matar D. Evaristo Arns ou D. Helder Câmara
Não precisa matar, apenas intimidar. Se o comportamento de matar fosse padrão, e não excessão, ia faltar cova para religiosos participando de atividades nada católicas.
Do ORVIL:
Frei Beto (Carlos Alberto Libânio Christo) e a Subversão
Entre os dominicanos, Frei Beto era um dos mais atuantes na rede de apoio à guerrilha. Tinha livre trânsito entre algumas organizações subversivas: Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Movimento Armado Revolucionário (MAR) e Ação Libertadora Nacional (ALN).
Bastante comprometido com a subversão, ao ser preso um militante da VPR, Frei Beto, por medida de segurança, abandonou sua residência e com o beneplácito do Provincial da Ordem , Frei Domingos Maia Leite, foi transferido para o Seminário Dominicano Christo Rei, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, onde logo Marighela lhe determinaria novas missões. Seria o encarregado do esquema de fuga e passagem de militantes clandestinos pela fronteira para o Uruguai.
O sistema funcionou. Frei Beto recebia ligações telefônicas de São Paulo, feitas por Frei Fernando, avisando-o que ia ser contatado. Usando senhas combinadas, encontrava o militante em São Leopoldo e o alojava na Igreja da Piedade. De São Leopoldo era transportado para Santana do Livramento, fronteira com o Uruguai, de onde seguia para Montevidéu.
Por lá, apoiados por Frei Beto, saíram do Brasil: fugitivos; militantes que iam fazer curso de guerrilha em Cuba; e, guerrilheiros que iam manter contatos com outros militantes em países da América do Sul - Chile, Argentina -, para que novas operações fossem planejadas e realizadas na volta ao Brasil.
Com esse apoio foram retirados do país, entre outros: José Roberto Arantes Almeida, Carlos Henrique Knapp, Eliane Toscano Zamikhowski, Joaquim Câmara Ferreira, Ana Maria Soares Palmeira, Sebastião Mendes Filho e Arno Preiss. Uma operação dessas que não deu certo foi a de Joseph Berthold Calvert que foi preso na fronteira, em 26 de outubro, não conseguindo atingir o Uruguai.
Muitos foram os religiosos, ligados aos dominicanos, que se envolveram com a luta armada, entre eles, além dos já citados:
Frei Osvaldo; Frei Ivo; Frei Bernardo Catão; Frei Giorgio Calegari; Frei João Antonio de Caldas Valença; Frei Roberto Romano; Frei Tito de Alencar Lima; Padre Veríssimo; Padre Manoel Vasconcellos Valiente; Padre Marcelo Pinto Carvalheira; e, Seminarista Francisco Castro.