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Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Qui Jul 12, 2018 4:14 pm
por Túlio
Marechal-do-ar escreveu: Qui Jul 12, 2018 3:52 pm

Mas estou curioso em relação aos USD-EUR/PAX/NM.
Minhas fuentes são as mesmas que tens: mídia! Era ponto pacífico, em português e inglês, que o E-2 era mais econômico nos critérios citados que o CSeries. Também era ponto pacífico que este não conseguia deslanchar, por atrasos no Programa, problemas com propulsores, questões jurídicas, etc.

Ou foi por bondade que a linha, cujo desenvolvimento custou bilhões, foi "vendida" à AIRBUS pela exorbitante quantia de um dólar (ou um centavo, não lembro) e a Bombardier ainda assumiu compromissos com débitos de até USD 350M?

https://airway.uol.com.br/airbus-assume ... ombardier/

Que avião é tão "maravilhoso" que precisa disso para ser viável? Se fosse isso tudo, por que a Bombardier daria de presente (na verdade, pagará para a AIRBUS assumir a bronca) ao invés de seguir orgulhosamente só? Afinal, se é como dizes, "o C-series é uma opção segura, os E2 uma opção arriscada", fico perdido em busca de uma única razão lógica para os canadenses jogarem no lixo a jóia da coroa...

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Qui Jul 12, 2018 6:13 pm
por Tutankhamon
Bom, fuçando a rede, descobre-se que a Jet Blue está insatisfeita com o E-190 da Embraer porque seus custos unitários (acho que deve ser por assento ) estão acima do estimado inicialmente.
Indicam 2 problemas principais:
1) o custo dos pilotos que quase dobrou desde a aquisição e parece que ela paga apenas 10% a menos que os pilotos de A320, o que ,diluído pelos assentos , faz aumentar o dito custo unitário.
2) o Principal, espiral de custos fora de controle, principalmente nas turbinas, aliado a uma baixa autonomia quando comparada a do com o airbus A220-300, impedindo de flexibilizar rotas curtas com mais longas.
Eles indicam que sabem que o E-2 tem custos e prestações quase idênticas, mas preferiram homogeneizar a frota
Francamente, como a Jet Blue é icônica pois lançou a família E-190 da Embraer, não sei não se não rolou umas condições de aquisição melhores que o habitual por parte da Airbus como para desferir um golpe de credibilidade à nova família da Embraer. É claro que é só uma opinião, mas neste mundo , eu não ponho minha mão no fogo. :evil:
Abrações

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Qui Jul 12, 2018 7:53 pm
por Tikuna
Ao vivo na camara de araraquara a discussão sobre embraer/boeing


Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Qui Jul 12, 2018 8:36 pm
por Bolovo
A questão que fica é, sendo o C-Series a tranqueira que é, tanto que foi vendida a 1 dólar para a Airbus, como a Bombardier ainda conseguiu ter 49.9% da participação no projeto? O corpo de negociação canadense é provavelmente o melhor do mundo. Lembrando que foi só essa família de avião em específico que foi negociada, o Dash 8 por exemplo continua com a própria Bombardier. Já a Embraer, que é a terceira maior empresa de aviação do mundo, ou seja, tendo um poder de barganha muito maior do que a Bombardier, vai ceder praticamente todo o setor de aviação comercial para a Boeing, que vai ficar com 80% da JV. Não faz o menor sentido. Se a questão fosse apenas focada em C-Series x E2, que vendesse o projeto da avião para a Boeing de uma vez. Os interesses da Boeing são muito maiores e é justamente o corpo de engenharia que eu aposto que vai desenvolver o substituto do 737. No fim, vai ser isso mesmo o que vai ocorrer, a Embraer vai virar a Boeing do Brasil. Por isso mesmo eu votei não e votaria novamente, pois em nenhum momento se negocia uma parceria ou coisa assim, mas sim a simples aceitação ou não do controle da Boeing sobre tudo isso.

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 1:19 am
por gabriel219
Perfeito, Bolovo!

