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miliko
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#61 Mensagem por miliko » Qua Out 01, 2003 11:36 am

Com certeza. eles eram pretensiosos., agora, dizer que toda a humanidade estava errada e pretensao demais, beira o ridiculo..
agora, ele nao analisou toda a historia. a epoca de suas analises, recentemente haviam começado a descobrir as ruinas do imperio babilonico, que desde os sumerios ocuparam por centenas de anos aquilo que foi o brço da civilização , tanto europeia qto do oriente medio e proximo. Como os estudos feitros ate hj ainda sao incompletios, e como quem estuda essas civilizações verifica que a bagagem cultural deles nos foi trans,mitida, ate hj, para as nosas civilizações, ele nao fez uma analise de todas a historia,. Isso tbm e pretensao. alem disso, naquela epoca as tecnicas de pesquisa historica eram incipientes, a historia como ciencia ainda nao havia se firmado ( ate hj nao se firmou, pouis see considera uma ciencia em construção),entao conclui-se que sua analise e falha e imcompleta.




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#62 Mensagem por Spetznaz » Qua Out 01, 2003 2:40 pm

Rapaz. É dificil conversar com vc hein.
Eu coloquei "toda" a história por causa disso. Marx nao se preocupou com sumérios, babilonios, macacos e girinos................
Marx fez uma sintese das relaçoes sociais e economicas desde a idade média - alta, se nao me engano - até os dias dele.........nao me lembro se foi até a antiga, mas nao interessa, essa nao era a finalidade dele.........

Falar que naquela época a historia era uma ciencia inscipiente nao prova nada.......nao mostra que marx estava errado. Ele nao se agarrou a detalhes das vestimentas do babilonios quando estava sol ou chuva.
Ele queria saber como se dava as relaçoes sociais e economicas.......aquilo era perfeitamente definido já naquela época. Nao precisa de uma história avançada para saber que as multinacionais nao existiam naquela época e que a produçao era manual e os trabalhadores individuais, sem exploraçao promoviam a produçao dos bens...........é simples.




miliko
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#63 Mensagem por miliko » Qua Out 01, 2003 6:03 pm

discordo de vc, spetz. Creio que seria importante estudar os meios de produção deses periodos tbm para que se tivesse uma visao macro do processo da evolução historica. qto ao fato da historia ser incipiente naquela epoca, tbm creio que isso prejudicou um pouco a sua analise, principalmente qto ao que o historiador chama de critica da fonte. No estudo da evolução da historia enqunto ciencia, se estudam as principais corentes, dentre elas o marxismo, com o materialismo historico, o positivismo e a chamada corrente dos analles, na frança. alguns creem que a fusao desses tres modos de encarar a historia, aproveitando o q cada um tem de ponto alto seja o metodo mais proximo do cientifico, ja que nao fica algo tao tendencioso , pois enquanto o positivismo, por exemplo, se atem basicamente a coleta do fato historico e a critica severa da fonte, o materialismo coloca a dialetica e a chamada consciencia critica, e a escola dos analles utiliza principos dos dois ramos e se extende ao estudos interdisciplinares. Creio que com essa visao multifacetada, sem radicalizar( ou melhor, ser extremista, se e que me entende..rs) se chega a uma visao mais ampla do fato historico




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#64 Mensagem por Spetznaz » Qua Out 01, 2003 10:28 pm

Realmente......sem comentários.............




miliko
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cartas dos leitores-o globo on line

#65 Mensagem por miliko » Qua Out 29, 2003 3:21 pm

Cartas dos leitores

Anistia e isenção

Por que um anistiado que ganha R$ 3.200 vai ficar isento de Imposto de Renda e eu que sou aposentado e ganho R$ 1.400 tenho de pagar?
MARCO ANTÔNIO CARVALHEIRA MONTANO (por e-mail, 28/10), Rio

Passei quatro anos estudando na faculdade. Hoje, formado, não consigo emprego. Agora fico sabendo que um anistiado, irmão do presidente Lula, que passou 17 dias preso, está recebendo R$ 3.700 por mês, e pleiteia mais de R$ 400.000 em benefícios retroativos. Será que é preciso se tornar um rebelde para ser reconhecido pelo governo?
BRUNO BARROSO DE SOUZA ALVES PEIXOTO (por e-mail, 28/10), Niterói, RJ

Gostaria de saber em que classificação de cidadania estão inclusos os anistiados, pois eles terão direito a isenção de Imposto de Renda e os demais cidadãos não. Nem os militares, que prestaram anos sem fim de serviços à pátria, nem os demais trabalhadores que durante 30, 35 ou 40 anos recolheram impostos e contribuições aos cofres públicos terão direito a esse benefício.
CARLOS MÁRCIO MACHADO PEIXOTO (por e-mail, 28/10), Niterói, RJ

A Lei da Anistia garantiu aos ex-ativistas políticos superaposentadorias. Dos beneficiários, poucos foram os que trabalharam e os que o fizeram foi por pouco tempo, portanto, não alcançariam o tempo necessário para usufruir o benefício da aposentadoria à luz da legislação previdenciária. Essa lei foi mais um artifício criado pelo Legislativo para beneficiar alguns poucos. Hoje, parte dessa minoria, além de estar percebendo um polpudo benefício para o qual pouco fez, ainda está encastelada no serviço público. Conforme este jornal, frei Chico, irmão do presidente Lula, recebe R$ 3.760 a título de aposentadoria concedida pelo INSS e ainda receberá R$ 460.000 de benefício retroativo. Como se isso não bastasse, o governo cogita isentar do Imposto de Renda os ex-ativistas políticos. Nós, aposentados que contribuímos durante 35 anos pelo teto previdenciário, hoje estamos percebendo quase metade do número de salários-mínimos do início do benefício e ainda pagamos Imposto de Renda.
FRANCISCO DE FIGUEIREDO AGUIAR (por e-mail, 28/10), Rio

Fiquei perplexo ao ler que alguns brasileiros, inclusive o presidente, ganham uma aposentadoria por serem anistiados políticos. Gostaria de saber como foi feito o cálculo para chegar aos valores do benefício, pois a aposentadoria paga é maior do que a minha. Eu trabalhei durante anos, acordando cedo todos os dias, enfrentando condução lotada e muitas vezes indo para o trabalho doente. Como eu existem milhões de brasileiros que fizeram muito mais pelo país do que esses cidadãos e recebem uma vergonha de aposentadoria. É por essas e outras que eu não acredito na recuperação do Brasil.
JONI DA COSTA LOPES (por e-mail, 28/10), Rio

