A Piada..... num tem outra definição

Área para discussão de Assuntos Gerais e off-topics.

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Marechal-do-ar
Sênior
Sênior
Mensagens: 8789
Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 419 vezes

#61 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Jan 25, 2004 8:01 pm

Ameaçador esse texto, "ou vocês continuam pobres como estão ou ficaram mais pobres ainda" tudo o que eu posso chamar de patético, ridículo, etc. no caso do Brasil a maioria desses titulos (e tambem reais fora do Brasil) estão nas mãos de banqueiros, motivo, quando houve a abertura econômica quem tinha dinheiro para comprar os bancos brasileiros que estavam cheios de reais no caixa eram os bancos estrangeiros, e dessa forma eles conseguiram juntar os reais necessários para controlar a nossa economia, acabar com esse controle é muito facil, mas a medida que deve ser tomada parece que vai causar um grande estrago, você simplesmente emite muita grana, corta os juros e impostos e duplica a conta corrente dos brasileiros mais pobres e baixa uma medida que todos os preços e salários são duplicados, resultado uma inflação de 100% no primeiro mes e um pouco mais de 10% no segundo reduzindo a cada mes subsequente, mas por outro lado os bancos internacionais e todos os extrangeiros que tem reais perdem metade da grana da noite pro dia e suas influencias sobre o Brasil caem.




Avatar do usuário
VICTOR
Sênior
Sênior
Mensagens: 4238
Registrado em: Qua Fev 19, 2003 5:50 pm
Localização: Curitiba
Agradeceu: 3 vezes

#62 Mensagem por VICTOR » Dom Jan 25, 2004 8:27 pm

Pra começar, "de nada" por ter conseguido a referência para aumentar o nível da discussão... Você está devendo o seu, não? :wink:

:roll: :roll:

Esse seu plano de libertação econômica é sério ou é ironia? Existe alguma fonte confiável sobre isso? Maria da Conceição Tavares, talvez? Estou falando sério, porque ela é a grande proponente dos choques heterodoxos atualmente. Sinceramente, já foi tentado e todo mundo se lembra do estado que Sarney entregou a economia...

Quanto ao texto, ele bate na tecla anti-heterodoxa: de que a nossa economia e nosso país têm jeito, mas é um trabalho duro, de médio/longo prazo. A história já mostrou o que acontece com "planos salvadores da pátria", o que há de patético ou ridículo nisso?




Carlos Eduardo

Podcast F1 Brasil
Marechal-do-ar
Sênior
Sênior
Mensagens: 8789
Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 419 vezes

#63 Mensagem por Marechal-do-ar » Dom Jan 25, 2004 8:48 pm

Patético e ridículo por ser um texto que fala para seguirmos as regras do jogo inventado pelos EUA e continuarmos pobres, acho que 99% dos brasileiros preferem ser ricos a serem pobres então não é patético e ridículo aceitarmos sermos pobres?




Avatar do usuário
VICTOR
Sênior
Sênior
Mensagens: 4238
Registrado em: Qua Fev 19, 2003 5:50 pm
Localização: Curitiba
Agradeceu: 3 vezes

#64 Mensagem por VICTOR » Dom Jan 25, 2004 9:02 pm

Você acha que existe algum jeito de ficar rico do dia pra noite que não seja loteria? Ninguém está falando pro Brasil ficar pobre, pelo contrário, essa é a receita para fazer a coisa ir pra frente, vinda de quem entende do assunto.

Já o seu plano me parece o jeito mais rápido de ficarmos mais pobres. Querer achar que existe saída sem ajuste fiscal é achar que é festa, não é? Os argentinos aprenderam isso da pior maneira possível (e parecem dispostos a insistir no erro, coitados. De onde viria a riqueza nesse plano? Quantos anos o PIB, que cairia horrorosamente, levaria pra se recuperar (vide Argentina)? E ainda por cima com o dólar na estratosfera?




Carlos Eduardo

Podcast F1 Brasil
Marechal-do-ar
Sênior
Sênior
Mensagens: 8789
Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 419 vezes

#65 Mensagem por Marechal-do-ar » Seg Jan 26, 2004 12:06 am

Victor, no texto eu só vi a recita para continuar como esta onde diz que se continuarmos nossa política iremos enriquecer? E gente que entende do assunto? Gente que entende do assunto não conta a recita pros outros para eles poderem aproveitar todo o bolo sozinhos, isso ai ta mais parecendo um texto de quem quer que as coisas continuem como estão, talvez porque ele seja um banqueiro ou investidor americano e esteja lucrando com isso.