Eu não votei "não" mas sim em parceria e 20%-80% não é parceria, é pura compra da Aviação Comercial e também do que mais interessa á Boeing nesse momento: o corpo de engenheiro da Embraer!

Simples assim, eu mesmo sempre defendi aqui parcerias com empresas nacionais - ou "nacionais" - com estrangeiras em projetos, como BAE-Avibrás, IAI-Avibrás, Rafael-Imbel (Spike e entre outros, através da Gespi, que é da Rafael) e muitos outros.

Mas o que se trata da Boeing é pura compra. Se fosse algo perto de 60% Boeing e 40% Embraer, era discutível, mas 20% é ridículo, é pura e simples compra disfarçada de Joint-venture. Tem que ser muito inocente pra não acreditar nisso.

A primeira investida da Boeing foi para comprar a Embraer, viu que a opinião de todos, até do GF, foi extremamente negativa, ai inventaram JV e tiveram a cara de pau de oferecer ainda somente 10%. Deveria ter mandado a Boeing ir tomar no c# e até falar com outra empresa só de raiva.

Não tem negócio bom nisso, nenhum! Boeing vai trazer linha de montagem pra cá? Isso é fantasia, um devaneio, um sonho numa noite de verão!

Vão montar o E2 e desenvolver um E3/Substituto do 737 no EUA, levando o corpo de engenheiros, simples assim!

A Boieng está desesperada por não ter avião pra competir com C-Séries e ainda porque seu corpo de engenheiros irá se aposentar. Deveríamos usar isso pra abocanhar, no mínimo, mais 20% dessa JV.

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 6:13 am
por Tikuna
Tikuna escreveu: Qui Jul 12, 2018 7:53 pm Ao vivo na camara de araraquara a discussão sobre embraer/boeing

Aos 53 Minutos desse vídeo tem-se a palavra do Dr. Rafael de Araujo, Procurador do ministério publico do trabalho, em que ele afirma que o grupo de trabalho sobre o assunto da joint venture diz que a Golden Share não pode ser usada para preservar os trabalhos, porque isso não compete ao papel acionário deela. Que no papel, a Boeing poderia absolver o restante da Embraer em 10 anos. Que já foram investidos 100 bilhões do nosso dinheirinho público nos últimos ano em regalias para a embraer, para ela se vender agora por 14. Dentre outras coisas anuncia uma novidade para a próxima semana e diz que o acordo será fechado no máximo até outubro.

Vale a pena assistir ao menos a parte dele

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 11:03 am
por Frederico Vitor
Entenda a decisão da JetBlue de trocar o Embraer E190 pelo Airbus A220-300

A JetBlue foi a cliente de lançamento do Embraer E190, levando a aeronave também para o mercado norte-americano. Mas recentemente a companhia optou pelo Airbus A220-300, depois de analisar a aeronave contra o Embraer E195-E2. A JetBlue espera utilizar esse avião para substituir ao mesmo tempo o E190-E1 e o Airbus A320ceo, em uma mudança completa da sua frota.

A companhia também levou uma ampla equipe para avaliar o avião em seu hangar, no aeroporto John F. Kennedy. A JetBlue foi convencida das capacidades da nova aeronave, incluindo a economia de combustível que promete ser 40% superior por assento.

O novo jato da Bombardier/Airbus é muito moderno, além dos comandos Fly-By-Wire e dos motores PW1500G feitos exclusivamente para essa aeronave, o A220-300 incorpora materiais compostos na construção da fuselagem. O avião é cerca de 6 toneladas mais leve que um Airbus A319neo, leva a mesma quantidade de passageiros e tem praticamente a mesma autonomia de voo.

A JetBlue estima que a A220 reduzirá os custos operacionais em 29% por assento, compreendendo uma redução de 40% nos custos com combustível e 22% nas despesas não
relacionadas a combustível, quando comparada com a frota da Embraer E190
. O lucro adicional por aeronave será entre US$ 4 a US$ 5 milhões, trimestralmente.

