Re: MiG - 15 vs. F - 86 "Sabre".
Enviado: Sex Jul 31, 2009 7:37 am
Se a desonestidade matasse...
Senhor Mathias.
Onde eu disse que o MiG-15 era sucata ?
Onde eu disse qualquer coisa que não fosse que a aeronave MiG-15 era superior, mais rápida e melhor armada que o F-86.
Você está a utilizar a tradicional táctica de inventar declarações de outros para depois mostrar que estão errados.
A questão que se coloca é porque é que sendo o MiG-15 uma aeronave superior, mesmo assim perdeu de forma clara e para lá de qualquer duvida o confronto com uma aeronave que em teoria parecia ser inferior.
A lógica diz que perante várias explicações, a mais simples é normalmente a verdadeira.
Uma fantasiosa explicação, com todos os detalhes de teoria da conspiração foi apresentada, tentando explicar que os chineses com um milhão de homens não poderiam ter avançado 200km durante o contra-ataque que fizeram sem superioridade aérea.
Ora, sabemos que eles só avançaram 200km, exactamente porque o avanço foi impedido pelos bombardeamentos americanos, que massacraram as linhas de abastecimento chinesas, parando a ofensiva, porque até os chineses têm que comer.
A teoria da conspiração apresentada, é mentirosa, mas como toda a teoria da conspiração tem um ponto de verdade.
Ainda hoje, sites americanos apontam a proporção de 14:1 (catorze MiG perdidos par cada F-86) como a relação de perdas.
Esta relação de perdas foi contestada por alguns autores que publicaram ensaios sobre a questão, mas esses ensaios foram contestados demonstrando o absurdo da contestação.
Alegavam os teoricos da conspiração (e com razão) que o numero de caças americanos perdidos era maior que o que foi porque a Força Aerea Americana não considerava as aeronaves atingidas pelos russos, que voltavam à base mas já não voavam.
O problema dos teoricos da conspiração, (e é aqui que está a parte mentirosa) é que não consideraram que do lado russo, também havia aviões que voltavam e que não poderiam voltar a voar, mas que também nunca tinham sido dados como perdas. Os numeros aliás esbarram com as estimativas dos próprios russos, que afirmam que mais de 40% das perdas de aeronaves soviéticas não foram resultado de combate directo.
Publicações mais recentes (2000 e 2002) sobre a questão, já referem preto no branco, os numeros de aeronaves perdidas (e aeronaves danificadas que não voltaram a voar).
Vários sites americanos, continuam no entanto a manter a tese de 14 MiG abatidos contra cada F-86, com base no facto de não haver numeros do lado russo, sobre quantos aviões eles perderam que não foram declarados abatidos por ninguém.
Mas a questão é que falamos não da relação de 14:1, mas de uma relação muito mais conservadora de 7:1 ou 5:1.
Isto tudo para explicar, que se foram abatidos tantos MiG-15 (mesmo considerando a proporção mais baixa, que aliás continua a ser contestada) então tinha que haver outra razão para a vitória americana, que não fosse tão fantasiosa e baseada em conspiração de todos os agentes, de todos os historiadores, de todas as publicações, para prejudicarem o glorioso caça defensor da sagrada classe operaria e trabalhadora revolucionária.
.
A razão chama-se naturalmente AN/APG-30 + a ligação ao sistema de mira.
É absolutamente incrivel, que neste fórum ninguém ponha em causa que o radar é um factor absolutamente importante num combate aéreo, que toda a gente discuta se um avião tem radar AESA, PESA, ou REZA mas haja quem não entenda que um F-86F armado com um radar AN/APG-30, mesmo com um alcance inferior a 4.000m , que era ligado ao sistema de tiro, que dirigia as metralhadoras e que permitia ao piloto concentrar-se na pilotagem enquanto que o radar e o sistema de tiro faziam a pontaria, não era uma gigantesca vantagem.
