Meus prezados:
Rekkof Aircraft cancela seu projeto em Anápolis
Empresa holandesa não tinha dinheiro para arcar com os custos da obra e dependia completamente da ajuda e incentivos fiscais do governo; mas a justificava para o cancelamento é outra.
http://www.diarioana...3/01/rekkof.png
Na foto, autoridades e secretário comemoram inauguração de fábrica (que nem ao menos saiu do papel)
Por que a fabrica de aviões Rekkof Aircrafft, que deveria estar funcionando em Anápolis a partir deste ano, não saiu do papel? Para esta dúvida há uma resposta oficial: a crise na Europa. A empresa é holandesa e teria se ressentido da situação instável na região.
Mas está justificativa não convence, uma vez que a economia mundial se encontra em iminente colapso desde a crise financeira dos Estados Unidos entre 2008 e 2009 e as negociações entre o governo de Goiás e a empresa holandesa foram feitas em 2011. A desaceleração econômica já era uma realidade na época e a crise ganha ares de pretexto para encobrir uma realidade bastante nebulosa.
Na secretaria de Indústria e Comércio, órgão que capitaneou a negociação, a assessoria de imprensa informa apenas que nada do que foi acordado entre Estado e empresa se concretizou.
Esse nada era muito: doação de terreno de 1.230 milhão de metros quadrados, renuncia fiscal no valor de R$ 1.560 bilhão por meio do programa Produzir, um crédito de ICMS no valor de R$ 90 milhões, empréstimo do Fundo do Centro-Oeste (FCO) de pelo menos R$ 300 milhões e ainda financiamento pelo BNDES.
Especula-se que a empresa solicitou R$ 700 milhões do BNDES. O investimento total estava estimado em R$ 1,2 bilhão, mas em nenhum momento foi dito quanto de recursos próprios a empresa holandesa pretendia investir na nova fábrica. O que se percebe é que a empresa contava com o mínimo de recursos próprios para se instalar em Goiás. Estaria disposta a vir se grande parte dos investimentos, cerca de R$1.09 bilhão, fosse custeado pelo governo.
A obra chegou a ser lançada com toda pompa e circunstância típica do poder público, em outubro de 2011. A vinda da fábrica foi amplamente comemorada por todo governo. Mas agora, que o projeto gorou, ninguém veio a público explicar o porquê. A última vez que o secretário de Indústria e Comércio, Alexandre Baldy, se pronunciou sobre a suspensão do projeto disse estar programada uma viagem à Holanda para definir a situação da instalação da empresa. Ridoval Chiareloto, presidente da Goiasindustrial, não quer mais ser dono do projeto.
No lançamento do canteiro de obra, ele fazia questão de estar envolvido: “A vinda da Rekkof para Goiás começou a ser trabalhada há vários meses”, comentou ressaltando sua participação no empenho do Estado em atrair a indústria de avião. Agora, no entanto, Chiareloto diz que o projeto não faz parte do seu departamento.
Todavia, o gerente do projeto e representante da Rekkof em Goiás, Alessandro Ferreira, estava na Goiasindustrial no momento em que foi procurado pela reportagem da 730. Além disso, em um primeiro contato com o órgão, o funcionário Ricardo, do departamento de Assentamento, afirmou que tinha toda a documentação pertinente à instalação da fábrica em Goiás, mas precisava de autorização do presidente para divulgar. Ao ser procurado posteriormente, a ligação foi transferida para outro funcionário, identificado como Nilson, que disse não haver documentação sobre a Rekkof na Goiasindustrial.
Na Secretaria de Indústria e Comércio, a assessora de imprensa, Blitz Lopes, informou que o Banco do Brasil não liberou os recursos do FCO porque a Rekkof não apresentou todos os documentos necessários. Os recursos do BNDES também não saíram. O representante da Rekkof, Alexandre Ferreira, explica que a liberação estaria condicionada ao andamento da construção da fábrica, que sequer saiu do papel. E não foi só isso que deu errado.
