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Enviado: Sex Dez 22, 2006 10:27 am
por Delta Dagger
marcolima escreveu:Ô Walter, obrigado pela resposta.
O oxigênio, se agente se basear no que aconteceu nas Malvinas deve durar uns tres dias ( tambem naquelas condiçoes terriveis de todo mundo que for dispensado da atividade deitado no chao etc).


O que aconteceu nas Malvinas?

Enviado: Sex Dez 22, 2006 7:20 pm
por marcolima
[O que aconteceu nas Malvinas?[/quote]






Aquela velha história, não me lembro se do ARA Salta ou Santa Cruz, ter ficado " pousado" no leito do mar por tres dias e tres noites enquanto os ingleses utilizavam todo o arsenal e tecnologia disponiveis para tentar localiza-lo...

Enviado: Ter Dez 26, 2006 10:20 am
por Delta Dagger
marcolima escreveu:[O que aconteceu nas Malvinas?







Aquela velha história, não me lembro se do ARA Salta ou Santa Cruz, ter ficado " pousado" no leito do mar por tres dias e tres noites enquanto os ingleses utilizavam todo o arsenal e tecnologia disponiveis para tentar localiza-lo...[/quote]

Mas ele foi atingido?

Os Upholders são bons barcos

Enviado: Ter Dez 26, 2006 5:16 pm
por Pepê Rezende
Sintra escreveu:
luis F. Silva escreveu:Marino escreveu:
Foram vendidos ao Canadá e possivelmente são os submarinos mais problemáticos do mundo.

Juntamente com os Collins australianos, que ainda têm dado mais problemas.


Creio que as maiores dificuldades com os "Collins" já lá vão, actualmente os "Aussies" parecem estar razoavelmente satisfeitos com os barcos, o mesmo já não se pode dizer dos Canadianos... :wink:


Só ficaram parados por tempo demais.

Pepê

Enviado: Ter Dez 26, 2006 6:44 pm
por marcolima
[Mas ele foi atingido?[/quote]




Foi nao, isso é que e o mais legal da historia. Tres dias de submersão, contato rompido, escape...
A parte ruim, para os argentinos, e que houve um defeito, me parece que no giroscopio eletronico dos torpedos que foram lançados contra os ingleses ( acho que ate contra o HMS Invencible - fato nao confirmado ate onde eu sei), e entao estes se perderam ( duas tentativas) denunciando contudo a presença de um sub na area. O que se segiu foi uma caçada feroz, nos moldes de segunda guerra. Fez-me lembrar a perseguição ao U48 em 1940...

[]s
Marco

Enviado: Ter Dez 26, 2006 6:54 pm
por Alcantara
marcolima escreveu:[(...) houve um defeito, me parece que no giroscopio eletronico dos torpedos que foram lançados contra os ingleses (...)


Os cabos dos torpedos foram montados invertidos, por isso se rompiam após aproximadamente um minuto de corrida.


Abraços!! :wink:

Re: Classe Oberon (Para o Walter)

Enviado: Qua Jan 03, 2007 1:20 pm
por WalterGaudério
Koslova escreveu:Ola Walter

Obrigada pela belissima resposta.

Como feedback de agradecimentos. Eu mantenho algum contato com algumas pessoas da MB, que infelizmente, pela distancia ultimamente tem sido por MSN e mail apenas. Mostrei os posts para dois amigos, que são almirantes, que foram unanimes em elogiar a clareza e qualidade do que escreveu.... Realmente muito bom.

Porque te perguntei sobre o uso da fibra de vidro nos Oberons?

Tem a ver com algumas coisas que estão acontecendo com a classe Borei, vou ver se falo mais sobre isto mais tarde....


Aproveitando pra te "explorar" mais um pouco mais.

Que leitura você faz do projeto da vela dos submarinos classe Oscar que são estremamente cumpridas e relativamente pouco altas?



Abraços


Elizabeth, primeiramente mil desculpas por não ter te respondido antes. Eu devo postar sua resposta relativa aos Oscar I e II hoje á noite ok?

