GEOPOLÍTICA

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Re: GEOPOLÍTICA

#6016 Mensagem por Túlio » Dom Jul 28, 2019 2:49 pm

Sterrius escreveu: Dom Jul 28, 2019 1:42 pm Voltando ao acordo UE-Mercosul. Eu avisei que o descuido e constantes falas de que preocupação ambiental "è coisa de vegano!" estão começando a chamar atenção pra situação da Amazonia, atenção indesejada e que isso cedo ou tarde passará da imprensa/população pros governos.

https://brasilianismo.blogosfera.uol.co ... -amazonia/

Eu sei que é Uol, mas o número de jornais internacionais cobrindo as mudanças não é pequeno e já passou de blogs pra jornais de prestigio em seus respectivos países. (China.org, New York Times, bloomblerg, etc).

Isso só deverá levar o governo atual a fazer um "double down" ou seja, acelerar o processo. O que fará a volta da década de 80 e 90 com pressão internacional na área e poderá de fato começar a danificar a geopolitica brasileira. :roll: :roll: :roll:

E não é preciso "invadir a amazonia", ou outras teorias mirabolantes. Basta eles pararem de comprar nossa carne e alguns produtos chave.... (Madeira por exemplo).
Nada que um leve processo de 2-5 anos não resolva..... :wink:

Ainda é tempo de parar/dar a volta. Pq quando sair das palavras, alertas pra ações politicas já será tarde demais.
Aqui temos um belo exemplo de post onde a política (incluindo políticos, partidos e ideologias) é ponto indissociável do debate. Alguns acréscimos:

:arrow: Muito mais do que estar havendo e/ou escalando o desmatamento da Amazônia, política é mais sobre A PERCEPÇÃO do fato do que O FATO em si. Maquiavel já deixava isto claro, Gramsci teorizou sobre como se fazia e Goebbels provou na prática;

:arrow: Acho até otimista em excesso este "prazo" de 2 a 5 anos: um embargo parecido com o estabelecido a Cuba, NK, Irã ou China nos derrubaria qualquer governo em questão de semanas, senão de dias. E volto a criticar isso de "alinhamento automático", como fica se ano que vem o Trump não se reelege, o que, na prática, significa que o eleito será muito mas MUITO diferente dele?

A questão permanece e cedo ou tarde terá que ser resolvida: a vocação do Brasil, pelo seu gigantismo, riquezas naturais e potencial, é assumir um protagonismo próprio e passar a aceitar coadjuvantes e seguidores, ao invés de alternar períodos de isolamento com outros de alinhamento à agenda de outrem, que é a nossa prática constante (logo, sem exceções) desde o fim do Império.




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Re: GEOPOLÍTICA

#6017 Mensagem por FCarvalho » Dom Jul 28, 2019 4:18 pm

Para ser bem honesto, não vejo nos próximos anos qualquer alternativas em termos de gestão governamental, e seus atores políticos, que modifiquem o status quo generalizado em que nos encontramos.
Na verdade parece que retrocedemos um século em termos comportamentos políticos, sociais e de Estado.
O bipolarismo e os extremismos correspondentes sempre foram uma característica histórica e preponderante da sociedade brasileira.
Mudar esse quadro só com pessoas focadas em uma mudança radical na relação Estado x sociedade e políticas públicas vistas e praticadas como ações de Estado.
Mas nós não temos estadistas na cena política brasileira há décadas. E a sociedade também não demanda e nem oferece alternativas a esta necessidade. Só o mesmo imediatismo de sempre.
A Amazônia saiu do calendário nacional faz tempo, mas a questão ambiental não.
E o pior jeito da minha região voltar a ser o centro das atenções é pela falta de regularidade no aporte a ações concretas de Estado por aqui. O que de fato não é nenhuma novidade para quem vive na região norte.
Calha Norte é só uma lembrança. O SISFRONT apenas mais uma promessa. O SIVAM é uma sombra do que foi prometido. O SIGAAZ ninguém sabe quando. Os projetos de transferência de OM para o norte e a ampliação das capacidade logística e de infraestrutura militar e do Estado brasileiro nunca foram cumpridas.
Restou as populações engendrar, ou continuar fazendo, o mesmo de sempre, que é sobreviver à mingua e na dependência de ações isoladas e pontuais do poder público,passando não raro à margem e à revelia de qualquer debate realmente sério sobre as problematicas - e soluções - da região.
Continuamos com a tosca mania de cutucar onça com vara curta.

Abs




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Re: GEOPOLÍTICA

#6018 Mensagem por Sterrius » Dom Jul 28, 2019 6:41 pm

@Túlio

1-> Os fatos também importam. Fosse só percepção ainda dava pra responder só com propaganda, mas os dados do INPE a alguns anos já tem mostrado problemas e o governo atual não tem ajudado. Ataques a instituição, cientistas e especialistas também não é só percepção mas fatos concretos. Muita legislação ambiental foi desmontada nesses últimos anos (Desde 2008) e isso não passou despercebido. Mas agora não só o desmonte acelerou como a retórica também mudou. E isso está acelerando E MUITO a velocidade da percepção do problema.

Porque ta deixando de ser algo que pode ser ignorado/postergado pra algo que deverá ser resolvido no curto/médio prazo..... e isso vai nos afetar. [001]

Os outros países tem diplomatas e eles veem os estudos, leem nossas noticias e escrevem analises do "mood" de como as legislações estão mudando. Achar que da pra fazer essas mudanças na Surdina nos dias de hoje como o governo acha que ta fazendo é ser muito ingênuo.