O presidente Lula vai assinar decreto isentando de pagamento do IR as aposentadorias de cerca de três mil ex-ativistas políticos beneficiados pela Lei de Anistia. Como esta lei é ampla e veio beneficiar não só os ex-ativistas, mas também aqueles que estavam a serviço dos governos da época e que, segundo a Constituição, “dedicavam-se ao serviço da pátria, cujas instituições defenderiam com o sacrifício da própria vida”, fica a pergunta: se a Lei da Anistia é ampla e irrestrita, e beneficiou os dois lados ideologicamente contrários, o novo decreto, por uma questão de igualdade, não deverá dar isenção do IR àqueles que serviam à pátria?
ROBERTO CAMPOS ZUQUIM (28/10), Rio






esse e o sistema de medidas dos marxistas. O mesmo peso e a mesma medida para todos, so que a balança e que esta adulterada




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#66 Mensagem por Guerra » Qua Out 29, 2003 3:50 pm

Alguém aqui nesse fórum já disse que o capitalismo no Brasil deu errado, outro disse que o Brasil não esta preparado para o socialismo. Qual seria o sistema ideal então?




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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#67 Mensagem por miliko » Qui Out 30, 2003 7:25 pm

saca so o padrao dos nossos governantes
ANCELMO GOIS

Anistia

A Comissão de Anistia adiou ontem o julgamento do processo 2001.01.03415, em que José Dirceu pede que se conte, para aposentadoria, seu tempo no exílio.

agora olha a opiniao dos leitores de jornais
CARTAS DOS LEITORES

Isenção de IR

É uma falta de respeito ao trabalhador o que o presidente da República fará em relação às aposentadorias consideradas especiais: isenção do pagamento do Imposto de Renda às aposentadorias de cerca de 3 mil ex-ativistas políticos e terroristas beneficiados pela Lei de Anistia. É uma farra com dinheiro público. E o PT ficou no Congresso fazendo carga em cima da reforma da Previdência, jogando duro com o trabalhador, para beneficiar alguns privilegiados, muitos deles seus filiados. Um profissional que descontava sobre 20 salários-mínimos na época da sua aposentadoria ganha hoje, brutos, aproximadamente 5,7 salários. Ou seja, do valor que teria de ser pago — R$ 4.800 — esse profissional recebe cerca de R$ 1.400, sem o desconto do IR. Que se faça uma revisão nos valores das aposentadorias daqueles que trabalharam anos a fio, duramente, sem que tenham disparado um tiro sequer, ou assaltado bancos.
ANTÔNIO CARLOS LOPES (por e-mail, 29/10), Rio

Aposentadorias excepcionais com processos desarquivados para serem transformadas em indenizações visando à dispensa do Imposto de Renda são a prova cabal de que neste país se legisla em causa própria. Neste caso são beneficiários imediatos Luiz Inácio Lula da Silva, seu irmão José Ferreira da Silva e demais companheiros anistiados. Essa benesse só será possível em decorrência da redução em 30% das pensões em decorrência da morte do beneficiário, de anos e anos de salários corroídos pela inflação e da não correção da tabela do Imposto de Renda, medida esta que atingirá a grande maioria desprovida de quaisquer regalias.
SÉRGIO HENRIQUE WERNECK MACHADO (por e-mail, 29/10), Rio

Mário Kozel Filho, um jovem soldado que não se envolvia em política, cumpria seu quarto de hora no posto de sentinela à frente do quartel general do II Exército em São Paulo. A explosão de um carro-bomba lançado contra o prédio pôs fim à sua breve existência dilacerando seu corpo. Os responsáveis por ato tão covarde devem fazer parte dos anistiados e indenizados de agora. E mais, serão isentados do pagamento do Imposto de Renda, privilégio que, acredito, não atingirá a família do soldado.
AMILTON DA SILVA MUNIZ (via Globo On Line, 28/10), Rio

mais detalhes sobre lose dirceu( a proposito, o lider do grupo guerrilheiro ao qual ele pertenceu era chefe do serviço de inteligendcia cubano)
Dirceu quer se aposentar mais cedo
Chefe da Casa Civil pede à Comissão de Anistia incorporação de 10 anos em que viveu como clandestino

Hugo Marques

BRASÍLIA - Aos 57 anos, o chefe da Casa Civil, ministro José Dirceu, quer antecipar a aposentadoria. Entrou com pedido na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça para incorporar 10 anos em que viveu na clandestinidade na contagem de tempo para ter direito ao benefício.

- Se aceito o pedido, os anos que ele foi impedido de trabalhar entrarão na contagem de tempo para efeito de aposentadoria - explica Roberto Aguira, ex-secretário de Segurança Pública do Rio.

Aguiar é um dos conselheiros da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e foi nomeado relator do processo do ministro. Em janeiro do ano passado, a comissão aprovou indenização de R$ 59 mil para Dirceu, ao reconhecer sua condição de anistiado.

O pedido de incorporação de 10 anos para contagem da aposentadoria foi apresentado pelo advogado Sebastião Ferreira Leite. A solicitação seria julgada ontem, mas a pedido do advogado, a comissão de anistia adiou a decisão. Ferreira Leite alegou ter perdido o vôo de Goiânia.

Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), José Dirceu de Oliveira e Silva foi preso em 1968 e exilado um ano depois. No currículo do ministro, consta que, no exílio, estudou e trabalhou em Cuba. Retornou ao Brasil em 1975, fez cirurgia plástica e viveu, com outra identidade, no interior do Paraná, onde casou-se e teve um filho. Em 1979, com a assinatura da anistia, reassumiu o nome de batismo e retornou à atividade política.

Roberto Aguiar disse que não pode dar detalhes do processo de Dirceu. A assessoria do chefe da Casa Civil alegou não ter conseguido contato com o ministro para comentar o assunto. No início do ano, Dirceu negou notícias sobre tentativa de antecipar o pedido de aposentadoria para escapar das novas regras impostas pela aprovação da reforma da Previdência.

