Túlio escreveu:Bourne escreveu:Foi longe a discussão
Voltando a questão, o motivo da micro cervejaria ser legal, desde que siga todas as normas e regulamentações, e a produção artesanal de outras substâncias não? Por exemplo, não precisa de muita estrutura para fabricar metanfetamina e nem ser mafioso. Lembrem de Breaking Bad que espelha uma realidade relativamente nos EUA. No Breaking Bad, como na vida real, o cancerígeno só meteu nisso por que o prêmio de risco dele é enorme. É mais lucrativo que assaltar banco, cargas, carros e outros. É um negócio que parece marginal, mas que bomba em boa parte do mundo e que é ignorado pela guerra contra as drogas. Seria, talvez, devido a serem consumidor por classe média e alta.
Essa lógica que abastecia os carteis colombianos nos anos 1970 e 1980. Quanto mais os EUA apertavam a proibição no sentido militar, mais lucrativo era o negócio. Depois que os carteis colombianos caíram, surgiram outros no México e estão lá até hoje. A máfia nasce proibição e da possibilidade ganho. Nos EUA tinha máfia de chicago e em outras grandes cidades por que causa do dinheiro.
Na sociedade liberal democrática o ponto centro é direito civil e liberdade individual. Isso contempla fazer o que acha mais aduado para si inclusive usar drogas e querer cometer eutanásia. Desde que não viole os direitos dos outros como dirigir bêbado/drogado que pode ser considerado tentativa de assassinato. Como também, mostrar que tem condições de psicológicas para tomar essas decisões, coisa que viciado em crack na rua não tem. Nesse caso, não é só droga, mas tem vários problemas psiquiátricos e familiares que levaram aquela situação. Se não fosse crack, seria a bebida que também é comum ou medicamentos.
A questão é de saúde pública para maioria e, também, de assistência social para crackentos de rua. É coloca o problema no mesmo nível que bebida e cigarro. Aliás, a maioria das questão de violência não resolvidas por Política e repressão, mas por políticas sociais, educação, saúde, desenvolvimento urbano, rede de proteção social. Por que tem que fechar as arestas antes de chegar na repressão policial e punição da justiça para punir a parcela que é de fato criminosa.
Aqui temos um post com o qual posso concordar, assinalando que minhas poucas discordâncias - e devo admitir isso em nome da honestidade - a respeito do texto o são principalmente por causa de preconceitos que tenho e longamente enraizados. De fato, me é impossível considerar que um sujeito que foi morto por alguém sob efeito de drogas pesadas está
mais morto do que outro que morreu na mão de um pinguço. A única diferença é que um dos assassinos já estava fora da Lei ANTES de cometer o delito, o outro não (exceto se conduzindo um veículo).
Máfia nasce e vive de proibição, isso é inegável. Só que, como pudemos ver nos EUA
post Prohibition Act, se liberam algo de cuja proibição a bandidagem se beneficiava, isso não os converterá em honestos e probos trabalhadores e pagadores de impostos, apenas irão migrar para OUTRA área onde há proibição. Tipo assim, se liberaram o whisky, vamos vender maconha; se liberarem a maconha, vamos vender crack; se liberarem o crack, é cocaína ni nóis. E por aí segue, percorre todas as drogas pesadas até que todas estejam liberadas (esses 1% do Bolovo só ele mesmo para entender
), daí se passa às armas (na verdade, já estão por aí, graças às proibições de substâncias tóxicas) ilegais, munições para elas e, cedo ou tarde, seres humanos (foi onde me referi à PEDOFILIA).
É a esta espiral evolutiva que me refiro quando digo que sou contra esse lance de liberalização, mesmo concordando que um maconheiro tem o mesmíssimo direito de se chapar que um cachaceiro. Notar, em AMBOS os casos usei expressões pejorativas.
Já sobre essa parte Social e Educacional, bueno, mantenho meu ceticismo: ladrão e trafica vai ser isso a vida toda, conheci milhares ao longo de minha vida profissional, li montes de relatórios de técnicos(as), sendo eles Advogados, Assistentes Sociais, Psicólogos e Professores e eu ASD (o motivo era Progressão de Regime, uma das maiores BOBAGENS da legislação vigente: se o cara é bom demais para estar na cadeia, manda pra rua; se é ruim demais para estar nas ruas, então prende, POWS!!!); a razão de eu ter que ler aquilo tudo é que tinha que opinar também, sem minha assinatura o processo não avançava. Quem aí é ou foi ASD sabe do que falo, Técnicos "humanistas" querendo que eu assine a favor porque "têm certeza" de que o diabo de ontem virou anjinho hoje, Advogado de defesa subornando alguém para dizer que preto é branco, o Diretor pressionando porque quer reduzir a superlotação e eu ali, tendo que ser o BAD GUY! Não recomendo a ninguém, tanto que caí fora logo que deu. Mas com a experiência vieram noções como a acima exposta, o véio "cachorro comedor de ovelha", ou seja, depois que pegou o jeito, não tem mais volta, profissão: CRIMINOSO!
E sempre vai ter algum crime à espera de ser cometido. A questão será apenas QUAL! Droga faz parte do contexto mas não é o próprio. Nem Assistentes Sociais, Psicólogos e Professores vão ajudar grande coisa, vários(as) deles(as) acabam até se tornando VÍTIMAS.