Sds

Walter

Re: Classe Oberon (Para o Walter)

Enviado: Qua Jan 03, 2007 1:20 pm
por WalterGaudério
Koslova escreveu:Ola Walter

Obrigada pela belissima resposta.

Como feedback de agradecimentos. Eu mantenho algum contato com algumas pessoas da MB, que infelizmente, pela distancia ultimamente tem sido por MSN e mail apenas. Mostrei os posts para dois amigos, que são almirantes, que foram unanimes em elogiar a clareza e qualidade do que escreveu.... Realmente muito bom.

Porque te perguntei sobre o uso da fibra de vidro nos Oberons?

Tem a ver com algumas coisas que estão acontecendo com a classe Borei, vou ver se falo mais sobre isto mais tarde....


Aproveitando pra te "explorar" mais um pouco mais.

Que leitura você faz do projeto da vela dos submarinos classe Oscar que são estremamente cumpridas e relativamente pouco altas?



Abraços


Elizabeth, primeiramente mil desculpas por não ter te respondido antes. Eu devo postar sua resposta relativa aos Oscar I e II hoje á noite ok?

Sds

Walter

Re: Classe Oberon (Para o Walter)

Enviado: Qua Jan 03, 2007 1:27 pm
por Koslova
cicloneprojekt escreveu:
Koslova escreveu:Ola Walter

Obrigada pela belissima resposta.

Como feedback de agradecimentos. Eu mantenho algum contato com algumas pessoas da MB, que infelizmente, pela distancia ultimamente tem sido por MSN e mail apenas. Mostrei os posts para dois amigos, que são almirantes, que foram unanimes em elogiar a clareza e qualidade do que escreveu.... Realmente muito bom.

Porque te perguntei sobre o uso da fibra de vidro nos Oberons?

Tem a ver com algumas coisas que estão acontecendo com a classe Borei, vou ver se falo mais sobre isto mais tarde....


Aproveitando pra te "explorar" mais um pouco mais.

Que leitura você faz do projeto da vela dos submarinos classe Oscar que são estremamente cumpridas e relativamente pouco altas?



Abraços


Elizabeth, primeiramente mil desculpas por não ter te respondido antes. Eu devo postar sua resposta relativa aos Oscar I e II hoje á noite ok?

Sds

Walter




Claro... sera um prazer ler....


Abraço

Enviado: Qua Jan 10, 2007 2:41 pm
por WalterGaudério
Porque te perguntei sobre o uso da fibra de vidro nos Oberons?

Tem a ver com algumas coisas que estão acontecendo com a classe Borei, vou ver se falo mais sobre isto mais tarde....


Aproveitando pra te "explorar" mais um pouco mais.

Que leitura você faz do projeto da vela dos submarinos classe Oscar que são estremamente cumpridas e relativamente pouco altas?



Abraços



Elizabeth, primeiramente te peço desculpas pela demora em responder teu post. Não vou mentir. Eu realmente esqueci de responde-lo no ano passado devido a correria das festas de fim de ano. E agora a cerca de 3 dias meu computador caseiro resolveu dar pau de forma que só poderei acessar o que havia originalmente escrito qdo. Voltar para Fortaleza (estarei embarcado por 15 dias, a partir de sábado 13/1)

Enfim...

A resposta é impressionantemente simples.

Os Projekt 949/949 A usavam como os demais subs de sua geração(a 3ª. Geração de subs nucleares russos-Projekt 971 Akula/Bars, Projetkt 941 Taifun, Projekt 945 Sierra/Krab, Projekt 667BDR/BDRM Delta III IV Kalmar) diversos subsistemas novos , um deles, justamente uma nova(e revolucionária) cápsula de salvamento coletivo de tripulação.

Essa nova cápsula projetada em conjunto entre o(legendário) Bureau Rubin(cujo engenheiro –chefe deste projeto específico foi Viktor S. Zelenin) e o TASGi(instituto central de aero e hidrodinâmica), O modus operandi consistia no:

1 embarque de toda a tripulação do sub, na cápsula,

2 pressurização da cápsula,

3 ejeção da cápsula(situada na Vela do submarino), e

4 navegação por flutuabilidade positiva até a superfície, onde a tripulação poderia sobreviver por até 5 dias, aguardando resgate.

