Brigada de Infantaria Paraquedista

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#61 Mensagem por FCarvalho » Seg Fev 11, 2013 9:42 pm

LeandroGCard escreveu:Meu pai é capitão PQDT reformado, e pelo que ele diz os saltos operacionais são quase que apenas noturnos, desde a SGM, pois saltar de dia é um convite para o inimigo cercar a unidade e dar cabo dela. Eu me lembro que muitas vezes ele voltava para casa de madrugada depois dos exercícios de salto noturno. Saltos e dia só no treinamento básico dos soldados e em situações muito especiais (como reforçar uma posição já tomada). Não vejo porque isso teria mudado.
Leandro G. Card
A julgar pelas ações dos 'Paras' franceses no Mali, e mesmo do salto dos 'Paras' do US Army no norte do Iraque, que também foi noturno, só que de um batalhão inteiro, com cerca de mil homens, diga-se de passagem, bem ao estilo americano de fazer guerra, esta 'tendência" de lançamentos noturnos realmente deve prevalecer para o caso de assaltos operacionais, bem tipico das ações 'atras das linhas inimigas'.

Mas fico ainda curioso em saber, se hoje a nossa brigada tem realmente recursos, humanos e material para, em caso de necessidade, realizar tal tipo de operação com a proeficiência desejada e esperada para este tipo de ação. Até porque, são raros os videos e/ou imagens dos nossos paraquedistas saltando à noite. E mesmo o pouco ou quase nada que se vê por aí, diz respeito a pequenas frações de tropas, normalmente precursores ou tropas especializadas do EB.

Se ainda mantivermos tal capacitação em dia, parabéns ao EB pela manutenção de mais esta singular capacidade/qualidade de nossas poucas, mas excelentes, tropas de pronto emprego.

abs.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#62 Mensagem por sapao » Seg Fev 11, 2013 11:24 pm

Tem sido feito anualmente esse tipo de treinamento FC, normalmente com mais de 1.000 militares sendo lançados:
http://www.defesanet.com.br/terrestre/n ... -SACI-2012

Logicamente que o treinamento e diurno pela envergadura, com treinamentos noturnos em ambientes mais controlados.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#63 Mensagem por FCarvalho » Ter Fev 12, 2013 12:24 pm

Olá sapão, obrigado pela dica.

Agora me deixaste mais curioso ainda, posto que não estou certo sobre a quantidade de tropas que um btl pqdt possui. Sei quem btl de inf comum no EB disporia de cerca de 720 homens. Se levarmos em conta este número para os Btls pqdt's, então de quantos Hércules estaríamos falando para podermos lançar cerca de mil homens, ou um Btl inteiro?

Aliás, não tinha idéia mesmo que a FAB e o EB dispusessem da capacidade de lançar mais de mil pqdt's. Isto foi feito ao mesmo tempos ou em etapas?

Me permito mais uma pergunta. Este mesmo tipo de lançamento pode ser feito a noite nesta mesma escala? Temos condições para isso? E que ambientes controlados seriam estes? Algum tipo de limitação?

Desculpe a metralhada de perguntas. :)

abs.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#64 Mensagem por Naval » Ter Fev 12, 2013 4:05 pm

Tenho um amigo vizinho que é Sargento PQDT e serve no 8ºGAC.

Ele falou que para o recruta se formar PQDT precisa fazer 3 saltos.
02 diurnos e 01 noturno.

Após a formação, não pode ficar muito tempo sem saltar, sob pena, de perder a proeficiencia, pois trata-se de uma atividade especializada.

Que eu me lembre, existe uma operação anual que a Brigada PQDT realiza chamada "Saci", onde todo efetivo da Brigada participa/salta, ou seja, bem mais de 1000 homens, devem participar uns 3000. Entendo que os Hercules/Amazonas conseguem suprir a Brigada tranquilamente.

Quanto aos saltos das OMs, são saltos pontuais, onde cada BTL se programa para saltar e manter a operacionalidade. Esse amigo falou que hoje em dia não se salta mais como antigamente, reduziu muito o número de saltos.