O presidente da Associação Brasileira de Anistiados Políticos, Carlos Fernandes, afirmou ser normal o pedido de incorporação do tempo de clandestinidade ao período de contagem da aposentadoria. Segundo ele, a Comissão de Anistia já aprovou vários casos semelhantes ao do chefe da Casa Civil.

OPINIÃO





PAINEL DO LEITOR

Anistiados

"Gostaria de saber qual é a justificativa para que se dê isenção de Imposto de Renda para as aposentadorias especiais dos anistiados ("Lula deve isentar anistiados do pagamento de IR", Brasil, 29/10). Ora, tendo o Estado, durante o regime militar, causado a essas pessoas danos morais e, não raro, físicos, nada mais justo que estes danos sejam reparados. E isso já está sendo feito na forma de indenizações e com a concessão das já citadas aposentadorias especiais. Portanto tal isenção, a meu ver, não se justifica. Pior, ela retira os anistiados contemplados por tal benefício da condição de prejudicados pelo Estado e os coloca indevidamente na situação de privilegiados sem que eles tenham passado pela correta posição igualitária, que, acredito, foi o que motivou a luta de boa parte dos anistiados."
Edmar Damasceno Fonseca (Belo Horizonte, MG)




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#68 Mensagem por Clermont » Qui Out 30, 2003 11:39 pm

"Gostaria de saber qual é a justificativa para que se dê isenção de Imposto de Renda para as aposentadorias especiais dos anistiados ("Lula deve isentar anistiados do pagamento de IR", Brasil, 29/10). Ora, tendo o Estado, durante o regime militar, causado a essas pessoas danos morais e, não raro, físicos, nada mais justo que estes danos sejam reparados. E isso já está sendo feito na forma de indenizações e com a concessão das já citadas aposentadorias especiais. Portanto tal isenção, a meu ver, não se justifica. Pior, ela retira os anistiados contemplados por tal benefício da condição de prejudicados pelo Estado e os coloca indevidamente na situação de privilegiados sem que eles tenham passado pela correta posição igualitária, que, acredito, foi o que motivou a luta de boa parte dos anistiados."
Edmar Damasceno Fonseca (Belo Horizonte, MG)


Só há uma coisa a dizer da pretensa idéia: aberração, aberração, aberração.

Esperemos que a repercussão negativa impeça a implementação de tal medida.

É uma lástima que tal idéia tenha sequer passado pela cabeça do governo. Infelizmente, só mesmo a passagem do tempo e o surgimento de novas gerações de brasileiros nessa terra é que poderá se mostrar o melhor antídoto contra essas aberrações.




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continua a palha;ada

#69 Mensagem por miliko » Sex Dez 12, 2003 12:17 am

Complemento




Se desejar imprimir esta resenha no formado Word,
em papel tipo A4, clique aqui









Elaborado pelo Centro de Comunicação Social do Exército



O CALENDÁRIO CÍVICO MILITAR, EDITADO PELO CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO EXÉRCITO, ASSINALA O(S) SEGUINTE(S) EVENTO(S):

- 11 Dez - Batalha do Avaí - Caxias - Guerra da Tríplice Aliança (1868).








CONVITE DE MISSA

GENERAL-DE-BRIGADA JOSÉ CALASANS DE CARVALHO



O Comandante do Exército, Gen Francisco Roberto de Albuquerque, convida os amigos para a missa de sétimo dia do falecimento do General José Calasans de Carvalho e de sua esposa, Sra Maria José de Oliveira Carvalho, a ser celebrada na Catedral Rainha da Paz, Setor Militar Urbano, nesta quinta-feira, às 19:00 horas.

Uniforme para os militares do Exército: 3º D1



Comemorações do Dia do Marinheiro



Em Brasília, as comemorações do Dia do Marinheiro (13 de dezembro) foram antecipadas para hoje. A Resenha Verde-Oliva On-line transcreve a mensagem de saudação do Exército e da Aeronáutica à Força co-irmã.



DIA DO MARINHEIRO



SAUDAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO E DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA



Brasília, 11 de dezembro de 2003.



A grandeza de uma Instituição extrai suas raízes de episódios em que o próprio destino da Pátria está em jogo. Quando as decisões de maior dimensão histórica precisam ser tomadas, um povo busca em suas Forças Armadas a confiança de que o dever será cumprido. Tal constatação, inspirando o trabalho do dia-a-dia, marca o atuar das instituições castrenses no cumprimento da missão, seguindo os exemplos de homens que fizeram de suas existências a expressão de uma escolha e de um ideal.

Joaquim Marques Lisboa, o imortal Marquês de Tamandaré, é um desses nomes que retratam o valor de toda uma vida pela pura essência dos sonhos que a guiaram. Sua trajetória foi marcada por muitas virtudes, pairando, acima de tudo, a do mais forte sentimento patriótico. Viveu exclusivamente para a Marinha e para o Brasil. Personificou, de modo especialmente enfático, a heróica e altaneira figura do soldado do mar.

O resoluto idealista, que cedo escolheu os caminhos oceânicos como ambiente de atuação, engajou-se nos combates pela independência do Brasil e cresceu em responsabilidade e conhecimento. Não hesitou em arriscar a vida, muitas vezes, quando a sorte da Pátria foi decidida pelo troar dos canhões, arrastando seus comandados por sua messiânica liderança em uma caminhada de inabalável patriotismo.

Os passos do Patrono adquirem continuidade, a cada ano, no surgimento de vocações marinheiras, quando centenas de jovens brasileiros ingressam nas Escolas da Marinha e iniciam o complexo aprendizado da arte e da ciência da guerra nos mares. É a Força Naval presente na educação, forjando seus Recursos Humanos e incentivando numerosos projetos sócio-educativos em todo o Brasil.

A Marinha marca sua destacada presença no vasto território brasileiro protegendo as riquezas existentes em nossas águas. Os recursos aquáticos, essenciais à vida econômica nacional, são zelosamente vigiados, garantindo o direito da população brasileira de desfrutar dos benefícios imediatos e futuros proporcionados pelo mar, pelos rios e pelos lagos. Nas amplidões oceânicas e nos meandros fluviais, a Marinha é sentinela fiel e decidida a velar pela integridade territorial brasileira.

