Mundo Árabe em Ebulição
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
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O "Dia da Ira" contra Mubarak toma conta do Egito
28 de janeiro de 2011
Cairo, 28 Jan 2011 (AFP) -Os protestos contra o presidente egípcio, Hosni Mubarak, se estenderam por toda a capital Cairo nesta sexta-feira, dia tradicional de orações, quando milhares de pessoas saíram às ruas para pedir a queda do regime.
A polícia tentou dispersar a multidão usando gases lacrimogêneos e jatos de água ao término da oração na qual participou o opositor egípcio Mohamed ElBaradei junto a 2.000 pessoas.
Os fieis oravam diante de uma grande mesquita do bairro de Guiza, e gritavam "Abaixo (o presidente) Hosni Mubarak!" imediatamente depois de terminada a oração, em meio a um importante dispositivo de segurança.
Este quarto dia de protestos recebeu, além disso, o apoio da Irmandade Muçulmana, principal força da oposição, que até agora apoiada sem grande entusiasmo estas marchas convocadas por núcleos de jovens com aspirações democráticas.
Durante a madrugada, foram detidos pelo menos 20 dirigentes da Irmandade Muçulmana, segundo o advogado do movimento.
A internet se encontrava inacessível na manhã desta sexta-feira no Cairo, segundo vários usuários e hotéis.
A internet tem sido um instrumento muito utilizado pelos militantes desde terça-feira para convocar protestos exigindo a queda do regime de Mubarak.
O ministério egípcio do Interior advertiu que tomaria "medidas decisivas" contra os manifestantes.
O aviso, publicado na madrugada desta sexta-feira (hora local), chegou depois que grupos opositores anunciaram que iriam organizar nesta sexta-feira manifestações "de ira" em várias cidades no fim das orações semanais, como parte da onda de protestos contra o poder que deixaram sete mortos, cinco manifestantes e dois policiais, além de dezenas de feridos.
"O ministério do Interior renova sua advertência contra tais ações e afirma que serão tomadas medidas decisivas para enfrentá-las, de acordo com a lei", indicou o comunicado.
Desde terça-feira, ocorrem manifestações sem precedentes pedindo a saída do presidente Mubarak. que planejam protestar novamente nesta sexta-feira contra o governo do presidente Hosni Mubarakpositor egípcio mais conhecido, ElBaradei chegou na quinta-feira ao Cairo e propôs liderar uma eventual transição política.
O "Dia da Ira" contra Mubarak toma conta do Egito
28 de janeiro de 2011
Cairo, 28 Jan 2011 (AFP) -Os protestos contra o presidente egípcio, Hosni Mubarak, se estenderam por toda a capital Cairo nesta sexta-feira, dia tradicional de orações, quando milhares de pessoas saíram às ruas para pedir a queda do regime.
A polícia tentou dispersar a multidão usando gases lacrimogêneos e jatos de água ao término da oração na qual participou o opositor egípcio Mohamed ElBaradei junto a 2.000 pessoas.
Os fieis oravam diante de uma grande mesquita do bairro de Guiza, e gritavam "Abaixo (o presidente) Hosni Mubarak!" imediatamente depois de terminada a oração, em meio a um importante dispositivo de segurança.
Este quarto dia de protestos recebeu, além disso, o apoio da Irmandade Muçulmana, principal força da oposição, que até agora apoiada sem grande entusiasmo estas marchas convocadas por núcleos de jovens com aspirações democráticas.
Durante a madrugada, foram detidos pelo menos 20 dirigentes da Irmandade Muçulmana, segundo o advogado do movimento.
A internet se encontrava inacessível na manhã desta sexta-feira no Cairo, segundo vários usuários e hotéis.
A internet tem sido um instrumento muito utilizado pelos militantes desde terça-feira para convocar protestos exigindo a queda do regime de Mubarak.
O ministério egípcio do Interior advertiu que tomaria "medidas decisivas" contra os manifestantes.
O aviso, publicado na madrugada desta sexta-feira (hora local), chegou depois que grupos opositores anunciaram que iriam organizar nesta sexta-feira manifestações "de ira" em várias cidades no fim das orações semanais, como parte da onda de protestos contra o poder que deixaram sete mortos, cinco manifestantes e dois policiais, além de dezenas de feridos.