Justamente a Fase 3 é que apresenta a resposta a sua pergunta.

A Cápsula de Salvamento era “ejetada” do restante do casco por implosão das grimpas de fixação hidrodinâmicas presentes na vela do sub. Não sei como é exatamente o processo de separação dos estágios de um foguete, mas é (acredito ser) “mais ou menos por aí”. Acontece que não seria prático e lógico que essa grimpas fossem de aço(e portanto com solda feita em aço), Daí a necessidade de se proceder a solda de toda a estrutura em (interna) em liga de alumínio reforçada para facilitar sua cisão por detonação de cordite100(deve ser esse material, mas isso é especulação minha), para efetuar a liberação da cápsula do submarino.

Essa cápsula, 15K-47E era o modelo usado(ao que tudo indica) no submarino K-278 Konsomolets que foi perdido em 1989 ao largo da Noruega no Mar do Norte. No entanto, infelizmente houve uma falha de projeto ao se usar(novamente, reitero, isso é especulação minha e de alguns colegas)s o explosivo cordite 50, motivo pelo qual mudou-se para o Cordite 100, e reduziu-se de 6 para apenas 4 grimpas de fixação da cápsula à vela do submarino. Também houve falha de operação por parte dos tripulantes, que, em pânico, não atentaram para a correta pressurização da cápsula, antes de ejeta-la.

Daí advém a necessidade de se manter a vela baixa. A não interferência na separação cápsula/submarino. Como a cápsula é em formato trapezoidal então sua poarte superior ocupa um considerável espaço da vela do sub, usado primariamente para transporte das antenas do mastreamento(comunicações, periscópios de ataque e vigilância, antenas SINS, MAGE, etc), de forma que estes ficam possicionadas em dois sub-grupos a Frente e a ré da cobertura da cápsula.

No caso específico dos Projekt 949 A (Oscar II) temos que considerar ainda que havia a necessidade de se evitar uma possível interferência hidrodinâmica no momento do lançamento dos Mísseis SS-N-19. Mais ou menos o mesmo que pode acontecer no momento da separação Míssil-aeronave.

Qto. Mais baixa for a vela(no caso da configuração da vela/silos de lançamento lado-a-lado dos Oscar) menos interferência no momento do lançamento(mesmo sendo “a frio”).

Eu tenho várias fotos/esquemas destes detalhes, mas só vou conseguir posta-las na semana que vem.

Sds

Walter

Enviado: Qua Jan 10, 2007 2:41 pm
por WalterGaudério
Porque te perguntei sobre o uso da fibra de vidro nos Oberons?

Tem a ver com algumas coisas que estão acontecendo com a classe Borei, vou ver se falo mais sobre isto mais tarde....


Aproveitando pra te "explorar" mais um pouco mais.

Que leitura você faz do projeto da vela dos submarinos classe Oscar que são estremamente cumpridas e relativamente pouco altas?



Abraços



Elizabeth, primeiramente te peço desculpas pela demora em responder teu post. Não vou mentir. Eu realmente esqueci de responde-lo no ano passado devido a correria das festas de fim de ano. E agora a cerca de 3 dias meu computador caseiro resolveu dar pau de forma que só poderei acessar o que havia originalmente escrito qdo. Voltar para Fortaleza (estarei embarcado por 15 dias, a partir de sábado 13/1)

Enfim...

A resposta é impressionantemente simples.

Os Projekt 949/949 A usavam como os demais subs de sua geração(a 3ª. Geração de subs nucleares russos-Projekt 971 Akula/Bars, Projetkt 941 Taifun, Projekt 945 Sierra/Krab, Projekt 667BDR/BDRM Delta III IV Kalmar) diversos subsistemas novos , um deles, justamente uma nova(e revolucionária) cápsula de salvamento coletivo de tripulação.