Malandro
Sênior
Sênior
Mensagens: 1808
Registrado em: Sex Set 19, 2003 1:23 pm

#66 Mensagem por Malandro » Ter Jan 27, 2004 2:51 pm

Existe alguma fonte confiável sobre isso? Maria da Conceição Tavares, talvez? Estou falando sério, porque ela é a grande proponente dos choques heterodoxos atualmente. Sinceramente, já foi tentado e todo mundo se lembra do estado que Sarney entregou a economia...



Excelente observação VIctor . Provavelemnte o Marechal é uma mistura de Reinaldo Gonçalvez com Maria da COnceição Tavares e Carlos Lessa !!! :D

E gente que entende do assunto? Gente que entende do assunto não conta a recita pros outros para eles poderem aproveitar todo o bolo sozinhos


Mas Economia é um jogo onde TODOS podem ganhar e não um sobre o outro como adora nossa esquerda moda anos 50 .




Malandro
Sênior
Sênior
Mensagens: 1808
Registrado em: Sex Set 19, 2003 1:23 pm

#67 Mensagem por Malandro » Ter Jan 27, 2004 9:36 pm

Para entrar aqui e discutir com alguém, não é preciso ser doutor nem nada. Mas também não pode ser admitido que uma pessoa tente rebaixar o outro devido a sua formação(isso vale para os 2, Malandro e Spetz). O respeito às idéias alheias é fundamental.


Poxa , desculpa César más é que o Spetnaz começou exibindo suas credenciais crente que era o bam bam bam do fórun e me rebaixei ao seu nível exibindo as minhas . Bem fez o VIctor que demontra ser uma pessao muito culta e equilibrada mas não entrou na roda de provocações de Spetnaz . nao quis deteriorar nínguém , aliás , César semrpe achei voc^um dos participantes cujas opioniões , não importa o assunto , bem maduras e bem fundamentadas para algém de sua idade e saiba que nunca desconsiderei n'ngue'm em funçao de sua formação acad6emica e você não seria o primeiro . Repetindo foi apenas uma resposta pontual ao Spetnaz . E lembrando que há longa data tenho participado aqui neste forun de debates sobre Economia tb mas nunca exibi iminhas credenciais para dar um "cala boca"nos meus oponentes pois acredito que mais importante do que mostrar as credenciais é mostrar que você está 's altura delas com argumentos bem fundamentados que voc6 acredite ( sim pq a Economia como não pertence às Ciências Exatas dá margens à inúmeras interpretações ) sem ser arrogante .

E, além do mais, se as exportações forem boas mesmo, junto com um crescimento do mercado interno, os salários talvez acompanhem a inflação, impedindo(ou amenizando) a queda de produção da indústria, e por fim a diminuição dos empregos.


Perfeito , aliás , a mega dsvalorização do Real foi maís benéfica que maléfica .

Ahh, e aquele livro lá, realmente saiu de produção parece. Eu preguntei nas livrarias daqui, e todas tiveram a mesma resposta. "Esse livro parou de ser publicado". Uma pena....


Era um grande livro... que pena . Mas talvez pela Amazon se vc tiver confiança no comércio online voc6e encontr nem que seja em ingl6es , acho .




Marechal-do-ar
Sênior
Sênior
Mensagens: 8789
Registrado em: Qua Set 10, 2003 8:28 pm
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 419 vezes

#68 Mensagem por Marechal-do-ar » Ter Jan 27, 2004 10:55 pm

Malandro escreveu:
Existe alguma fonte confiável sobre isso? Maria da Conceição Tavares, talvez? Estou falando sério, porque ela é a grande proponente dos choques heterodoxos atualmente. Sinceramente, já foi tentado e todo mundo se lembra do estado que Sarney entregou a economia...



Excelente observação VIctor . Provavelemnte o Marechal é uma mistura de Reinaldo Gonçalvez com Maria da COnceição Tavares e Carlos Lessa !!! :D

E gente que entende do assunto? Gente que entende do assunto não conta a recita pros outros para eles poderem aproveitar todo o bolo sozinhos


Mas Economia é um jogo onde TODOS podem ganhar e não um sobre o outro como adora nossa esquerda moda anos 50 .

Malandro, se eu so uma mistura de Reinaldo Gonçalvez com Maria da COnceição Tavares e Carlos Lessa, você é (*) (Resolvi não escrever nada para evitar que isso se torne uma troca de provocações), e claro que economia é um jogo onde todos podem ganhar, mas uns ganham dinheiro outros experiência...




