Ucrânia

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Qual esfera de poder deve seguir a Ucrânia?

Rússia
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União Européia
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Neutra
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Re: Ucrânia

#61 Mensagem por FCarvalho » Sex Jan 31, 2014 9:36 am

akivrx78 escreveu:O governo da Rússia afirmou em várias oportunidades que qualquer interferência nos assuntos internos da Ucrânia era inadmissível.
Bom, está tudo mais que explicado. Eis a posição clara da Russia quanto a situação ucraniana. Já sabemos no que isto vai dar. :|

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Re: Ucrânia

#62 Mensagem por FOXTROT » Sex Jan 31, 2014 11:07 am

http://portuguese.ruvr.ru/2014_01_31/No ... -gas-4173/

Reunião de lobos, esqueceram de convidar a Romênia, vai ver temem que os romenos queiram ficar com a maior parte! :evil:

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Re: Ucrânia

#63 Mensagem por FCarvalho » Sex Jan 31, 2014 11:33 am

Bom, quero ver quem vai peitar os russos quando a paciência deles acabar e "resolverem resolver" a crise ucraniana à moda da casa... :roll:
Não vai ter reunião e nem concessão que dê jeito. E para a Europa Oriental, tal perspetiva é mais que aterradora. Principalmente para os vizinhos mais próximos de Kiev, com lembranças nada boas desse tipo de fato, principalmente para húngaros, checos e eslovacos.

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Re: Ucrânia

#64 Mensagem por FOXTROT » Sex Jan 31, 2014 11:59 am

Os russos deveriam testar o tempo de reação dos polacos, enviando um "pequeno" esquadrão em direção a sua fronteira, pouco mais pouco menos de tensão não vai alterar o incêndio atual! :twisted:

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Re: Ucrânia

#65 Mensagem por FCarvalho » Sex Jan 31, 2014 12:29 pm

Foxtrot, eu acho que essa idéia já passou pela cabeça de alguém em Moscou... :wink:
Tática básica dos velhos tempos soviéticos de dispersão e engodo de forças. É um clássico. 8-]
Os russos vivem a fazer isso frequentemente junto as fronteiras da OTAN e extremo oriente.
E eles sabem bem o que estão fazendo.
Antes de alguém no ocidente piscar o olho para ver o que acontece em Kiev, estarão, como sempre estão, mais preocupados com o que lhes provêm as costas, antes de mais nada... :twisted:
Eles sabem até onde a pata do urso se alonga, caso necessário. E ninguém quer conversa sobre deitar a cabeça no travesseiro à noite com uma sombra destas a pairar sobre si.
Escutem o que eu digo. Na hora que o tempo fechar de vez na Ucrânia, Otan, UE, ONU e quem mais couber, irão apenas abrir os seus guarda-chuvas, afim de não se molharem com os respingos dessa chuva. E só.
O resto a gente vai saber pelos noticiários da tv...

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Re: Ucrânia

#66 Mensagem por FCarvalho » Sex Jan 31, 2014 12:56 pm

Ucrânia na mira de revisionistas romenos

Cada crise política séria leva, por via de regra, ao enfraquecimento do país, suscitando a atividade de elementos políticos hostis nos Estados vizinhos. A crise ucraniana veio intensificar as pretensões de revisionistas romenos que colocam a questão da “restituição de territórios anexados”.

Na imprensa romena, próxima do presidente Traian Basescu, bem como nos círculos nacionalistas, patrocinados à larga pelo Serviço de Inteligência Externa (SIE), à luz da crise na Ucrânia se debatem as vias de separação da zona Herta na região de Chernivtsi e de uma parte da região de Odessa. Estes territórios têm sido vistos pelas forças radicais como as regiões “roubadas por Stalin”. Por isso, na Romênia existem forças políticas para as quais a restituição desses territórios poderá virar um projeto político aliciante.