Brasileiro em média não acredita em aquecimento global, os cientistas, etc. Confundindo descrença da mídia com descrença cientifica. Mas isso não é o que ocorre nos cargos técnicos dos governos e quem acompanha os dados tem notado que a coisa ta ficando feia. E rápido. Mais rápido do que estudos 10 anos atrás previam e isso ta levando alguns Estados a darem cada vez +importancia a isso. França e Alemanha não viraram "eco chatos" por nada. Eles tem % relevantes da população que querem meio ambiente como prioridade e são países que não tem menor pudor de jogar seu peso pra isso. EUA é mais devagar mas mais agentes do qeu da pra parar estão na mesma rota. È movimento Bipartidario por mais que republicanos tenham uma maioria anti-clima barulhenta e no poder.


2-> Não estou falando de embargo desse naipe túlio :mrgreen: . Isso é um exagero e fora da realidade. Ninguém vai entrar em guerra pela amazonia ou transformar o Brasil no novo Iran (yet :mrgreen: ).
Estou falando de mudanças de compra. Ou seja, aos poucos, simplesmente desincentivar a compra dos produtos. Algumas poucas tarifas resolveriam sem precisar de embargos e gerariam um encolhimento do setor de carne e produtos agrícolas nacionais que por natureza tornaria o produto Amazônico fora da competição. Sem afetar outros setores como o de leite, milho, cabra etc.

Não comprar produtos que não possam ser comprovados como vindo do Sul/Sudeste também é uma maneira que afetaria boa % da nossa agricultura. E ainda forçaria o setor a se modernizar. (pq nosso setor ainda é absurdamente atrasado na identificação da origem do produto, algo que a UE não gosta nem um pouco e deverá a médio/longo prazo ser feito).

Ou seja, um bisturi ao invés de um martelo :mrgreen: . Coisa que daria pouca noticia na população em geral mas o governo sentiria o chiado pesado do setor reclamando que agora estão perdendo mercado dia a dia e com o motivo do porque sendo claramente dito. Isso tudo pode forçar o governo a agir mesmo que não goste. E fingir não adianta porque o próprio Brasil tem especialistas suficiente pra acompanhar o progresso e as politicas.

Fora que a região norte, que já é pobre, iria ficar ainda mais pobre!.

Madeira que seria o produto +complicado. Mas a maneiras de forçar o Brasil a cair em cima das madereiras ao ameaçar produtos +valiosos com a mesma mecânica acima.


@FCarvalho

Os atores não vão mudar, mas suas politicas podem. Mais de um governo indo pra lado X se viu forçado a mudar por pura pressão externa. A ditadura militar brasileira é um exemplo. Sua politica ambiental começou por pressão externa e depois foi melhorada pra transformar um problema em oportunidade ao monetizar a preservação de várias maneiras diretas e indiretas.

E não retrocedemos um século, "apenas" 40 anos. :lol: :lol:

E a parte militar não é o que vai garantir a amazônia no Brasil. O mundo não é mais o século XIX onde se fazia controle direto das pessoas e governos.
Hoje o mundo gira em torno de engenharia social.

Mude o que as pessoas pensam, faça politicas que as façam agir automaticamente da maneira que você deseja!
Uma tarifa, uma regra extra, uma limitação, uma oferta, a várias maneiras de se fazer isso. :mrgreen:

Unica maneira de se evitar isso é se fechando a lá Best Koreia. O Ideal é entender que isso exige e usar a nosso favor. E o Brasil é um dos principais players que pode usar essas ferramentas porque ser pobre não é limitador.


A propria politica ambiental anterior é exemplo disso. Ao vender a preservação como algo necessário ganhamos muitos favores, boa vontade e oportunidades.
Se não aproveitamos a oportunidade é problema nosso. Mas elas existiriam e volta e meia apareciam.

Agora estamos indo pra uma diplomacia de confrontamento. E aqui o Brasil, por ser pobre e fraco no Hard Power. Só tende a perder.




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Re: GEOPOLÍTICA

#6019 Mensagem por Túlio » Dom Jul 28, 2019 8:07 pm

Sterrius escreveu: Dom Jul 28, 2019 6:41 pm

1-> Os fatos também importam. Fosse só percepção ainda dava pra responder só com propaganda, mas os dados do INPE a alguns anos já tem mostrado problemas e o governo atual não tem ajudado. Ataques a instituição, cientistas e especialistas também não é só percepção mas fatos concretos. Muita legislação ambiental foi desmontada nesses últimos anos (Desde 2008) e isso não passou despercebido. Mas agora não só o desmonte acelerou como a retórica também mudou. E isso está acelerando E MUITO a velocidade da percepção do problema.

Porque ta deixando de ser algo que pode ser ignorado/postergado pra algo que deverá ser resolvido no curto/médio prazo..... e isso vai nos afetar. [001]

Os outros países tem diplomatas e eles veem os estudos, leem nossas noticias e escrevem analises do "mood" de como as legislações estão mudando. Achar que da pra fazer essas mudanças na Surdina nos dias de hoje como o governo acha que ta fazendo é ser muito ingênuo.