Um dos pontos avaliados pela companhia foi a flexibilidade de frota, a ideia da JetBlue é conseguir diminuir o número de aeronaves diferentes na sua frota. O destaque do A220-300 é transportar até 160 passageiros em classe única, enquanto o E195-E2 fica limitado aos 146 passageiros.

Além disso o E195-E2 tem a autonomia máxima de voo bem menor, em comparação com o A220- 300. Esse foi outro ponto analisado, já que o A220-300 permite alguns voos de longa distância, dentro da própria América do Norte e os transcontinentais.

Claro, a companhia também vai substituir o A320ceo por esses aviões, e desistiu de encomendar o A320neo. No mesmo contrato, já avaliando nesse ponto a flexibilidade, ela conseguiu portar sua encomenda para o A321neo, sem custos adicionais, antes a JetBlue tinha 25 aviões encomendados do modelo A320neo, além disso a companhia alterou as entregas ao longo dos anos.

A Airbus também permitiu que as opções de compra, para 60 aviões A220, sejam exercidas para qualquer variante da aeronave “regional”, ou seja, a JetBlue poderá escolher o A220-100 futuramente para atender destinos de menor demanda. O contrato inclui 60 aviões A220-300 encomendados e outras 60 opções de compra, com possibilidade de exercer elas a partir de 2025.

Dessa forma podemos ver o primeiro exemplo de como a Airbus conseguiu aliar a flexibilidade de compra com a economia do A220, algo que a Embraer não consegue fazer. Aliás, a aviação muda muito em 10 anos e a companhia aérea com certeza vai optar por um contrato com maior flexibilidade, e uma porcentagem menor de multas.

A companhia receberá esses aviões da encomenda a partir de 2020, sendo cinco unidades no primeiro ano, indo até 2025. Todos os aviões serão montados nos Estados Unidos, na nova linha de montagem final que a Airbus construirá em Mobile, no Alabama, onde já tem uma unidade de montagem para a família A320.

:arrow: http://www.aeroflap.com.br/entenda-a-de ... -a220-300/

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 3:32 pm
por Túlio
Frederico Vitor escreveu: Sex Jul 13, 2018 11:03 am Entenda a decisão da JetBlue de trocar o Embraer E190 pelo Airbus A220-300

A JetBlue foi a cliente de lançamento do Embraer E190, levando a aeronave também para o mercado norte-americano. Mas recentemente a companhia optou pelo Airbus A220-300, depois de analisar a aeronave contra o Embraer E195-E2. A JetBlue espera utilizar esse avião para substituir ao mesmo tempo o E190-E1 e o Airbus A320ceo, em uma mudança completa da sua frota.

A companhia também levou uma ampla equipe para avaliar o avião em seu hangar, no aeroporto John F. Kennedy. A JetBlue foi convencida das capacidades da nova aeronave, incluindo a economia de combustível que promete ser 40% superior por assento.

O novo jato da Bombardier/Airbus é muito moderno, além dos comandos Fly-By-Wire e dos motores PW1500G feitos exclusivamente para essa aeronave, o A220-300 incorpora materiais compostos na construção da fuselagem. O avião é cerca de 6 toneladas mais leve que um Airbus A319neo, leva a mesma quantidade de passageiros e tem praticamente a mesma autonomia de voo.

A JetBlue estima que a A220 reduzirá os custos operacionais em 29% por assento, compreendendo uma redução de 40% nos custos com combustível e 22% nas despesas não
relacionadas a combustível, quando comparada com a frota da Embraer E190
. O lucro adicional por aeronave será entre US$ 4 a US$ 5 milhões, trimestralmente.

Um dos pontos avaliados pela companhia foi a flexibilidade de frota, a ideia da JetBlue é conseguir diminuir o número de aeronaves diferentes na sua frota. O destaque do A220-300 é transportar até 160 passageiros em classe única, enquanto o E195-E2 fica limitado aos 146 passageiros.

Além disso o E195-E2 tem a autonomia máxima de voo bem menor, em comparação com o A220- 300. Esse foi outro ponto analisado, já que o A220-300 permite alguns voos de longa distância, dentro da própria América do Norte e os transcontinentais.