Essa nova cápsula projetada em conjunto entre o(legendário) Bureau Rubin(cujo engenheiro –chefe deste projeto específico foi Viktor S. Zelenin) e o TASGi(instituto central de aero e hidrodinâmica), O modus operandi consistia no:

1 embarque de toda a tripulação do sub, na cápsula,

2 pressurização da cápsula,

3 ejeção da cápsula(situada na Vela do submarino), e

4 navegação por flutuabilidade positiva até a superfície, onde a tripulação poderia sobreviver por até 5 dias, aguardando resgate.

Justamente a Fase 3 é que apresenta a resposta a sua pergunta.

A Cápsula de Salvamento era “ejetada” do restante do casco por implosão das grimpas de fixação hidrodinâmicas presentes na vela do sub. Não sei como é exatamente o processo de separação dos estágios de um foguete, mas é (acredito ser) “mais ou menos por aí”. Acontece que não seria prático e lógico que essa grimpas fossem de aço(e portanto com solda feita em aço), Daí a necessidade de se proceder a solda de toda a estrutura em (interna) em liga de alumínio reforçada para facilitar sua cisão por detonação de cordite100(deve ser esse material, mas isso é especulação minha), para efetuar a liberação da cápsula do submarino.

Essa cápsula, 15K-47E era o modelo usado(ao que tudo indica) no submarino K-278 Konsomolets que foi perdido em 1989 ao largo da Noruega no Mar do Norte. No entanto, infelizmente houve uma falha de projeto ao se usar(novamente, reitero, isso é especulação minha e de alguns colegas)s o explosivo cordite 50, motivo pelo qual mudou-se para o Cordite 100, e reduziu-se de 6 para apenas 4 grimpas de fixação da cápsula à vela do submarino. Também houve falha de operação por parte dos tripulantes, que, em pânico, não atentaram para a correta pressurização da cápsula, antes de ejeta-la.

Daí advém a necessidade de se manter a vela baixa. A não interferência na separação cápsula/submarino. Como a cápsula é em formato trapezoidal então sua poarte superior ocupa um considerável espaço da vela do sub, usado primariamente para transporte das antenas do mastreamento(comunicações, periscópios de ataque e vigilância, antenas SINS, MAGE, etc), de forma que estes ficam possicionadas em dois sub-grupos a Frente e a ré da cobertura da cápsula.

No caso específico dos Projekt 949 A (Oscar II) temos que considerar ainda que havia a necessidade de se evitar uma possível interferência hidrodinâmica no momento do lançamento dos Mísseis SS-N-19. Mais ou menos o mesmo que pode acontecer no momento da separação Míssil-aeronave.

Qto. Mais baixa for a vela(no caso da configuração da vela/silos de lançamento lado-a-lado dos Oscar) menos interferência no momento do lançamento(mesmo sendo “a frio”).

Eu tenho várias fotos/esquemas destes detalhes, mas só vou conseguir posta-las na semana que vem.

Sds

Walter

Enviado: Qua Jan 10, 2007 2:47 pm
por FinkenHeinle
Que massa isso Walter!

Enviado: Qua Jan 10, 2007 2:59 pm
por Koslova
Ola Walter

Muitissimo obrigada pela resposta. Eram detalhes que eu simplesmente desconhecia completamente.



Abraço




cicloneprojekt escreveu:
Porque te perguntei sobre o uso da fibra de vidro nos Oberons?

Tem a ver com algumas coisas que estão acontecendo com a classe Borei, vou ver se falo mais sobre isto mais tarde....


Aproveitando pra te "explorar" mais um pouco mais.

Que leitura você faz do projeto da vela dos submarinos classe Oscar que são estremamente cumpridas e relativamente pouco altas?



Abraços



Elizabeth, primeiramente te peço desculpas pela demora em responder teu post. Não vou mentir. Eu realmente esqueci de responde-lo no ano passado devido a correria das festas de fim de ano. E agora a cerca de 3 dias meu computador caseiro resolveu dar pau de forma que só poderei acessar o que havia originalmente escrito qdo. Voltar para Fortaleza (estarei embarcado por 15 dias, a partir de sábado 13/1)

Enfim...

A resposta é impressionantemente simples.