Alessandro Ferreira afirma que a Rekkof teria credito outorgado – presunção de crédito de ICMS a ser recebido – aprovado pelo governo. “Ela não chegou a receber, mas tem um TARE (Termo de Acordo de Regime Especial) aprovado no valor de R$ 90 milhões, são 18 parcelas de R$ 5 milhões.” Segundo ele, o credito estaria disponível desde janeiro do ano passado.
Segundo levantamento da 730, a Rekkof tentou negociar este crédito com a Brasil Telecon, ou seja, ela transferiria os R$ 90 milhões para a empresa de telefonia que, por sua vez, deixava de recolher esse ICMS para o govferno nesse valor e anteciparia os R$90 milhões para a Rekkof. Mas essa operação não chegou a ser concretizada porque a Secretaria da Fazenda, contrariando o que disse Alessandro Ferreira, não homologou o crédito outorgado a Rekkof.
Segundo o funcionário da área de tributação da Sefaz que passou essa informação, o crédito não foi autorizado pelo secretário da Fazenda, Simão Cirineu. “Se houve alguma transação entre a Rekkof e a Brasil Telecon, foi irregular.” Como a empresa holandesa contava com a antecipação do crédito outorgado e com os recursos do FCO para dar início à construção da fábrica, o projeto de Alexandre Baldy e Ridoval Chiareloto terminou por ser frustrado por Simão Cirineu.
Todo esse mistério sobre a não instalação da Rekkof em Goiás aumenta quando defrontamos as informações sobre o que foi feito na primeira fase da obra. Segundo Alessandro Ferreira, foram construídos os escritórios e os refeitórios. “A obra parou bem no início. Não foi nem começada a terraplanagem. Ela parou no canteiro de obras.” A Rekkof teria aplicado de R$4 a R$5 milhões nessa primeira fase, segundo Alessandro.
Mas essa não é a informação dada pelo dono da Trade Construtora, empresa que fez a terraplanagem no terreno. Severo de Pina Reis conta que fez todo o trabalho de terraplanagem e que recebeu da Rekkof pela tarefa R$ 1 milhão. Um vídeo institucional divulgado na internet mostra as máquinas trabalhando no local (veja abaixo).
“Quando eu acabei de fazer a terraplanagem eu emiti a nota e recebi da Rekkof”, afirma Severo de Pina. O terreno, mais de 1.2 milhão de metros quadrados, continua cedido a Rekkof. Não chegou a ser escriturado em nome da empresa.
O caso da fábrica da Rekkof lembra a instalação da montadora de veículos Hyundai, do grupo Caoa, em Anápolis, inaugurada em abril de 2007. Ao longo do contrato, a Caoa vai receber do Estado, a título de incentivo fiscal, cerca de R$ 4 bilhões. Em crédito outorgado ela recebeu R$ 1 bilhão para montar a fábrica, sendo que o investimento total do empreendimento estava estimado em R$ 1,2 bilhão.
A promessa era gerar 1450 empregos; até agora a Caoa produziu 600 vagas.
fonte: Diário de Anápolis 29 de janeiro de 2013 por Thales Rodrigues
Rekkof: investe em ressuscitar o Fokker em Goiás
Moderador: Conselho de Moderação
- jambockrs
- Sênior
- Mensagens: 2617
- Registrado em: Sex Jun 10, 2005 1:45 am
- Localização: Porto Alegre/RS
- Agradeceu: 427 vezes
- Agradeceram: 180 vezes
Re: Rekkof: investe em ressuscitar o Fokker em Goiás
Meus prezados
Plano de ressuscitar o Fokker 100 incluia até fábrica no Brasil.
https://www.airway.com.br/plano-de-ress ... no-brasil/
Plano de ressuscitar o Fokker 100 incluia até fábrica no Brasil.
https://www.airway.com.br/plano-de-ress ... no-brasil/