Abraços.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#65 Mensagem por FCarvalho » Ter Fev 12, 2013 6:43 pm

Naval escreveu:Tenho um amigo vizinho que é Sargento PQDT e serve no 8ºGAC.
Ele falou que para o recruta se formar PQDT precisa fazer 3 saltos.
02 diurnos e 01 noturno.
Após a formação, não pode ficar muito tempo sem saltar, sob pena, de perder a proeficiencia, pois trata-se de uma atividade especializada.
Que eu me lembre, existe uma operação anual que a Brigada PQDT realiza chamada "Saci", onde todo efetivo da Brigada participa/salta, ou seja, bem mais de 1000 homens, devem participar uns 3000. Entendo que os Hercules/Amazonas conseguem suprir a Brigada tranquilamente.
Quanto aos saltos das OMs, são saltos pontuais, onde cada BTL se programa para saltar e manter a operacionalidade. Esse amigo falou que hoje em dia não se salta mais como antigamente, reduziu muito o número de saltos.
Abraços.
Isto que me chama a atenção. Apesar de o EB investir bastante de seus parcos e risíveis recursos financeiros nas assim chamadas forças de reposta rápida, este investimento parece ser, a cada ano que passa, cada vez mais insuficiente, frente ao que fora em anos passados.
Neste sentido, para uma tropa tão específica como a pqdt, ou como as de mth, e mesmo a inf lv, que necessitam obrigatoriamente estar treinando sobre seu objeto de trabalho, digamos assim, fica a impressão que na hora que precisarmos, talvez nos falte a eficácia necessária, em função não das tropas em si, mas da conjuntura que as leva a pormenorizar suas qualificações.
Enfim, para um OM que sabe que se tiver de saltar operacionalmente, isto terá de ser feito à noite, e quiça em condições pouco propícias, e bem diferente das que encontrará no pouco treinamento que realiza, o que com certeza irá interferir diretamente na prontidão e efetividade desta mesma tropa, fica novamente a minha pergunta no ar: estamos mesmo preparados para saltos operacionais noturnos?

abs




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#66 Mensagem por Naval » Ter Fev 12, 2013 11:17 pm

FCarvalho escreveu:
Naval escreveu:Tenho um amigo vizinho que é Sargento PQDT e serve no 8ºGAC.
Ele falou que para o recruta se formar PQDT precisa fazer 3 saltos.
02 diurnos e 01 noturno.
Após a formação, não pode ficar muito tempo sem saltar, sob pena, de perder a proeficiencia, pois trata-se de uma atividade especializada.
Que eu me lembre, existe uma operação anual que a Brigada PQDT realiza chamada "Saci", onde todo efetivo da Brigada participa/salta, ou seja, bem mais de 1000 homens, devem participar uns 3000. Entendo que os Hercules/Amazonas conseguem suprir a Brigada tranquilamente.
Quanto aos saltos das OMs, são saltos pontuais, onde cada BTL se programa para saltar e manter a operacionalidade. Esse amigo falou que hoje em dia não se salta mais como antigamente, reduziu muito o número de saltos.
Abraços.
Isto que me chama a atenção. Apesar de o EB investir bastante de seus parcos e risíveis recursos financeiros nas assim chamadas forças de reposta rápida, este investimento parece ser, a cada ano que passa, cada vez mais insuficiente, frente ao que fora em anos passados.
Neste sentido, para uma tropa tão específica como a pqdt, ou como as de mth, e mesmo a inf lv, que necessitam obrigatoriamente estar treinando sobre seu objeto de trabalho, digamos assim, fica a impressão que na hora que precisarmos, talvez nos falte a eficácia necessária, em função não das tropas em si, mas da conjuntura que as leva a pormenorizar suas qualificações.
Enfim, para um OM que sabe que se tiver de saltar operacionalmente, isto terá de ser feito à noite, e quiça em condições pouco propícias, e bem diferente das que encontrará no pouco treinamento que realiza, o que com certeza irá interferir diretamente na prontidão e efetividade desta mesma tropa, fica novamente a minha pergunta no ar: estamos mesmo preparados para saltos operacionais noturnos?

abs
Olá FCarvalho.

Um dos Btls de Infantaria da Brigada PQDT faz parte da chamada Força de Ação Rápida ou pronto emprego, então acho que essa OM deve realizar mais saltos do que os outros Btls PQDT.

Acho que é o 27º BI PQDT.

Abraços.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#67 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Fev 13, 2013 9:27 am

Os únicos saltos possíveis (saltos operacionais) são nocturnos. De dia só se fossem Pára-quedistas suicidas!

No cursos cá em Portugal, são precisos 6 saltos, o primeiro a 800 metros, os restantes a 400 metros. Os saltos operacionais (em missão real) seriam a 200 metros. Os Russos que têm uma forma completamente diferente de fazer as operações aero-terrestres e no caso deles os saltos são feitos em queda-livre a uma altitude muito superior, mas sempre de noite.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#68 Mensagem por sapao » Qua Fev 13, 2013 11:52 am

FCarvalho escreveu:Olá sapão, obrigado pela dica.