É realmente incrivel, a dualidade de critérios
Para 1950/1951, altura em que os sistemas de tiro dos aviões do mundo eram ópticos e em que as armas dos aviões de caça continuavam a ser controladas com a manche, uma aeronave com um sistema em que o piloto fazia «Lock On» e em que o avião dirigia as armas independentemente do piloto era ficção sim.
Hoje, isso parece até ridiculo, mas para 1950 isso era Ficção Cientifica sim.! ! !
É evidente também que o AN/APG-30 era um radar muito superior ao AN/APG-5 que estava instalado nos primeiros F.86, mas mesmo assim tinha deficiencias.
Os russos inicialmente não sabiam exactamente porque os americanos tinham um tiro tão preciso, mas aperceberam-se de que a menores altitudes o F-86 não parecia ser tão eficiente.
Os pilotos dos MiG, começaram a mergulhar rapidamente para o chão quando se viam em apuros.
A razão é simples:
Abaixo de 1800 metros, o radar não era sempre eficiente por causa da dissonância provocada pelo solo. Nestes casos o piloto tinha que desligar o sistema automático a disparar manualmente. Isto também acontecia em combates com grandes nuvens de russos, pois o radar tinha demasiados pontos na mira e não conseguia fixar nenhum deles.
São normalmente pequenas vantagens tácticas, pequenos detalhes que ajudam a longo prazo a vencer uma guerra.
Se colocarmos um piloto com pouca experiência a bordo de um Skyhawk com radar e um piloto experiente a bordo de um Skyhawk sem ele, o piloto com experiência poderá até ter vantagem num confronto. Mas à medida que mais e mais confrontos se vão sucedendo, as leis da lógica acabam por se impor.
Uma aeronave com radar, terá na soma dos combates uma importância determinante. Isto é o que diz a lógica e não precisa ser uma lógica complexa.
Tão determinante que permitiu com muito menos aviões disponíveis garantir a superioridade aérea, destruir as linhas de abastecimento inimigas e assim, impedir que o gigantesco exército chinês tomasse a Coreia.
E essa é uma realidade que nem os teóricos da conspiração conseguem ultrapassar.
A Coreia do Sul, está lá para provar que o F-86 ajudou a impedir a sua destruição.
Cumprimentos
Senhor Mathias.
Onde eu disse que o MiG-15 era sucata ?
Onde eu disse qualquer coisa que não fosse que a aeronave MiG-15 era superior, mais rápida e melhor armada que o F-86.
Você está a utilizar a tradicional táctica de inventar declarações de outros para depois mostrar que estão errados.
A questão que se coloca é porque é que sendo o MiG-15 uma aeronave superior, mesmo assim perdeu de forma clara e para lá de qualquer duvida o confronto com uma aeronave que em teoria parecia ser inferior.
A lógica diz que perante várias explicações, a mais simples é normalmente a verdadeira.
Uma fantasiosa explicação, com todos os detalhes de teoria da conspiração foi apresentada, tentando explicar que os chineses com um milhão de homens não poderiam ter avançado 200km durante o contra-ataque que fizeram sem superioridade aérea.
Ora, sabemos que eles só avançaram 200km, exactamente porque o avanço foi impedido pelos bombardeamentos americanos, que massacraram as linhas de abastecimento chinesas, parando a ofensiva, porque até os chineses têm que comer.
A teoria da conspiração apresentada, é mentirosa, mas como toda a teoria da conspiração tem um ponto de verdade.
Ainda hoje, sites americanos apontam a proporção de 14:1 (catorze MiG perdidos par cada F-86) como a relação de perdas.
Esta relação de perdas foi contestada por alguns autores que publicaram ensaios sobre a questão, mas esses ensaios foram contestados demonstrando o absurdo da contestação.
Alegavam os teoricos da conspiração (e com razão) que o numero de caças americanos perdidos era maior que o que foi porque a Força Aerea Americana não considerava as aeronaves atingidas pelos russos, que voltavam à base mas já não voavam.
O problema dos teoricos da conspiração, (e é aqui que está a parte mentirosa) é que não consideraram que do lado russo, também havia aviões que voltavam e que não poderiam voltar a voar, mas que também nunca tinham sido dados como perdas. Os numeros aliás esbarram com as estimativas dos próprios russos, que afirmam que mais de 40% das perdas de aeronaves soviéticas não foram resultado de combate directo.