Brasileiro em média não acredita em aquecimento global, os cientistas, etc. Confundindo descrença da mídia com descrença cientifica. Mas isso não é o que ocorre nos cargos técnicos dos governos e quem acompanha os dados tem notado que a coisa ta ficando feia. E rápido. Mais rápido do que estudos 10 anos atrás previam e isso ta levando alguns Estados a darem cada vez +importancia a isso. França e Alemanha não viraram "eco chatos" por nada. Eles tem % relevantes da população que querem meio ambiente como prioridade e são países que não tem menor pudor de jogar seu peso pra isso. EUA é mais devagar mas mais agentes do qeu da pra parar estão na mesma rota. È movimento Bipartidario por mais que republicanos tenham uma maioria anti-clima barulhenta e no poder.

Meu caríssimo Thiago, não disse nem insinuei que fatos são menos importantes que a percepção, disse o que sei, que NA POLÍTICA assim é. Aproveito a parte final do teu texto para demonstrar: o Brasil poderia transformar a Amazônia inteira numa enorme pastagem e encher de boi para comer o capim mais alto e ainda ovelha para comer o mais rasteiro e ainda assim só China, EUA e Japão ainda poluiriam mais, com a Europa Ocidental logo atrás e a Rússia na sequência. Três desses poluem mais do que o resto do planeta, agora somando os outros 2 já vira COVARDIA. Mas é um Protocolo de Kioto aqui, um Acordo de Paris ali, umas charlas de que vão fazer tudo ecológico qualquer dia (tipo notícias de hidrelétricas e eólicas na megapoluidora China e promessas de fusão a frio ali pela metade da próxima década nos mesmos EUA que não negam que o seu querido e superpoluente xisto vai seguir firme até não ser mais rentável) e o FATO puro vai tendo uma PERCEPÇÃO diferente pela população. Sobre atitudes mais firmes de Alemanha e França, não viste o que rolou por lá quando o Macron "tentou forçar" (quá! :lol: ) todo mundo a partir pro carrinho elétrico? O pessoal adora ecologia mas no que viu o quanto ia doer no bolso, deu no que deu, o FATO não mudou mas a PERCEPÇÃO sim. Recorro outra vez a Maquiavel, "um homem te perdoará mais facilmente a morte do pai do que a perda da bolsa :mrgreen: ".

A cada Noruega que pára inteirinha porque uma baleia encalhou e está correndo risco de vida, tem um Japão muito maior matando todas as que consegue, legal ou ilegalmente. E é claro que nós todos achamos a Noruega muito cute por isso mas infelizmente ela não tem para vender o que a Japão tem, nem aos preços que ele pode praticar. E quem vai boicotar o Japão, por mais malvado que seja? A "Pior Coréia" que, segundo os textos do nosso cupincha @akivrx78, bem que gostaria mas nem por sonho iria conseguir sem cometer seu próprio seppuku econômico e ainda assim mal fazer cócegas nos caras?

Vejas bem, eu próprio acho legal isso de Ecologia mas faço parte de uma imensa parte da população que já fez mais aniversários do que tem para fazer, logo, vejo mais como preocupação para quem está recém chegando do que para quem já está quase de saída; e fico pasmo ao ver o apego de quem será responsável por consertar a bagunça que fizemos (e nossos pais, e os pais deles e assim por diante) a suas bugigangas tecnológicas e refeições (veganas :twisted: ) prontas, que poluem pra burro em sua cadeia produtiva e de transporte (e pior, no caso do Brasil quase tudo isso é descartado de maneira inadequada quando não presta mais, daí vêm os caras com leizinha pra proibir sacolinha de plástico no mercado :roll: ); é de chorar ver gente berrando em prol da Segurança Ambiental com seu iPhone (que, no que começar a ficar véio, dá pro primo pobre que, quando pifar, joga em algum terreno baldio, sem ter a menor noção de que aquilo vai envenenar tudo por milhares de anos) enquanto come seu lanchinho vegano e depois descarta a embalagem junto com o lixo comum, sem dar bola para o que é orgânico e o que não é. E aqui é pior, pois há FATO mas nem sequer PERCEPÇÃO, seja de qual tipo for, há. Assim, como ter pena do que estarão passando em 2050? Nem vou estar mais por aqui mesmo, e não os vejo tentando melhorar nada a não ser com palavras, que podem ser bonitinhas mas de nada valem sem a consequente ação.

Sterrius escreveu: Dom Jul 28, 2019 6:41 pm 2-> Não estou falando de embargo desse naipe túlio :mrgreen: . Isso é um exagero e fora da realidade. Ninguém vai entrar em guerra pela amazonia ou transformar o Brasil no novo Iran (yet :mrgreen: ).
Estou falando de mudanças de compra. Ou seja, aos poucos, simplesmente desincentivar a compra dos produtos. Algumas poucas tarifas resolveriam sem precisar de embargos e gerariam um encolhimento do setor de carne e produtos agrícolas nacionais que por natureza tornaria o produto Amazônico fora da competição. Sem afetar outros setores como o de leite, milho, cabra etc.

Não comprar produtos que não possam ser comprovados como vindo do Sul/Sudeste também é uma maneira que afetaria boa % da nossa agricultura. E ainda forçaria o setor a se modernizar. (pq nosso setor ainda é absurdamente atrasado na identificação da origem do produto, algo que a UE não gosta nem um pouco e deverá a médio/longo prazo ser feito).