Teoricamente, não é apenas a Romênia que pode contestar certos territórios ucranianos. Mas no meio dos líderes regionais foi somente Basescu que se destacou por declarações rígidas e bem francas. Mais do que isso, o restabelecimento da Romênia dentro das fronteiras de 1918 se tornou para o líder romeno uma verdadeira mania. Ele qualificou a anexação da Moldávia de um “maior projeto nacional” e pretende ir ainda mais longe.

O seu mandato presidencial expira no outono de 2014 sem a possibilidade de ele se candidatar pela terceira vez. Ora, depois de perder a imunidade presidencial, Basescu poderá ser entregue à justiça. Assim, pois, para se manter no poder e controlar a força política que representa, Basescu é capaz de se envolver num conflito internacional sob um pretexto da “recuperação da justiça histórica”. A introdução de uma lei marcial ou de estado de emergência, uma vitória notável na política externa, tudo isso, do ponto de vista de políticos radicais, pode ajudar a conservar o poder.

Observadores têm apontado para a semelhança entre Basescu e Saakashvili, presidente da Geórgia. Em 2008, apenas um mero acaso e a intervenção das forças sensatas da Europa salvaram a Romênia de uma catástrofe idêntica ao colapso georgiano no contexto do conflito na região do rio Dniestre.

Agora a situação está se repetindo. Na fronteira da região de Chernivtsi não se encontra um contingente das forças de paz russo, o que poderá servir de estímulo para ações insensatas da parte romena.

Os primeiros passos para tal já foram dados. Se as autoridades romenas não tomarem juízo e medidas, os problemas de caráter nacionalista poderão se agudizar ainda mais. As organizações que representam a minoria romena nacional na Ucrânia estão sob o controle de serviços especiais romenos. Elas já exigiram que um único deputado de origem romena no parlamento ucraniano abandonasse as fileiras do Partido das Regiões. Falta dar um passo até que sejam feitas novas declarações sobre a “ilegitimidade” dos poderes ucranianos e formulado um pedido sobre a proteção por Bucareste de seus cidadãos (muitos romenos residentes na Ucrânia possuem passaportes romenos). Não se exclui que o esquema possa vir a ser utilizado para enviar à Ucrânia as tropas de um país-membro da OTAN. Mas esperemos que diplomatas alemães, que já tinham esfriado os ânimos nacionalistas do presidente romeno, não permitam tal cenário.

Fonte: Voz da Rússia

http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=36759
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Re: Ucrânia

#67 Mensagem por FOXTROT » Sex Jan 31, 2014 1:04 pm

Mais um comedor de gravatas, dessa gente pode se esperar tudo, até iniciar uma guerra que não podem terminar!

http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=36759


Faz pouco que falei em lobos, novos indícios de que a situação é caótica......

http://portuguese.ruvr.ru/2014_01_31/Vi ... -rio-5726/



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Re: Ucrânia

#68 Mensagem por FOXTROT » Sex Jan 31, 2014 1:19 pm

Os militares percebendo o perigo querem "resolver" a questão, o que pode ser o estopim de uma crise internacional na Europa!

http://noticias.terra.com.br/mundo/euro ... aRCRD.html


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Re: Ucrânia

#69 Mensagem por FCarvalho » Sex Jan 31, 2014 1:42 pm

Se esta crise na Ucrania dissesse respeito somente aos interesses dos ucranianos, seria relativamente fácil de resolver. Mas naquela parte do mundo, onde de certa forma tudo ou quase tudo é fruto de soluções impositivas e/ou meias soluções, paliativas e sem conteúdo concreto, é de se esperar que as coias compliquem-se mais ainda. Mas tomara que não.

