Re: MARINHAS NÃO SE IMPROVISAM, POIS CRISES NÃO SE PLANEJAM...
Enviado: Sex Set 24, 2010 10:22 am
Plano Brasil
Japão diz que libertará capitão de barco chinês pivô de crise diplomática
24/09/2010
Ewerthon Tobace
De Tóquio para a BBC Brasil
O Japão decidiu libertar o chinês Zhan Qixiong, capitão de um barco pesqueiro, cuja prisão no dia 8 de setembro deu início a uma batalha diplomática entre Pequim e Tóquio.
“Decidimos suspender as acusações em consideração às relações entre Japão e China”, explicou à mídia japonesa um dos promotores do caso. No entanto, não foi divulgada a data de quando o chinês poderia voltar à terra natal, Jinjiang, cidade da província de Fujian.
Qixiong foi preso depois que seu navio se chocou com uma embarcação da polícia marítima japonesa na região das ilhas Diaouyu (Senkaku para os japoneses), uma área de disputa territorial entre os dois países.
Ele era acusado pelas autoridades japonesas de ter deliberadamente atingido o bote da guarda-costeira japonesa e de ter obstruído o acesso de funcionários públicos japoneses às ilhas no Mar da China Oriental.
Retaliações
Entenda a disputa
• As cinco ilhas no Mar da China são chamadas de Diaoyutai pelos chineses, Tiaoyutai pelos taiwaneses e Senkaku pelos japoneses
• O governo japonês incorporou as ilhas à província de Okinawa em 1895, depois de confirmar que elas não faziam parte da China. Na época, os chineses não protestaram.
• China e Taiwan também não reclamaram quando as ilhas foram administradas pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, até serem novamente devolvidas à Okinawa em 1972.
• China e Taiwan começaram a reclamar o direito às terras na década de 1970, após a descoberta de óleo e gás natural na região das ilhas.
• China lançou uma lei em 1992 sobre território marítimo, que incluiu as ilhas ao seu território. Em 1999, Taiwan também oficializou suas fronteiras marítimas e incluiu as ilhas Senkaku.
A decisão de libertar Qixiong foi tomada um dia depois de as autoridades chinesas terem detido quatro japoneses, acusados de entrarem numa zona militar e filmar ilegalmente as instalações no local.
Os quatro são funcionários de uma empresa japonesa de construção que estavam no país para discutir um projeto para eliminação de armas químicas usadas na Segunda Guerra Mundial.
A agência de notícias chinesa Xinhua divulgou na quinta-feira que as autoridades do setor de segurança estatal em Shijiazhuan, capital de Hebai, prenderam as quatro pessoas após receberem um informe sobre supostas atividades ilegais.
O Japão disse que está acompanhando o caso e que continua apostando na diplomacia para tentar normalizar as relações com a China.
“O primeiro-ministro e o ministro-chefe da Casa Civil têm dito repetidamente que gostaríamos de tratar a nossa relação com a China de uma maneira mais calma. Essa é a posição básica e ela permanece inalterada”, disse à imprensa o porta-voz adjunto do ministério das Relações Exteriores, Hidenobu Sobashima, após a divulgação da investigação.
“Iremos monitorar de perto a evolução (dos fatos). Disseram que eles violaram a lei chinesa e precisamos monitorar de perto qual será a conclusão”, explicou o porta-voz.
Relações estremecidas
A prisão do pescador gerou grande tensão nas relações entre os dois países. Para analistas, o incidente trouxe à tona o acirramento da disputa pela soberania sobre uma área rica em gás natural e outros minérios.
O caso despertou uma onda de protestos na China, país que foi ocupado pelos japoneses na Segunda Guerra Mundial.
A agência oficial de turismo de Pequim chegou a pedir para que as empresas de viagens cancelassem os pacotes para o Japão.
O governo chinês também tinha anunciado a suspensão da exportação de terra-rara para o Japão. O material é usado nas peças de eletrodomésticos e de veículos híbridos.
Além disto, as reuniões diplomáticas e visitas de estudantes japoneses de programas de intercâmbio foram canceladas, em protesto pela detenção.
O polêmico governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, comentou à mídia japonesa sua intenção de cancelar uma viagem à China e criticou as medidas tomadas pelo governo chinês dizendo ser “o tipo de coisa que a yakuza (a máfia japonesa) faz”.