Claro, a companhia também vai substituir o A320ceo por esses aviões, e desistiu de encomendar o A320neo. No mesmo contrato, já avaliando nesse ponto a flexibilidade, ela conseguiu portar sua encomenda para o A321neo, sem custos adicionais, antes a JetBlue tinha 25 aviões encomendados do modelo A320neo, além disso a companhia alterou as entregas ao longo dos anos.

A Airbus também permitiu que as opções de compra, para 60 aviões A220, sejam exercidas para qualquer variante da aeronave “regional”, ou seja, a JetBlue poderá escolher o A220-100 futuramente para atender destinos de menor demanda. O contrato inclui 60 aviões A220-300 encomendados e outras 60 opções de compra, com possibilidade de exercer elas a partir de 2025.

Dessa forma podemos ver o primeiro exemplo de como a Airbus conseguiu aliar a flexibilidade de compra com a economia do A220, algo que a Embraer não consegue fazer. Aliás, a aviação muda muito em 10 anos e a companhia aérea com certeza vai optar por um contrato com maior flexibilidade, e uma porcentagem menor de multas.

A companhia receberá esses aviões da encomenda a partir de 2020, sendo cinco unidades no primeiro ano, indo até 2025. Todos os aviões serão montados nos Estados Unidos, na nova linha de montagem final que a Airbus construirá em Mobile, no Alabama, onde já tem uma unidade de montagem para a família A320.

:arrow: http://www.aeroflap.com.br/entenda-a-de ... -a220-300/
Muito obrigado pelo post, cupincha véio. Elucida várias questões que têm sido, em geral, levadas na base da patriotada e do ufanismo de sempre. E aqui renovo minha pergunta original: como é que quem é refratário a toda e qualquer associação da EMBRAER - mesmo a que parece ser a famigerada "parceria caracu" - consegue ao mesmo tempo (1) acreditar que a EMBRAER pode sobreviver e até crescer sozinha em um mercado que cada vez mais lhe é desfavorável e (2) louvar as características do agora A220, demonstrando que ele é incontestavelmente superior aos E-2 e pior, no mesmíssimo mercado? Não tenho intenção de provocar e muito menos de TROLAR, apenas não consigo entender como se pode colocar juntas duas premissas contraditórias e ainda achar que tem razão.

Sobre o texto, uma pista que me parece interessante: a simples menção da "concorrência interna" entre o A220-100/300 (3+2) e o A-320/321 (3+3) parece sinalizar para um A220-500/700, que teria o condão de "matar" de vez a família 320 da Airbus mas, e principalmente, fazer o mesmo com o 737 da Boeing. O que tem ou terá a EMBRAER para encarar isso e sozinha?

Não vou enrolar, a mim também não agrada nem um pouco essa charla de 80/20 nem tenho a menor pista de como o principal tech asset da EMBRAER - a Defesa, que é onde se desenvolve o filé do conteúdo tecnológico da Aviação Comercial e Executiva da empresa - entraria na equação sem trazer sanções por prática desleal. A única opção lógica que vejo é ser subcontratada para partes estratégicas do desenvolvimento de futuras aeronaves comerciais da "Nova Boeing", o que me parece - e posso perfeitamente estar errado! - um senhor boost para o que sobrar de brasileiro na empresa.

É o que penso (no momento). 8-]

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 3:57 pm
por Tutankhamon
Acho que pelos tempos manejados nesta negociação ( coisa de um ano e meio ) muita água vai rolar por baixo desta ponte ( longe demais?). :?:
A boeing, tá na dela. Joga 10%, se não se engole vem uns 20% e por ai vai. Se quem decide belisca a isca, ótimo tá fechado!
Fôd* e o desenvolvimento aeroespacial do Brasil , empregos gabaritados , defesa e tudo o mais. O importante é que o Brasil não abaixe a cabeça, o suficiente para se afogar nem levante muito pra ver que o Diabo não é tudo isto que se pensa! :evil: :twisted:

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 4:01 pm
por Túlio
Tutankhamon escreveu: Sex Jul 13, 2018 3:57 pm O importante é que o Brasil não abaixe a cabeça, o suficiente para se afogar nem levante muito pra ver que o Diabo não é tudo isto que se pensa! :evil: :twisted:
POWS, e segue a mania de "não vim para explicar, mas para confundir", né não, FARAÓ véio? Haja entrelinha! Nas buenas, estou fritando neurônio para entender a dicotomia... :lol: :lol: :lol: :lol:

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 4:13 pm
por arcanjo
Túlio escreveu: Sex Jul 13, 2018 3:32 pm
Frederico Vitor escreveu: Sex Jul 13, 2018 11:03 am Entenda a decisão da JetBlue de trocar o Embraer E190 pelo Airbus A220-300

A JetBlue foi a cliente de lançamento do Embraer E190, levando a aeronave também para o mercado norte-americano. Mas recentemente a companhia optou pelo Airbus A220-300, depois de analisar a aeronave contra o Embraer E195-E2. A JetBlue espera utilizar esse avião para substituir ao mesmo tempo o E190-E1 e o Airbus A320ceo, em uma mudança completa da sua frota.

A companhia também levou uma ampla equipe para avaliar o avião em seu hangar, no aeroporto John F. Kennedy. A JetBlue foi convencida das capacidades da nova aeronave, incluindo a economia de combustível que promete ser 40% superior por assento.

O novo jato da Bombardier/Airbus é muito moderno, além dos comandos Fly-By-Wire e dos motores PW1500G feitos exclusivamente para essa aeronave, o A220-300 incorpora materiais compostos na construção da fuselagem. O avião é cerca de 6 toneladas mais leve que um Airbus A319neo, leva a mesma quantidade de passageiros e tem praticamente a mesma autonomia de voo.

A JetBlue estima que a A220 reduzirá os custos operacionais em 29% por assento, compreendendo uma redução de 40% nos custos com combustível e 22% nas despesas não
relacionadas a combustível, quando comparada com a frota da Embraer E190
. O lucro adicional por aeronave será entre US$ 4 a US$ 5 milhões, trimestralmente.

Um dos pontos avaliados pela companhia foi a flexibilidade de frota, a ideia da JetBlue é conseguir diminuir o número de aeronaves diferentes na sua frota. O destaque do A220-300 é transportar até 160 passageiros em classe única, enquanto o E195-E2 fica limitado aos 146 passageiros.

Além disso o E195-E2 tem a autonomia máxima de voo bem menor, em comparação com o A220- 300. Esse foi outro ponto analisado, já que o A220-300 permite alguns voos de longa distância, dentro da própria América do Norte e os transcontinentais.

Claro, a companhia também vai substituir o A320ceo por esses aviões, e desistiu de encomendar o A320neo. No mesmo contrato, já avaliando nesse ponto a flexibilidade, ela conseguiu portar sua encomenda para o A321neo, sem custos adicionais, antes a JetBlue tinha 25 aviões encomendados do modelo A320neo, além disso a companhia alterou as entregas ao longo dos anos.

A Airbus também permitiu que as opções de compra, para 60 aviões A220, sejam exercidas para qualquer variante da aeronave “regional”, ou seja, a JetBlue poderá escolher o A220-100 futuramente para atender destinos de menor demanda. O contrato inclui 60 aviões A220-300 encomendados e outras 60 opções de compra, com possibilidade de exercer elas a partir de 2025.

Dessa forma podemos ver o primeiro exemplo de como a Airbus conseguiu aliar a flexibilidade de compra com a economia do A220, algo que a Embraer não consegue fazer. Aliás, a aviação muda muito em 10 anos e a companhia aérea com certeza vai optar por um contrato com maior flexibilidade, e uma porcentagem menor de multas.

