FCarvalho escreveu: ↑Dom Abr 02, 2023 3:37 pm
Até onde consigo saber, os indianos ainda estão batendo cabeça com o ASTRA Mk I, e começando a engendrar o MK II, e já imaginando o que será o MK III. Este último, diz-se, com mais de 300 kms de alcance. Incorporar estes mísseis nos Su-30 poderia ser uma alternativa, mas o desenvolvimento dele parece ainda ser muito problemático.
Os indianos estão integrando os mísseis Astra nos caças russos legados, porém, em termos de desempenho, apenas o Astra Mk-3 estaria ao nível do míssil Meteor que será incorporado ao Rafale e mt provavelmente aos outros caças indianos nacionais futuramente. Até o momento em que o Astra Mk-3 estiver disponível na IAF(o que seria pro final da década ou início de 2030), eles vão ter segurar as pontas com o Meteor.
Por que o foco no Meteor? Porque simplesmente é o BVRAAM de maior capacidade para a IAF e que será por um bom tempo até a efetiva entrada em serviço do Astra Mk-3, isto porque, existe uma PLAAF cada vez mais capaz com PL-21(XX) em serviço e outros tipos de AAMs ainda em desenvolvimento, além da própria PAF. Além disso envolve ainda mais problemas inerentes a essa escolha.
A Índia, um tempo atrás, pediu a MBDA informações solicitando uma possível integração do Meteor no Su-30MKI. Isso significa claramente que eles querem adaptar o míssil Meteor em massa na maioria das suas aeronaves em serviço, não sabemos qual foi a resolução disso, só que isso agora é muito improvável que aconteça. Como eu disse, a menos que a Índia burle isso, não há nada a fazer, porque exigiria um nível de trabalho pesado na resolução dessa integração, porque isso é geralmente realizado pelos fabricantes tanto do míssil quando dos caças.
Obs: estamos falando simplesmente de 1/3 da frota de caças da IAF(ainda considerando o Tejas Mk1A que nem entraram em serviço ainda)
Vamos lá, este é a situação de AAMs na IAF:
Super 530(em substituição pelo MICA)
Mirage 2000
R-60(em substituição pelo MICA)
MiG-29
Mirage 2000
MiG-21
R.550 Magic(em substituição pelo MICA)
Jaguar
Mirage 2000
MiG-21
R-73(será substituído pelo NG-CCM(ASRAAM))/R-27(mt provável que seja substituído pelo AIM-9X Block II)/R-77 RVVAE(será substituído pelo I-Derby ER)
Tejas Mk1/1A/2
Su-30MKI
MiG-29
MiG-21
MICA-IR/RF/NG
Rafale
Su-30MKI(teste de integração)
Mirage 2000
Python-4/5/I-Derby ER
Tejas Mk1A/2
Su-30MKI(planejado/integração)
Mirage 2000(integração possível no programa de modernização)
NG-CCM(ASRAAM)
Tejas Mk1/1A/2
Su-30MKI
Jaguar
Mirage 2000
Astra Mk1/2/3
Tejas Mk1/1A/2
Su-30MKI
MiG-29
Meteor
Rafale
Tejas Mk1A/2(planejado)
Su-30MKI(solicitação de integração????)
Os 6 AAMs primeiros estão sendo substituídos e/ou estão sendo planejados para substituição pelos últimos 4 AAMs. Se você analisar como será a composição AAM para a IAF a longo prazo - digamos tipo 2025-2027, provavelmente conterá apenas 2 AAMs russos, o R-27/77, enquanto o resto será francês/britânico, israelense e indiano, se colocarmos ainda mais a longo prazo, período 2030-2033, basicamente os indianos só teriam apenas mais um AAM russo no inventário, enquanto o Python-4 também seria substituído.
Não dá para simplesmente imaginar a IAF comprando ainda mais plataformas de origem russa com uma provável impossibilidade de integração com mísseis ocidentais que estão sendo entregues e/ou colocados em serviço e os que ainda estarão para serem entregues num futuro próximo e veja bem, não estou nem considerando mísseis ar-terra e bombas aéreas.
Como você espera que a IAF empregue uma integração cada vez maior entre plataformas russas e mísseis ocidentais com essa dissociação entre eles?