"O ministério do Interior renova sua advertência contra tais ações e afirma que serão tomadas medidas decisivas para enfrentá-las, de acordo com a lei", indicou o comunicado.
Desde terça-feira, ocorrem manifestações sem precedentes pedindo a saída do presidente Mubarak. que planejam protestar novamente nesta sexta-feira contra o governo do presidente Hosni Mubarakpositor egípcio mais conhecido, ElBaradei chegou na quinta-feira ao Cairo e propôs liderar uma eventual transição política.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Por favor não misture assuntos, a repugnante narco-ditadura do mafioso Putin nada tem a ver com a Tunisia e com o Egipto. Os mecanismos que explicam a implantação da ditadura da Gazprom, não são os mesmos que explicam as ditaduras árabes que não têm petroleo, ainda que sejam parecidos com os mecanismos de corrupção e latrocinio que são utilizados nos países com petróleo, em que se inclui a ditadura cleptocrática russa.
As ditaduras petroliferas são ditaduras, com a sua lógica própria. A esmagadora maioria da população do mundo preferia viver numa ditadura petrolifera como a saudita. Não quer dizer que seja uma ditadura boa, porque elas são todas más, mas temos que entender a natureza humana...
Quando o ditador dá bolachas...
A maioria da população costuma fechar os olhos e não protesta.
Já os ditadores árabes dos países que não dão bolachas, metem a população na cadeia e matam quem se opõe ou quem fala contra o regime ou para protestar contra a miséria.
Neste quesito, as mais assassinas ditaduras árabes são os regimes marxistas da Siria e da Libia, e nunca a Tunisia e o Egipto. É por serem regimes marxistas, que desenvolveram sistemas brutais de repressão muitíssimo mais eficientes na repressão do protesto.
Os protestos como os que vemos na Tunisia ou no Egipto, só são viáveis em ditaduras onde existe algum grau, ainda que residual, de liberdade de expressão.
Tanto a Tunisia, quanto o Egipto quanto a Jordânia (por exemplo) têm algum grau de liberdade e quando comparadas com a Siria ou a Libia quase parecem democracias. Uma juntamento de pessoas no Egipto, normalmente não será grande problema, tem havido vários. Já na Siria, qualquer ajuntamento é rigirosamente proibido e se existir, os participantes dificilmente voltarão a ver a luz do Sol.
O apoio à «revolução» da Tunisia dado pelo Obama no entanto, dever ter dado calafrios ao Khadaffi.
Como dirigente Marxista, Khadaffi está habituado a reprimir brutalmente o povo, achando que tem esse direito, mas mesmo na Libia, a população pode acabar por ser contaminada...
Nesta história toda, o principal problema, acaba sendo o do futuro. Como é que sociedades que colocam 50% da população na prateleira, podem pretender concorrer no mercado internacional ?
O que aconteceu na Argelia ?
Houve eleições, e um grupo de criminosos fanáticos, a FIS, ganhou as eleições e segundo o programa eleitoral, acabaria com a democracia e implantaria um estado islâmico.
Isso acabou levando a um golpe de estado militar...
As ditaduras petroliferas são ditaduras, com a sua lógica própria. A esmagadora maioria da população do mundo preferia viver numa ditadura petrolifera como a saudita. Não quer dizer que seja uma ditadura boa, porque elas são todas más, mas temos que entender a natureza humana...
Quando o ditador dá bolachas...
A maioria da população costuma fechar os olhos e não protesta.
Já os ditadores árabes dos países que não dão bolachas, metem a população na cadeia e matam quem se opõe ou quem fala contra o regime ou para protestar contra a miséria.
Neste quesito, as mais assassinas ditaduras árabes são os regimes marxistas da Siria e da Libia, e nunca a Tunisia e o Egipto. É por serem regimes marxistas, que desenvolveram sistemas brutais de repressão muitíssimo mais eficientes na repressão do protesto.
Os protestos como os que vemos na Tunisia ou no Egipto, só são viáveis em ditaduras onde existe algum grau, ainda que residual, de liberdade de expressão.