A companhia receberá esses aviões da encomenda a partir de 2020, sendo cinco unidades no primeiro ano, indo até 2025. Todos os aviões serão montados nos Estados Unidos, na nova linha de montagem final que a Airbus construirá em Mobile, no Alabama, onde já tem uma unidade de montagem para a família A320.

:arrow: http://www.aeroflap.com.br/entenda-a-de ... -a220-300/
Muito obrigado pelo post, cupincha véio. Elucida várias questões que têm sido, em geral, levadas na base da patriotada e do ufanismo de sempre. E aqui renovo minha pergunta original: como é que quem é refratário a toda e qualquer associação da EMBRAER - mesmo a que parece ser a famigerada "parceria caracu" - consegue ao mesmo tempo (1) acreditar que a EMBRAER pode sobreviver e até crescer sozinha em um mercado que cada vez mais lhe é desfavorável e (2) louvar as características do agora A220, demonstrando que ele é incontestavelmente superior aos E-2 e pior, no mesmíssimo mercado? Não tenho intenção de provocar e muito menos de TROLAR, apenas não consigo entender como se pode colocar juntas duas premissas contraditórias e ainda achar que tem razão.

Sobre o texto, uma pista que me parece interessante: a simples menção da "concorrência interna" entre o A220-100/300 (3+2) e o A-320/321 (3+3) parece sinalizar para um A220-500/700, que teria o condão de "matar" de vez a família 320 da Airbus mas, e principalmente, fazer o mesmo com o 737 da Boeing. O que tem ou terá a EMBRAER para encarar isso e sozinha?

Não vou enrolar, a mim também não agrada nem um pouco essa charla de 80/20 nem tenho a menor pista de como o principal tech asset da EMBRAER - a Defesa, que é onde se desenvolve o filé do conteúdo tecnológico da Aviação Comercial e Executiva da empresa - entraria na equação sem trazer sanções por prática desleal. A única opção lógica que vejo é ser subcontratada para partes estratégicas do desenvolvimento de futuras aeronaves comerciais da "Nova Boeing", o que me parece - e posso perfeitamente estar errado! - um senhor boost para o que sobrar de brasileiro na empresa.

É o que penso (no momento). 8-]
Concordo com o Túlio e acrescento:

1- O artigo acima não faz um comparativo preciso, pois a companhia aérea não se inspira na diferença entre o A220-300 e o E195-E2 da Embraer, seu verdadeiro concorrente, e sim, na versão E1. Apesar de não ter os dados, creio que em um comparativo direto entre o A220-300 e o E195-E2 a disputa seja mais acirrada.

2- Concordo com os amigos que defendem uma parceria mais ampla da Embraer na JV. A divisão de 80% (Boeing) e 20% (Embraer), realmente, não parece justa. Espero que assim que soubermos os termos da parceria, a oferta da Boeing se mostre melhor. A ver.

abs.

arcanjo

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 4:30 pm
por Túlio
arcanjo escreveu: Sex Jul 13, 2018 4:13 pm
2- Concordo com os amigos que defendem uma parceria mais ampla da Embraer na JV. A divisão de 80% (Boeing) e 20% (Embraer), realmente, não parece justa. Espero que assim que saibamos os termos da parceria, a oferta da Boeing se mostre melhor. A ver.

abs.

arcanjo
FATO!

Notemos, os caras estão fazendo o que em inglês se chama fishin', ou seja, estão dando a tenteada lá deles. Notar, começaram querendo TUDO da EMBRAER - Defesa inclusa - e ofereciam 10%; passou um tempo, apareceram obstáculos e passou apenas à Comercial, e agora com 20% (dobro); como ainda vai demorar muito e no caminho pode ter um Presidente com "P" maiúsculo, me parece questão de seguir forçando até que isso melhore.

Claro, sem forçar de um jeito tale que o negócio vá para escanteio e a EMBRAER morra "orgulhosamente só"...