Agora me deixaste mais curioso ainda, posto que não estou certo sobre a quantidade de tropas que um btl pqdt possui. Sei quem btl de inf comum no EB disporia de cerca de 720 homens. Se levarmos em conta este número para os Btls pqdt's, então de quantos Hércules estaríamos falando para podermos lançar cerca de mil homens, ou um Btl inteiro?

Aliás, não tinha idéia mesmo que a FAB e o EB dispusessem da capacidade de lançar mais de mil pqdt's. Isto foi feito ao mesmo tempos ou em etapas?

Me permito mais uma pergunta. Este mesmo tipo de lançamento pode ser feito a noite nesta mesma escala? Temos condições para isso? E que ambientes controlados seriam estes? Algum tipo de limitação?

Desculpe a metralhada de perguntas. :)

abs.
Bom FC, me desculpe você mas não tenho a menor ideia...
Só sei da Saci de nome, devido ao vulto da operação; de resto estou por fora.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#69 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 13, 2013 10:33 pm

Não por isso sapão.

Pelo que pude encontrar disponível na net, a operação Saci é a maior operação de treinamento de salto da bgda pqdt do EB, e que acontece uma vez por ano - o que acho pouco para uma OM de pronta resposta como esta - geralmente juntando os 3 btls de infantaria e mais algumas unidades de apoio da própria bgda junto aos esquadrões de transporte da FAB, que operam os Hércules e o C-105 Amazonas.

Aí eles treinam, pelo que pude compreender, a organização de saltos em massa, de tropas e cargas, no caso de por exemplo, a necessidade de se deslocar e lançar a bgda toda. Os demais treinamentos durante o ano são mais focados na manutenção da proeficiência dos saltos das OM's separadamente, sendo que a maioria é diurno e alguns poucos noturnos, para, digamos, "não perder a mão."

No entanto, como se tem comentado no tópico até agora, a maioria dos saltos operacionais deste tipo de tropa seriam necessariamente noturnos, e assim, me fica a impressão, pelo que pude apurar, de que estamos a dever um pouco mais neste item, quanto ao treinamento dos pqdt's brasileiros.

E não estou afirmando que eles não sejam capazes, mas chamando a atenção para o fato de que, para uma unidade militar que em tese deve ingressar na área de combate quase que obrigatoriamente no turno noturno, pelo visto aqui, me parece que temos uma deficiência a corrigir, ao menos no que diz respeito ao treinamento dos paras brasileiros. Até porque, como disse o colega naval acima, um soldado precisa somente de 2 saltos diurnos e apenas 1 noturno para se qualificar. Bom, na minha laicidade, me parece algo um tanto que equivocado, já que, pela lógica, saltos noturnos serem bem mais complexos do que os realizados a plena luz do sol.

Fico a espera de algum comentário de um colega do EB que possa ajudar, e dar uma luz sobre isso.

abs




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#70 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 13, 2013 10:43 pm

Naval escreveu:Olá FCarvalho.
Um dos Btls de Infantaria da Brigada PQDT faz parte da chamada Força de Ação Rápida ou pronto emprego, então acho que essa OM deve realizar mais saltos do que os outros Btls PQDT.
Acho que é o 27º BI PQDT.
Abraços.
Olá Naval, o btl que faz o pronto emprego da bgda é o 26o BIPqdt. É a tropa mais experiente e que dispõe, normalmente, de pessoal engajado. Pelo que pude verificar, possui 3 cias "especializadas" em slv, caatinga e pantanal.

Os demais btls, o 27o e o 25o, são as om's que normalmente recebem e treinam o pessoal ingresso do SMO, e que conseguiram sobreviver à seleção, claro. :twisted:

Bem, não sou ninguém para querer criticar a organização da bgda, mas me parece que para uma bgda que é entendida como a mais operacional do EB, dispor de apenas um btl de três, em estado de prontidão mais qualitativa dos que os outros dois, e que portanto, dentro do nosso quadro de limitações, deve receber maiores e melhores atenções quanto ao seu treinamento/operacionalidade, dica a dúvida se este modelo seria realmente o mais interessante, ou se é apenas reflexo da nossa eterna situação de ter de cobrir a cabeça e descobrir os pés.