Ao mesmo tempo, ela evidencia a ampla visão estratégica e a mais absoluta tenacidade, perseverando na pesquisa e no desenvolvimento, e conquistando assim preciosas e disputadas tecnologias que favorecem o progresso científico em outras áreas de interesse da sociedade brasileira. Os sistemas bélicos navais, a energia nuclear e a eletrônica avançada, entre outras, são fronteiras há muito exploradas pela estrutura científico-tecnológica do Comando da Marinha.

Essa é a Marinha de Tamandaré. Essa é a gloriosa Força que lança seus vetores de combate aos céus ao mesmo tempo em que suas corvetas prestam a solidariedade e o apoio de saúde às isoladas populações ribeirinhas. Consciente de seu papel social, ela faz de seus navios, seus arsenais e seus quartéis verdadeiros centros de civismo e de cidadania. Ela faz de seus militares e funcionários civis fiéis depositários e incansáveis continuadores de uma pujante tradição de eficácia e de amor à Pátria.

A todos os integrantes da Marinha do Brasil, a mais profunda homenagem de seus irmãos do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira. Que a Nação guarde a cristalina certeza de que, através das décadas, luzirá firme e forte a chama do dever que inspira seus marinheiros.

É o sinal que marca o perene renascer de um compromisso nascido em meio aos renhidos combates que cobrem de glória nossa História Naval. É o permanente legado do Cidadão-Soldado que tanto influenciou o desenvolvimento da Marinha e, tão decisivamente, atuou em numerosos episódios da História do Brasil. É o exemplo do marinheiro que comprovou sua visão de estadista e seu perfil de guerreiro – é a grandiosa figura do Patrono da Marinha do Brasil: Joaquim Marques Lisboa, o imortal Marquês de Tamandaré!



General-de-Exército FRANCISCO ROBERTO DE ALBUQUERQUE

Comandante do Exército



Tenente-Brigadeiro-do-Ar LUIZ CARLOS DA SILVA BUENO

Comandante da Aeronáutica











Bastos insiste em pedir promoção para Apolônio



Jailton de Carvalho e Rodrigo França Taves



BRASÍLIA. Apesar da resistência dos militares, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, reafirmou ontem sua disposição de levar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a proposta de promoção do ex-guerrilheiro Apolônio de Carvalho, ex-tenente do Exército, a general. Bastos disse que a sugestão só não seguirá adiante se houver algum obstáculo jurídico. Para o ministro, Apolônio é um herói nacional, lutou contra o regime militar e, agora, aos 92 anos, merece o reconhecimento da sociedade.

— Apolônio de Carvalho é um homem que merece todos os títulos, qualquer distinção que se lhe dê no Brasil. É um herói de muitas pátrias. Lutou na Espanha, na França e no Brasil. Enfrentou a ditadura militar com muita honra e força — afirmou Bastos, após uma sessão da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.



Bastos pedirá parecer à consultoria do ministério

Bastos disse que espera apenas receber a proposta, formulada pela Comissão de Anistia, para pedir um parecer da consultoria jurídica do ministério. Caso não haja impedimento legal, o ministro enviará a recomendação a Lula.

Mas a intenção de Bastos vai esbarrar na reação dos militares. Após a nota do Exército contra a promoção, divulgada na terça-feira, ontem foi a vez de o ministro da Defesa, José Viegas, se opor à proposta. Viegas disse ser contra não apenas por causa dos obstáculos legais, mas também para "evitar dissensões e polêmicas" no meio militar.

Viegas disse que discutir as questões do período da ditadura podem provocar problemas com os militares:

— Meu propósito é conduzir todos os assuntos com harmonia, justiça e levando em conta os interesses nacionais. E certamente a harmonia e o interesse nacional não se beneficiam com polêmicas do passado. O melhor é discutir o presente e o futuro.

Viegas acrescentou que as promoções no Exército obedecem a um regulamento, a um regimento e a um ritual. Segundo ele, a promoção por bravura para um militar expulso da corporação por suas posições políticas não está prevista nesses regulamentos.

— Por isso, a promoção não me parece oportuna — disse.

Viegas lembrou que até aqui esteve de acordo com Bastos em todos os assuntos.

— Certamente no futuro também estaremos de acordo. Mas não sou favorável a essa proposta — afirmou Viegas.

O ministro afirmou ainda que não foi consultado antes da proposta de Bastos:

— A promoção só poderia ser feita de acordo com normas prestabelecidas. Não sou favorável, não.



General diz que ato não é afronta a ministro

O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, disse que a nota não foi um ato de afronta ao ministro da Justiça. Mas, dando sinais de que a proposta provocou desconforto, alegou que tinha de esclarecer que as regras de promoção não mudaram:

— A nota é um esclarecimento ao público interno do Exército, especialmente à reserva. O objetivo não é contestar. Apenas estou mostrando que o processo continua o mesmo.

Apolônio não quis se manifestar. Seu advogado, Paulo Henrique Fagundes, disse ontem que seu cliente não contestará legalmente a posição do Exército, embora a Lei 10.559, que trata de indenizações devidas a perseguidos políticos, possa ser invocada em prol da promoção:

— A minha posição é de surpresa e perplexidade. O Exército não pode exigir o que lei determina que não pode ser exigido de um anistiado. O Exército está, de certo modo, perpetuando a punição — disse Fagundes.

COLABORARAM Catia Seabra e Toni Marques



O que diz a lei



A lei 10.559, de 13 de novembro de 2002, que trata das indenizações dos beneficiados pela chamada Lei da Anistia, promulgada em 1979, impede que sejam feitas exigências descabidas para a concessão de promoções aos beneficiados. O terceiro parágrafo do artigo 6 diz que é “vedada a exigência de satisfação das condições incompatíveis com a situação pessoal do beneficiário” nas promoções. As promoções “independerão de seu tempo de admissão ou incorporação de seu posto ou graduação”, diz ainda o artigo, que faz parte do capítulo III, sobre as indenizações para os anistiados. A lei regulamentou o artigo 8 das Disposições Transitórias da Constituição.



Deputada diz ser absurda proposta do governo de integração militar



Rodrigo França Taves



BRASÍLIA. A deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, disse ontem que considera absurda a idéia do governo de promover a integração da indústria de defesa brasileira com as da Argentina, África do Sul e Índia, noticiada pela coluna de Merval Pereira ontem no GLOBO. Para Zulaiê, a proposta vai contra os interesses do país num momento em que o Brasil precisa se abrir comercialmente para os Estados Unidos e os países da União Européia.

