Por Pedro Zagacho Gonça
Cresce a especulação sobre o nome que irá substituir o republicano George Santos, congressista de Nova Iorque na Câmara dos Representantes dos EUA, que se viu envolvido num escândalo depois de vir a público que falsificou grande parte do seu currículo. Um dos nomes é (espante-se) Joaquim Martins, conhecido como ‘Jack’ Martins, estrela em ascensão no partido Republicano e com raízes portuguesas.
O partido já pediu que George Santos se demita do lugar e o senador de Nova Iorque Jack Martins é apontado como um dos favoritos para lhe suceder no lugar, nas eleições especiais que seriam desencadeadas com a saída de Santos.
George Santos conseguiu uma viragem no 3º distrito congressional da Nova Iorque, nas eleições intercalares de novembro, mas depressa caiu em desgraça quando foi revelado que mentiu sobre a sua educação, histórico laboral e até sobre o passado familiar.
Vários membros do partido, e até jornalistas, apontam que Jack Martins “adoraria tomar o lugar” deixado vago por George Santos.
Nascido em Nova Iorque em 1967, Joaquim Martins é filho de pais portugueses que imigraram para os EUA. Estudou Ciência Política na American University, em Washington D.C., e depois fez o curso de Direito na St. John’s University School of Law, instituição de ensino na ‘Grande Maçã’.
Jack Martins foi eleito presidente da Câmara de Mineola, em Long Island, em 2003. Candidatou-se ao Congresso pela primeira vez em 2008, pelo 4º distrito de Nova Iorque, mas perdeu para a candidata democrata Carolyn McCarthy.
Em 2010, continuou a ascensão na carreira política e foi eleito para representar o 7.º distrito de Nova Iorque no Senado, depois de uma contestação que o rival levou até ao tribunal de recurso local. Já em 2016, voltou a candidatar-se ao Congresso, mas pelo 3.º distrito nova-iorquino, sedo derrotado pelo democrata Thomas Suozzi.
Este foi o lugar que George Santos conseguiu inverter para os Republicanos em novembro passado.
Logo após a eleição de Santos, o New York Times sugeria num artigo que grande parte do currículo do republicano era “ficção”, sendo que depois, em entrevista. Santos admitiu ter mentido sobre ter terminado o curso na Universidade de Baruch, bem como sobre o facto de ter trabalhado na Goldman Sachs e no Citigroup.
Santos também dizia ser “neto de refugiados que fugiram do Holocausto”, o que foi desmontado por uma investigação jornalística do The Forward, que descobriu que, na verdade, os avós tinham nascido no Brasil, antes da II Guerra Mundial. EM resposta, Santos defendeu-se dizendo que nunca tinha “afirmado ser Judeu”, mas sim “um género de Judeu”.
Jack Martins falou esta quarta-feira sobre o caso, em conferência de imprensa so grupo Republicano do condado de Nassau, e chamou diretamente “fraude” a George Santos, sustentando que jamais trabalharia com ele.
Santos garante, para já, que não se vai demitir, mas sondagens da YouGov mostram que 60% dos norte-americanos consideram que este deve ser investigado pela Comissão de Ética da Câmara dos Representantes.
Perante este descontentamento, poderá estar para breve que Joaquim Martins ocupe um lugar nesta instituição democrática dos EUA.
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