Tanto a Tunisia, quanto o Egipto quanto a Jordânia (por exemplo) têm algum grau de liberdade e quando comparadas com a Siria ou a Libia quase parecem democracias. Uma juntamento de pessoas no Egipto, normalmente não será grande problema, tem havido vários. Já na Siria, qualquer ajuntamento é rigirosamente proibido e se existir, os participantes dificilmente voltarão a ver a luz do Sol.
O apoio à «revolução» da Tunisia dado pelo Obama no entanto, dever ter dado calafrios ao Khadaffi.
Como dirigente Marxista, Khadaffi está habituado a reprimir brutalmente o povo, achando que tem esse direito, mas mesmo na Libia, a população pode acabar por ser contaminada...
Nesta história toda, o principal problema, acaba sendo o do futuro. Como é que sociedades que colocam 50% da população na prateleira, podem pretender concorrer no mercado internacional ?
O que aconteceu na Argelia ?
Houve eleições, e um grupo de criminosos fanáticos, a FIS, ganhou as eleições e segundo o programa eleitoral, acabaria com a democracia e implantaria um estado islâmico.
Isso acabou levando a um golpe de estado militar...
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Ok pt tinha certeza que não poderia falar na Rússia (até porque, esse assunto não pertence a esse tópico) com você, temos conceitos (ou seria pré-conceitos?) diferentes sobre esse país.
Em relação aos árabes, você fala apenas sobre os regimes que são inimigos dos ocidentais, se forem aliados yanques há como explicar todas as tiranas ações do governo.
Você tem um ponto de vista e eu outro, como não tenho o interesse em lhe convencer de minha opinião e o contrário não acontecerá considero encerrado esse assunto.
Saudações
Em relação aos árabes, você fala apenas sobre os regimes que são inimigos dos ocidentais, se forem aliados yanques há como explicar todas as tiranas ações do governo.
Você tem um ponto de vista e eu outro, como não tenho o interesse em lhe convencer de minha opinião e o contrário não acontecerá considero encerrado esse assunto.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
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Egito: repórter da 'BBC' diz que foi espancado com barra de aço
28 de janeiro de 2011
O jornalista da BBC Assad El Sawey afirmou ter sido espancado com barras de aço pela polícia secreta egípcia ao cobrir uma manifestação que reuniu cerca de 15 mil pessoas no centro da capital do Egito, Cairo, nesta sexta-feira.
Ele disse que policiais à paisana o detiveram mesmo depois de ter se identificado como repórter. "Quando me prenderam, começaram a me bater com barras de aço, do tipo que se usa aqui para abater animais", afirmou.
O repórter, que sofreu ferimentos na cabeça, disse ainda ter sido alvo de pancadas com cassetetes elétricos. "Um grande número de jornalistas estrangeiros estava lá e todos foram levados em boleias de caminhão." Ele disse ainda que a polícia foi "muito, muito brutal".
O ataque aconteceu, segundo El Sawey por volta das 13h (9h, em Brasília), logo após as orações tradicionais de sexta-feira.
Ele afirmou que estava na Praça Ramsés, uma das maiores do centro do Cairo, quando o protesto começou a ficar violento.
Mesmo mantendo-se longe dos confrontos, "a cerca de 300 m", o repórter foi abordado pela polícia secreta. "Eles estavam obviamente atrás de jornalistas", afirmou o repórter, que teve uma máquina fotográfica confiscada.
El Sawey afirmou que "teve sorte" de ter conseguido escapar, porque identificou um oficial de patente mais alta e lhe disse que precisava de tratamento.
"Disse que estava sangrando e que iria desmaiar. Primeiro queriam me levar a um hospital do governo, famoso por permitir que a polícia recolha pacientes após o tratamento."
O jornalista teria se recusado e afirmado que então seria melhor levá-lo na viatura para "deixá-lo sangrar e morrer". Pelo menos nove pessoas morreram e até mil foram presas desde o início dos protestos, na terça-feira.
As manifestações no Egito foram inspiradas pelos protestos populares na Tunísia que levaram à derrubada do presidente Zine Al-Abidine Ben Ali, há duas semanas.
