:

- Eu irei com vocês.

No meio da manhã, os heróis Alexei Ananenko, Valery Bezpalov e Boris Baranov tomaram um gole de vodka para se encorajar, pegaram as caixas de ferramentas e começaram a andar em direção à lava radioativa em que se convertera o reator número 4 do complexo eletro nuclear de Chernobyl. Assim, sem mais.

Perante os olhos encolhidos dos que ficaram para trás, os três camaradas caminharam os mil e duzentos metros que havia até o nível -0,5, dizem que, conversando calmamente entre si: “Como vai? Quanto tempo sem ver você! E seus filhos? Você eu não conhecia, rapaz. … É que eu não sou daqui. Bem, parece que hoje vamos trabalhar um pouco juntos… Podemos descer melhor por aí, eu vou na válvula da direita e você a da esquerda, e você nos ilumina desde lá. … Parece que vai chover, não? Está boa a secretária do engenheiro Kornilov, hem? Sim, e que rebolado! … Parece que este ano os Dínamos de Moscou não vão ganhar o campeonato”. Essas coisas, que possivelmente falam os bio-robôs, enquanto vêem como a sua pele se escurece lentamente, e somem um pouco suas idéias pela ionização dos neurônios e sentem na boca cada vez mais o sabor de urânio causando náuseas, sacudindo-se incomodamente, porque sentem como se milhares de duendes maléficos estivessem dando agulhas na sua pele. Cinco mil roentgens/hora, é como chamam a isso.

E sob aquele céu cinzento e os restos fulgurantes de um reator nuclear, os heróis Alexei Ananemko e Valeriy Bezpalov submergiram-se na piscina de bolhas do nível -0,5, com uma radioatividade tão sólida que se podia sentir, enquanto o seu camarada Boris Baranov lhes segurava a lâmpada subaquática, que aliás, estava com defeito e falhou pouco depois. Do exterior, já ninguém os ouvia nem os via.

De repente, as eclusas começaram a abrir-se, e um milhão de metros cúbicos de água radioativa começou a jorrar para a o reservatório seguro, preparado para tal efeito. Eles haviam conseguido! Alguém murmurou que os heróis Ananenko, Bezpalov e Baranov acabavam de salvar a Europa. É difícil determinar até que ponto isso era verdade.
Há versões contraditórias sobre o que aconteceu depois. A mais tradicional diz que jamais regressaram, e que ainda estão sepultados lá. A mais provável assegura que conseguiram sair da piscina e celebrar a sua vitória rindo e abraçando-se aos mesmíssimos pés do monstro, na borda da piscina; outra diz que até recuperaram os seus corpos, embora não as suas vidas. Morreram pouco depois, de síndrome de radioatividade extrema, nos hospitais de Kiev e Moscou. Ainda outra versão, que parece quase impossível, sugere que Ananenko e Bezpalov morreram, mas que Baranov conseguiu sobreviver e anda ou andou um tempo por aí.

Esta é a história de Alexei Ananenko, Valeriy Bezpalov e Boris Baranov, os três super-herois de Chernobyl, de quem se diz que salvaram a Europa ou ao menos um ou outro milhão de pessoas a milhares de quilômetros ao redor, num frio dia de abril. Foram à morte conscientemente, deliberadamente, por responsabilidade e humanidade e sentimento da honra, para que os demais pudéssemos viver. Quando alguém pensar que nosso gênero humano não tem salvação, sempre pode lembrar de homens como estes e outras centenas ou milhares desse estilo que também estiveram lá. Não circulam fotos deles, nem fizeram superproduções de Hollywood sobre eles, e até os seus nomes são difíceis de encontrar. Porém hoje, vinte e quatro anos depois, eu brindo à sua lembrança, faço uma continência perante a sua memória e agradeço mil vezes. Por terem ido.