Os Projekt 949/949 A usavam como os demais subs de sua geração(a 3ª. Geração de subs nucleares russos-Projekt 971 Akula/Bars, Projetkt 941 Taifun, Projekt 945 Sierra/Krab, Projekt 667BDR/BDRM Delta III IV Kalmar) diversos subsistemas novos , um deles, justamente uma nova(e revolucionária) cápsula de salvamento coletivo de tripulação.

Essa nova cápsula projetada em conjunto entre o(legendário) Bureau Rubin(cujo engenheiro –chefe deste projeto específico foi Viktor S. Zelenin) e o TASGi(instituto central de aero e hidrodinâmica), O modus operandi consistia no:

1 embarque de toda a tripulação do sub, na cápsula,

2 pressurização da cápsula,

3 ejeção da cápsula(situada na Vela do submarino), e

4 navegação por flutuabilidade positiva até a superfície, onde a tripulação poderia sobreviver por até 5 dias, aguardando resgate.

Justamente a Fase 3 é que apresenta a resposta a sua pergunta.

A Cápsula de Salvamento era “ejetada” do restante do casco por implosão das grimpas de fixação hidrodinâmicas presentes na vela do sub. Não sei como é exatamente o processo de separação dos estágios de um foguete, mas é (acredito ser) “mais ou menos por aí”. Acontece que não seria prático e lógico que essa grimpas fossem de aço(e portanto com solda feita em aço), Daí a necessidade de se proceder a solda de toda a estrutura em (interna) em liga de alumínio reforçada para facilitar sua cisão por detonação de cordite100(deve ser esse material, mas isso é especulação minha), para efetuar a liberação da cápsula do submarino.

Essa cápsula, 15K-47E era o modelo usado(ao que tudo indica) no submarino K-278 Konsomolets que foi perdido em 1989 ao largo da Noruega no Mar do Norte. No entanto, infelizmente houve uma falha de projeto ao se usar(novamente, reitero, isso é especulação minha e de alguns colegas)s o explosivo cordite 50, motivo pelo qual mudou-se para o Cordite 100, e reduziu-se de 6 para apenas 4 grimpas de fixação da cápsula à vela do submarino. Também houve falha de operação por parte dos tripulantes, que, em pânico, não atentaram para a correta pressurização da cápsula, antes de ejeta-la.

Daí advém a necessidade de se manter a vela baixa. A não interferência na separação cápsula/submarino. Como a cápsula é em formato trapezoidal então sua poarte superior ocupa um considerável espaço da vela do sub, usado primariamente para transporte das antenas do mastreamento(comunicações, periscópios de ataque e vigilância, antenas SINS, MAGE, etc), de forma que estes ficam possicionadas em dois sub-grupos a Frente e a ré da cobertura da cápsula.

No caso específico dos Projekt 949 A (Oscar II) temos que considerar ainda que havia a necessidade de se evitar uma possível interferência hidrodinâmica no momento do lançamento dos Mísseis SS-N-19. Mais ou menos o mesmo que pode acontecer no momento da separação Míssil-aeronave.

Qto. Mais baixa for a vela(no caso da configuração da vela/silos de lançamento lado-a-lado dos Oscar) menos interferência no momento do lançamento(mesmo sendo “a frio”).

Eu tenho várias fotos/esquemas destes detalhes, mas só vou conseguir posta-las na semana que vem.

Sds

Walter

Enviado: Qua Jan 10, 2007 2:59 pm
por Koslova
Ola Walter

Muitissimo obrigada pela resposta. Eram detalhes que eu simplesmente desconhecia completamente.



Abraço




cicloneprojekt escreveu:
Porque te perguntei sobre o uso da fibra de vidro nos Oberons?

Tem a ver com algumas coisas que estão acontecendo com a classe Borei, vou ver se falo mais sobre isto mais tarde....


Aproveitando pra te "explorar" mais um pouco mais.

Que leitura você faz do projeto da vela dos submarinos classe Oscar que são estremamente cumpridas e relativamente pouco altas?