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Re: Ucrânia

#70 Mensagem por FOXTROT » Dom Fev 02, 2014 11:32 am

http://noticias.terra.com.br/mundo/euro ... aRCRD.html


01 de Fevereiro de 2014•17h23 • atualizado às 17h27

Rússia e Ocidente expõem diferenças sobre Ucrânia em Munique
Durante encontro na capital bávara, governos de EUA e UE reiteraram apoio à oposição ucraniana

Governos ocidentais e a Rússia expuseram divergências sobre a crise na Ucrânia durante a Conferência de Segurança de Munique. Enquanto o governo americano e europeus garantiram neste sábado apoio ostensivo à oposição ucraniana, o ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, acusou o Ocidente de alimentar as tensões na Ucrânia.



Lavrov culpou a UE de fomentar deliberadamente o conflito na ex-república soviética. "Por que não condenam os que ocupam prédios do governo, atacam policiais ou que usam slogans racistas e antissemitas?", questionou. "Por que isso ainda é incentivado pela UE, enquanto tais atos são imediatamente punidos nos Estados-membros da UE?".

O ministro do Exterior russo acusou a UE e a Otan de não deixarem a Ucrânia escolher ela mesma o rumo a tomar em sua política externa, mas de tentar impor suas próprias ideias. Lavrov também defendeu que a liderança ucraniana tem direito de restringir as liberdades civis frente se houver um recrudescimento da violência.

Apoio a Klitschko
Incitando ainda mais o debate diplomático, o líder da oposição Vitali Klitschko e outros oposicionistas ucranianos receberam na capital bávara apoio ostensivo de vários ministros do Exterior ocidentais. "Nossa mentalidade é europeia e geograficamente somos europeus. Queremos também ter o padrão de vida de europeu", afirmou o ex-pugilista, discursando diante de centenas de manifestantes em Munique.

O secretário de Estado dos estados Unidos, John Kerry, enfatizou a aliança que une o país e a União Europeia à população ucraniana. "A grande maioria dos ucranianos deseja liberdade e segurança e quer viver em um país próspero. Eles lutam pelo direito de escolher o parceiro que os ajudem a tornar realidade essas esperanças", avaliou Kerry, corroborando declarações do secretário-geral da Otan, Andre Fogh Rasmussen, e do presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy.

A principal acusação do Ocidente é que Moscou estaria colocando a liderança da Ucrânia sob pressão para que esta não assine o acordo de associação com a União Europeia. Diplomatas ocidentais temem, ainda, que a liderança russa aumente a pressão sobre as repúblicas soviéticas da Moldávia e da Geórgia, depois dos Jogos Olímpicos de Sochi. Diferentemente da Ucrânia, ambas assinaram um acordo de parceria com a UE.

'Distantes demais em questões importantes'
O secretário-geral da Otan, Andre Fogh Rasmussen, se mostrou receoso com as divergências entre Ocidente e Rússia. "Estou preocupado que estejamos distantes demais um do outro em questões importantes."

Apesar das diferenças, o ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, pediu que as relações com Moscou sejam intensificadas. Ele declarou que, para a Alemanha, é importante que a relação com Moscou se dê de forma mais construtiva. Ele afirmou que conflitos como o da Síria não podem ser resolvidos sem Moscou, assim como um acordo sobre o programa nuclear do Irã.

A Conferência sobre Segurança de Munique começou sua 50ª edição nesta sexta-feira. Um dos mais importantes fóruns sobre o assunto do mundo, reúne lideranças mundiais, militares de alta patente, cientistas e executivos, para discutir conflitos e crises internacionais.
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Re: Ucrânia

#71 Mensagem por FCarvalho » Dom Fev 02, 2014 4:01 pm

E quanto mais falam, mais complicam as coisas. :?

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Re: Ucrânia

#72 Mensagem por FCarvalho » Seg Fev 03, 2014 11:28 am

03 de Fevereiro, 2014 - 10:30 ( Brasília )
Geopolítica

RÚSSIA E OCIDENTE FAZEM CABO DE GUERRA PELA UCRÂNIA

Lyse Doucet

Quando o rei Ludwig I da Bavária abriu esse hotel magnífico em Munique, em 1841, ele disse que queria "um lugar confortável para seus hóspedes ficarem".