Publicações mais recentes (2000 e 2002) sobre a questão, já referem preto no branco, os numeros de aeronaves perdidas (e aeronaves danificadas que não voltaram a voar).
Vários sites americanos, continuam no entanto a manter a tese de 14 MiG abatidos contra cada F-86, com base no facto de não haver numeros do lado russo, sobre quantos aviões eles perderam que não foram declarados abatidos por ninguém.
Mas a questão é que falamos não da relação de 14:1, mas de uma relação muito mais conservadora de 7:1 ou 5:1.
Isto tudo para explicar, que se foram abatidos tantos MiG-15 (mesmo considerando a proporção mais baixa, que aliás continua a ser contestada) então tinha que haver outra razão para a vitória americana, que não fosse tão fantasiosa e baseada em conspiração de todos os agentes, de todos os historiadores, de todas as publicações, para prejudicarem o glorioso caça defensor da sagrada classe operaria e trabalhadora revolucionária.
.
A razão chama-se naturalmente AN/APG-30 + a ligação ao sistema de mira.
É absolutamente incrivel, que neste fórum ninguém ponha em causa que o radar é um factor absolutamente importante num combate aéreo, que toda a gente discuta se um avião tem radar AESA, PESA, ou REZA mas haja quem não entenda que um F-86F armado com um radar AN/APG-30, mesmo com um alcance inferior a 4.000m , que era ligado ao sistema de tiro, que dirigia as metralhadoras e que permitia ao piloto concentrar-se na pilotagem enquanto que o radar e o sistema de tiro faziam a pontaria, não era uma gigantesca vantagem.
É realmente incrivel, a dualidade de critérios
Para 1950/1951, altura em que os sistemas de tiro dos aviões do mundo eram ópticos e em que as armas dos aviões de caça continuavam a ser controladas com a manche, uma aeronave com um sistema em que o piloto fazia «Lock On» e em que o avião dirigia as armas independentemente do piloto era ficção sim.
Hoje, isso parece até ridiculo, mas para 1950 isso era Ficção Cientifica sim.! ! !
É evidente também que o AN/APG-30 era um radar muito superior ao AN/APG-5 que estava instalado nos primeiros F.86, mas mesmo assim tinha deficiencias.
Os russos inicialmente não sabiam exactamente porque os americanos tinham um tiro tão preciso, mas aperceberam-se de que a menores altitudes o F-86 não parecia ser tão eficiente.
Os pilotos dos MiG, começaram a mergulhar rapidamente para o chão quando se viam em apuros.
A razão é simples:
Abaixo de 1800 metros, o radar não era sempre eficiente por causa da dissonância provocada pelo solo. Nestes casos o piloto tinha que desligar o sistema automático a disparar manualmente. Isto também acontecia em combates com grandes nuvens de russos, pois o radar tinha demasiados pontos na mira e não conseguia fixar nenhum deles.
São normalmente pequenas vantagens tácticas, pequenos detalhes que ajudam a longo prazo a vencer uma guerra.
Se colocarmos um piloto com pouca experiência a bordo de um Skyhawk com radar e um piloto experiente a bordo de um Skyhawk sem ele, o piloto com experiência poderá até ter vantagem num confronto. Mas à medida que mais e mais confrontos se vão sucedendo, as leis da lógica acabam por se impor.
Uma aeronave com radar, terá na soma dos combates uma importância determinante. Isto é o que diz a lógica e não precisa ser uma lógica complexa.
Tão determinante que permitiu com muito menos aviões disponíveis garantir a superioridade aérea, destruir as linhas de abastecimento inimigas e assim, impedir que o gigantesco exército chinês tomasse a Coreia.
E essa é uma realidade que nem os teóricos da conspiração conseguem ultrapassar.
A Coreia do Sul, está lá para provar que o F-86 ajudou a impedir a sua destruição.
Cumprimentos