Egito: repórter da 'BBC' diz que foi espancado com barra de aço
28 de janeiro de 2011
O jornalista da BBC Assad El Sawey afirmou ter sido espancado com barras de aço pela polícia secreta egípcia ao cobrir uma manifestação que reuniu cerca de 15 mil pessoas no centro da capital do Egito, Cairo, nesta sexta-feira.
Ele disse que policiais à paisana o detiveram mesmo depois de ter se identificado como repórter. "Quando me prenderam, começaram a me bater com barras de aço, do tipo que se usa aqui para abater animais", afirmou.
O repórter, que sofreu ferimentos na cabeça, disse ainda ter sido alvo de pancadas com cassetetes elétricos. "Um grande número de jornalistas estrangeiros estava lá e todos foram levados em boleias de caminhão." Ele disse ainda que a polícia foi "muito, muito brutal".
O ataque aconteceu, segundo El Sawey por volta das 13h (9h, em Brasília), logo após as orações tradicionais de sexta-feira.
Ele afirmou que estava na Praça Ramsés, uma das maiores do centro do Cairo, quando o protesto começou a ficar violento.
Mesmo mantendo-se longe dos confrontos, "a cerca de 300 m", o repórter foi abordado pela polícia secreta. "Eles estavam obviamente atrás de jornalistas", afirmou o repórter, que teve uma máquina fotográfica confiscada.
El Sawey afirmou que "teve sorte" de ter conseguido escapar, porque identificou um oficial de patente mais alta e lhe disse que precisava de tratamento.
"Disse que estava sangrando e que iria desmaiar. Primeiro queriam me levar a um hospital do governo, famoso por permitir que a polícia recolha pacientes após o tratamento."
O jornalista teria se recusado e afirmado que então seria melhor levá-lo na viatura para "deixá-lo sangrar e morrer". Pelo menos nove pessoas morreram e até mil foram presas desde o início dos protestos, na terça-feira.
As manifestações no Egito foram inspiradas pelos protestos populares na Tunísia que levaram à derrubada do presidente Zine Al-Abidine Ben Ali, há duas semanas.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Tua discordância é sempre bem vinda Marcelo! Teus argumentos são sempre muito bem fundamentados. Minha afirmação foi justamente neste sentido. O arcabouço cultural do islamismo não tem como articular nosso conceito de democracia. O pensamento islâmico é, obviamente, fundamentado nos valores da religião. Isto exclui uma série de comportamentos fundamentais à democracia ocidental. Os movimentos que estamos assistindo possuem uma componente fundamentalista (majoritária ou não) que nunca pensou em governos democráticos e tolerantes. Imaginar que destes movimentos nascerão governos "democráticos" e pró-ocidente é no mínimo um exercício de ciência exotérica...marcelo l. escreveu:Mestre, desculpe discordar, mas lá a democracia que eles procuram pode ser um pouco diferente...a bbc a pouco fez um documentário "After Rome Holy War-and-Conquest que a estudante siria ficava intrigada com o conceito de democracia que queria ser imposto pelo entrevistador.Hader escreveu:E quem disse que os islâmicos estão buscando uma democracia????
[]'s
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Esta é uma confusão tradicional, mas que é na realidade uma confusão.Hader escreveu:Tua discordância é sempre bem vinda Marcelo! Teus argumentos são sempre muito bem fundamentados. Minha afirmação foi justamente neste sentido. O arcabouço cultural do islamismo não tem como articular nosso conceito de democracia. O pensamento islâmico é, obviamente, fundamentado nos valores da religião. Isto exclui uma série de comportamentos fundamentais à democracia ocidental.
Não há nada, no arcabouço cultural do islamismo que impeça o estabelecimento de principios e regras simples na sociedade, que têm a ver com os direitos humanos e que normalmente são confundidos com, o ocidente.
O problema não é o Islão !
Existem democracias islâmicas e países islâmicos que viveram ditaduras de esquerda, voltaram para ditaduras de direita e evoluiram para a democracia.
O maior país islâmico do mundo, a Indonesia, com todas as suas contradições, é uma democracia.
A Turquia, é uma democracia com partidos legitimos e liberdades (e regras contra os exageros religiosos que nem existem em alguns países do ocidente).
Mais uma vez: O problema não é a religião islamica.
