Re: Submarinos argentinos
Enviado: Sex Nov 08, 2013 9:34 pm
Possivelmente.
Marino, esta também é a informação que eu encontro em todas as fontes que procuro. Os TR-1700 deslocam cerca de 2260 ton submersos, e os nossos Scorpène-BR deslocarão cerca de 2010 ton também submersos, segundo o site da própria DCNS:Marino escreveu:Bom, eles devem saber mais que eu (exceto pelo IKL-290).
Aí devemos perguntar à MB.FCarvalho escreveu:Podemos admitir então Leandro que tal correção só dê a posteriori do subnuc's com uma nova classe pós SBR derivada dos próprios subnucs?
abs.
As baterias utilizadas em submarinos em geral são do tipo tracionária de chumbo-ácido. Embora pesadas estas baterias são baratas, operam da mesma forma independentemente das condições ambientais, tem vida útil longa, são resistentes a abusos (sobrecarga, descarga profunda e rápida, curto-circuito, etc...), não apresentam problemas de memória e em caso de acidentes ou avarias não liberam material tóxico dentro do sub.bcorreia escreveu:Tocando no assunto baterias, alguém saberia informar qual o tipo de célula que essas baterias do SBR deverão utilizar?
Pois é, pensei que pelo projeto ser mais recente e pelos avanços que a indústria automotiva tem trazido para essa área, as células usadas já fossem alguma variante de células de lítio, não só pela maior densidade de carga mas também pelo tempo de vida maior (como as Lítio-Polímero, com um polímero sólido como eletrólito, que têm uma menor taxa de cristalização que as Li-Ion), mas por outro lado, olhando o que ocorreu com os 787, é melhor ser mais conservador nessa área.LeandroGCard escreveu:As baterias utilizadas em submarinos em geral são do tipo tracionária de chumbo-ácido. Embora pesadas estas baterias são baratas, operam da mesma forma independentemente das condições ambientais, tem vida útil longa, são resistentes a abusos (sobrecarga, descarga profunda e rápida, curto-circuito, etc...), não apresentam problemas de memória e em caso de acidentes ou avarias não liberam material tóxico dentro do sub.bcorreia escreveu:Tocando no assunto baterias, alguém saberia informar qual o tipo de célula que essas baterias do SBR deverão utilizar?
O uso de outros tipos de bateria seria possível, mas a maioria delas apresenta problemas em alguma destas áreas e são tão mais caras que vale mais à pena desenhar um sub maior e levar mais baterias do que adotar baterias de tecnologia mais avançada (Níquel-Cádmio, Lítio-Polímero, Lítio-Ferro, etc...) que permitiriam economizar espaço em submarinos menores. A DCNS está investigando a possibilidade de integrar baterias de Lítio-Ion nos Scorpène (veja link abaixo), muito provavelmente para tentar equiparar seu desempenho ao de submarinos maiores que existem no mercado, mas se isso dará resultado e a que custo ainda terá que ser visto no futuro.
http://www.saftbatteries.com/press/pres ... submarines
Existem algumas outras opções possíveis para uso em submarinos de tecnologia intermediária e custo mais baixo, como as de Níquel-Ferro, que ainda apresentam vantagens em termos de densidade de carga se comparadas às de chumbo-ácido, além de serem mais resistentes e duráveis. Mas a tecnologia delas ainda teria que ser melhor desenvolvida, pois elas só admitem carga e descarga mais lentas e em baixas temperaturas perdem carga muito rapidamente. Outros tipos de baterias alternativas tem problemas semelhantes, por isso as de chumbo-ácido ainda são usadas.
Leandro G. Card
Marechal, minha dúvida foi referente ao tipo de quimica usado pelas células das bateriasMarechal-do-ar escreveu:Células de combustível?
São parecidas, mas não exatamente iguais.bcorreia escreveu:Leandro, essas baterias estacionárias são as mesmas utilizadas por no-breaks e sistemas de energia solar que são encontradas no mercado ou elas possuem alguma especificação mais rígida por serem voltadas ao uso militar? Acho que o uso dessas baterias apesar da menor densidade de energia por quilo, seria que existem várias fábricas por aqui que as produzem, enquanto baterias mais avançadas dependeriam de fornecedores externos, não?
Marechal-do-ar escreveu:Células de combustível?