Avatar do usuário
Sterrius
Sênior
Sênior
Mensagens: 5140
Registrado em: Sex Ago 01, 2008 1:28 pm
Agradeceram: 323 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#624 Mensagem por Sterrius » Seg Jun 27, 2011 9:19 pm

bom texto. Um brinde as pessoas que se sacrificaram para que outras pudessem viver.




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#625 Mensagem por akivrx78 » Qua Jun 29, 2011 9:54 am

Limpeza de Fukushima nas costas dos funcionários

Yushi Sato se dedica a lavar automóveis, mas não qualquer um. Todos os dias, utiliza uma mangueira para limpar veículos contaminados pela radiação que vaza do complexo nuclear de Fukushima, danificado pelo terremoto e posterior tsunami que atingiu o Nordeste do Japão no dia 11 de março. Há cinco anos Sato é soldador em Fukushima, mas após o desastre lhe deram a tarefe de lavar veículos da usina. “Lavamos cerca de 200 carros com índices de radiação acima do normal”, disse à IPS.

1395 300x168 Limpeza de Fukushima nas costas dos funcionáriosSato, de 28 anos, usa roupa isolante e é submetido a exames diários para verificar sua exposição à radiação, mas ele se preocupa com as consequências para sua saúde. No entanto, está decidido a continuar trabalhando. “Os principais trabalhadores enfrentam piores riscos que eu, por isso procuro não pensar nisso”, acrescentou, referindo-se aos que consertam os reatores.

O controle mostra que Sato está exposto a 20 microsievert por dia, quase a mesma radiação emitida pelo aparelho de raio X e muito abaixo do limite considerado perigoso, de um milímetro, equivalente a 100 microsieverts. O sievert (Sv) mede a dose de radiação absorvida pela matéria viva. Um microsievert equivale a 0,000001 Sv.

Para numerosos analistas, trabalhadores como Sato representam o compromisso que têm sobre suas costas os empregados da Tokyo Electric Power Company (Tepco) nos reatores de Fukushima, bem como em outras subsidiárias de empresa. Assumiram o dever de reparar a usina danificada e deter o vazamento da radiação. “Sofrem uma pressão mental e física enorme”, explicou o professor Takeshi Tanigawa, especialista em medicina social da Universidade de Ehime, também dedicado a defender as condições de trabalho dos empregados da Tepco em Fukushima.

Suas últimas pesquisas revelaram um alto grau de estresse dos funcionários devido às duras condições de trabalho, como turno de muitas horas e más condições de vida. Outros indicadores mostram o crescente sentimento de culpa pela contaminação dos moradores vizinhos à usina. “Os resultados dos exames que fiz levaram a Tepco a aliviar algumas das condições de trabalho e oferecer verdura fresca e melhores camas para que os empregados possam descansar bem durante a noite. Também há um médico de plantão para atendê-los”, acrescentou.

A difícil situação dos trabalhadores concentrou a atenção do público no último mês, e começaram a ser considerados símbolos da resistência nacional, por um lado, e prova da inconveniência do milagre econômico do pós-guerra, de outro.

O Ministério do Trabalho informou recentemente que 102 trabalhadores estiveram submetidos a uma radiação superior ao limite fixado pelo governo, mais de 250 milisieverts, o que motivou reclamações para tirá-los de seus postos. A Tepco alega falta de pessoal. Atualmente conta com mais de dois mil funcionários trabalhando nos reatores. Os altos índices de radiação dentro do recinto dificultam seriamente os esforços de recuperação e só se permite o ingresso dos trabalhadores por períodos de 15 minutos.

A política de promover a energia nuclear é uma “doutrina”, afirmou o professor Katsuhiko Ishibashi, especialista em sismologia da Universidade de Kobe. “A alarmante situação de Fukushima revelou que todas as usinas nucleares do Japão estão construídas sobre falhas geológicas e é possível ocorrer outro grande acidente”, acrescentou. Outros especialistas se referem às causas de raiz que originaram essa política, denunciando um sistema viciado baseado na colaboração entre burocratas, setor privado e dirigentes políticos que resistiram à política nacional nuclear.

