Bolovo escreveu:Não acho que seja um erro, Marechal. Como o Edson já disse uma vez, há apenas dois países fabricando CC em massa: Rússia e China. Todo o resto trabalha com escala reduzida ou recondicionados. O mercado de usados ainda é bastante grande, vide que a Polônia reequipou todas suas tropas blindadas com com blindados alemães de segunda mão. Acredito ser por isso não vermos muitos blindados novos no ocidente.
Do lado ocidental praticamente só teve um MBT exportado: O Leopard 2, e foi bem exportado, foram distribuídas umas 9 mil unidades pelo mundo, ai o mundo inteiro resolveu cortar gastos militares e sobrou estoque até o final da década.
Ainda assim, os Leopard 2 não duram para sempre, além do desgaste natural dos veículos tem a obsolência (créditos: Armata) que fará que muitos usuários procurem um substituto, e a Alemanha já está trabalhando em um, lá por 2030 a produção ocidental recomeça.
Bolovo escreveu:A blindagem é sim um problema, mas como estamos vendo na Síria e Iêmen, nem os superpesados M1A1 e Leopard 2A4 estão sobrevivendo os ataques de mísseis.
Eu e você vimos videos de ataques bem sucedidos pelos flancos, mas e quanto aos ataques que falharam? E quando o inimigo morreu tentando chegar aos flancos? A Turquia tem algumas centenas de Leo 2A4, perderam uns 5 ou 6, se eles são tão vulneráveis assim por que o ISIS já não destruiu todos ou a maioria?
Seria possível que as chances de sucesso de um atirador com um míssil anti-carro sejam baixas demais até para os suicidas do ISIS?
Agora, suponha que os veículos fossem um pouco menos protegidos, ai vale a pena?
Bolovo escreveu:Um blindado com o Puma, com toda blindagem adicional, fica pesando umas 45t, praticamente o peso de um T-72 ou similar.
O T-72 é uma comparação ruim:
1) Ele é um veículo já um tanto antigo, projetado para outras ameaças;
2) Ele tem um perfil muito menor do que o Puma, há menos área para ser protegida.
Bolovo escreveu:Não é pouca coisa, é muito acima da blindagem de um Marder ou TAM. Vejo que o futuro talvez não seja os superpesados, mas sim blindados com uma boa blindagem, mas que tenham com defesa principal não a blindagem, mas sim os sistemas ativos de defesa.
Eu acredito que as defesas ativas se tornarão muito importantes, mas ainda falta muito chão para poderem relaxar as blindagens, isso é uma discussão para a geração que substituirá o Armata, daqui a uns 30 anos.
FCarvalho escreveu:O eterno problema da relação poder de fogo x proteção x mobilidade continua sendo o cerne da questão de todos os projetos de novos CC's nas últimas décadas. Desde 1991, quando se pode ver os modernos tanques ocidentais pela primeira vez em combate, muito do que foi aprendido naquele conflito refletiu na evolução destes blindados, uma vez que, apesar da fragorosa derrota, o exercito de Sadam Russein ainda deu vários problemas tendo em vista não apenas os (raros) combates diretos entre tanques, mas principalmente refletido no uso expansivo e indiferente de RPG's e similares, além dos mísseis AC de diversas gerações dos estoques do Iraque.
Os "combates" entre tanques não foram tão raros assim, mas é dificil chamar de combate algo que foi praticamente um exercício de tiro ao alvo, havia um abismo tecnológico (atenção adoradores de sucata) entre os combatentes e uma grande vantagem tática para um dos lados.
Já as armas anti-carro foram usadas em um contexto diferente com táticas e conseguiram um resultado melhor que os blindados iraquianos, mas é dificil chamar esse resultado de "sucesso", tá mais para o gol de honra em uma goleada de 7x1.
FCarvalho escreveu:desde a queda da URSS, praticamente findou-se com ela a preocupação imediata com o desenvolvimento de novos CC's e tecnologias de proteção
Isso não tinha como estar mais errado, até os anos 80 a tecnologia de proteção usada no ocidente era basicamente o aço, foi na década de 80 que o ocidente começou a levar a sério as blindagens compostas, a disseminação do uso dessas blindagens coincidiu com o colapso da união soviética e a pesquisa na área nunca foi reduzida, em relação aos CCs sim, houve pouco interesse em desenvolver novos modelos, mas suas blindagens não pararam de evoluir e vamos para a 5ª geração de blindagens compostas.
FCarvalho escreveu:De qualquer forma, como dito, tirando Russia e China, que nos últimos 10 anos investiram pesadamente em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, projetos e upgrades de CC's de forma massiva, nada se viu nesta direção no ocidente, pelo menos não na mesma proporção, posto que não se encontrou motivos e/ou justificativas para sustentar novos ou mais investimentos nessa área.
Eu não sei de onde você tirou essa impressão.
O ocidente (leia-se: Israel e EUA) é a parte que mais sofreu com o avanço das armas AC, houve muita pesquisa em proteção tanto passiva quanto ativa mesmo que não tenham sido muito divulgadas, mas, se quiser pesquisar, não faltarão estudos acadêmicos sobre o assunto na última década.
Minha impressão, inclusive, é que o lado que anda relaxado com a lição de casa é a Rússia, não o ocidente.
FCarvalho escreveu:muito pelo que se tem visto na Síria, e em outros conflitos mundo afora, onde os CC's em combate tem sido invariavelmente posto fora de combate até por armamento bastante antigo, como os famosos canhões sem recuo, que ainda proliferam em grandes quantidades pela Africa e o Oriente Médio, além dos já mais que famosos RPG's e mísseis AC.
Há centenas de blindados no OM, como que algumas unidades fora de combate viram "invariavelmente"? Alias, o mais comum é permanecerem em combate, serem postos fora de combate é a exceção que vai parar no youtube, querer tirar conclusões vendo alguns minutos de videos divulgados por um dos lados de uma guerra que já dura 4 anos vai, invarialmente, levá-lo a conclusões erradas.