Essa sua teoria dá progressão de ORCRIMS (homenagem aos três patetas da imprensa PIG coxista, também conhecidos por ANTAgonistas), seria muito mais fácil de controlar e cercar, se não fosse a total falta de inteligência dos órgãos, por assim dizer, repressores. Deixe me expor o que considero falho. Existem coisas que simplesmente não é produtivo e inteligente reprimir, trago por exemplo, tu como ex AP deve saber melhor do que eu, que dá para produzir trago com arroz, farinha, milho, mandioca, frutas e uma infinidade de outras coisas, de maneira velada e sem nenhum conhecimento avançado, vai ser uma bosta de um trago, mas para quem é dependente pouco importa. Se você não estiver encarcerado e tiver acesso a um mínimo de estrutura, já dá para produzir um trago bem razoável, minha vó fazia cerveja. Então, como o estado vai reprimir uma coisa, vamos supor que fosse essa a intenção, que pode ter um criminoso em potencial em cada esquina??? Considerando ainda o potencial de dano a sociedade (que considero maior que o dá maconha, aliás), simplesmente não faz sentido reprimir. Vamos partir agora para um exemplo real, a maconha. Bem, maconha é uma droga muito fácil de produzir, tanto plantio quanto beneficiamento, reprimir a maconha é enxugar gelo. Quem pensa que nosso mercado é abastecido apenas por Paraguai e Bolívia está redondamente enganado, produção de maconha é totalmente descentralizada. Já é tão comum que nem aparece mais nos jornalões, mas se veres nos informes regionais vai ter um sem fim de casos de apreensão de pés de maconha. Esses tempos, em Estância Velha, se não me engano, pegaram um casal com VINTE pés, a mais tempo atrás, li sobre uma véia que tinha três pés em casa, que tinham sido trazidos por um neto que morou com ela, e depois que ele foi embora, a véia continuou regando as plantas sem nem saber que era droga, tenho sérias inclinações a não duvidar da véia. Colocando o potencial de dano social na equação, eu só posso concluir que é simplesmente burrice reprimir a maconha.
Vamos falar dá cocaína, essa sim já é um bicho diferente, muito mais sofisticada de produzir, envolve processos químicos e de plantio restrito, pois a Coca, até onde eu sei, só cresce em regiões específicas do altiplano boliviano e colombiano, a produção é restrita e o refino é caro, o que a torna uma droga de alto valor agregado para os círculos de maior poder econômico (é você mesmo Aecim), tirando as misturas brabas que a xinelagem usa achando que tá abafando. Trata-se de uma droga altamente rentável, mas de risco econômico alto para o traficante, devido ao alto valor agregado. Como o traficante faz para mitigar e diluir esse risco??? Vendendo toneladas de maconha, hora bolas!!! Altamente fracionável, grande liquidez, a combinação perfeita para criar o colchão econômico e financiar a parte mais rentável do negócio. Tira a maconha dá ilegalidade e você quebra uma perna do tráfico. E o risco social dá cocaína é alto, associado a menor capilaridade da cadeia e a necessidade de insumos pouco usuais para o processamento torna o controle e a vigilância mais fácil e de resultado mais tácito.
Um adendo sobre a minha experiência com a cadeia de insumos da cocaína, calma lá, deixa eu explicar. Eu sou um fanboy da AMD, sim eu sei, isso não faz o menor sentido, Intel é bem melhor. Mas eu cresci utilizando desktops AMD, que eram mais baratos e por um curto período, foram melhores que os Intel, portanto é uma razão puramente emocional e altamente irracional. Mas ser um AMD lover é difícil, os trocadores de peças, quer dizer, técnicos em informática hoje em dia, só querem saber de Intel, as lojas só vendem Intel, ao menos no fim de mundo onde eu morava. Então quando a placa do meu PC queimou, eu descobri dá maneira mais árdua e cruel que achar uma placa para meu processador de 125W de TDP fora da internet é uma tarefa herculea. Uma semana dando murro em ponto de faca e tenho que me render a comprar uma placa hi end (uma gamer seria muito mais cara e inútil para mim), cara pra caralho e aguentar duas semanas até a entrega, aí seriam três semanas aguentando a nega véia gritando no meu ouvido que não pode ver as fotos das sobrinhas e nem os clips do Nirvana e do ACDC no YouTube. Fora o meu vício em DB e outras tranqueiras. Quando chega a bendita placa, resolvo que nenhum mané vai botar a mão na minha máquina, eu mesmo vou trocar, como sempre fiz e a única maneira aceitável de fazer isso é limpando os contatos e resíduos de pasta termica com álcool isopropílico (eu sei, eu sou um mala chato pra caralho, minha mulher me diz isso todo dia). Quem disse que eu consigo comprar álcool isopropílico na farmácia??? Produto controlado sr. Pode ser usado no refino de drogas. Tenho que recorrer então ao mercado paralelo industrial (cabritar um potinho na firma). Outro dia, estava a nega véia a fazer as unhas quando acaba a acetona (nunca vi usar tanto, minha mãe não gastava a metade), lá vai o trouxa na farmácia comprar um tubinho de acetona. Aí percebi uma coisa dá qual nunca havia me atentado (óbvio, eu não faço as unhas). Moça, mas isso aqui não é acetona. É um equivalente diluído sr. Não podemos mais vender acetona pura, pois pode ser usado no refino de drogas. Por isso que minha mulher gasta os tubos dessa bosta para fazer as unhas. Onde anda nossa liberdade individual, afinal de contas???