— Vamos fazer bloco militar na América do Sul para quê, para ir contra os Estados Unidos, contra a União Européia? Estamos justamente em fase de integração, de abertura do país às economias centrais — disse a deputada tucana.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Eduardo Suplicy, disse à noite que ainda desconhecia a proposta e pretendia se informar melhor sobre ela antes de fazer qualquer comentário.

Zulaiê disse que a idéia de integração militar com a Argentina é um horror principalmente num momento em que as Forças Armadas estão à míngua, sem dinheiro para despesas básicas, e com salários defasados:

— As Forças Armadas estão caindo de maduras sem dinheiro, todos os comandantes se queixaram. O Mercosul ainda nem está implantado direito e vamos falar em integração militar? Realmente fico horrorizada com isso.

O ministro da Defesa, José Viegas, defende a formalização de um acordo entre Brasil, Índia, África do Sul e Argentina para co-produção de equipamentos militares. Um dos objetivos seria a redução de custos na indústria de armamentos





Planalto não sabe quanto gastou nas 18 viagens



TÂNIA MONTEIRO



BRASÍLIA - Além de não dispor dos custos estimados da viagem de nove dias que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ao Oriente Médio, o Palácio do Planalto também não dispõe dos valores gastos nas 18 viagens ao exterior realizadas desde o início do ano. Anteontem, a informação fornecida pelo governo foi de que seria impossível, com a viagem em andamento, avaliar os custos, o que só poderia ocorrer ao final do trajeto.

Para justificar a não divulgação dos recursos desembolsados com as viagens, o Planalto explicou que esse dado precisa ser levantado junto de diferentes órgãos como o Ministério das Relações Exteriores e o Comando da Aeronáutica.

Não há informação sequer sobre quantas pessoas, entre comitiva oficial e funcionários do governo, participaram das várias etapas da viagem por cinco países. Embora a segurança do presidente, em visita de Estado, seja feita pelo país anfitrião, havia muita preocupação no Palácio com as condições dos locais por onde Lula passaria.

Por isso mesmo, o número de seguranças foi ampliado, para tentar ajudar no controle das autoridades. Entre os servidores que participam da viagem, além dos seguranças, estão os diplomatas, tradutores, médicos, funcionários da Secretaria de Imprensa, apoio administrativo, ajudância de ordens, comissaria do avião, entre outros.

Pelo menos os servidores do Planalto têm enfrentado um sério problema nas viagens internacionais. Desde o mês de julho, os servidores não recebem as diárias. Esse problema tem deixado muitos servidores em dificuldades. A Presidência paga os gastos dos hotéis, mas as despesas com alimentação seriam cobertas pelo valor das diárias, que estão atrasadas.

Além das diárias de Madri, os funcionários não receberam os pagamentos referentes a ida aos seguintes países: Paraguai (14 e15/8), Peru e Venezuela (24 a 27/8), Colômbia (16/9), Estados Unidos, México e Cuba (22 a 27/9), Argentina (15 a 18 de outubro), Oviedo, na Espanha, onde recebeu o prêmio Príncipe das Astúrias (24/10), Países da África (2 a 8/11) e, agora, ao Oriente Médio (2 a 10/12). Nos dias 14 e 15 de dezembro, Lula vai ainda ao Uruguai.



Exército prevê crise com promoção de Apolônio

Comando expediu nota para a tropa comunicando a impossibilidade de concessão do posto de general a petista expulso da corporação na era Vargas



TÂNIA MONTEIRO e LUCIANA NUNES LEAL



BRASÍLIA - Se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atender ao pedido do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de promover o ex-tenente Apolônio de Carvalho ao posto de general-de-brigada, pode abrir "uma crise institucional", no entendimento de oficiais que fazem parte do Alto Comando do Exército. Na sexta-feira, a Comissão de Anistia concedeu a Apolônio, militante do PT, expulso do Exército pela ditadura Vargas, pensão vitalícia correspondente ao posto de general-de-brigada, além de indenização. A decisão rachou o governo.

Enquanto Thomaz Bastos pede a promoção de Apolônio, o ministro da Defesa, José Viegas, endossa a avaliação do Comando do Exército, que anteontem expediu comunicado para a tropa alegando que a promoção não é possível, pois desrespeita a Lei 5.821, de 1972. Na nota, o general Augusto Heleno, diz que Apolônio não atende às condições necessárias para ser promovido a general-de-brigada: a lei prevê que o presidente da República escolha o general a partir de lista tríplice formada por oficiais que cumpram requisitos como aptidão física e tempo mínimo de permanência no posto.

"O Exército tem regulamentos que têm de ser observados. Eu sei que o Exército não é favorável a essa promoção e eu também não sou", disse Viegas.

Ele ressalvou que conversará com o ministro da Justiça, "a quem admira muito" sobre a questão, insistindo que ainda não combinaram nada sobre o tema.

Bastos tentou amenizar a polêmica, alegando que a discussão é "salutar" e "inerente à democracia". Ele disse que pediu à consultoria jurídica do ministério que verifique se há impedimento legal para a promoção de Apolônio. "Mas a decisão da Comissão de Anistia foi inatacável", declarou, ao acentuar que a questão da formalização da promoção deve ser examinada à luz dos critérios jurídicos, que reconheceu desconhecer.

Também o secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, reconhece que tem de haver respeito à legislação para a concessão ou não da promoção. Mas Nilmário ressaltou que, com seu gesto, mesmo que não consiga elevá-lo a general, o ministro da Justiça já conseguiu o que queria: promover Apolônio "a herói do povo brasileiro".

"Perseguição" - No Rio, o advogado de Apolônio, Paulo Henrique Fagundes, disse que o Exército "continua a lógica de perseguição" a seu cliente, ao manifestar-se contra a promoção. Ele informou que por enquanto não tomará providências legais. "Mas se o Exército agravar essa posição, vamos cobrar eventual reparação moral", garantiu. "O governo francês condecorou Apolônio com a medalha de honra por ter participado da resistência francesa e o Exército tenta manter a perseguição imposta em 1935."

