Blz Alcântara,
Você toma o teto operacional de 6.500 da versão com motor a pistão. Durante a modernização este motor seria trocado por outro, turbo-hélice, e nesse caso o teto vai ser maior, dependendo apenas da potência do motor escolhido.
Tudo bem essa opção eu aceito! Porem precisamos saber qual seria o teto de serviço dessa versão do Tracker modernizado, pois até agora temos somente valores chutados.
o E-2C, o avião embarcado de AEW mais capaz atualmente, pode detectar alvos na linha do horizonte a pelo menos 450 kms de distância, cumprindo missões de 06 horas de duração, a 370 kms da esquadra, voando a até 9.000 metros de altitude operacional, com velocidade de cruzeiro em torno de 600 km/h. Não é necessário atingir os 11.000m que você falou, fora o fato de que os helicópteros possuem velocidade de cruzeiro menor, menor autonomia e o problema de vibração sobre a estrutura, que, diga-se de passagem (a bem da verdade) tem melhorado muito nos últimos projetos, mas ainda existe.
Eu não disse que o R-99A consegue detectar uma aeronave a 450 km somente porque ele voa a 11.000 metros! O que eu disse foi isso:
“O R-99 tem um teto operacional superior a 11.000 metros, por isso ele pode aproveitar a grande capacidade de seu radar.” Segundo o site Airforce Technology, a altitude máxima do E-2C Hawkeye é de 11.300 metros. No FAS (Federation of American Scientists) é mencionado um valor de 11.275 metros. Ou seja, bastante parecido com o R-99, e distante dos 9.000 metros mencionado por você (provavelmente retirado do Infomarmb)! Ou não?
Agora o Tracker modernizado terá a altitude igual ao E-2C?
Sim, concordamos plenamente com isso. Mas nesse caso, 7.000 ou 7.500 metros não é melhor do que 5.000? Não se esqueça que teríamos que raciocinar sobre o teto da versão remotorizada. Praticamente 50% mais alto. Não daria um alcânce radar maior, mesmo assim?
Está vendo cara, se basear no chute não e a melhor alternativa! Com um aumento de 50%, a altitude seria de 9.750 km, com 40 % teríamos então 9.100 metros, ou seja, seria maior que os 9.000 metros que você mencionou do E-2C!
Vamos fazer diferentes:
Infelizmente eu não conseguir encontrar os valores do teto operacional do Tracker com motores turbo-hélice (Turbo Tracker), porem vou fazer algumas comparações utilizando no caso aeronaves diferentes.
EMB-120 Brasília (existe versão militar)- 2 PW118B = 1.800 HP
- Peso máximo de decolagem = 12.070 kg
- Velocidade máxima = 584 km/h
- Teto operacional = 9.754 metros
BAE JETSTREAM 41 (existe versão militar)- 2 TPE 331-14= 1.650 HP
- Peso máximo de decolagem = 10.886 kg
- Velocidade máxima = 540 km/h
- Teto operacional = 7.925 metros
Saab 340 AEW&C (versão militar)- 2 GE CT7-9B = 1.870 HP
- Peso máximo de decolagem = 10.886 kg
- Velocidade máxima = 530 km/h
- Teto operacional = 7.620 metros
S-2T Turbo Tracker (Argentina)- 2 TPE 331-14= 1.650 HP
- Peso máximo de decolagem = 13.240 Kg
- Velocidade máxima = 463 km/h
- Teto operacional = ???? metros
Como você pode perceber nessa comparação, o Tracker é a aeronave mais pesada. Se comparado ao JETSTREAM 41 (usa o mesmo motor), você pode percebe que o Tracker apresenta menor velocidade, o que deve ser um indicativo de um melhor desempenho do motor no JETSTREAM 41. Vale lembrar que o JETSTREAM 41 é mais leve que o Tracker. Uma coisa que é natural, é o motor se comportar de maneira diferente de uma aeronave para outra. Portanto é um pouco precipitado dizer que o teto de serviço do Tracker modernizar é igual ou superior a 7.500 metros. Um teto de 7.000 metros (ou um pouco mais ou menos), na minha opinião seria o mais provável.
Esse negocio de utilizar um motor mais potente, não é bem assim não! De fato o TPE 331-14 está sendo utilizado nas modernizações dos Tracker (militar e civil). Agora é muito fácil dizer que será utilizado um motor mais potente (maior que os 1650 HP do TPE 331-14), o problema e ver se compensa o consumo a mais (entre outros fatores). Lembre-se que o Tracker nunca foi um bom exemplo em matéria de alcance!