Ele nunca poderia ter imaginado que as instalações suntuosas de seu Bayerischer Hof poderia uma dia ser o palco elegante de uma guerra de palavras sobre a Ucrânia.

Em sessões públicas e encontros privados, a batalha diplomática e política pela Ucrânia é uma dos assuntos principais da Conferência de Segurança de Munique – que completa seus 50 anos de existência.

Aquele que é dos primeiros encontros na agenda anual de líderes mundiais e diplomatas trouxe protagonistas de todos os lados para Munique. Enquanto isso um cabo de guerra pela aliança com Kiev é travado com uma brutalidade tão chocante nas ruas da capital ucraniana que chega a ser comparado a batalhas medievais.

O secretário de Estado dos Estados Unidos chamou o processo de "luta pela democracia".

"Enquanto há elementos desagradáveis nas ruas de qualquer situação caótica, a vasta maioria dos ucranianos querem viver suas vidas livres em um país seguro e próspero", afirmou ele em uma sessão.

Oferta na mesa
Menos de uma hora antes, o chanceler russo Sergei Lavrov usou o mesmo palanque para uma pergunta à audiência: "O que a incitação de protestos violentos nas ruas tem a ver com a promoção da democracia?"

E se houvesse alguma dúvida do comprometimento do Ocidente com a Ucrânia, a manhã começou com o presidente do Conselho da União Europeia, Herman Van Rompuy anunciando: "O futuro da Ucrânia está com a União Europeia".

"A oferta ainda está na mesa", afirmou.

No ano passado um acordo de aproximação com a União Europeia foi descartado pelo presidente Victor Yanukovych logo após o país receber apoio financeiro e ser pressionado por Moscou – que se interessa em manter seu antigo aliado da Guerra Fria sob sua saia.

Líderes opositores ucranianos vieram a Munique para dizer a seus apoiadores ocidentais que palavras, apesar de bem vindas, não são suficientes.

Arseniy Yatsenyuk me disse que eles querem um "Plano Marshall, não Lei Marcial" – que ele teme que possa ser imposta pelo governo.

Ele falou de uma economia "em colapso" e um sistema político com uma constituição que deu a presidente poderes que se assemelham "a poderes de um ditador, não de um presidente eleito".

Ele alertou ainda que há "um risco muito alto da tensão se elevar".

Ameaça de golpe
Nesta semana o ministro da Defesa da Ucrânia, em uma declaração rara, pediu ao presidente que controle a situação e alertou sobre a possibilidade de uma divisão do país.

Yatsenyuk classificou a declaração como uma ameaça de golpe e alertou que "os responsáveis por isso podem facilmente conseguiu uma passagem só de ida para Haia". Ou seja, isso poderia ser o equivalente a um crime de guerra.

Uma condenação e uma advertência também vieram do secretário-geral da Otan (aliança militar ocidental) Anders Fogh Rasmussen.

Ele me disse que "lamenta profundamente o uso excessivo de força por forças de segurança ucraniana". Rasmussen também ressaltou que termos para uma Comissão Otan-Ucrânia necessitam que "os militares permaneçam neutros".

Neutralidade está faltando em Munique enquanto lados rivais se enfrentam com a retórica.

O chanceler ucraniano Leonid Kozhara também está aqui com uma narrativa diferente do caminho dramático de seu país em direção à violência.

Arseniy Yatsenyuk disse que ele não é um "mestre em discursos". Mas, no espírito da conferência de segurança, o ministro de relações exteriores deve expor seu ponto.

http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... a-Ucrania/
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Re: Ucrânia

#73 Mensagem por Clermont » Ter Fev 04, 2014 10:24 am

A OCLOCRACIA TRIUNFARÁ NA UCRÂNIA?

Patrick J. Buchanan, 4 de fevereiro de 2014.