abs




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#71 Mensagem por FCarvalho » Qua Fev 13, 2013 10:53 pm

cabeça de martelo escreveu:Os únicos saltos possíveis (saltos operacionais) são nocturnos. De dia só se fossem Pára-quedistas suicidas!
No cursos cá em Portugal, são precisos 6 saltos, o primeiro a 800 metros, os restantes a 400 metros. Os saltos operacionais (em missão real) seriam a 200 metros. Os Russos que têm uma forma completamente diferente de fazer as operações aero-terrestres e no caso deles os saltos são feitos em queda-livre a uma altitude muito superior, mas sempre de noite.
Pois é cabeça. Isso também é que me chama a atenção. Portugal obviamente está regido em seus manuais militares pelo padrão Otan. E no entanto, pelo que o colega Naval expôs, fiquei na dúvida se realmente aqui bastam somente três saltos para qualificar um pqdt. Me parece realmente muito pouco para uma atividade tão especializada, onde o mínimo erro pode ser, literalmente, fatal. Ainda mais em se tratando de recrutas.

Creio eu no entanto que os padrões da Bgda do EB não estejam muito aquém dos utilizados aí em Portugal, tanto o é que frequentemente há páras brasileiros aí consigo na terrinha a treinar outras especialidades de saltos e coisas do gênero.

No entanto, fico ainda a dever-me a saber o quanto nossa proficiência em saltos noturnos está em dia, ou se ainda ficamos a dever. Porque com certeza, alguém na Bgda deve estar a pensar nisto agora. Se tem soluções para tal, sinceramente, não sei dizer.

abs.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#72 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Fev 14, 2013 8:55 am

FCarvalho escreveu:Pois é cabeça. Isso também é que me chama a atenção. Portugal obviamente está regido em seus manuais militares pelo padrão Otan. E no entanto, pelo que o colega Naval expôs, fiquei na dúvida se realmente aqui bastam somente três saltos para qualificar um pqdt. Me parece realmente muito pouco para uma atividade tão especializada, onde o mínimo erro pode ser, literalmente, fatal. Ainda mais em se tratando de recrutas.
O melhor é tentarmos saber exactamente quantos saltos eles fazem.
Creio eu no entanto que os padrões da Bgda do EB não estejam muito aquém dos utilizados aí em Portugal, tanto o é que frequentemente há páras brasileiros aí consigo na terrinha a treinar outras especialidades de saltos e coisas do gênero.


Depende do que achas que são ser os padrões OTAN. Tenho quase a certeza que um Pára Brasileiro arranha ainda mais que um Pára Português, Francês, Alemão, etc. Porquê? Porque mão-de-obra não vos falta, já aqui é muito dificil actualmente termos voluntários em quantidade e qualidade para as vagas que há. Só para perceberes o ponto em que estamos, na minha incorporação depois das PAF, testes médicos e da primeira semana de recruta eramos 210 instruendos, no final dos 6 meses de instrução chegaram ao fim menos de 70. Actualmente começam com 90/80, por isso não se pode puxar/eliminar da mesma forma que no meu tempo.

Em relação a militares brasileiros a virem cá a Portugal fazer cursos...desconheço, só tenho conhecimento da presença de uns vossos Precursores no grande exercicio anual da brigada (Apolo), em que participaram em conjunto com os nossos Precs.

No passado era muito diferente e nos anos 60/70 era normal militares Portugueses irem aí fazerem cursos, com o fim da Guerra do Ultramar e a normalização das relações entre Portugal e os outros membros da OTAN, os Páras começaram a ir a outros países fazerem cursos.
No entanto, fico ainda a dever-me a saber o quanto nossa proficiência em saltos noturnos está em dia, ou se ainda ficamos a dever. Porque com certeza, alguém na Bgda deve estar a pensar nisto agora. Se tem soluções para tal, sinceramente, não sei dizer.

abs.
Não houve qualquer revolução neste tipo de saltos à décadas, por isso eu não preocupava-me muito com isso, tenho a certeza que estará a par com o que se faz aqui.




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#73 Mensagem por cabeça de martelo » Qui Fev 14, 2013 2:58 pm

Os Páras sofrem...


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Fonte: Serrano Rosa




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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#74 Mensagem por jambockrs » Sex Fev 15, 2013 1:53 am

Anderson Subtil escreveu:Que eu saiba, a mulherada da BdaInfPqdt servem como enfermeiras no Destacamento de Saúde Paraquedista. Não tenho informação se alguma serve em outra unidade da brigada. Seja como for, o ingresso delas nas fileiras PQDTs é bem recente.

http://www.bdainfpqdt.eb.mil.br/images/ ... &location=

http://www.bdainfpqdt.eb.mil.br/images/ ... &location=

Prezado Anderson Subtil: Eis as duas paraquedistas pioneiras da Brigada Aeroterrestre.