Essa posição não é defendida apenas por mim. A Embraer está muito interessada no assunto (se bem que nem sempre o que a Embraer quer é o melhor para o Brasil ).
Você falou tudo:
“se bem que nem sempre o que a Embraer quer é o melhor para o Brasil”Muita cara de pau a Embraer apoiar o Tracker e desacreditar o P-3!
Então não é um bom exemplo!
Com relação ao COD, você está coberto de razão, o compartimento de carga do Merlin é maior, não se discute. Não tenho condições de debater sobre isso por que não tenho dados sobre o desempenho de cada aeronave, por exemplo, alcance. O Merlin carrega mais carga em menores distências? O C-1 tem maior alcance? Não sei informar... fica aí a dúvida para o pessoal do forum complementar.
Ai até fica fácil!
O problema é a necessidade da MB na realização de COD/ VERTREP, portanto não confunda com as necessidades das outras marinhas (mais especificamente da US Navy/USMC). A US Navy utiliza atualmente o C-2A Greyhound para transporte NAe-NAe ou terra- Nae (vice-versa), e helicópteros CH-53 (ou até mesmo SH-60 ou CH-47) para transporte navio-navio (NAe/escolta- navio de apoio logístico). Fica claro que a US Navy pode ter duas plataformas executando a mesma função (de forma mais especifica e eficiente), porem a MB não pode! Por exemplo: Em um conflito qualquer, uma embarcação da classe Ceará é configurada para executar a função de navio de apoio logístico (uma adaptação, pois atualmente não temos navio do tipo*), então eu pergunto, como e possível o Tracker transportar a carga do navio de apoio logístico até o NAe ou para qualquer embarcação da esquadra? Como nós não temos rios de recursos para gastar, o melhor a ser feito e otimizar as funções em um único vetor, portanto ser for preciso transporta carga (em geral) seja de terra-navio ou navio-navio a melhor opção são os helicópteros.
A França tem um NAe melhor que o da MB, é nem por isso eu vejo aeronaves de asas fixa sendo utilizada em COD/ VERTREP, sendo que para essa função são utilizados helicópteros (Cougar e Super Frelon). Para falar a verdade, somente os EUA utilizam aeronaves de asas fixas embarcada para COD/ VERTREP. Será que o Brasil deve fazer o mesmo?
A aeronave que deverá otimizar a função COD/ VERTREP/AEW e o V-22 OSPREY. Por sinal essa aeronave não e compatível no São Paulo.
O C-1 Trander pode levar 9 passageiro ou 1600 kg de carga.
A modernização do Tracker para o uso civil não serve muito de exemplo, pois essa aeronave estão sendo utilizas em terra, e o custo empregado seria bem menor do que uma aeronave militar (AEW, ASW, etc). Veja que para MB essas aeronaves terão que pousar em NAe, coisa que aumenta e muito o desgaste da aeronave.
Para terminar, quero deixar claro que nunca disse que o Merlin e superior a qualquer aeronave de asa fixa executando função AEW, portanto não vejo motivos para as comparações de alcance do radar, altitude, etc, até porque isso nós estamos cansados de saber. O que eu sempre questiono é a vida útil da célula a ser comprada, o custo empregado x tempo de utilização, otimização de recurso (utilizando um mesmo vetor para varias funções), entre outros. O que eu relatei em uma mensagem passada foi algumas vantagem do Merlin sobre o Tracker, o que na minha opinião tornava esse vetor a melhor opção para a MB, mais isso não que dizer que essa plataforma também não tenha varias desvantagens.
Agora eu gostaria muito que as pessoas debatessem as minhas mensagens, falando, por exemplo, que país têm boas células de Tracker para vender a MB, por quanto tempo essa células poderão equipar a MB (10. 15, 20 ....anos), qual é o históricos dessa células, quanto vai custar essa modernização, ou algo do tipo. Agora infelizmente, toda vez que falo do Helicóptero AEW para MB, eu escuto a mesma coisa (que o Tracker, isso, aquilo outros, ou sei lá o que), mas o essencial nunca é debatido!
Só mais uma coisa. Alcântara, por favor, quando for responder essa ou qualquer outra mensagem no fórum, que você utilizar parte de texto de outras pessoas ou site (Ex: Infomarmb), coloque em destaque (negrito, aspas, sublinhado, ou qualquer coisa do tipo), porque fica muito confuso, pois eu não sei se estou respondendo a você ou para outra pessoa.
*Obs: Para apoio logístico temos o Custodio Mello, porem essa embarcação está tão defasada que eu duvido muito que consiga cumprir determinadas funções dentro do esperado.
Falou!!!