Apesar de nosso interminável lero-lero sobre democracia, nós, os americanos, damos a impressão de ser capazes de guardar nossos princípios democráticos na gaveta quando eles ficam no caminho nossa Nova Ordem Mundial.

Em 2012, na eleição presidencial no Egito, Mohamed Morsi da Confraria Muçulmana venceu de lavada. O presidente Obama saudou o resultado.

Um anos depois, o Exército egípcio derrubou e prendeu Morsi, abatendo a tiros milhares da sua confraria. O golpe foi apoiada por John Kerry, afirmando que o Exército egípcio estava "restaurando a democracia."

Agora, chegou a vez da Ucrânia.

Em 2010, Viktor Yanukovych, no que observadores neutros declararam ser uma eleição livre e justa, foi escolhido presidente. Seu mandato termina em 2015.

Porém, desde novembro, manifestantes ocuparam a Praça Maidan, em Kiev, enfrentando a polícia e uivando pela renúncia de Yanukovych. Os Estados Unidos aparentam agora estar colaborando com a Europa na neutralização ou derrubada deste governo democraticamente eleito.

Golpes militares, "a la Cairo", e levantes das turbas, "a la Kiev" - agora são armas legítimas no arsenal da democracia.

O que Yanukovych fez para merecer a derrubada pelas ruas? Ele escolheu a Rússia de preferência à Europa.

Na competição entre escolher qual associação econômica se juntar, a de Vladimir Putin e a União Européia, Yanukovych estava prometido à UE. Mas, depois de uma oferta de $ 15 bilhões de Putin, e um corte nos preços dos combustíveis para o seu país. Yanukovych descartou a UE e correu para a Rússia.

Yanukovych sentiu que não podia recusar a oferta de Putin.

A Ucrânia Ocidental, que favorece a UE, ficou enraivecida. Daí saíram os manifestantes para derrubar o presidente. E para Kiev voou John McCain para declarar nossa solidariedade com os manifestantes.

Kerry agora juntou-se a McCain na intromissão em assuntos que não são da conta da América, declarando em Munique que, "Em lugar nenhum a luta pelo futuro da democracia na Europa é mais importante, hoje, do que na Ucrânia."

Nós "ficamos ao lado do povo da Ucrânia," disse Kerry.

Mas, que povo? Os ucranianos que elegeram Yanukovych e ainda o apóiam, ou as turbas na Praça Maidan que o querem fora e não saem de seus acampamentos fortificados até que ele saia?

Kerry nos está colocando ao lado das turbas que desejam derrubar o presidente, forçar eleições e tomar o poder. Porém, os americanos nunca ficariam sentados caso elementos similares, com objetivos similares, ocupassem Washington.

Segundo se relata, agora estamos nos conluiando com os europeujs para preparar um pacote de ajuda, caso Yanukovych se renda, corte os laços com a Rússia e se bandeie para a UE.

Mas, se a oferta de $ 15 bilhões foi um suborno, qual é o nome disso?

Embora governando uma nação dividida, Yanukovych dificilmente tem sido um tirano. Enquanto as turbas se tornam mais violentas, ele reformou seu governo, ofereceu o cargo de primeiro-ministro ao líder da oposição, repeliu leis recentemente aprovadas para debelar as manifestações e tirou licença por doenças durante quatro dias.

Mas, as turbas das ruas, sentindo que ele estava se quebrando e cheirando a vitória, estão pressionando por mais. Já ocorreram várias mortes entre manifestantes e policiais.

Putin está indignado, mas inibido pela necessidade de mantar uma aparência amistosa para os Jogos de Sochi. Mesmo assim, ele apresentou um ponto válido.

Como a UE reagiria se Putin fosse saudar o Partido de Independência do Reino Unido, que deseja a saída da União Européia, ou o Partido Nacional Escocês, que deseja a secessão da Grã-Bretanha?

