Pessoal, aqui vai uma mensagem que peguei em uma outra lista
É de um ex-oficial submarinista da MB, Walter Suddensk.
"Boa tarde à todos.
Consegui comparecer a cerimônia de lançamento do Tikuna
anteontem, e à alguns dias não estou conseguindo ter acesso ao S
A. .
Não preciso falar do orgulho de ter visto "nosso" esforço dando
um resultado tão bonito e significativo, na forma do S-34. E Além
disso, como pai e esposo ao lado da minha patroa(que veio de BH
especialmente p/ o lançamento) p/ primeira vez ver meu filho mais
velho de uniforme querendo ser um tripulante de submarinos, tal como
eu qdo tinha sua idade...
Nesses últimos 4 dias tb pude rever todos os companheiros de MB,
alguns até que eu vi entrar na MB, incluindo dois que foram meus
alunos no curso EQ-MANCAP/EQ-MAN-PMB/PCM no CIAMA.
Hoje mais calmo, pois cada companheiro (e graças a Deus são
muitos) de MB quer conversar com vc, convidar p/ um almoço, enfim,
matar as saudades, e pq não. discutir sobre o futuro da MB, do
ComForSub, do Rio de Janeiro(e de Niterói) e do País.
O S-34, que inicia seu período de pré-comissionamento no próximo
dia 14, teve p/ o setor de engenharia de projetos da DEN, a sua
importância na formação de mão de obra super-especializada no
projeto de modificações/otimizações/melhorias baseada na experiência
operacional c/ os Tupi. Em minha opinião e sem querer me comportar
como espírito de porco, esta experiência, teria que ser enriquecida
ainda + com a construção do S-35 Tapuia, que seria, segundo foi
delineado na sua última revisão crítica de projeto industrial RCPI
(em 2000) , um avanço ainda maior sobre o próprio S-34 Tikuna.
Esta RCPI, na verdade era(seria) verdadeiramente um NOVO 209,
suas principais modificações estruturais, incluíam um diâmetro do
casco resistente de 6,4m, comprimento entre perpendiculares de
63,8m, contra os 62,1m do S-34, e principalmente, teria um perfil
totalmente revisado, e bem diferente, este sim seria um
projeto "meio-termo" entre os 209 de quarta geração(do qual o S-34
juntamente com os IKL-209SAN da África do Sul{o primeiro dos quais,
o S-101, deve ser incorporado este ano} são representantes) e o IKL-
214, pelo esboço a que tive acesso na época seria "quase igual" (em
perfil frontal/longitudinal) aos IKL-"209"PN (na prática um tipo 214
sem AIP, mas conversível p/ tal).
A Sua vela teria uma configuração Stealth, incluindo laterais
inclinadas, tal como o UKL-214 recentemente lançado para a Marinha
Grega, que tb deve ser incorporado em 2005), o que reduziria
sobremaneira sua refletância radar. Ainda como modificações
estruturais importantes, temos que sua proa teria um novo perfil,
não mais chato como atualmente, mas protuberante, o q tb serviria p/
aumentar o comprimento do casco resistente.
Por fim claro, teria que falar do equipamento eletrônico de
bordo, mas consegui pouca coisa de realmente útil p/ poder passar p/
vcs. Mas infelizmente o S-34 não conta(p/menos por enquanto c/ Flank
arrays, e principalmente com Towed arrays, que p/ que parece deverá
ficar mesmo p/ os SMB-10). O sistema MAGE será uma versão Upgraded
do DR-4000(Thales) na versão Mk-2BN(de Brazilian Navy), com parte de
seu software nacionalizado.
O SDT do Tikuna parece ser uma versão MUITO(o grifo é meu)
melhorado do KAFS-A-10, suspeito que seja algo semelhante ao KAFS-A-
15, que será instalado nos submarinos classe Ula modernizados da
marinha da Noruega, e de seus sucessores da classe Viking(se esta é
claro, for realmente construída). O ponto de maior avanço neste SDT
do S-34, na minha opinião, é o auxílio de processamento e
gerenciamento secundário ao sistema de combate do sub, que inclui
não apenas as medidas de ataque propriamente ditas , mas tb medidas
defensivas, ou seja, o lançamento de despistadores/decoys/jammers.