“A construção de centrais atômicas foi considerada um fator do crescimento econômico do pós-guerra, um processo facilitado pelas elites poderosas que mais se beneficiaram dessa política. Aos demais só restou segui-la”, disse Shigeaki Koga, autor do livro “O colapso da administração central do Japão”. Fukushima deve permitir reformas e destacar a necessidade de o Japão promover uma competição saudável e transparente entre entidades independentes se o país pretende ser saudável e rico, disse Koga.

Os críticos reconhecem que a mudança não é fácil devido à crise política. As diferenças entre partidos políticos desembocaram em pedidos de renúncia do primeiro-ministro, Naoto Kan. O eleitorado está dividido entre querer um governo mais forte e as reclamações de uma grande reforma do sistema.

Enquanto isso, os voluntários redobram seus esforços para resolver o problema nuclear. Um exemplo é a crescente popularidade dos chamados “grupos suicidas”, encabeçados pelo engenheiro aposentado Yasuteru Yamada e integrado por homens com mais de 60 anos dispostos a trabalhar na atribulada usina de Fukushina. Mais de 300 pessoas se inscreveram, disse Yamada à IPS. O grupo “está disposto a realizar qualquer trabalho, seja dentro da usina contaminada ou limpando dejetos na área. Neste momento precisamos ajudar o país”, acrescentou. Envolverde/IPS

(Por Suvendrini Kakuchi, IPS, Envolverde, 28/6/2011)
http://ambienteja.info/ver_cliente.asp?id=173315




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#626 Mensagem por akivrx78 » Qua Jun 29, 2011 9:59 am

Pediram à Tepco para abandonar o nuclear mas a empresa de Fukushima não quis
28.06.2011
Imagem
Foto: Foto: Yuriko Nakao/Reuters
Um polícia orienta a entrada dos milhares de accionistas para a reunião

Helena Geraldes

A Tepco, empresa responsável pela central de Fukushima, recusou hoje abandonar o nuclear, conforme pedia uma moção apresentada por um grupo de accionistas na sua assembleia geral anual, em Tóquio. Lá fora, centenas de pessoas protestaram contra a “empresa mais poluidora de sempre”.

Esta reunião anual da Tepco, a primeira desde a crise nuclear na central de Fukushima 1, terá sido a mais conturbada de sempre. Muitos entre os quase nove mil accionistas que compareceram à assembleia - mais do dobro do ano passado -, o Prince Park Tower Hotel em Tóquio, diziam-se revoltados perante a prestação da empresa na crise nuclear e o estado das suas contas. Desde o acidente, em Março, as acções da Tepco caíram 85 por cento.

Segundo conta a agência AFP, na sala ecoaram gritos e pedidos de renúncia do presidente e de paralisação dos reactores. “Somos os accionistas, nós confiámos-vos o nosso dinheiro. Fukushima, o Japão e o mundo não poderão voltar a ser como antes do acidente. Não confio em vocês”, disse uma accionista, a chorar.

Um grupo de 402 pessoas foi mais longe e apresentou uma moção que pedia à empresa para desmantelar imediatamente todos os seus reactores e deixar de construir novos. Alegaram que a energia nuclear não tem futuro. “O Japão regista muitos sismos e depois deste acidente não penso que exista energia nuclear segura”, comentou Takako Kameoka, accionista que veio de Saitama, perto de Tóquio, citado pela BBC. É certo que todos os anos a proposta se repete, mas a de 2011 teve mais adeptos.

Ainda assim foi rejeitada. Aqueles que a recusaram falaram dos constantes “apagões” controlados um pouco por todo o país para lembrar que o Japão precisa do nuclear para satisfazer as suas necessidades. “A questão é: o Japão pode, ou não, viver sem energia nuclear?”, questionou Mitsushige Akino, da Empresa de gestão de Investimentos Ichiyoshi, à estação britânica. Actualmente 30 por cento da electricidade do Japão vem de 54 reactores nucleares; de momento, 35 estão parados.