A Ucrânia foi, brevemente, independente no final da Grande Guerra e voltou a ser desde a dissolução da União Soviética. Porém, os laços religiosos, étnicos, culturais e históricos entre a Rússia e a Ucrânia tem séculos de profundidade.

Oito milhões de ucranianos são russos étnicos. Na Ucrânia Oriental e na Criméia, a maioria fala russo e acalente tais laços. O Ucrânia Ocidental olha para a Europa. Na verdade, partes dela pertenceram ao Império Habsburgo.

Se empurrada demais e pressionada muito duramente, a Ucrânia pode se desintegrar.

A polícia de segurança que interrogou amotinados presos, parece acreditar que nós, os americanos, estamos por detrás do que está se passando. E levando em conta o papel clandestino da Agência Para o Avanço da Democracia (NED, ou National Endowment for Democracy) nas revoluções coloridas da década passada nas Europa Central e Oriental, tal suspeita não deve ser gratuita.

Nem o ministro do exterior russo, Sergei Lavrov, está inteiramente errado quando disse que "uma escolha está sendo imposta" sobre a Ucrânia, e os políticos europeu estão fomentando protestos e tumultos "por gente que capturou e mantém edifícios governamentais, atacam a polícia e utilizam slogans nazistas, racistas e anti-semitas."

Se, como resultado das turbas das ruas paralisando uma capital, um governo democraticamente eleito cair, nós poderemos ter não só uma Rússia furiosa e revanchista nas mãos, mas uma segunda Guerra Fria.

E nós teremos aberto um precedente que poderá voltar para assombrar a Europa, quando os partidos em ascensão e proliferação da direita populista, que deseja derrubar a União Européia, aprenderem com nosso exemplo.
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Re: Ucrânia

#74 Mensagem por cabeça de martelo » Sex Fev 07, 2014 10:42 am

:arrow: http://www.dn.pt/inicio/globo/interior. ... pa&page=-1

Merkel considera "inaceitáveis" declarações de diplomata

PATROCÍNIOA chanceler alemã Angela Merkel considera que os insultos proferidos por uma diplomata norte-americana contra a União Europeia por causa da crise ucraniana são "absolutamente inaceitáveis", afirmou uma...
"A chanceler considera essas declarações absolutamente inaceitáveis. A chanceler quer novamente repetir que Catherine Ashton [chefe da diplomacia da União Europeia] faz um excelente trabalho", afirmou a porta-voz adjunta do Governo alemão, Christiana Wirtz.

A secretária de Estado adjunta norte-americana para a Europa, Victoria Nuland, surge alegadamente numa gravação audio de um telefonema divulgado no Youtube a dizer "A UE que se f...".

O seu interlocutor será o embaixador dos Estados Unidos na Ucrânia, Geoffrey Pyatt. Os dois falam durante quase quatro minutos sobre uma maneira de resolver a crise política na Ucrânia através das Nações Unidas, dando pouco ou nenhum crédito ao papel da União Europeia.

"A União Europeia vai continuar a esforçar-se para apaziguar a situação na Ucrânia", acrescentou a porta-voz de Merkel.

A conversa, que parece ter sido gravada à revelia dos intervenientes, foi difundida no Youtube e no Twitter, não está datada e não é possível certificar a sua total veracidade.

Nuland já pediu desculpas junto da UE. Contudo, numa conferência de imprensa em Kiev recusou fazer qualquer cometário sobre o tema, indicando que se tratou de uma "conversa diplomática privada".

A porta-voz do departamento de Estado dos EUA, Jennifer Psaki, não desmentiu que esta chamada telefónica tenha acontecido, mas recusou comentar o que diz ser "uma conversa telefónica privada".

Susana Salvador, com agências




E quem é que divulgou?... :twisted: 8-]
"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Ucrânia

#75 Mensagem por FCarvalho » Sex Fev 07, 2014 12:56 pm

Esses americanos... mas eles são bons mesmo...:roll: :wink:

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