Cunha escreveu:Bem, opinião todo mundo aqui tem e não vejo razão para o flame. Acho apenas que se deixaram levar pelas preferências e visões políticas (que estão cada vez mais claras para mim, mas não vem ao caso).
E por falar em opinião, a minha é a seguinte: semelhante ao que o Carlos Mathias falou, e discordando do Túlio, acho que a Boeing não precisa da Embraer para nada, ainda mais refazer o 737. Mas, por outro lado, e como já disseram acima, as empresas de porte fazem planejamento de longo prazo tentando eliminar ou minimizar a concorrência (no caso a Dassault/Airbus), além dos EUA manterem um "velho aliado" sob suas asas por mais 40 anos.
Eu particularmente não tenho nada contra o F/A-18 Super Hornet, é um ótimo caça, mas acho que o Rafale é o que melhor se adequa (dos caças da short-list) à END (ninguém nunca mais falou na END, por quê?). Não creio que o Gripen-NG sairá do papel algum dia.
Bem, acho que é só isso por enquanto (desculpem-me, mas não sou tão prolixo quanto os demais membros do DB).
Att,
Cunha
Bueno, vamos tentar recomeçar. Inicio esclarecendo que estou expondo apenas um ponto de vista
PESSOAL, baseado no que tenho lido e debatido aqui mesmo no DB. A intenção é promover um debate sadio, civilizado e logicamente embasado. Não intento 'vender' idéia alguma e sim DISCUTIR algumas que tenho. Vou tentar dividir por assuntos para facilitar:
1 - SOBRE OS CAÇAS DO FX-2
Devo dizer que já fazem anos que só considero seriamente DOIS dos contendores, dadas as muitas notícias que circularam entre nós sobre a disposição da Marinha do Brasil em acompanhar a escolha da Força Aérea Brasileira DESDE QUE A DITA AERONAVE PUDESSE OPERAR EM SEU(S) FUTURO(S) NAE(S): o Dassault Rafale e o Boeing F-18 Super Hornet. Claro está que tive minhas 'paixonites' por todos os integrantes da lista inicial à disposição da COPAC (exceção feita - algo injusta, talvez - ao Typhoon) mas me fixei na posição da MB e passei a levar a sério apenas os dois citados.
Mesmo assim, o PAK FA é, em MINHA concepção, o primeiro 5G de verdade a voar. PESSOALMENTE, creio que ianques e Russos enveredaram por caminhos diversos na concepção do que seria um 5G: estes apostaram no DESEMPENHO, aqueles na FURTIVIDADE. Claro que os demais fatores foram considerados por ambos mas destaquei o que EU JULGO ter sido a prioridade de cada um. Hoje vê-se Raptor vazio com hora de voo mais cara do que a de um 747 carregado e com disponibilidade abaixo da crítica; vê-se também F-35 cada vez mais enrolado em prazos e custos sempre crescentes, enquanto as encomendas preliminares vão diminuindo sem parar, o que contribui para aumentar ainda mais os custos e a insegurança de futuros (ou nem tanto) operadores. Então, A MEU VER, os Russos acertaram o caminho, ficando os ianques com caças caríssimos e de muito baixa disponibilidade. E isso considerando que o Programa JSF ainda consiga chegar a algum porto antes de afundar pelo caminho...
Assim, não nego que minha primeira escolha seria naturalmente pelo PAK FA. A julgar pelo que se tem visto, o MiG-29 tem sua versão NAVAL; o Su-27 idem; é de se imaginar que o PAK FA siga a tradição, não? EU penso que sim!
Mas há um porém: atendo-me sempre ao que temos lido aqui, a MB insiste no uso de catapultas, ou seja, caças que operem CATOBAR. Os caças Russos tradicionalmente, até por seu absurdo SEP, decolam no modo Ski Jump, ou seja, STOBAR. Assim, voltamos à escolha anterior por um dos dois caças 4G, abrindo mão do 5G. Ou isso ou a MB abre mão de suas caras e complexas catapultas a vapor, o que acho - EU ACHO - meio difícil.