Fonte: BBC Brasil
Japão diz que libertará capitão de barco chinês pivô de crise diplomática
24/09/2010
Ewerthon Tobace
De Tóquio para a BBC Brasil
O Japão decidiu libertar o chinês Zhan Qixiong, capitão de um barco pesqueiro, cuja prisão no dia 8 de setembro deu início a uma batalha diplomática entre Pequim e Tóquio.
“Decidimos suspender as acusações em consideração às relações entre Japão e China”, explicou à mídia japonesa um dos promotores do caso. No entanto, não foi divulgada a data de quando o chinês poderia voltar à terra natal, Jinjiang, cidade da província de Fujian.
Qixiong foi preso depois que seu navio se chocou com uma embarcação da polícia marítima japonesa na região das ilhas Diaouyu (Senkaku para os japoneses), uma área de disputa territorial entre os dois países.
Ele era acusado pelas autoridades japonesas de ter deliberadamente atingido o bote da guarda-costeira japonesa e de ter obstruído o acesso de funcionários públicos japoneses às ilhas no Mar da China Oriental.
Retaliações
Entenda a disputa
• As cinco ilhas no Mar da China são chamadas de Diaoyutai pelos chineses, Tiaoyutai pelos taiwaneses e Senkaku pelos japoneses
• O governo japonês incorporou as ilhas à província de Okinawa em 1895, depois de confirmar que elas não faziam parte da China. Na época, os chineses não protestaram.
• China e Taiwan também não reclamaram quando as ilhas foram administradas pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, até serem novamente devolvidas à Okinawa em 1972.
• China e Taiwan começaram a reclamar o direito às terras na década de 1970, após a descoberta de óleo e gás natural na região das ilhas.
• China lançou uma lei em 1992 sobre território marítimo, que incluiu as ilhas ao seu território. Em 1999, Taiwan também oficializou suas fronteiras marítimas e incluiu as ilhas Senkaku.
A decisão de libertar Qixiong foi tomada um dia depois de as autoridades chinesas terem detido quatro japoneses, acusados de entrarem numa zona militar e filmar ilegalmente as instalações no local.
Os quatro são funcionários de uma empresa japonesa de construção que estavam no país para discutir um projeto para eliminação de armas químicas usadas na Segunda Guerra Mundial.
A agência de notícias chinesa Xinhua divulgou na quinta-feira que as autoridades do setor de segurança estatal em Shijiazhuan, capital de Hebai, prenderam as quatro pessoas após receberem um informe sobre supostas atividades ilegais.
O Japão disse que está acompanhando o caso e que continua apostando na diplomacia para tentar normalizar as relações com a China.
“O primeiro-ministro e o ministro-chefe da Casa Civil têm dito repetidamente que gostaríamos de tratar a nossa relação com a China de uma maneira mais calma. Essa é a posição básica e ela permanece inalterada”, disse à imprensa o porta-voz adjunto do ministério das Relações Exteriores, Hidenobu Sobashima, após a divulgação da investigação.
“Iremos monitorar de perto a evolução (dos fatos). Disseram que eles violaram a lei chinesa e precisamos monitorar de perto qual será a conclusão”, explicou o porta-voz.
Relações estremecidas
A prisão do pescador gerou grande tensão nas relações entre os dois países. Para analistas, o incidente trouxe à tona o acirramento da disputa pela soberania sobre uma área rica em gás natural e outros minérios.
O caso despertou uma onda de protestos na China, país que foi ocupado pelos japoneses na Segunda Guerra Mundial.
A agência oficial de turismo de Pequim chegou a pedir para que as empresas de viagens cancelassem os pacotes para o Japão.
O governo chinês também tinha anunciado a suspensão da exportação de terra-rara para o Japão. O material é usado nas peças de eletrodomésticos e de veículos híbridos.
Além disto, as reuniões diplomáticas e visitas de estudantes japoneses de programas de intercâmbio foram canceladas, em protesto pela detenção.
O polêmico governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, comentou à mídia japonesa sua intenção de cancelar uma viagem à China e criticou as medidas tomadas pelo governo chinês dizendo ser “o tipo de coisa que a yakuza (a máfia japonesa) faz”.
Fonte: BBC Brasil