O problema são as sociedades árabes e a interpretação muito mais literal que se faz nas sociedades árabes dos escritos corânicos.
Esta interpretação mais literal (e por isso tendencialmente fundamentalista) resulta de o livro sagrado estar escrito em árabe.
O Corão, é a prova da existência de Deus, porque em árabe a obra é de uma beleza estética tal, que seria impossível que um mercador semi-analfabeto tivesse escrito aquilo.
Daí a importância da lingua árabe, porque noutra lingua, o Corão não tem a mesma qualidade e beleza estética (e força da palavra) e é apenas mais um livro.
O problema, é que para os países e sociedades árabes, o Corão, porque está escrito na própria língua tem uma importância que não tem noutros lugares.
Já para um turco ou um indonésio, um ensinamento do Corão pode ser interpretado menos literalmente que para um árabe.
Daí a importância da Tunisia, como país em que poderá haver uma abertura democrática num país que fala a língua do Corão.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Apoio todos esses protestos, todos eles, gostem ou não.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Re: Mundo Árabe em Ebulição
Caríssimo pt, aqui temos um questão quase semântica: a religião em sí pouco importa agora e sim a leitura que se faz dela! O Corão traz passagens belíssimas de tolerância e perdão, mas a materialização deste se transfigura em intolerância é ódio (exatamente como no cristianismo). O mundo como compreendido pelos fundamentalistas islâmicos não é, de forma alguma, compatível com a democracia latu senso.
Concordo com tua visão sobre a Tunísia, mas não comungo com tua esperança, infelizmente. Mantenho contatos muito estreitos com o OM e não estou conseguindo traçar um caminho muito esperançoso. Espero estar errado.
Abraços!
Concordo com tua visão sobre a Tunísia, mas não comungo com tua esperança, infelizmente. Mantenho contatos muito estreitos com o OM e não estou conseguindo traçar um caminho muito esperançoso. Espero estar errado.
Abraços!
Re: Mundo Árabe em Ebulição
O bicho tá pegando!!
Ao vivo do Cairo-Egito: http://english.aljazeera.net
Edit2: Cliquem no alto da página, onde está esta imagem e play!
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Editado pela última vez por DELTA22 em Sex Jan 28, 2011 4:43 pm, em um total de 2 vezes.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
É espantoso, apenas e só, espantoso. O nosso "Afrika Korps" está a ser demolido em passo acelerado. As fronteiras do fanatismo vão passar a ser as nossas fronteiras, com o fim desse "escudo" proporcionado pelo "AK". As brincadeiras da canalhada neocon americana durante a era Bush junior, vai ser toda paga com juros e é a Europa que vai levar com eles.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Blog do Editor
A temida voz dos árabes
Os ventos revolucionários da Tunísia chegaram ao Egito. Depois da derrubada do regime do tunisiano Zine Al-Abidine Ben Al, que desfrutou de poder quase absoluto por 23 anos, a fúria das chamadas "ruas árabes" se dirige agora contra o líder egípcio. No controle da terra dos faraós há 29 anos, Hosni Mubarak é o alvo da revolta e desejo de mudança da população local. As cenas de caos em vários pontos do país, especialmente no Cairo, sugerem uma nação transformada. De forma espontânea, sem necessariamente ligação com grupo político algum, cidadãos das mais diferentes tendências e ideologias tomaram as ruas para dizer "basta" a um regime autoritário. Mas, ao contrário dos protestos que derrubaram o comunismo na Europa na virada da década de 80 para a de 90, no exterior os movimentos populares árabes geram tanto otimismo quanto preocupação.
O regime de Mubarak é um dos principais aliados dos Estados Unidos no mundo árabe. Recebe de Washington quase US$ 2 bilhões anuais em ajuda econômica e militar, ficando atrás apenas de Israel. Nos últimos anos os Estados Unidos vêm dizendo que essa ajuda precisa ser acompanhada de abertura política e econômica, mas Mubarak nunca sinalizou intenção de mudar as regras do jogo. Pelo contrário: aos 82 anos, o líder egípcio vinha indicando sua intenção de passar o poder para seu filho, Gamal, repetindo o ritual dinástico de nações como Síria ou Jordânia.