Abraços



Elizabeth, primeiramente te peço desculpas pela demora em responder teu post. Não vou mentir. Eu realmente esqueci de responde-lo no ano passado devido a correria das festas de fim de ano. E agora a cerca de 3 dias meu computador caseiro resolveu dar pau de forma que só poderei acessar o que havia originalmente escrito qdo. Voltar para Fortaleza (estarei embarcado por 15 dias, a partir de sábado 13/1)

Enfim...

A resposta é impressionantemente simples.

Os Projekt 949/949 A usavam como os demais subs de sua geração(a 3ª. Geração de subs nucleares russos-Projekt 971 Akula/Bars, Projetkt 941 Taifun, Projekt 945 Sierra/Krab, Projekt 667BDR/BDRM Delta III IV Kalmar) diversos subsistemas novos , um deles, justamente uma nova(e revolucionária) cápsula de salvamento coletivo de tripulação.

Essa nova cápsula projetada em conjunto entre o(legendário) Bureau Rubin(cujo engenheiro –chefe deste projeto específico foi Viktor S. Zelenin) e o TASGi(instituto central de aero e hidrodinâmica), O modus operandi consistia no:

1 embarque de toda a tripulação do sub, na cápsula,

2 pressurização da cápsula,

3 ejeção da cápsula(situada na Vela do submarino), e

4 navegação por flutuabilidade positiva até a superfície, onde a tripulação poderia sobreviver por até 5 dias, aguardando resgate.

Justamente a Fase 3 é que apresenta a resposta a sua pergunta.

A Cápsula de Salvamento era “ejetada” do restante do casco por implosão das grimpas de fixação hidrodinâmicas presentes na vela do sub. Não sei como é exatamente o processo de separação dos estágios de um foguete, mas é (acredito ser) “mais ou menos por aí”. Acontece que não seria prático e lógico que essa grimpas fossem de aço(e portanto com solda feita em aço), Daí a necessidade de se proceder a solda de toda a estrutura em (interna) em liga de alumínio reforçada para facilitar sua cisão por detonação de cordite100(deve ser esse material, mas isso é especulação minha), para efetuar a liberação da cápsula do submarino.

Essa cápsula, 15K-47E era o modelo usado(ao que tudo indica) no submarino K-278 Konsomolets que foi perdido em 1989 ao largo da Noruega no Mar do Norte. No entanto, infelizmente houve uma falha de projeto ao se usar(novamente, reitero, isso é especulação minha e de alguns colegas)s o explosivo cordite 50, motivo pelo qual mudou-se para o Cordite 100, e reduziu-se de 6 para apenas 4 grimpas de fixação da cápsula à vela do submarino. Também houve falha de operação por parte dos tripulantes, que, em pânico, não atentaram para a correta pressurização da cápsula, antes de ejeta-la.

Daí advém a necessidade de se manter a vela baixa. A não interferência na separação cápsula/submarino. Como a cápsula é em formato trapezoidal então sua poarte superior ocupa um considerável espaço da vela do sub, usado primariamente para transporte das antenas do mastreamento(comunicações, periscópios de ataque e vigilância, antenas SINS, MAGE, etc), de forma que estes ficam possicionadas em dois sub-grupos a Frente e a ré da cobertura da cápsula.

No caso específico dos Projekt 949 A (Oscar II) temos que considerar ainda que havia a necessidade de se evitar uma possível interferência hidrodinâmica no momento do lançamento dos Mísseis SS-N-19. Mais ou menos o mesmo que pode acontecer no momento da separação Míssil-aeronave.

Qto. Mais baixa for a vela(no caso da configuração da vela/silos de lançamento lado-a-lado dos Oscar) menos interferência no momento do lançamento(mesmo sendo “a frio”).

Eu tenho várias fotos/esquemas destes detalhes, mas só vou conseguir posta-las na semana que vem.

Sds

Walter

Enviado: Qua Jan 10, 2007 4:30 pm
por A-29
Caramba, essa cápsula russa beira o inacreditável!
Walter, saberia dizer quais seriam as dimensões aproximadas da cápsula? Para poder acomodar toda a tripulação, ela certamente é bem grandinha.
O Kursk tinha algum tipo de dispositivo semelhante?