Ou seja, um bisturi ao invés de um martelo :mrgreen: . Coisa que daria pouca noticia na população em geral mas o governo sentiria o chiado pesado do setor reclamando que agora estão perdendo mercado dia a dia e com o motivo do porque sendo claramente dito. Isso tudo pode forçar o governo a agir mesmo que não goste. E fingir não adianta porque o próprio Brasil tem especialistas suficiente pra acompanhar o progresso e as politicas.

Fora que a região norte, que já é pobre, iria ficar ainda mais pobre!.

Madeira que seria o produto +complicado. Mas a maneiras de forçar o Brasil a cair em cima das madereiras ao ameaçar produtos +valiosos com a mesma mecânica acima.

Aqui vemos apenas uma diferença de caráter: tu pareces ser mais do tipo "cirúrgico" e diplomático, eu já sou mais do tipo que, se não dá pra resolver de uma vez na charla, é pegar o porrete e sair quebrando tudo (vida real e virtual). Um comentário final: onde estava a engenharia social, com suas tarifas e estímulos, quando a França pegou fogo, Taura véio? Onde ela está para convencer os EUA a desistirem de seu adorado shale ou a China a desistir de tentar alcançar os citados EUA, nem que tenha que botar a Ásia inteira a usar máscara a cada vez que sai na rua?

Ninguém sabe. Ninguém viu. O gato comeu. [082] [082] [082] [082]




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Re: GEOPOLÍTICA

#6020 Mensagem por Sterrius » Dom Jul 28, 2019 11:35 pm

Túlio, tu ta fazendo uma mistura que fica difícil destrinchar :lol:


2-> A questão da Amazonia não é CO² jogado por ano mas a florestá em sí. Primeiro porque ela é um Estoque de Co² nos troncos.
Segundo porque ela é responsável pelas chuvas do Centro Oeste e Sudeste. Sem a Amazonia perderíamos essas chuvas e bye bye produção agrícola e segurança hídrica de toda a região que ficaria bem mais seca. (Paraná tb).

Seu RS ta seguro pq o clima que mais a afeta é o antártico :mrgreen:

Floresta tropical é um bioma que naturalmente nem deveria existir na terra de hoje. Ela sobreviveu aqui na America do Sul devido a seu gigantismo. Por isso que fala que quando 20-25% da Floresta se for não precisaremos mais derrubar 1 árvore. A floresta vai definhar e morrer sozinha :? .

Então o caso da amazonia é ligado apenas indiretamente ao CO² que cada país bota na atmosfera. :wink:

E vamos separar mais ainda.

1-> Entenda que demanda energética aumenta ano a ano.
2-> Então não só é preciso bater o aumento como é preciso também substituir o que já existe.
3-> Usina éolica ficou competitiva a meros 10-15 anos atrás.
4-> Usina solar só ficou competitiva a menos de 5 anos atrás.
5-> Pressão pelo aquecimento global não era tão forte 20 anos atrás ou mesmo 10 anos atrás. Nem a cruel realidade e os estudos que tem se amontado e tornado quem nega aquecimento global no mesmo nível de terraplanista.

Imagem

Veja que no grafico houve um aumento de 1000TWH em apenas 6 anos. Isso é o suficiente pra alimentar o Japão inteiro! 100 milhões de habitantes. E o crescimento ta cada vez maior por causa da Escala de produção e avanços tecnológicos. Estamos numa transição e como toda fase de transição, ela começa devagar. Mas quando pegar embalo de verdade vai ser ser num piscar de olhos.

Ou seja, não ache que o que está sendo dito e defendido é apenas fumaça. Tem muita mas MUITA $$$$$ entrando em pesquisa, implementação e substituição dos métodos antigos.


quanto a carros elétricos: Eles estão +perto do que tu imagina :lol: :lol:
Vou apenas deixar você se surpreender quando eles e os carros por AI chegarem ao Brasil de supetão 8-] . Eu recomendo olhar essa foto. O efeito será +- o mesmo quando a técnologia chegar no "sweet spot" em que o $ justifica as vantagens. (E esse ponto ta por volta de 2025-2030).

Imagem

Quanto a caça a baleias e o japão. Acredite que haverá consequências de médio e longo prazo pro japão. Essas respostas não são imediatas porque obvio que ninguém vai fazer hard diplomacy por um problema que não vai estourar ano que vem ou mesmo daqui a 5 anos. Mas não ache que isso será ignorado forever e sem consequências.

Vejas bem, eu próprio acho legal isso de Ecologia mas faço parte de uma imensa parte da população que já fez mais aniversários do que tem para fazer, logo, vejo mais como preocupação para quem está recém chegando do que para quem já está quase de saída...
Isso se da porque a humanidade não conseguiu compreender que hoje consumimos 3x mais recursos que em 1970.
E que a humanidade vai consumir 5x mais recursos que hoje em 2050.


Não preciso te dizer o quanto isso é insustentável. :mrgreen:
Aqui vemos apenas uma diferença de caráter: tu pareces ser mais do tipo "cirúrgico" e diplomático, eu já sou mais do tipo que, se não dá pra resolver de uma vez na charla, é pegar o porrete e sair quebrando tudo (vida real e virtual). Um comentário final: onde estava a engenharia social, com suas tarifas e estímulos, quando a França pegou fogo, Taura véio? Onde ela está para convencer os EUA a desistirem de seu adorado shale ou a China a desistir de tentar alcançar os citados EUA, nem que tenha que botar a Ásia inteira a usar máscara a cada vez que sai na rua?