Fagundes lembrou que o requerimento de anistia feito por Apolônio em 2002 refere-se apenas a "reparação econômica" e não fala em promoção. A recomendação de dar-lhe o posto de general-de-brigada foi feita pela comissão do Ministério de Justiça. A decisão final cabe ao presidente Lula.

Apolônio, de 92 anos, foi expulso do Exército quando era segundo-tenente, durante a ditadura Vargas. Ele lutou como voluntário na Guerra Civil Espanhola, participou da Resistência Francesa e militou contra o regime militar brasileiro até partir para o exílio, em 1970. De volta ao Brasil, recorreu à Lei de Anistia e obteve em 1991 o posto de coronel do Exército.

Em 1981, foi um dos fundadores do PT.

Segundo Fagundes, Apolônio já tem direito aos vencimentos de coronel, mas sem acréscimos, como tempo de serviço, e recebe pensão mensal de pouco menos de R$ 4 mil. A reivindicação à comissão era de que tivesse remuneração de general, com direito aos acréscimos, o que aumentaria a pensão para cerca de R$ 10 mil mensais.

O advogado citou a Lei de Anistia, segundo a qual não se pode exigir do anistiado nenhum critério subjetivo para galgar postos. "Se ele sofreu um ato de exceção, foi excluído das Forças Armadas, como agora pode-se exigir dele ter cursos, por exemplo?", questiona
Ministro se diz contrário à promoção de Apolônio

Viegas afirma que debates sobre regime militar trazem "dissensão"



GABRIELA ATHIAS

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA



Referindo-se ao regime militar (1964-1985), o ministro José Viegas (Defesa) afirmou ontem que as discussões sobre esse período não trazem "harmonia" à sociedade e sim "dissensões".

Viegas fez essa declaração ao afirmar que é contrário à promoção do ex-tenente comunista Apolônio de Carvalho ao posto de general. A homenagem foi proposta pelo ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça).

"Não sou favorável [à promoção] para evitar que se voltem a abrir discussões ou dissensões. O meu propósito como ministro é a condução de todos os assuntos dentro dos critérios da Justiça, da harmonia e do interesse nacional. Certamente a harmonia e o interesse nacional não se beneficiam com polêmicas que têm a ver com o passado."

O ministro disse ainda que as promoções no Exército seguem um ritual (por exemplo, a realização de teste de aptidão física) que deve ser preservado. Logo, a promoção de Apolônio não respeitaria isso. Os generais são escolhidos pelo presidente da República a partir de uma lista elaborada pelo Alto Comando do Exército.

Referindo-se a Thomaz Bastos como "querido amigo", Viegas deixou claro que discorda da sua proposta.

Anteontem, o Comando do Exército divulgou uma nota contrária à homenagem. "A promoção contraria frontalmente a legislação em vigor", informa nota divulgada pela corporação.

Na semana passada, Apolônio foi considerado anistiado político pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Será reintegrado ao Exército e indenizado pelo tempo que ficou afastado da corporação. Também terá pensão mensal de R$ 8.000, o mesmo que ganha um general-de-brigada.

O militar foi expulso do Exército por ter se oposto ao governo de Getúlio Vargas. Participou da guerra civil espanhola e da resistência francesa. Voltou ao Brasil e, na clandestinidade, lutou contra o regime.



CASO APOLÔNIO

Ministros divergem sobre promoção



Os ministros da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e da Defesa, José Viegas iniciaram ontem uma queda-de-braço em torno do caso do ex-tenente do Exército Apolônio de Carvalho. A Comissão de Anistia aprovou, na semana passada, pedido do ex-militar e concedeu-lhe indenização e pensão. Bastos, então, anunciou que pediria ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o promovesse a general-de-brigada. O Exército divulgou nota de repúdio. Apolônio, 92 anos, foi expulso da instituição no governo de Getúlio Vargas, preso e torturado. Ontem, Viegas e Bastos falaram a respeito. ‘‘Isso é uma coisa salutar à democracia. Apolônio é um herói na luta contra a ditadura. Ele é um orgulho para o PT e para a nação brasileira’’, afirmou Bastos. Viegas retrucou: ‘‘As promoções obedecem a um regulamento que tem de ser observados. Essa é a razão pela qual essa menção não parece oportuna’’. Ele disse ser contra para evitar que se abram distensões. ‘‘Minha função como ministro é de conduzir os assuntos harmonicamente. E a harmonia não se beneficia com polêmicas que têm a ver com o passado e não com o presente.’’



Viegas apóia militares contra promoção de Apolônio a general



BRASÍLIA - O ministro da Defesa, José Viegas, disse ontem que é contra a sugestão do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de que o ex-tenente Apolônio de Carvalho, expulso das Forças Armadas, seja promovido à patente de general. Segundo Viegas, "as promoções do Exército obedecem a um regulamento, um ritual, que têm de ser observados". "Essa foi a razão pela qual essa menção não pareceu oportuna", justificou.

Viegas disse ainda que não é favorável à sugestão de Thomaz Bastos "para evitar que se voltem a abrir discussões ou distensões". E completou: "O meu propósito, minha função como ministro, é de conduzir todos os assuntos dentro do critério da harmonia, da justiça, dentro do critério do interesse nacional. E, certamente, a harmonia e o interesse nacional não se beneficiam com polêmicas que têm a ver com o passado e não com o presente e o futuro, que é aí que está a nossa congregação, a união dos esforços no presente em prol de um futuro de inclusão social e desenvolvimento para todos".

José Viegas deu essas declarações ao sair de seminário sobre "Ciência, Tecnologia e Inovação de Interesse da Defesa Nacional", no prédio da Anatel.



Advogado acusa Exército de ainda perseguir Apolônio



O advogado do ex-tenente Apolônio de Carvalho, Paulo Henrique Fagundes, considerou que o Exército "continua a lógica de perseguição" a seu cliente, ao se manifestar contra a promoção do militar ao posto de general. O advogado informou que, por enquanto, não tomará providências legais, mas acrescentou: "Se o Exército agravar essa posição, vamos cobrar eventual reparação moral".

"O governo francês condecorou Apolônio com a medalha de honra por ter participado da resistência francesa e o Exército brasileiro tenta manter a perseguição que foi imposta em 1935", afirmou o advogado.