Não dá. Isso é uma enorme furada.
O Tejas Mk I está substituindo o MiG-21. O Tejas Mk II estará substituindo o Jaguar, Mirage 2000 e o MiG-29. O Su-30MKI será substituído pelo AMCA. Esse é o planejamento da IAF. Veja que a longo prazo, além dos AAMs russos estarem sendo substituídos, as próprias plataformas aéreas de origem russa também estariam sendo substituídas, com o planejamento deles visando o redirecionamento para sistemas ocidentais legados e os nacionais. Nada no planejamento da IAF me diz alguma coisa de querer mais sistemas russos, pelo contrário, seria cada vez menor e escolher um outro caça russo com ainda mais problemas de integração com novos mísseis em serviço e aqueles que ainda estarão a serem entregues é um problema enorme de downgrade da estrutura de força nas unidades da IAF, frente a países como Paquistão e principalmente a China.
FCarvalho escreveu: ↑Dom Abr 02, 2023 3:37 pm
Já o radar AESA proposto para o AMCA ainda está longe de ser algo factível, e só deve estar pronto quando aquele caça estiver disponível para produção em massa. E isso é para a próxima década segundo estimativas da IAF e do DRDO.
Mesmo assim, os Sukhoi podem servir de vetor de teste para ele, caso for adequado. E se der certo, o radar pode ser uma alternativa de modernização. Como eles não tem problemas, ou limites, para custeio e investimento, tem que ver qual será a melhor alternativa para o futuro dos caças biplace russos.
O Sukhoi(receio q esteja falando do Su-30MKI) não poderá servir de teste para o radar proposto do AMCA e nem como uma plataforma geral de teste, o Su-30MKI receberá o radar Aesa Uttam GaAs no programa de modernização do caça russo que começará em 2024, o AMCA receberá o Aesa Uttam GaN q ainda está em desenvolvimento e ainda pode levar uma década. Além disso, o Su-30MKI se receber um novo motor, o que não consta em nenhum cronograma de modernização do Sukhoi, será um nacional, provavelmente uma variante mais potente do Kaveri, já o AMCA receberá o F414-INS6.
https://www.aerotime.aero/articles/indi ... on-program
Além disso, dinheiro é algo que falta até na Índia também, eles não podem simplesmente sair rasgando dinheiro. O dinheiro não é infinito, eles simplesmente estão tendo que padronizar os vetores aéreos porque eles precisam completar o cronograma da estrutura de força da IAF em 42 esquadrões, como isso não será concretizado a tempo e as atuais substituições simplesmente não vão acrescentar mais caças ao inventário, eles ficarão estacionados em 35-39 esquadrões nos próximos 10-15 anos, sendo assim, mediante a atualização a médio prazo do Su-30MKI, o que representa 1/3 de todos os caças em serviço na IAF, aumentará a prontidão dos vetores e eles não terão um downgrade enorme dando algum fôlego aos planejadores da IAF.
FCarvalho escreveu: ↑Dom Abr 02, 2023 3:37 pm
Eu gostaria, na verdade torço, para que o Gripen E\F tenha alguma chance em vista da perspectiva do motor F414EE que poderia ser uma opção perfeita a ser oferecida, e fabricada na índia, tanto para o Tejas como para o caça sueco.
O motor que a Índia vai usar no Tejas Mk 2 é a versão F414-GE-INS6, enquanto o Gripen utiliza o F414-GE-39E, ambos com as mesmas características e desempenho, mas o planejamento dos indianos é trocar o motor do Mk 2 para um motor nacional ainda mais potente, o que seria inicialmente seria o Kaveri, mas a potência dele só será suficiente para o Tejas Mk1/1A e não para o Mk 2, isso ainda é muito incerto neles, mas o AMCA Mk 2 vai utilizar um ainda mais potente, provavelmente uma versão ainda melhor do Kaveri.
https://www.geaerospace.com/propulsion/military/f414
https://www.financialexpress.com/busine ... s-3029390/
FCarvalho escreveu: ↑Dom Abr 02, 2023 3:37 pm
Os indianos não tem muita fama de obedecer uma lógica estável para sua logística. A convivência entre o Tejas e o Gripen E\F seria natural se eles conseguirem obter as tecnologias que querem nos requisitos do programa. Resta saber se os suecos estão realmente a fim de ceder tudo. Sem nenhuma venda além da FAB e com 114 unidades em jogo, essa concorrência pode ser a salvação da lavoura, do ponto de vista comercial, para o avião sueco. E entendo que esta versão do motor da GE pode ser uma alternativa muito útil para nós e nossos caças em um eventual Gripen E 2.0.