Malandro
Sênior
Sênior
Mensagens: 1808
Registrado em: Sex Set 19, 2003 1:23 pm

#69 Mensagem por Malandro » Ter Jan 27, 2004 11:52 pm

Malandro, se eu so uma mistura de Reinaldo Gonçalvez com Maria da COnceição Tavares e Carlos Lessa, você é (*) (Resolvi não escrever nada para evitar que isso se torne uma troca de provocações),


Calma MArechal!!! :shock: Minha intenção era só brincar . A culpa talvez tenha sido minha pois muitos não conhecem a linha de pensamenteo desses economistas ( se bem que se não me engano Carlos Lessa não é mas tem a mesma linha de raciocínio dos 3 anteriores . Carlos lessa agora no comando do BNDES é ex- reitor da UFRJ , centro de excel6encia acad6emica em Economia mas que adota um viés esquerdista ) . Em outras palavras o que quis dizer é que as idéias de Marechal se aproximam mais destas 3 pessoas . FOi só essa minha intenção . :wink:




Avatar do usuário
Clermont
Sênior
Sênior
Mensagens: 8842
Registrado em: Sáb Abr 26, 2003 11:16 pm
Agradeceu: 632 vezes
Agradeceram: 644 vezes

#70 Mensagem por Clermont » Ter Fev 10, 2004 7:12 pm

O autor - um conceituado filósofo -, se não for filiado ao PT, ao menos costumava escrever artigos na principal revista dessa agremiação, a "Teoria & Debate" (aliás, usa como acrônimo T&D, que o pessoal ligado em assuntos militares tanto conhece...)

À propósito, os grifos são do amigo de sempre, o Clermont.

CONTRA O FICHAMENTO DOS NORTE-AMERICANOS.

"Reciprocidade não é lei de Talião. Não é olho por olho, dente por dente. Há uma dignidade em quem, sentindo-se ofendido, se recusa a reagir na mesma moeda. Há uma grandeza em não punir indivíduos por ações de seu governo. Estamos abrindo mão dessa qualidade moral".

Por Renato Janine Ribeiro

Pensei muito no que dizer sobre as medidas que o Brasil tomou em relação aos visitantes norte-americanos, em resposta ao fichamento que Washington adotou contra os nossos que entram nos Estados Unidos. Tive dúvidas a respeito. E pensei muito nisso, até para não ser parcial, porque me estressei, há dias, numa fila de quase uma hora no aeroporto de Nova York, e não queria ser influenciado por minha experiência pessoal.

E não fui mesmo influenciado, porque sou contra a retaliação. Para ficar claro: reciprocidade não é retaliação. Reciprocidade é: eu trato você bem, você me trata bem. Retaliação é: você me trata mal, eu o trato mal.

A reciprocidade é a justiça no seu melhor momento, quando pende para o amor, a caridade e a bondade. Já a retaliação é a justiça no seu pior momento, quando ela quase se desfigura, porque fica marcada pela vingança, que é sua mais feia caricatura.

Não precisamos ser Gandhi ou Cristo para perceber que a retaliação – a lei de Talião, que mandava cobrar olho por olho, dente por dente – é algo que não tem guarida no direito nem na consciência ética de hoje. Só deve valer excepcionalmente, jamais como regra.

É claro que o Brasil tem o direito de retaliar os Estados Unidos pelo que estes decretaram, e também é claro que o governo Bush, após o atentado às duas torres, impôs ao resto do mundo padrões de segurança que são os seus, a custos altos para todos os países e povos. O assunto tem muitas facetas. Mas quero me concentrar naquelas que dependem de nós, brasileiros, ou de nosso governo.

Ora, toda a experiência do século XX ensina que devemos reduzir ao mínimo as medidas adotadas com base em princípios abstratos, que levam em conta os governos e não as pessoas! Os norte-americanos que vêm ao Brasil esperam horas a fio para carimbar o dedo em fichas que somente servirão, daqui a algumas décadas, para alguém fazer uma tese sobre o perfil digital, se posso assim dizer, deles. A papelada vai ficar arquivada. Esse, sim, é um princípio que o Brasil historicamente adotou demais, e do qual não pode se orgulhar: o da burocracia inútil e infecunda.

Em vez de princípios abstratos, pensemos em princípios mais importantes. Proponho um: que toda ação que signifique violência, desrespeito ou abuso somente seja respondida na mesma proporção quando não houver alternativa. É simples, não é? Não exige, repito, que ninguém seja Gandhi ou Cristo. É elementar haver bom senso. Por que deixar que a violência, o desrespeito ou o abuso praticados pelo outro nos pautem? Por que, se o controle digital nos aeroportos dos Estados Unidos nos ofende, temos que ofender de maneira igual?

Essa é uma das lições básicas que ensinamos às crianças: devem reagir à agressão, mas de maneira comedida e, quando puderem não ser agressivas, é melhor. É um princípio da lei: um criminoso deve ser contido, mas o uso da força deve ser criterioso e limitado. Então, por que responder na mesma moeda?