Ninguém sabe. Ninguém viu. O gato comeu.
Não estou falando do que eu gostaria ou não de fazer túlio ^^.
E sim como Estados funcionam. Estados são cirúrgicos porque assim maximizam os ganhos e minimizam os riscos :).

Não estamos mais no século XIX onde andar com um Big Stick pra lá e pra cá resolvia tudo :mrgreen:

Quanto a engenharia social. Ela não é de efeito imediato. Mas os EUA estão sim pagando por não ter assinado o acordo de Paris. 8-] .
È difícil a gente precisar essas coisas porque são oportunidades perdidas e perdas indiretas. Dar um tapa na cara de um país dos EUA é muito custoso, mais fácil e efetivo mordiscar e fazer a população aos poucos ficar contra a politica.

Se duvidas olhe a demografia americana nos últimos 20 anos :). A politica atual do Trump está hoje no poder, mas quando vocÊ analisa a base que a sustenta e vota nessa politica. Ela está cada vez menor. Dependendo cada vez mais de alta participação nas urnas.

A ponto que o Texas hoje, um forte republicano. È hoje um Swing State devido ao crescimento da capital, houston. E a imigração não só de mexicanos, mas de outros americanos no Texas ^^.

Não pense em batalhas. Pense na guerra :mrgreen: .
Sun Tzu pow :lol: :lol:




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Re: GEOPOLÍTICA

#6021 Mensagem por FCarvalho » Ter Jul 30, 2019 11:11 am

Sterrius escreveu: Dom Jul 28, 2019 6:41 pm @FCarvalho
Os atores não vão mudar, mas suas politicas podem. Mais de um governo indo pra lado X se viu forçado a mudar por pura pressão externa. A ditadura militar brasileira é um exemplo. Sua politica ambiental começou por pressão externa e depois foi melhorada pra transformar um problema em oportunidade ao monetizar a preservação de várias maneiras diretas e indiretas.
E não retrocedemos um século, "apenas" 40 anos. :lol: :lol:
E a parte militar não é o que vai garantir a amazônia no Brasil. O mundo não é mais o século XIX onde se fazia controle direto das pessoas e governos.
Hoje o mundo gira em torno de engenharia social.
Mude o que as pessoas pensam, faça politicas que as façam agir automaticamente da maneira que você deseja!
Uma tarifa, uma regra extra, uma limitação, uma oferta, a várias maneiras de se fazer isso. :mrgreen:
Unica maneira de se evitar isso é se fechando a lá Best Koreia. O Ideal é entender que isso exige e usar a nosso favor. E o Brasil é um dos principais players que pode usar essas ferramentas porque ser pobre não é limitador.
A propria politica ambiental anterior é exemplo disso. Ao vender a preservação como algo necessário ganhamos muitos favores, boa vontade e oportunidades.
Se não aproveitamos a oportunidade é problema nosso. Mas elas existiriam e volta e meia apareciam.
Agora estamos indo pra uma diplomacia de confrontamento. E aqui o Brasil, por ser pobre e fraco no Hard Power. Só tende a perder.
Concordo com sua opinião Sterrius, mas fato é também que sem a geopolítica da defesa em minha região, muito provavelmente nem engenharia social estaríamos conseguindo pensar hoje, e menos ainda a ecológica, pois o país vivia, e ainda vive, praticamente de costas para a Amazônia e seus problemas reais.
E como a presença do Estado aqui é tão rala quanto escassa e ineficiente, alguém uma hora vai ocupar esse espaço deixado por nós, seja direta ou indiretamente como já acontece muito na faixa de fronteira e territórios indígenas e zonas de proteção ambiental.
Falando em engenharia social, difícil mudar o pensamento dos brasileiros que não vivem aqui quando a maioria ainda pensa que chegar a Miami é mais fácil e mais rápido do que a Manaus.
Aliás, Manaus continua tão isolada quanto sempre esteve, mesmo agora no sec XXI e com mais de 2 milhões de habitantes.
Mas para o Brasil, somos apenas uma aldeia perdida no meio do mato com um bando de índios indo de canoa para o trabalho. :roll: :?
Quem precisa de hard power estrangeiro quando se tem patrícios assim? Aliás, hard power do Estado brasileiro só funcionou, e funciona, contra nós mesmos.
É a senzala pensando que é fazenda, que por sua vez acha que virou cidade grande... :|

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Re: GEOPOLÍTICA

#6022 Mensagem por Sterrius » Ter Jul 30, 2019 6:40 pm

Quanto ao isolamento de manaus, nunca vai mudar. È uma cidade encrustada em mais de 2 a 3000km de floresta pra todo lado. Você pode diminuir a sensação de isolamento com internet, voos e infraestrutura mas ela sempre vai existir.

Alasca, Vladivostok, China, várias cidades na Índia, Oeste Australiano, etc. Sâo lugares tb com cidades grandes (algumas maiores que Manaus) pro local inóspito mas mega isoladas da infraestrutura nacional por vários motivos.
O fato é , Poucos gostam de morar perto de selva se puder escolher ^^. E desmatar não é opção.