Assim, debrucemo-nos sobre os dois vetores 4G que restaram:
FRANÇA - RAFALE: apresenta um caça relativamente novo, de amplo espaço e potencial de crescimento/aperfeiçoamento. Até pouco tempo atrás, em sua primeira estréia em operações de guerra foi apodado aqui mesmo neste tópico de 'ceguinho', que tinha de usar a 'bengalinha' Mirage 2000 para detectar/atingir algum alvo. O avião evoluiu, integrou/incorporou sistemas e sensores e hoje já não se lê mais esse tipo de baboseira a respeito. De outra banda, fala-se de um possível altíssimo custo de aquisição/operação/manutenção, o que A MEU VER já apresenta alguma credibilidade, dada a pequena quantidade produzida até hoje. Menor a escala, maiores os custos...
Mas e para a FAB e MB, isso é necessariamente um fator impeditivo? Ça depénd...
EUA - SUPER HORNET: apresenta uma nova evolução de um projeto já bastante antigo, de amplo espaço mas pouco potencial de crescimento. Suas versões anteriores apresentam extensa ficha de combate, com ótimo desempenho. Seus maiores detratores são os ex-pilotos de Tomcat e, NO MEU ENTENDER, eles têm sua razão, acostumados que eram a voar um supercaça que, em sua arena, foi praticamente imbatível diante dos inimigos que encontrou. Fora dela, como se viu na Guerra Irã-Iraque, não manteve a impecável reputação. Os custos do Super Hornet devem ser compreensivelmente mais baixos, eis que divididos por umas cinco ou seis vezes a quantidade de Rafales em operação. Ademais, dado seu extensivo uso na incessante máquina de guerra dos EUA, o consumo de peças e partes deve ser bem alto e a escala reduz custos...
Mas e para a FAB e MB, isso é necessariamente um fator atrativo? It depends...
CONCLUSÃO
É mais complicado do que parece. Abrimos mão de um 5G e abraçamos um 4G: 36 míseras unidades, com a promessa de mais para substituir F-5 recém modernizados e AMX em início de modernização e que provavelmente vão estar voando lá por 2025, quando finalmente novas aeronaves deverão ser recebidas para substitui-los. Talvez uma dúzia ou duas adicionais antes disso, pois talvez a MB consiga lançar seu primeiro NAe moderno antes de 2025. Talvez...
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A primeira pergunta que faço: o que a Boeing e a Dassault vão ficar fazendo até 2025? Talvez recebam novas encomendas que justifiquem a manutenção da linha de montagem aberta, talvez não. Mas a questão não se prende realmente a este fator. Eles vão deixar Russos e Chineses e Indianos tomarem a dianteira e terem só eles caças 5G, enquanto investem em novos
blocks e
tranches de seus 4G? Ou seguirão em direção a seus próprios 5G, a Boeing possivelmente sozinha, a Dassault junto com outras da Europa num verdadeiro 5G Pan-Europeu? E nesse caso, terão vontade/recursos para alocar em produtos que caminham para a substituição?
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E como a FAB faria sua escolha? Apostar na 'tchurma da graxa' e sua suposta paixão pela fiabilidade/simplicidade logística dos EUA ou nos pilotos, supostamente embeiçados pela demoníaca manobrabilidade e sofisticação de sistemas do Rafale?
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Mais: num cenário ideal, imaginando-se que a Índia encomende 126 Rafales e nós os nossos minguados 36 já se chegaria perto da escala de produção do Super Hornet, o que possivelmente - A MEU VER - reduziria os supostamente altos custos do caça Francês. Mas EU PENSO que iríamos precisar de mais ali por 2025 (para substituir uma frota de mais de cem F-5 e AMX finalmente aposentados), seja Rafale, seja Super Hornet, e
top line, claro.
Fica então a questão final:
HAVERÁ 4G TOP LINE EM 2025?
Obrigado pela atenção.