Vamos ver o que acontece.
A padronização na IAF já está acontecendo. Como eu disse anteriormente, o Tejas Mk 1/1A já está substituindo o MiG-21, já quanto ao Mk 2, ele visa substituir 3 vetores em serviço, o Jaguar, Mirage 2000 e o MiG-29, sendo assim, a composição futura da IAF serão padronizados de 4 vetores diferentes para uma plataforma só de diferentes versões que compartilha muitas das mesmas características. Então, entre MiG-21, MiG-29, Jaguar e Mirage 200, a IAF terá Tejas Mk 1/1A/2. Se isso não é obedecer uma lógica estável para logística, eu preciso realmente reavaliar os meus conceitos de padronização.
Sobre o Gripen E/F e o Tejas, o presidente da SAAB na Índia disse que eles iriam ajudar no desenvolvimento do Tejas, atuando como co-desenvolvedor para os indianos e estabelecendo uma base industrial lá, só que, a SAAB estava com uma empresa indiana colaboradora para a produção e desenvolvimento do Gripen lá e que agora essa colaboração foi desfeita, o Grupo Adani não é mais o parceiro local da SAAB.
1 ano antes da licitação:
https://www.cavok.com.br/saab-e-o-grupo ... -em-defesa
Meses antes de concluir a licitação:
https://www.cavok.com.br/saab-cancela-a ... s-na-india
Eu não vejo como eles escolheriam o Gripen, além de efetivamente prejudicar o Tejas Mk2, atrasando o desenvolvimento do caça nacional, eles teriam mais um vetor diferente aumentando o problema da padronização, entre Gripen, Rafale e F-21, o Gripen e o Rafale são mais prováveis de serem escolhidos, além de que dependendo do nível ToT oferecido da SAAB, o Rafale seria o caça escolhido.
Se a Índia dentro dessa licitação escolher o F-21 ou Gripen, ainda levará mt tempo para finalizar as condições e termo técnicos do contrato, prolongando a efetiva entrega do caça. Além disso, serão gastos mais 2/3 anos transferindo a linha de produção para o território indiano e criando a rede industrial com fornecedores locais. Quanto tempo deve levar até o 1ª caça sair da linha de montagem? Talvez em 2027. O 1ª esquadrão completo só deve ser entregue a IAF meados de 2028 para 2029. Se a Índia escolher o F-21, será a única força aérea do mundo que operará caças russo, europeu, americano e um nacional, isso aumentará demais a carga logística deles. Se escolher o Gripen, a qual os aviônicos utilizam o barramento MIL-STD-1553 B. que pode ser integrado ao armamento francês e israelense, além de usarem o mesmo tipo de motor que o Tejas Mk2, reduzirá a carga de manutenção da IAF, mas o Gripen não poderá contribuir muito na área de radar, o motor do Mk2 ainda pode estar em andamento e com uma possível substituição, o que aumentaria o fardo logístico. Se o Gripen for escolhido, seria muito provável que o motor para o Mk2 fosse cancelado, o que prejudicaria o esforço de desenvolvimento do motor do AMCA Mk2.
Seria simplesmente muito melhor para eles obterem mais Rafale, aumemtando a qualidade e quantidade de vetores modernos na IAF sem comprometer os desenvolvidos já em andamento, além de manterem uma produção que já tem todas as condições de começarem os trabalhos rapidamente, o que possibilitaria entregar o caça em um prazo menor, se escolhesse outros caças na licitação. Além disso, pressionaria a HAL a concentrar mais esforços no desenvolvimento do Tejas Mk2, estabelecendo outra linha de produção do caça para aumentar a taxa de produção, além de que os indianos poderiam obter assistência tecnológica da Dassault para resolver os problemas inerentes do caça Tejas Mk2, o que já foi oferecido ainda na primeira licitação, olha o que diz a wiki:
Dassault has also offered to fit the GTX-35VS Kaveri engine into the Rafale, which if chosen, would greatly improve commonality with the HAL Tejas that will enter service into the IAF by 2010.