Um abraço e até mais...
Cláudio Severino da Silva
claudioseverinodasilva41@gmail.com
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Re: Artigo Brigada de Infantaria Paraquedista

#75 Mensagem por FCarvalho » Sex Fev 15, 2013 3:06 pm

cabeça de martelo escreveu:Depende do que achas que são ser os padrões OTAN. Tenho quase a certeza que um Pára Brasileiro arranha ainda mais que um Pára Português, Francês, Alemão, etc.
Me referi a questões de treinamento e apronto operacional.

Porquê? Porque mão-de-obra não vos falta, já aqui é muito dificil actualmente termos voluntários em quantidade e qualidade para as vagas que há. Só para perceberes o ponto em que estamos, na minha incorporação depois das PAF, testes médicos e da primeira semana de recruta eramos 210 instruendos, no final dos 6 meses de instrução chegaram ao fim menos de 70. Actualmente começam com 90/80, por isso não se pode puxar/eliminar da mesma forma que no meu tempo.
Aqui a coisa não está muito diferente assim não. Mas talvez, ao contrário daí, muitos dos que tentam engajar na tropa por aqui, em sua maioria vindos das classes mais E, D e até C, é menos por vocação, e mais pela oportunidade de se obter uma formação/qualificação profissional, e depois seguir ao mercado de trabalho. No Brasil, mesmo hoje, as om's de muitos lugares ainda são a única saída para uma melhor inserção na vida, posto que grande parte dos brasileiros, apesar da prosopopéia propagandística do governo com a economia, continua vivendo sua infância/adolescência sem maiores cuidados em seus direitos da parte do Estado, e tem de se virar do jeito que pode para sobreviver, inclusive tomando a vida militar como opção. E ao final, quando consegue um pormenor a seu favor lá dentro, na primeira chance, mesmo antes de completar os 9 anos possíveis de engajamento, pula fora, e dá adeus a botina. E aí recomeçamos tudo de novo. Talvez a única coisa boa a se notar neste processo todo, é que acabamos gerando uma reserva qualificada em praticamente todo o país,em função do espalhamento das om's consideradas como de pronto emprego pelo EB, as assim chamadas "ilhas de modernidade". Mas duvido que este modelo continue a ser duradouro, já que a população está cada vez mais qualificando-se, desde bem cedo, e os estudos agora são uma exigência fortíssima e indispensável para se obter melhores posições no mercado de trabalho. Motivo até de muitas reclamações por aqui em virtude do SMO, que muitas vezes 'atrapalha' a molecada na ascensão à faculdade, ou em terminar/progredir nos estudos. Mas ainda não nos está faltando gente para buxa de canhão... só não sei se por muito tempo. :wink:
Em relação a militares brasileiros a virem cá a Portugal fazer cursos...desconheço, só tenho conhecimento da presença de uns vossos Precursores no grande exercicio anual da brigada (Apolo), em que participaram em conjunto com os nossos Precs.
No passado era muito diferente e nos anos 60/70 era normal militares Portugueses irem aí fazerem cursos, com o fim da Guerra do Ultramar e a normalização das relações entre Portugal e os outros membros da OTAN, os Páras começaram a ir a outros países fazerem cursos.
Interessante isso que fala, pois mesmo sendo Portugal e Brasil paises com laços históricos óbvios, ainda parece haver bem pouco entrosamento no que compete as questões militares. Até hoje não me lembro realmente de nenhum exercício ou atividade de maior relevância das quais tenham participado om's portuguesas e vice-versa. Talvez estejamos até em um momento propício para reaver estas questões e melhorar a intimidade entres as respectivas ffaa's.
No entanto, fico ainda a dever-me a saber o quanto nossa proficiência em saltos noturnos está em dia, ou se ainda ficamos a dever. Porque com certeza, alguém na Bgda deve estar a pensar nisto agora. Se tem soluções para tal, sinceramente, não sei dizer.
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Não houve qualquer revolução neste tipo de saltos à décadas, por isso eu não preocupava-me muito com isso, tenho a certeza que estará a par com o que se faz aqui.
Pois sim. Mas digo isso porque cá em nossas terras, o combate noturno, até onde sei, ainda ocorre na maior parte do tempo, "à moda antiga", posto que material de visão noturna e apetrechos similares em todas as armas, feliz ou infelizmente, ainda são uma novidade bem recente, mesmo para a Bgda Pqdt. E se é assim para esta om considerada a mais operacional do EB, imagine-se o que não será para as quais não se tem a mesma consideração?
abs.




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