Os Estados Unidos nunca condenaram abertamente o modelo político do Egito nem os planos de Mubarak para o país, e o presidente Barack Obama tem sido cauteloso ao defender o direito da população de se manifestar. Obama e seus antecessores nunca esqueceram as circunstâncias em que Mubarak chegou ao poder, em 1981. Ele ocupava a vice-Presidência quando o presidente, Anwar Sadat, que dois anos antes havia assinado o histórico e polêmico acordo de paz com Israel, foi assassinado. Fundamentalistas usaram granadas e metralhadoras contra o presidente e convidados durante uma parada militar. Outras 11 pessoas morreram, e o próprio Mubarak foi ferido. Já na Presidência, Mubarak enfrentou um resurgimento das ações de fundamentalistas, especialmente nos anos 90, quando um grande atentado em Luxor deixou mais de 50 turistas estrangeiros mortos. A resposta de Mubarak foi um regime cada vez mais fechado, sem direito a dissidências ou manifestações, comandado por truculentas forças de segurança sobre as quais sempre houve a suspeita do uso sistemático da tortura.
A receita sempre foi tolerada por Washington, que teme as consequências para a região da derrubada de regimes autoritários, mas aliados ao Ocidente. Exemplos passados aumentam tal preocupação. Em 1991, as eleições na Argélia foram vencidas no primeiro turno pelo partido islamista, a Frente Islâmica de Salvação, o que levou as autoridades a cancelar a segunda votação. O Exército assumiu o poder, o que levou a uma guerra civil marcada por massacres de civis e um saldo de 200 mil mortos. As eleições palestinas de 2006 resultaram na vitória do Hamas e a consequente divisão política da Palestina, com a Faixa de Gaza nas mãos do grupo religioso e a Cisjordânia sob controle da Autoridade Nacional Palestina. No próprio Iraque, onde uma tentativa de democracia foi imposta militarmente pelos Estados Unidos, a situação interna segue muito mais instável e violenta do que nos tempos de Saddam Hussein.
Com os recentes aumentos de preços dos alimentos, que impôs dificuldades extras a populações já sofrendo com a estagnação econômica, tornou-se ainda mais difícil para regimes autoritários árabes controlarem seus cidadãos. Depois de Tunísia e Egito, protestos foram registrados também no Iêmen. Somada a décadas de frustração e repressão, uma realidade de desemprego e inflação solapa as estruturas do tradicional modelo político local. Estados Unidos, Israel e líderes de outras autocracias locais acompanham os acontecimentos no Cairo com apreensão. Mas sabem que barrar os ventos de mudança é missão quase impossível, e a única opção parece ser ajustar a direção para a qual eles sopram. Isso se não estivermos diante de um verdadeiro furacão.
http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/
A temida voz dos árabes
Os ventos revolucionários da Tunísia chegaram ao Egito. Depois da derrubada do regime do tunisiano Zine Al-Abidine Ben Al, que desfrutou de poder quase absoluto por 23 anos, a fúria das chamadas "ruas árabes" se dirige agora contra o líder egípcio. No controle da terra dos faraós há 29 anos, Hosni Mubarak é o alvo da revolta e desejo de mudança da população local. As cenas de caos em vários pontos do país, especialmente no Cairo, sugerem uma nação transformada. De forma espontânea, sem necessariamente ligação com grupo político algum, cidadãos das mais diferentes tendências e ideologias tomaram as ruas para dizer "basta" a um regime autoritário. Mas, ao contrário dos protestos que derrubaram o comunismo na Europa na virada da década de 80 para a de 90, no exterior os movimentos populares árabes geram tanto otimismo quanto preocupação.
O regime de Mubarak é um dos principais aliados dos Estados Unidos no mundo árabe. Recebe de Washington quase US$ 2 bilhões anuais em ajuda econômica e militar, ficando atrás apenas de Israel. Nos últimos anos os Estados Unidos vêm dizendo que essa ajuda precisa ser acompanhada de abertura política e econômica, mas Mubarak nunca sinalizou intenção de mudar as regras do jogo. Pelo contrário: aos 82 anos, o líder egípcio vinha indicando sua intenção de passar o poder para seu filho, Gamal, repetindo o ritual dinástico de nações como Síria ou Jordânia.