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 4:49 pm
por Marechal-do-ar
Tinha deixado um tempo ontem para responder esse e outros posts e ai acabou a luz [093]
Túlio escreveu: Qui Jul 12, 2018 4:14 pm Minhas fuentes são as mesmas que tens: mídia! Era ponto pacífico, em português e inglês, que o E-2 era mais econômico nos critérios citados que o CSeries.
Estou curioso sobre o que você tem lido, porque não é isso que eu tenho lido.
Túlio escreveu: Qui Jul 12, 2018 4:14 pmTambém era ponto pacífico que este não conseguia deslanchar, por atrasos no Programa, problemas com propulsores, questões jurídicas, etc.
Foram 243 encomendas entre 2009 e 2014 e 117 em 2016, mais 42 de 2017 em diante, sem contar as da JetBlue, com as entregas começando em 2016 e com feedback positivo sobre aeronaves em operação já aparecendo em 2017, qual a definição de "deslanchar"?
Túlio escreveu: Qui Jul 12, 2018 4:14 pmOu foi por bondade que a linha, cujo desenvolvimento custou bilhões, foi "vendida" à AIRBUS pela exorbitante quantia de um dólar (ou um centavo, não lembro) e a Bombardier ainda assumiu compromissos com débitos de até USD 350M?
Ou foi pelo Trump, praticamente proibir a importação da Bombardier em setembro de 2017, excluindo a Bombardier do seu maior mercado?

Com certeza não foi esse o acordo que a Bombardier queria, mas, diante das circunstâncias, foi o que eles conseguiram.

E lembrando a cronologia, o acordo foi anunciado após a imporsição das barreiras.
Túlio escreveu: Qui Jul 12, 2018 4:14 pm Que avião é tão "maravilhoso" que precisa disso para ser viável? Se fosse isso tudo, por que a Bombardier daria de presente (na verdade, pagará para a AIRBUS assumir a bronca) ao invés de seguir orgulhosamente só? Afinal, se é como dizes, "o C-series é uma opção segura, os E2 uma opção arriscada", fico perdido em busca de uma única razão lógica para os canadenses jogarem no lixo a jóia da coroa...
Vamos ver a história contada pelo mercado de ações...
Até 2016 as ações da Bombardier seguiam uma tendência de baixa, em 5 de fevereiro chegaram ao seu menor valor, US$0,80, ai os CSeries são certificados, começam a receber mais encomendas e se inicia uma sequência de alta das ações até mais ou menos US$2,40, ai o Trump anuncia o "embargo", as ações caem, e em seguida anunciam um acordo com a Airbus, e as ações intensificam a tendência de alta.

Se você ainda acha que os CSeries são ruins, vou deixar algumas perguntas:
1) Se são ruins, por que as ações da Bombardier começaram a subir?
2) Se são ruins, por que a JetBlue trocou as encomendas de A-320neo por A220?
3) Se são ruins, por que a Airbus fez um acordo de 50% quando poderiam deixar a Bombardier quebrar (e com ajuda do Trump) e vender A320 com 100% do lucro?

Agora em relação ao acordo, Boeing-Embraer, que eu saiba a Embraer não está sofrendo qualquer tipo de embargo, e que eu saiba também, após a última oferta da Boeing as ações da Embraer sofreram uma forte queda, será que é mesmo a mesma coisa que acontece com Airbus-Bombardier? Se for, por que as ações não estão subindo, que nem ocorreu com as ações da Bombardier?

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 4:52 pm
por Marechal-do-ar
Túlio escreveu: Sex Jul 13, 2018 3:32 pm (2) louvar as características do agora A220, demonstrando que ele é incontestavelmente superior aos E-2 e pior, no mesmíssimo mercado?
Aqui eu queria entender.

Eu contestei sim, a certeza de que os E2 eram superiores aos CSeries, mas como isso virou a certeza de que os CSeries são incontestavelmente superiores? Ou você está falando de outro post de outro usuário?

Re: EDIT - Caso Boeing-EMBRAER: sua posição?

Enviado: Sex Jul 13, 2018 7:01 pm
por J.Ricardo
Tenho um amigo que esta prestando serviço na Embraer, disse que o pessoal da engenharia esta vendo com bons olhos essa negociação.