Paulo Henrique Fagundes lembrou que o requerimento de anistia feito por Apolônio em 2002 se refere apenas a "reparação econômica" e não fala em alcançar o posto de general. A recomendação de dar a Apolônio o posto de general-de-brigada foi feita pela comissão do Ministério de Justiça. A decisão final cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apolônio, de 92 anos, mora no Leblon, na Zona Sul do Rio, com a francesa Renée, sua mulher há 60 anos. Expulso do Exército quando era segundo-tenente, durante a ditadura de Getúlio Vargas, ele lutou como voluntário na Guerra Civil Espanhola, participou da resistência francesa e militou contra o regime militar brasileiro até partir para o exílio, em 1970. De volta ao Brasil, recorreu à Lei de Anistia e obteve, em 1991, o posto de coronel do Exército. Em 1981, foi um dos fundadores do PT.

Segundo Fagundes, Apolônio tem direito aos vencimentos de coronel, mas sem acréscimos, como os de tempo de serviço, e recebe uma pensão mensal de pouco menos de R$ 4 mil. A reivindicação à comissão era para que passasse a ter remuneração de general, com direito aos acréscimos, o que aumentaria a pensão para cerca de R$ 10 mil mensais.



Argumento

O advogado citou a Lei de Anistia, segundo a qual não se pode exigir do anistiado nenhum critério subjetivo para galgar postos. "Se ele sofreu um ato de exceção, foi excluído das Forças Armadas, como agora se pode exigir dele ter cursos, por exemplo?", questiona Fagundes, em resposta ao argumento do Exército, embasado na lei que regulamenta a promoção a general, de 1972.

Esta lei prevê que o presidente da República escolha o general a partir de uma lista tríplice formada por oficiais que cumpram requisitos como aptidão física e tempo mínimo de permanência no posto




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#70 Mensagem por Clermont » Sex Dez 12, 2003 1:47 am

Sobre o Tamandaré - Uma das coisas que parecem não mudar com os militares brasileiros é esse abuso de uma linguagem adjetivada: o glorioso fulano; o heróico sicrano; o destemido batalhão. Pessoalmente, prefiro mais o estilo anglo-saxão, menos adjetivos grandiloqüentes. Mais concisão substantiva.

À propósito, nunca esquecendo que o velho Tamandaré saiu do Paraguai com um pé no traseiro (e pra suavizar a dor nas partes almofadadas, foi feito Marquês). Isso foi depois do fiasco da Batalha do Curupaiti, a maior derrota brasileira na guerra e que foi debitada na conta do seu Tamandaré.

Sobre a Deputada Zulaiê Cobra - Realmente, não sei bem do que se trataria essa tal união das indústrias de defesa. Se for alguma coisa como esses esquemas de construção e desenvolvimentos de tecnologia multinacionais, não vejo o que haveria de errado. Principalmente, em se tratando da África do Sul, que possui tantos brinquedinhos interessantes para o Brasil

Sobre Apolônio de Carvalho - Eu respeito um sujeito com a folha de combate dele. Lutar na Guerra Civil Espanhola, combater os alemães dentro da Resistência Francesa não é pouca coisa. Agora, esse negócio da promoção à general é mais uma besteira de alguém que é especializado em dizer (e fazer) besteira: o nosso (infelizmente) Ministro da Justiça.

Não passa de outro dos inúteis dentro desse governo que, se Lula tiver bom senso, irá chutar pra bem longe de Brasília.

De qualquer forma, a palavra final ficará com o Comandante Supremo das Forças Armadas, é claro, dentro do que Lei prescreve.




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#71 Mensagem por miliko » Sex Dez 12, 2003 1:56 am

a reportagem do tamandare e das industrias de defsa sairam coladas por engano..rs




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#72 Mensagem por miliko » Sex Dez 12, 2003 6:22 am

Na intentona comunista de 35, da qual o Sr apolonio fez parte, varios militares foram mortos a facadas, dormindo, por companheiros que participavam da rebeliao, em diversos pontos do Brasil. Existe um monumento votivo a esses mortos na praca general tiburcio, na praia vermelha, RJ. Por isso ele foi expulso do exercito.( ou foi antes, na revolta da vacina..nao to muito certo...). Qto a folha dele, clermont, se for por isso, Hitler era cabo mensageiro na primeira guerra mundial, missao perigosissima, ja q se tinha de atravessar as linhas de trincheiras inimigas..e nem por isso da pra admirar o sujeito. Coragem se divide em dois aspectos fundamentais- coragem fisica e coragem moral. coragem fisica, dominar o medo, lutar, essa as coisas ate os animais fazem. O George Orwell tbm lutou na guerra civil espanhola, e gostou tanto do que viu la que escreveu a revolucao dos bichos( pra quem nao leu, excelente dica..dele la e q saiu aquela frase..todos iguais, mas uns mais iguais que os outros..). Ele receber os proventos de Cel ja acho absurdo, o de gen mais ainda, ser promovido por bravura entao..pff...isso e escarnio com as forcas armadas.
sectarismo puro. Sera que as familias das vitimas que foram assassinadas na intentona recebem algua coisa? duvido muito. Dois pesos e duas medidas..se bobear, nem promovidas post-mortem foram...a proposito, o sr apolonio foi exilado na epoca do governo militar por ter participado do sequestro do embaixador alemao...
Premiando dessa forma esses revolucionarios de carteirinha, associando esses fatos de suposta coragem à s suas personalidades, se prepara o imaginario brasileiro para aceitar a revolucao como algo normal..como feita por herois...pois bnunca citam as suas vitimas, ou os tribunais revolucionarios, que condenaram diversos à morte )( ou melhor, justicamento...)