https://en.wikipedia.org/wiki/Indian_MR ... ult_Rafale
Vamos dar uma geral nisso:
IAF 2023
5 Esqd Jaguar - 130 aeronaves
3 Esqd MiG-21 - 54 aeronaves
3 Esqd Mirage 2000 - 45 aeronaves
3 Esqd MiG-29 - 65 aeronaves
2 Esqd Rafale - 36 aeronaves
12 Esqd Su-30MKI - 248 aeronaves
2 Esqd Tejas - 32 aeronaves
A IAF tinha 31 esquadrões ativos, só que dos 4 esquadrões restantes que vão ser eliminados do MiG-21 até 2025, um deles já foi desativado, com a composição da IAF estacionando em 30 esquadrões com 556 aeronaves ativas, o que significa que a IAF está com 12 esquadrões a menos do que deveria, cerca de 216 aeronaves em déficit para enfrentar +400 caças da PAF divididos em 20 esquadrões e 200 caças da PLAAF do Comando Ocidental da China(WTC), ainda vale mencionar que a PAF está atualizando sua força aérea para J-10CE e o JF-17 Block III, além de que, ainda planeja aumentar mais 4 ou 5 esquadrões, o que colocaria mais 80-100 caças para a IAF enfrentar, a postura da IAF é mt simples em manter uma estrutura de 42 esquadrões com algo em torno de 756 aeronaves para bater de frente com a frota combinada em torno de 655-700 aeronaves da PAF e PLAAF.
IAF 2032-2035
5 Esqd Jaguar - 130 aeronaves(eliminado até 2032)
3 Esqd MiG-21 - 54 aeronaves(eliminado até 2025)
3 Esqd Mirage 2000 - 45 aeronaves(eliminado até 2035)
3 Esqd MiG-29 - 65 aeronaves(eliminado até 2035)
Sendo assim, a composição com base em encomendas já acertadas e/ou rumores de encomendas + alguma especulação sem base, a IAF em 2035 ficaria:
2 Esqd Rafale - 36 aeronaves
12-14 Esqd Su-30MKI - 248-270 aeronaves
2 Esqd Tejas Mk 1 - 32 aeronaves
5 Esqd Tejas Mk 1A - 83 aeronaves
= 21-23 Esqd - 399-421 aeronaves
Incremento através do MMRCA 2.0, adquirindo 114 aeronaves, representando em torno de 7 esquadrões. (contrato quase fechando)
Também citado uma provável encomenda extra de mais 3 Esqd Tejas Mk 1A, representando mais 54 aeronaves.(rumores recentes)
Encomenda de Tejas Mk 2, provavelmente algo em torno de 5 esquadrões, totalizando 90 aeronaves. (especulação)
= 15 Esqd - 258 aeronaves
Ou seja, até 2035, a IAF teria entre 36 e 38 esquadrões totalizando entre 657 a 679 aeronaves.
Isso antes do AMCA começar a entrar em serviço. Não acho que eles teriam o tempo necessário para ter 10 esquadrões do Tejas Mk 2 até 2035, por isso eu imagino ser entre 5-7 esquadrões, pois com base nas declarações de oficiais indianos, eles não vão conseguir ter 42 esquadrões até 2038. Entretanto, ainda poderia haver mudanças nessa composição como mais lotes de Su-30MKI, mas ainda é duvidoso. Dependendo da escolha deles no MMRCA 2.0, eles ficarão com Su-30MKI como caça pesado, Rafale como caça médio e Tejas como caça leve, variando entre mais unidades Rafale ou com outro caça leve diferente.
Uma boa matéria sobre isso:
https://archive.ph/TcgFN The Indian Air Force’s Falling Squadron Strength
FCarvalho escreveu: ↑Dom Abr 02, 2023 3:37 pm
Vamos ver o que acontece.
Aparentemente, estamos próximos de uma decisão do MMRCA 2.0. Vamos ver.
https://idrw.org/ministry-of-defence-wi ... -114-jets/