Recebi apenas uma polida recusa do oficial do Confors (ex-tripulante
do S-33 Tapajó, que está embarcado n a tripulação de pré-
comissionamento do S-34)
Mas o problema é realmente a não construção de um sucessor para
o S-34.
Seria algo tão significativo p/ o poder naval do hemisfério
sul, que colocaria a MB a par da capacidade operacional da RAN(Royal
Australian Navy), ou bastante próximo.
Eu no entanto não posso deixar de encerrar este post, com um
comentário sobre o pq da não construção do S-35 na configuração por
mim Superficialmente descrita.
Por volta de 99/2000, a Marinha do Equador cogitou a
substituição/complementação de seu elemento se submarinos IKL-209-
1100, pois bem, o governo deste país irmão havia ficado muito bem
impressionado com o grau de expertise da MB em seu programa de subs,
particularmente no programa de manutenção dos Tupi, isso tudo
potencializado com o PMG do sub argentino Santa Cruz S-41 no AMRJ.
Além disso havia tb o contentamento do Equador pela mediação do
acordo de Paz com o Peru na MOMEP.
Pois bem, qdo a marinha portuguesa começou a detalhar aos dois
times concorrentes para fornecimento de submarinos p/ sua frota, os
portugueses observaram com muita atenção a configuração do S-34
brasileiro, e do S-35. A idéia da IKL/HDW era possuir um sub de
qualidade para oferecer as marinhas que não possuíssem condições de
arcarem c/ os custos de aquisição dos IKL-214, tendo como alvo ,
principalmente as nações sul-americanas que "pegaram a febre do IKL-
209". E utilizar a "linha de montagem" para agilizar a construção de
subs, tal como o formato de parceria da DCNI/IZAR, com a diferença
óbvia que o AMRJ seria o estaleiro sub-contratado principal. Pois a
configuração S-35 seria realmente competitiva.
Nesta época no entanto, surgiram as negociações entre um grupo
financeiro americano e o governo alemão para aquisição dos
estaleiros do HDWGroup, o q de fato veio se conformar adiante.
Conforme as informações que passei a ouvir a partir de 2004 e que me
foram reiteradas por oficiais da área de inteligência da MB e do
MinDef, o q teria havido seria "uma ingerência externa" junto a
negociações entre a MB e o HDW, para a não facilitação financeira de
uma eventual constituição de um hub de construção de submarinos na
América do sul. Exatamente o mesmo expediente usado p/ paralizar a
produção do Domeq Garcia, qdo este começou a discutir o fornecimento
dos subs TR-1700 inacabados p/ Taiwan.
O q eu sei é que, a questão foi encaminhada p/ consulta do Min
do Planejamento da administração FHC II...
E aí a coisa desandou de vez com a crise financeira do
11/09/2001.
Pois é , mas vamos comemorar um pouco, e torcer para que duas
questões fundamentais da cena Submarina brasileira sejam de vez
equacionadas, quais sejam o Sub Nuclear e o Programa de modernização
dos Tupi, que irá incluir os novos torpedos(minha torcida é para o
IF-21/Black Shark, franco italiano), e um detalhe pouquíssimo
discutido, que é a melhoria nos sistemas de comunicação
terra/submarino via ELF/HLF, que proporcionaria uma evolução
gigante, uma verdadeira vantagem estratégica p/ a MB.
É isso, e o pior é que devo estar esquecendo algo.
Walter.
P/ quem quiser informações relativamente atualizadas sobre os
programas de atualização de marinhas do mundo inteiro, mando este
site interessante.
http://www.worldaffairsboard.com/showthread.php?t=4864
O Rio continua lindo, e Niterói tb."
Até mais amigos....