Manaus ta precisando ser repensada, tanto em seu futuro. Como sua função dentro do Norte do país.
Seu objetivo de colonizar o local já foi concluído e hoje ela é na verdade até maior do que devia. Seu tamanho e +problemático que benéfico pro Brasil hoje! Tirando dinheiro do Estado ao invés de adicionar ao demandar infraestrutura básica e cara (EX: Saneamento) ao invés da grana ir pra infraestrutura de alta qualidade. (EX: Internet melhor).

Interligar o Norte do país aos vizinhos, e fazer os vizinhos perceberem que essa interligação é necessária pra sedimentar as fronteiras é o próximo passo. E isso exige cidades fronteiriças que possam sustentar e manter a infraestrutura de transporte necessária pra isso. (Geralmente se a infraestrutura vier a população segue os empregos).

Quanto a presença militar, ela precisa existir, fato, poder odeia vácuo, mas isso não é novidade no Brasil e já foi muito mas muito pior (Não que isso elimine ou seja desculpa pro problema....).




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Re: GEOPOLÍTICA

#6023 Mensagem por Sterrius » Sex Ago 02, 2019 4:41 am

Só +1 exemplo dos efeitos da nossa diplomacia aumentando visibilidade indesejada. Foi matéria de capa.

Deathwatch for the Amazon
Brazil has the power to save Earth’s greatest forest—or destroy it

Imagem


https://www.economist.com/leaders/2019/ ... A/287317/n




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Re: GEOPOLÍTICA

#6024 Mensagem por J.Ricardo » Sex Ago 02, 2019 10:34 am

Engraçado que a imprensa internacional não fala nada a respeito do Canadá que também esta destruindo sua floresta, que no caso é muito rica em madeira de qualidade.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: GEOPOLÍTICA

#6025 Mensagem por Sterrius » Sex Ago 02, 2019 11:51 am

To no cel.

Deflorestamento no canada ano passado foi de 0.2%. Ta a ponto que creacimento urbano ja representa 12% do desmatado.

Mas a economist é inglesa. E no fim nao adianta apontarmos o passado ou erro dos outros. É liçao de casa nossa e termos nossos erros apontados é a unica maneira de forçar o governo a tomar uma atitude. Pq ninguem resolve problemas que ninguem liga.




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Re: GEOPOLÍTICA

#6026 Mensagem por Marcelo Ponciano » Ter Ago 06, 2019 1:26 pm

Gote-se ou não da BBC, a análise a seguir é de um professor de Harvard.
Professor de Harvard considera cenário polêmico: 'Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia?'

A data hipotética é 5 de agosto de 2025. O Brasil continua a ter um governo que defende ampliar as atividades econômicas na Amazônia e que questiona a utilidade da proteção ambiental. E, por isso, está prestes a ser atacado pelos Estados Unidos, que já não são mais governados por Donald Trump.

O presidente americano dá um ultimado ao nosso país: se não cessar o "desmatamento destrutivo" em uma semana, os EUA iniciarão um bloqueio naval ao Brasil e lançarão ataques aéreos para destruir infraestrutura estratégica brasileira.

Curiosamente, a China, que se tornou alvo de críticas e desconfiança por parte de integrantes do governo Bolsonaro, é a maior potência a intervir a favor do Brasil. O gigante asiático e maior parceiro comercial do Brasil diz que vetará qualquer proposta de intervenção armada aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Mas isso não detém os EUA, que dizem já contar com uma ampla "coalizão de nações preocupadas", preparada para dar suporte às ações lideradas pelo governo americano.

Claro que esse é um cenário inventado - e polêmico. Mas seria verossímil?

Ele foi criado pelo professor de Relações Internacionais da Universidade de Harvard Stephen M. Walt, num artigo publicado n segunda-feira (5) na revista online Foreign Policy.

Walt, autor de livros sobre a política externa americana, a força do lobby israelense nos EUA e as ligações entre revoluções e guerras, e formulador da "teoria do equilíbrio da ameaça", reconhece que se trata de um cenário exagerado. Mas o objetivo central do artigo é questionar se é ou não possível justificar com regras do Direito Internacional ataques e sanções ao Brasil com base no argumento de que a destruição da Amazônia é um problema de todos.

A pergunta que Walt faz é a seguinte: "Os países tem o direito - ou até a obrigação - de intervir numa nação estrangeira para preveni-la de causar dano irreversível e potencialmente catastrófico ao meio ambiente?".

Governo Bolsonaro
O professor americano diz, no artigo, que resolveu levantar esse questionamento diante do fato de Jair Bolsonaro estar "acelerando o desenvolvimento na Amazônia" e colocando em risco "um recurso global" crucial.

Nas últimas semanas, alguns dos principais jornais e revistas internacionais publicaram reportagens com destaque negativo para o Brasil.

A capa desta semana da revista britânica The Economist traz a imagem de um toco de árvore com o formato do mapa do Brasil. O título é: "Vigília da morte para a Amazônia".

'Vigília da morte para a Amazônia', é matéria de capa da Economist dessa semana
Já o americano Washington Post publicou nesta segunda (5) um editorial dizendo que "a vontade de Bolsonaro de destruir a Amazônia é um problema de todos". E o The New York Times publicou, no dia 28 de julho, artigo com o seguinte título: "Sob líder de extrema direita brasileiro, proteções à Amazônia são cortadas e florestas caem".