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Rela;ao dos militares mortos na intentona comunista

#73 Mensagem por miliko » Sáb Dez 13, 2003 5:59 pm

01. Abdiel Ribeiro dos Santos - 3º Sargento
02. Alberto Bernardino de Aragão - 2º Cabo
03. Armando de Souza Mello - Major
04. Benedicto Lopes Bragança - Capitão
05. Clodoaldo Ursulano - 2º Cabo
06. Coriolano Ferreira Santiago - 3º Sargento
07. Danilo Paladini - Capitão
08. Fidelis Batista de Aguiar - 2º Cabo
09. Francisco Alves da Rocha - 2º Cabo
10. Geraldo de Oliveira - Capitão
11. Jaime Pantaleão de Moraes - 2º Sgt
12. João de Deus Araújo - Soldado
13. João Ribeiro Pinheiro - Major
14. José Bernardo Rosa - 2º Sargento
15. José Hermito de Sá - 2º Cabo
16. José Mário Cavalcanti - Soldado
17. José Menezes Filho - Soldado
18. Josée Sampaio Xavier - 1º Tenente
19. Lino Vitor dos Santos - Soldado
20. Luiz Augusto Pereira - 1º Cabo
21. Luiz Gonzaga - Soldado
22. Manoel Biré de Agrella - 2º Cabo
23. Misael Mendonça -T.Coronel
24. Orlando Henrique - Soldado
25. Pedro Maria Netto - 2º Cabo
26. Péricles Leal Bezerra - Soldado
27. Walter de Souza e Silva - Soldado
28. Wilson França - Soldado




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#74 Mensagem por SUNDAO » Sáb Dez 13, 2003 11:22 pm

Se vocês sentem um certo mal estar, uma certa agonia mesmo quando apenas ouvem falar algo sobre este assunto

Descubram um pouco mais do que parece uma "ação entre amigos" na qual todos nós pagamos a conta ! Uma leitura com calma avilta o senso de justiça e as funções internas de qualquer um.

Deem uma olhada no site do Ministerio da justiça (http://www.mj.gov.br) e procurem sobre a bendita comissão !

Odeio ser enganado e roubado e a "imprensa" só se manifesta para ficar a favor ! O cronograma de dispêndios é absurdo para um país como o nosso sem falar das possíveis pensões que se prolongaram em muito mais.

Outra coisa interessante é que a conta é feita para liberar muito até o fim deste governo. Acabar com o "problema". afinal no proximo governo os amigos beneficiados poderão ser outros ...




miliko
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#75 Mensagem por miliko » Dom Dez 14, 2003 10:36 pm

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o tenete q lamarca matou
ALBERTO MENDES JÚNIOR nasceu aos 24 de janeiro de 1947, nesta capital, era filho de Alberto Mendes e Dona Angelina Plácido Mendes. Desde cedo o garoto Alberto manifestava o seu desejo de ingressar a Corporação, da qual, pela voz de seus tios, só bem ouvia falar, fazendo crescer em tamanho e idade aquele ideal em sua mente. O convívio sadio da família plasmou-lhe o caráter firme e a excelente formação moral. Filho extremoso, só deu aos seus pais alegrias e satisfação. Manteve sempre apego à família, "Célula Mater" de toda uma Nação. Ao terminar o ginásio, pôde realizar o sonho de criança, entrar para a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Em 15 de fevereiro de 1965 foi alistado nas fileiras da Corporação, por haver sido aprovado em todos os exames e conseguindo classificar-se no concurso para ingresso no Curso Preparatório de Formação de Oficiais. Quatro anos e dois meses após, concluído o Curso de Formação de Oficiais , e, em 21 de abril de 1969, por estranha coincidência, dia e mês em que Tiradentes foi enforcado, foi declarado Aspirante a Oficial, possuindo 22 anos de idade. Em 02 de julho de 1969, foi apresentado ao 15º BP, lá classificado por efeito de promoção. Em 15 de novembro de 1969 foi promovido por merecimento intelectual ao posto de 2º Tenente, permanecendo naquela Unidade. Em 06 de fevereiro de 1970, foi apresentado a este Batalhão, uma vez ter sido transferido por conveniência do serviço, através de publicação inserta no Boletim Geral Nº 25, de 25 de fevereiro de 1970. Logo quando da sua chegada, já se entrosou perfeitamente ao convívio de seus novos companheiros. De espírito jovial e alegre captou desde o começo a amizade de todos aqueles com que teve a oportunidade de privar. Era o alegre "PORTUGUÊS", como era chamado por seus colegas, sempre sorridente, dedicava-se com denodo esforço ao serviço, desempenhando sempre com galhardia as missões que lhe eram confiadas. Em fins de abril de 1970 era descoberto um foco de terroristas no Litoral Sul. Tropas do Exército Brasileiro, da Força Aérea, Marinha e Polícia Militar do Estado de São Paulo, deslocaram-se para aquela região. Foi o 1º BP "TOBIAS DE AGUIAR" designado pelo Comando Geral da Polícia Militar, para prestar apoio à Tropa da Companhia Independente com sede na Cidade de Registro. Para lá seguiu o Tenente MENDES no comando de um pelotão, juntamente a outro efetivo comandado por outro Oficial, todos sob comando do Capitão Carlos de Carvalho. Após uma semana naquela cidade, recebeu o Capitão ordens para regressar com um dos pelotões para São Paulo, deixando em Registro apenas um, comandado por um dos Oficiais. Não houve escolha, pois o Tenente MENDES apresentou-se e solicitou para que permanecesse, demonstrando mais uma vez sua dedicação ao serviço. Na noite de 08 de maio de 1970, aproximadamente às 21:00h, os terroristas atacaram de surpresa um dos postos da Guarda que era feita por homens pertencentes ao pelotão, localizado próximo a Sete Barras. Tomando conhecimento do fato, o Oficial dirigiu-se ao local para prestar socorros aos seus comandados, porém, mal sabia que caminhava para uma emboscada que havia sido preparada pelos terroristas. Prendendo oito (08) integrantes do pelotão, eles aguardavam a sua chegada. Emboscado, com inferioridade em homens e armas, estando cercado por todos os lados, foi atirado aquele jovem num dilema: ou cessavam o fogo, ou entregava-se sozinho, ou morreriam todos. Evitando o sacrifício dos seus comandados , falou mais alto o espírito de herói; entregava-se o Oficial para salvar a vida de seus comandados, porque era um líder; entregava-se por que era perfeito chefe cônscio de suas responsabilidades. Depois de morto em maio, seu corpo foi apenas encontrado em 09 de setembro do mesmo ano, através de longas buscas levadas a efeito por indicações de um dos terroristas preso. Foi velado na sede do Batalhão "TOBIAS DE AGUIAR", seguindo seu enterro para o Cemitério do Araça, onde calculou-se o acompanhamento de aproximadamente 100 (cem) mil pessoas, entre militares, comerciantes e industriais.




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