Os Estados Unidos nunca condenaram abertamente o modelo político do Egito nem os planos de Mubarak para o país, e o presidente Barack Obama tem sido cauteloso ao defender o direito da população de se manifestar. Obama e seus antecessores nunca esqueceram as circunstâncias em que Mubarak chegou ao poder, em 1981. Ele ocupava a vice-Presidência quando o presidente, Anwar Sadat, que dois anos antes havia assinado o histórico e polêmico acordo de paz com Israel, foi assassinado. Fundamentalistas usaram granadas e metralhadoras contra o presidente e convidados durante uma parada militar. Outras 11 pessoas morreram, e o próprio Mubarak foi ferido. Já na Presidência, Mubarak enfrentou um resurgimento das ações de fundamentalistas, especialmente nos anos 90, quando um grande atentado em Luxor deixou mais de 50 turistas estrangeiros mortos. A resposta de Mubarak foi um regime cada vez mais fechado, sem direito a dissidências ou manifestações, comandado por truculentas forças de segurança sobre as quais sempre houve a suspeita do uso sistemático da tortura.
A receita sempre foi tolerada por Washington, que teme as consequências para a região da derrubada de regimes autoritários, mas aliados ao Ocidente. Exemplos passados aumentam tal preocupação. Em 1991, as eleições na Argélia foram vencidas no primeiro turno pelo partido islamista, a Frente Islâmica de Salvação, o que levou as autoridades a cancelar a segunda votação. O Exército assumiu o poder, o que levou a uma guerra civil marcada por massacres de civis e um saldo de 200 mil mortos. As eleições palestinas de 2006 resultaram na vitória do Hamas e a consequente divisão política da Palestina, com a Faixa de Gaza nas mãos do grupo religioso e a Cisjordânia sob controle da Autoridade Nacional Palestina. No próprio Iraque, onde uma tentativa de democracia foi imposta militarmente pelos Estados Unidos, a situação interna segue muito mais instável e violenta do que nos tempos de Saddam Hussein.
Com os recentes aumentos de preços dos alimentos, que impôs dificuldades extras a populações já sofrendo com a estagnação econômica, tornou-se ainda mais difícil para regimes autoritários árabes controlarem seus cidadãos. Depois de Tunísia e Egito, protestos foram registrados também no Iêmen. Somada a décadas de frustração e repressão, uma realidade de desemprego e inflação solapa as estruturas do tradicional modelo político local. Estados Unidos, Israel e líderes de outras autocracias locais acompanham os acontecimentos no Cairo com apreensão. Mas sabem que barrar os ventos de mudança é missão quase impossível, e a única opção parece ser ajustar a direção para a qual eles sopram. Isso se não estivermos diante de um verdadeiro furacão.
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
...delmar escreveu:Tudo indica que teremos, em breve, o renascimento do grande Califado de Cordoba, englobando quase toda peninsula Ibérica. A lingua árabe será obrigatória nas madrassas de Portugal. Tremei infieis e lembrai-vos que Deus é grande e Sua misericórdia é infinita, mas não pensem que ficarão sem castigo.
"Armaremos as balanças da justiça
para o dia do acerto de contas:
e nenhuma alma será lesada,
nem no peso de um grão de mostarda,
pois Nós estaremos à frente
e somos bem capazes para pedir contas."
Alcorão -VERSICULO 47 - OS PROFETAS
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Re: Mundo Árabe em Ebulição
Cartaz na internet em blogs egipcios querendo informar e também mobilizar a população...
http://resignedcitizen.blogspot.com/
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"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Re: Mundo Árabe em Ebulição
Do blog on-line da Al Jazeera ( http://blogs.aljazeera.net/middle-east/ ... ests-erupt )
Atlantic magazine's Alexis Madrigal has posted what he says is a copy of a manual passed amongst activists to prepare their fellow protesters for Friday's demonstrations. It includes information on how to assemble a crowd strategically, how to combat armored police, and what kind of slogans to shout.
Atlantic magazine's Alexis Madrigal has posted what he says is a copy of a manual passed amongst activists to prepare their fellow protesters for Friday's demonstrations. It includes information on how to assemble a crowd strategically, how to combat armored police, and what kind of slogans to shout.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."