"Como vocês com mais apreço pela ciência que Bolsonaro sabem, a floresta tropical é importante tanto na absorção de carbono quanto na regulação da temperatura, além de ser fonte-chave de água fresca", explica Stephen M. Walt, na Foreign Policy.

O professor de Harvard lembra que cientistas apontam que o desmatamento da Amazônia pode levar à criação de um deserto na região e reformula a frase sobre as possibilidades de intervenção estrangeira no Brasil:

"O que a comunidade internacional pode (ou deve) fazer para prevenir um presidente brasileiro mal orientado (ou líderes políticos de outros países) de adotar medidas que podem prejudicar a todos nós?"

Exceções à soberania
Walt afirma que a soberania dos países é um elemento crítico do sistema internacional. "Com algumas exceções, os governos são livres para fazer o que quiserem dentro das suas fronteiras."

Entre as exceções, estão casos em que o Conselho de Segurança da ONU autoriza intervenção militar e em que um ataque é necessário para a "autodefesa" de uma nação.

A possibilidade mais controversa, porém, se baseia na chamada doutrina da "responsabilidade de proteger", que legitima uma intervenção humanitária quando um governo é incapaz ou se nega a proteger a própria população.

Em artigo na revista Foreign Policy, Stephen M. Walt questiona se o Direito Internacional abre brecha para uma intervenção militar em prol da Amazônia
Mas Walt lembra que, por mais que existam essas possibilidades, a grande maioria dos países resiste à tentação de intervir ou de admitir qualquer interferência estrangeira em seus territórios.

"Embora a destruição da Amazônia represente uma clara e evidente ameaça a vários outros países, dizer ao Brasil para parar com isso e ameaçar intervir para deter, punir ou prevenir isso, seria um jogo completamente novo", afirma o professor de Harvard.

"E eu não pretendo só destacar o Brasil. Também seria um passo radical ameaçar os EUA e a China se eles se recusassem e emitir tantos gases poluentes."

Por enquanto, intervenção soa dramático, mas e num futuro próximo?
Walt diz que, se no momento a hipótese de um ataque ao Brasil soa exagerado ou dramático, no futuro pode se tornar mais provável que nações se disponham a intervir num país caso as previsões sobre as consequências do aquecimento global se confirmem.

Mas ele afirma que existe um "paradoxo cruel". "Os países que são os maiores responsáveis pelas mudanças climáticas são, também, os menos suscetíveis à coerção, enquanto os Estados que potencialmente podem ser mais pressionados não são as principais fontes do problema", diz.

'Os países que são os maiores responsáveis pelas mudanças climáticas são, também, os menos suscetíveis à coerção', diz o professor de Harvard, destacando que EUA, China Japão, Rússia e Índia são os maiores emissores de gases poluentes
Walt destaca que os cinco maiores emissores de gases poluentes são China, Estados Unidos, Índia, Rússia e Japão - quatro deles (os primeiros) são detentores de armas nucleares.

"Ameaçar qualquer deles com sanções possivelmente não vai funcionar e ameaçar com uma intervenção armada é completamente irrealista", destaca o professor de Harvard.

"Além disso, não é provável que o Conselho de Segurança autorize o uso da força contra Estados mais fracos, porque os membros permanentes do órgão não vão querer estabelecer esse precedente."

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU são China, EUA, Rússia, França e Reino Unido.

Brasil não é 'grande potência', mas...
Walt destaca que as ações do governo brasileiro contra a Amazônia podem ser uma ameaça a todo o planeta. "Mas o Brasil não é nenhuma grande potência. Ameaçá-lo com sanções econômicas ou o uso da força caso se recuse a proteger a floresta poderia funcionar", diz.

Mas uma eventual intervenção poderia ser encarada como precedente para ataques a outros países. Por isso, dificilmente o Conselho das Nações Unidas autorizaria algo assim.

Bolsonaro pressionou pela exoneração do diretor do Inpe por causa da divulgação de dados que apontam aumento de 60% no desmatamento da Amazônia em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado
O professor de Harvard ressalta que, ao criar essas hipóteses, não está "recomendando esse tipo de ação nem agora nem no futuro". "Estou só destacamento que o Brasil pode ser mais vulnerável a pressões que alguns outros países."

Outras medidas possíveis
Walt lembra que há outros remédios para esse problema, como sanções unilaterais de comércio a países que sejam irresponsáveis no cuidado com o meio ambiente. Além disso, as pessoas sempre podem organizar "boicotes voluntários" contra empresas que não adotem boas práticas.

"Alguns países já caminham para essa direção e é fácil imaginar essas medidas se tornando mais difundidas conforme os problemas ambientais se multiplicam", diz.

"Alternativamente, os países com territórios sensíveis às mudanças climáticas podem ser remunerados para preservá-los em prol de toda a humanidade."

Essa última hipótese é defendida pela maior parte dos países emergentes, inclusive o Brasil, que criticam o fato de países ricos cobrarem ações de nações mais pobres, sem compensá-las pelos esforços de proteção ambiental.

https://www.bbc.com/portuguese/geral-49253621




Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar. (MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Livro XI, Cap. VI)
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Re: GEOPOLÍTICA

#6027 Mensagem por Sterrius » Ter Ago 06, 2019 3:48 pm

Ele apenas ta fazendo de maneira +séria e abrangente que discutimos nas ultimas paginas. (Já que é havard e isso de fato será usado por algum think tank)

Em maneiras que no futuro os países influenciam uns aos outros em perseguição dos seus interesses.