“Hoje perdemos para os grandes investidores. Mas a nossa mensagem fez-se ouvir”, desabafou Masafumi Asada, um habitante da província de Fukushima, com 70 anos, que introduziu a proposta contra o nuclear.

O presidente da Tepco, Masataka Shimizu, pediu desculpas pela fuga de radioactividade. “Estamos a trabalhar para sair desta crise o mais depressa possível”, citou a estação de televisão NHK. Estas palavras foram recebidas com fracos aplausos e gritos de descontentamento.

Hoje, a Tepco revelou ter sido encontrado estrôncio 89 e 90, elementos que supõem graves riscos para a saúde, no fundo do mar próximo da central nuclear danificada pelo tsunami de 11 de Março. Ainda serão necessários mais estudos para saber quais os impactes do estrôncio radioactivo na fauna e flora marinha.

http://ecosfera.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1500573




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#627 Mensagem por akivrx78 » Sex Jul 01, 2011 8:47 pm

Imagem
Imagem
Imagem
Robo aspirador. :roll:
Imagem
Imagem
Imagem
Piscina do reator 4.
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem




Imagem
Proteção externa em construção depois de completa sera desmontada e reconstruída no reator 1.




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#628 Mensagem por akivrx78 » Dom Jul 03, 2011 11:23 pm

03.07.2011 06:58
Lusa
Japão: Tepco colocou em funcionamento sistema de água reciclada para refrigerar reatores de Fukushima

Tóquio, 03 jul (Lusa) -- A Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da central nuclear japonesa de Fukushima, deu um passo em frente para conseguir refrigerar os reatores do complexo ao colocar em funcionamento um sistema que utiliza apenas água reciclada da própria central.

Até agora os técnicos eram obrigados a injetar entre duas a três toneladas de água adicionais a cada hora para refrigerar os reatores o que deixará de ser necessário tendo o novo sistema a funcionar de forma estável e em circuito fechado.

Nas últimas semanas, foram realizados inúmeros testes e tentativas de colocar o sistema em pleno funcionamento tratando a água radioativa, mas vários problemas, desde fugas a defeitos nas válvulas de descontaminação, impediram que o processo fosse efetuado com êxito.

http://sicnoticias.sapo.pt/Lusa/2011/07 ... -fukushima




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#629 Mensagem por akivrx78 » Dom Jul 03, 2011 11:29 pm

Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem
Imagem




Avatar do usuário
akivrx78
Sênior
Sênior
Mensagens: 6287
Registrado em: Dom Fev 08, 2009 8:16 am
Agradeceram: 325 vezes

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#630 Mensagem por akivrx78 » Ter Jul 05, 2011 8:15 pm

05/07/2011 às 10:10:04 - Atualizado em 05/07/2011 às 11:09:37
No Japão, ministro renuncia uma semana após assumir

O ministro da Reconstrução do Japão, Ryu Matsumoto, renunciou hoje, apenas uma semana após assumir o posto e depois de declarações controversas na área devastada por um terremoto e um tsunami em 11 de março. A notícia é mais um revés para o já frágil primeiro-ministro Naoto Kan.

O substituto no cargo será Tatsuo Hirano, até então o vice no ministério. Matsumoto foi alvo de muitas críticas, após negar-se a cumprimentar o governador de Miyagi, Yoshihiro Murai, por este ter se atrasado para uma reunião, e ainda por ameaçar deixar cidades sem ajuda do governo central, caso as prefeituras não tivessem "boas ideias" para a reconstrução. Após repreender o governador, o ministro ainda disse aos jornalistas que estes não deveriam divulgar o fato, porém a notícia foi amplamente veiculada pela imprensa japonesa.

Depois de renunciar, Matsumoto pediu desculpas à população das áreas afetadas pelo desastre "por ferir seus sentimentos com linguagem que foi inadequada e dura". Outros ministros disseram que Kan ainda tentou dissuadir Matsumoto, porém acabou aceitando a demissão.

