Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO
Enviado: Qua Jul 29, 2015 8:40 pm
Esse cara usou a Marinha quando era de seu interesse. Na verdade ele detestava ser um militar da Marinha. Mas, quando lhe convinha a caserna era seu anteparo.
IvanOTerrivel escreveu:Esse cara usou a Marinha quando era de seu interesse. Na verdade ele detestava ser um militar da Marinha. Mas, quando lhe convinha a caserna era seu anteparo.
Pois sabendo disso camarada, há de se pensar que um projeto dessa envergadura e com tantas implicações geopolíticas, é mais que natural que esses atrasos ocorressem, não por falta de direcionamento correto, mas pelo fato de ser uma área muito sensível, onde sabemos,nós sabemos quem, não gosta nem de imaginar mais alguém no continente americano dominando essa tecnologia...ja discordo de ti com relação ao que não termos o que nos orgulharmos do nosso projeto nuclear, temos sim, mas quanto menos se falar disso melhor...Marechal-do-ar escreveu:Vejo alguns dizendo que o dito almirante é um grande ladrão e outros dizendo que é um herói, não sei, não conheço ele, mas sei como foi gerido o programa nuclear brasileiro e não há nada de se orgulhar por lá, teve muitos atrasos inexplicáveis e que acabaram custando mais do que a continuidade do programa (por isso não da para explicar por falta de verbas), e claro, teve quem enriqueceu... Com os atrasos! Não sei se o dito almirante tem alguma coisa a ver com isso ou mesmo se houve má fé ao invés da mais incrível incompetência, mas garanto que não existem muitos heróis no programa nuclear brasileiro.
A 5ª estrela
POR MERVAL PEREIRA30/07/2015 01:04
A história do Vice-Almirante (Engenheiro Naval) Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear, preso na Operação Lava-Jato acusado de corrupção, é a história de um projeto grandioso de tentativa de domínio por parte da Marinha brasileira do ciclo nuclear que acabou se transformando em um projeto de poder político e econômico de um governo megalomaníaco, que mistura o público com o privado com a facilidade populista com que manipula os símbolos do país, seja a Petrobras ou o programa nuclear.
O vice-almirante Othon, muito justamente considerado "o pai do programa nuclear brasileiro", acabou ganhando um poder político que o fez poder escolher o comandante da Marinha e os dirigentes do programa nuclear e, segundo as acusações do Ministério Público, ganhar muito dinheiro através de uma empresa de consultoria que funcionava ao mesmo tempo em que ele comandava a Eletronuclear, que coordena as centrais nucleares brasileiras.
No comando da empresa desde 2005, teve que se licenciar em abril deste ano devido a denúncias de irregularidades em contratos firmados na construção da usina de Angra 3. Agora a empresa de consultoria está sendo investigada por ter recebido "pagamentos vultuosos" de outras companhias que compõem o consórcio que atua nas obras de Angra 3.
Mesmo os companheiros de farda que se recusam a acreditar que o almirante Othon tenha cometido crimes se sentem incomodados, não apenas com o conflito de interesses claro, como também com o fato de sua empresa se chamar Aratec Engenharia, uma clara alusão ao complexo de Aramar, onde o país desenvolve o altamente secreto projeto de centrífugas nucleares implementado pelo próprio Almirante.
Ele já havia tido problemas na administração de verbas públicas durante o governo Itamar Franco, quando o ministro da Marinha Ivan de Silveira Serpa considerou que tinha muita liberdade de gastos no projeto nuclear e exigiu uma prestação de contas, que acabou não sendo aprovada.
Não chegou a haver acusações contra o almirante Othon, mas a seus métodos de trabalho, que não mediam gastos para seus homens, e em 1994, aproveitando que completava seu tempo de serviço militar ativo, deixou o programa, sendo reconhecido por todos como o grande responsável pelo projeto das centrífugas nucleares que deram ao Brasil a capacidade de enriquecer o urânio.
O seu retorno deu-se em grande estilo, quando foi convidado pelo presidente Lula em 2005 para presidir a Eletronuclear. A partir daí, seu poder foi sempre crescente, e é atribuído a ele a ideia da criação do Prosub, uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) formada pela empresa francesa DCNS e a Odebrecht, com a Marinha brasileira tendo uma “golden share”. A escolha da empreiteira Odebrecht, foi dito na ocasião, obedeceu a um pedido formal da empresa francesa, o que provocou muita polêmica, pois não houve licitação. A Odebrecht acabou criando uma subsidiária, a Odebrecht Defesa, que abriga em seus quadros diversos almirantes e oficiais da Marinha da reserva e reformados. Uma “5ª estrela” no linguajar coloquial da Marinha, comparável a postos no exterior onde os oficiais podem guardar dinheiro para a aposentadoria.
O projeto faz parte de um convênio Brasil-França assinado em 2009, e se compõe de projeto e a construção do Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR), a construção de quatro submarinos convencionais; uma Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), e um complexo de Estaleiro e Base Naval (EBN) que se encontra em construção às margens da Baía de Sepetiba, no Município de Itaguaí.
O homem forte do programa nuclear brasileiro é também considerado o responsável pela nomeação do Comandante da Marinha Moura Neto, que ficou no comando durante sete anos, de 2007 a 2014, nos governos Lula e Dilma, e do almirante José Alberto Accioly Fragelli, que exerceu o cargo de coordenador do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear. Moura Neto teria sido escolhido por defender o programa de construção do submarino nuclear, ao contrário de outro também cogitado.
Tudo indica que tamanho poder político e acesso a verbas praticamente sem controle, com força até mesmo para conseguir reverter decisões do Tribunal de Contas da União (TCU), e tantas injunções empresariais, desvirtuaram o sonho do vice-almirante Othon. Nunca a frase famosa do escritor e pensador inglês do século XVIII Samuel Johnson “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas” teve tanto sentido quanto hoje, quando se tenta melar a Operação Lava-Jato acusando seus membros, a começar pelo juiz Sérgio Moro, de estar prejudicando a Pátria quando investigam a roubalheira na Petrobras, ou o pai do programa nuclear brasileiro.
Fonte: http://blogs.oglobo.globo.com/merval-pe ... trela.html
O que diz a PF
- Documentos apreendidos e depoimentos não foram suficientes para comprovar fraudes em licitação em Angra 3;
- Não foi possível comprovar o pagamento de vantagens indevidas a servidores da Eletronuclear;
- Avaliação é preliminar e ainda pode mudar depois da análise de outros documentos disponíveis, que ainda não passaram por perícia.