Seria mais inteligente, como alguns já propuseram, fazer dessa situação uma arma de propaganda – entregando aos visitantes, antes de entrarem no Brasil, um folheto dizendo que nosso país não vai adotar retaliações. Ganharíamos com a propaganda. Ganharíamos com a comparação. Em vez disso, penalizamos, em função da política do governo Bush, indivíduos privados, que justamente estão querendo nos visitar, nos conhecer. Há melhor modo de fazer que não queiram voltar, que não queiram gostar de nós? Duvido.

Um segundo princípio: está mais que na hora de distinguir entre governos e cidadãos. Esse é um princípio do qual não podemos arredar pé. Discordo de quase tudo do governo Bush. Aliás, o presidente dos Estados Unidos conseguiu colocar a opinião pública mundial quase inteira contra ele! O poder de seu país nas esferas internacionais assenta cada vez mais na força militar e econômica, e cada vez menos em valores morais ou no respeito legítimo. A arrogância só revela uma fraqueza mal dissimulada.

Mas quer isso dizer que a metade dos seus concidadãos que votou contra Bush deva ser punida? Quer isso dizer que devamos, ainda hoje, confundir seres humanos e governantes? Isso já aconteceu muitas vezes no passado, e ainda sucede. De vez em quando, guerrilheiros colombianos seqüestram cidadãos de países ricos, sem levar em conta que aqueles que vão se aventurar nas florestas são, justamente, os que mais simpatizam com os ideais de justiça social que os mesmos guerrilheiros alegam defender. Basta ver as fotos dos últimos jovens que foram reféns, por meses, das FARC para entender o que estou dizendo: são jovens mochileiros, com caras de hippie.

O que eu disse até agora é respeito humano. É ética e não política. Uma política sem ética é cada vez menos aceitável. Deu em coisas horríveis. No caso de que trato, ou temos respeito pelos hóspedes ou não temos. Mas agora entro no campo da política. Gostemos ou não de Bush, seu governo está fotografando e tirando as digitais, para utilizar essa documentação. Ela não fica em arquivo morto. É prontamente checada com um banco de dados.

Ora, não é nada disso o que vemos acontecer no Brasil. Em nosso país, é puro desperdício. Fazemos visitantes suar horas a fio para acumular papelada. Fazemos policiais federais se desviarem de tarefas mais importantes – como por exemplo avançar na Operação Anaconda, que prendeu juízes acusados de vender sentenças – só por uma noção duvidosa de brios nacionais.

Um juiz de primeira instância intervém em nossas relações internacionais, e o governo não tuge nem muge. Nem tem a reação óbvia, exigindo que a questão seja tratada por um tribunal superior. Aliás, ficamos sabendo que o governo, que contingência os gastos sociais, cogita comprar equipamentos mais modernos para tirar impressões digitais – mais uma vez, para nada. Para, absolutamente, nada. Nada disso vai ser usado para fim nenhum. É gasto à toa, de dinheiro público e de tempo privado.

É essa a lição de cidadania a que estamos assistindo? É isso o que queremos do governo que elegemos? Que gaste em coisa inútil? Que irrite pessoas inocentes?

Tenho elogiado nossa política externa. O presidente Lula obteve prestígio internacional. O Brasil está se aproximando de nossos aliados naturais, os países do Terceiro Mundo, e fortalecendo uma alternativa à política dos países ricos. Apóio isso. Mas, justamente pela relevância dessas questões, me recuso a confundi-las com uma picuinha mal-humorada.

Uma coisa é enfrentar os Estados Unidos e sua arrogância em Cancun, formando um grupo de países que querem reduzir o abismo Norte-Sul. Outra, completamente diferente, é incomodar pessoas privadas. Não podemos nivelar por baixo a nossa política externa. O que há de bom nela não pode ser contaminado com uma medida mesquinha.

Para terminar, repito ao juiz que tomou essa decisão, e ao governo que não reage contra ela nas instâncias competentes: reciprocidade não é lei de Talião. Não é olho por olho, dente por dente. Há uma dignidade em quem, sentindo-se ofendido, se recusa a reagir na mesma moeda. Há uma grandeza em não punir indivíduos por ações de seu governo. Estamos abrindo mão dessa qualidade moral. Acho errado.

PS – Lamento notar que neste assunto tenho que discordar de um amigo querido, Ricardo Seitenfus, que defendeu na Folha de S. Paulo, quando esta coluna estava quase pronta, a medida do juiz. Mas a virtude da amizade não é estarmos sempre de acordo: é nos respeitarmos na discordância.




Responder