O próprio Kan é pressionado a renunciar, pela oposição e mesmo por aliados de seu Partido Democrático do Japão (PDJ). O primeiro-ministro sobreviveu a uma moção de censura no mês passado, após fazer uma promessa vaga de deixar o posto assim que ocorram avanços nos esforços para reconstrução do país.

O ex-primeiro-ministro e membro fundador do PDJ Yukio Hatoyama disse que Kan tem uma "grande responsabilidade" por ter apontado Matsumoto. Na opinião de Hatoyama, Kan deve "passar o bastão para a próxima pessoa para o bem da nação".

O Ministério da Reconstrução foi criado no início da semana passada, em um esforço para liderar a tarefa nas regiões mais atingidas pelos desastres de 11 de março. Matsumoto havia sido ministro do Meio Ambiente, mas já ocupava um cargo de ministro de Estado encarregado do gerenciamento da resposta aos desastres. O ministro das Finanças, Yoshihiko Noda, ponderou que, como Matsumoto vinha sendo cuidadoso em sua função, Kan não errou ao selecioná-lo.

O nome do sucessor foi apontado no mesmo dia. "Nós não temos tempo a perder na reconstrução", disse o porta-voz do governo, Yukio Edano, em entrevista coletiva. O novo ministro Hirano vem da prefeitura de Iwate, uma das áreas mais atingidas pelo desastre. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

http://www.parana-online.com.br/editori ... /youtube]


05/07/2011 às 10:55:06 - Atualizado em 05/07/2011 às 10:55:06
Japão aprova 2º orçamento extra após terremoto

O governo do Japão aprovou hoje um orçamento extra de 2 trilhões de ienes para lidar com as consequências do desastre provocado pelo terremoto e pelo tsunami ocorrido em 11 de março. Analistas esperam que o orçamento seja aprovado sem dificuldades pelo Parlamento, após a oposição indicar que o apoiará. O primeiro pacote extra para lidar com os desastres foi aprovado em maio e tinha o volume de 4 trilhões de ienes.

No entanto, impasses políticos em torno de outras medidas econômicas despertam preocupações do mercado sobre se o governo será capaz manter o apoiar à frágil recuperação econômica do país. Entre as outras medidas estaria um terceiro orçamento extra que poderia chegar a 10 trilhões de ienes.

O ministro das Finanças, Yoshihiko Noda, observou hoje que os partidos da oposição continuam a bloquear a aprovação da lei sobre emissão de títulos - um ponto crucial para financiar 40% do orçamento principal para o ano fiscal iniciado em abril. Caso o impasse persista, o governo pode ter de começar a cortar seus gastos já em setembro.

O novo orçamento inclui 275,4 bilhões de ienes em compensação para os afetados pela crise na usina nuclear Daiichi, em Fukushima, bem como 545,5 bilhões de ienes em isenção fiscal para governos locais, além de 800 bilhões de ienes em fundos emergenciais para futuras medidas de reconstrução. Esse pacote, que não envolve a emissão de novas dívidas, será financiado com quase todos os 2,011 trilhões de ienes que sobraram do orçamento fiscal do ano anterior.

"Este orçamento (aprovado hoje pelo governo) deve significar muito para aqueles que foram vítimas do desastre. Mas para as perspectivas macroeconômicas, seu impacto na economia será limitado", afirmou Toshihiro Nagahama, economista chefe do Instituto de Pesquisas Dai-ichi Life.

Os economistas já voltaram suas atenções para o próximo orçamento suplementar preparado pelo governo, que políticos indicaram que poderia ser de 10 trilhões de ienes, ou mesmo maior. Este pacote, porém, deve ter dificuldades para passar pelo Parlamento, especialmente se submetido pelo contestado governo do primeiro-ministro Naoto Kan. Parlamentares da oposição e até nomes da situação pedem a renúncia do atual premiê. As informações são da Dow Jones.

http://www.parana-online.com.br/editori ... +TERREMOTO

1 Trilhão de ienes = US$12 Bilhões.




Responder