Eu não irei me delongar mais pq já to até parecendo ecochato :twisted: .

So reforçar que maioria das pessoas está ignorando o aumento da ecologia nas relações exteriores. E que essa pressão vai aumentar nos próximos anos conforme os dados ano a ano vão calando os céticos forçando os países a de fato agirem.




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Re: GEOPOLÍTICA

#6028 Mensagem por Túlio » Ter Ago 06, 2019 4:41 pm

Sterrius escreveu: Ter Ago 06, 2019 3:48 pm Ele apenas ta fazendo de maneira +séria e abrangente que discutimos nas ultimas paginas. (Já que é havard e isso de fato será usado por algum think tank)

Em maneiras que no futuro os países influenciam uns aos outros em perseguição dos seus interesses.

Eu não irei me delongar mais pq já to até parecendo ecochato :twisted: .

So reforçar que maioria das pessoas está ignorando o aumento da ecologia nas relações exteriores. E que essa pressão vai aumentar nos próximos anos conforme os dados ano a ano vão calando os céticos forçando os países a de fato agirem.
Não me pareces ecoxiita - termo que uso - mas sim um Cidadão preocupado com a derrubada do Bols...errr...o desmatamento da Amazônia :lol: . A mim também não agrada ver aquela região virando deserto, mesmo que pareça meio Sci-Fi isso. Só acho chato que nem DEZ Amazônias inteiras possam compensar os danos (muitos deles já irreversíveis) causados pelos grandes poluidores, que já nomeei e vi repetidos acima.




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: GEOPOLÍTICA

#6029 Mensagem por J.Ricardo » Ter Ago 06, 2019 5:05 pm

Concordo contigo Túlio, mas (e o mas é uma b...), o que os EUA fizeram quando sua população jovem se tornou um grande aspirador de pó?
Transformou a Colômbia em uma guerra civil e hoje esta as turras com o México, sendo que o correto seriam política públicas para diminuir o consumo de drogas.

Aqui vai ser a mesma coisa, pode apostar que se o próximo candidato democrata bom moço, vegano, homosexual casado com um filipino e com filhos adotados da áfrica e ásia, ver que dá votos prometer que vai impedir que o Brasil destrua a Amazônia, nós estaremos ferrados...

O negócio é fazer a lição de casa, não por eles, mas por nós, parar com essa zona de garimpeiros enchendo os rios de mercúrio, de madeireiro arrebentando com a mata e promovendo o desenvolvimento da região de forma racional, e dá pra fazer isso, nós garantiremos nosso futuro, e paramos de dar munição pros bandidos.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: GEOPOLÍTICA

#6030 Mensagem por Sterrius » Ter Ago 06, 2019 5:12 pm

A gente for enumerar os erros de cada país ou povo, daria pra gastarmos a vida toda.

Podia começar pelos egípcios que desmataram o resquicio de selva que permeava o nilo assim como seus grandes animais.
Ou os romanos que chegaram a acentuar o "apocalipse climático" que os afetou durante 200-300D.C em boa parte responsável pela queda do Império romano ^^.
China nem se fala ^^.

Mas o que realmente importa não é o que pessoas mortas a muito tempo faziam. E sim o que faremos hoje com o futuro e como melhor utilizarmos isso para nos beneficiar.
Temos que sempre lembrar que não somos players em um jogo que está começando. E sim um jogo que já está rolando a 1000 anos +- ^^. As regras podem ser levemente modificadas mas em sua essências são as mesmas. E todos que brigaram contra elas sofreram as consequências.


Quanto ao nosso governo. Ele está +- o que eu previa. A área ecológica que tem me surpreendido não pelo objetivo final, mas pela velocidade e determinação.
Não irei adentrar no que continuo prevendo pro país porque ta muito pra frente e o tópico de politica ta trancado ^^.
O negócio é fazer a lição de casa, não por eles, mas por nós, parar com essa zona de garimpeiros enchendo os rios de mercúrio, de madeireiro arrebentando com a mata e promovendo o desenvolvimento da região de forma racional, e dá pra fazer isso, nós garantiremos nosso futuro, e paramos de dar munição pros bandidos.
Detalhe que a região é tão grande. Que da pra fazer culturas de reflorestamento pra corte que apenas o Canada, EUA e Russia conseguem acompanhar. Mas com nossas madeiras que são únicas.
E a mineração nem se fala, ficar defendendo mineração de baixa escala é defender ineficiência e contaminação. Com empresas multimilionárias e fiscalização pesada elas conseguem lucrar muito bem obrigado e sem deixar buracos irrecuperáveis no lugar. O brasil não precisa de mais serra peladas ou daquela mineradora da America Central que arrancou tudo que tinha e deixou a região com um buraco e economia e bioma local destroçados.

Podemos fazer melhor que isso, e por nós mesmos.

Quanto agricultura, qualquer pessoa com o minimo de conhecimento climatológico sabe que derrubar a floresta pra plantar soja e criar gado devia ser um crime levado a sério e não incentivado como é hoje. È uma troca burra de riqueza instantânea por renda de longo prazo.


È literalmente uma reprise da década de 70 e 80. Só que dessa vez a infraestrutura é muito melhor, o Dinheiro +acessível e a população 2x maior.




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