Será mesmo que vamos continuar com esta tecnologia ultrapassada de chumbo-acido?bcorreia escreveu:Tocando no assunto baterias, alguém saberia informar qual o tipo de célula que essas baterias do SBR deverão utilizar?
Acho que pelo menos por algum tempo vamos continuar sim.mauri escreveu:Será mesmo que vamos continuar com esta tecnologia ultrapassada de chumbo-acido?
É uma pena a empresa americana Valence Tecnologia, tradicional fornecedor do Scorpene, ter se negado a passar a tecnologia de Baterias de Litio para a Saturnia, no entanto, eu soube que a Marinha estava tentando soluções junto a DCNS e resolver este assunto e fechar acordo para não importar a bateria, mas ai, veio a Concordata da Saturnia e depois a Valence e minguem sabe como ficou...
Mauri
LeandroGCard escreveu:Acho que pelo menos por algum tempo vamos continuar sim.mauri escreveu:Será mesmo que vamos continuar com esta tecnologia ultrapassada de chumbo-acido?
É uma pena a empresa americana Valence Tecnologia, tradicional fornecedor do Scorpene, ter se negado a passar a tecnologia de Baterias de Litio para a Saturnia, no entanto, eu soube que a Marinha estava tentando soluções junto a DCNS e resolver este assunto e fechar acordo para não importar a bateria, mas ai, veio a Concordata da Saturnia e depois a Valence e minguem sabe como ficou...
Mauri
Veja que o desenvolvimento das baterias avançadas para o Scorpène não chegou a ser completado ainda, pelo que sei sequer chegou à fase de testes práticos. Nem sei se ainda irá mesmo em frente, o problema da resistência à condições ambientais adversas (calor, frio, vibração, choques, curto-circuitos, etc...) é sério, sem falar nos altos custos das baterias mais promissoras. Talvez por isso a Valence não tenha aceito transferir tecnologia para a Saturnia, é provável que ela simplesmente não tivesse ainda nada realmente utilizável para entregar. Na ponta do lápis é bem possível que simplesmente construir um casco maior seja mais econômico, além de outras vantagens que um sub de maior volume pode trazer, principalmente com relação à instalação de sensores.
Além disso, quem parece estar mais avançado neste campo de baterias de alta-tecnologia aplicadas na prática hoje são os chineses, ninguém consegue competir com eles principalmente em custos. Mas acho que ninguém no ocidente vai querer depender deles para a propulsão de seus sub's, nem mesmo nós.
Um desenvolvimento que acredito terá maior futuro será o dos sistemas AIP, de diversos tipos. Eles já estão entrando em operação e tendem a ocupar menos espaço e ter menor peso e custo que qualquer bateria avançada. Dá para imaginar inclusive sistemas usando força nuclear, com pilhas nucleares ou reatores compactos de baixa potência, porém mais simples, silenciosos e seguros que os utilizados nos sub realmente nucleares que se conhece hoje. O uso de AIP's pode eliminar a necessidade de ampliação da capacidade das baterias dos submarinos futuros, então a comprovada e econômica tecnologia das baterias de chumbo-ácido pode ser a melhor opção afinal de contas.
Leandro G. Card
Mauri, até onde eu sei estas baterias de Lítio-íon ou Lítio-ferro menores e mais leves são usadas nos submarinos NUCLEARES, justamente porque são apenas um sistema auxiliar de potência a ser empregado em situações específicas para alimentar os sistemas de bordo, mas não para a propulsão (fora situações realmente emergenciais). Neste caso não é necessária uma grande autonomia a bateria e a quantidade total de delas é muito menor, o que implica em que seu custo acaba não ficando assim tão grande. Ao mesmo tempo, é fundamental economizar espaço e peso (a instalação nuclear já ocupa um espaço muito grande dentro do casco), e aí a maior densidade de carga das baterias avançadas compensa seus problemas, principalmente o custo.mauri escreveu:Leandro,
Tá certo que os submarinos russos e americanos ainda usam baterias chumbo-acido, no entanto, estão sendo substituídos paulatinamente por baterias Lítio, que oferecem maior densidade de energia e com seu reduzido tamanho, oferecem menos peso ao conjunto do submarino, penso que no futuro muito próximo este tipo de tecnologia dominará completamente o setor, dai ser necessários iniciarmos logo esta aprendizagem e principalmente um projeto padrão visando o nosso nuclear que necessita desta tecnologia.
Mauri
LeandroGCard escreveu:Mauri, até onde eu sei estas baterias de Lítio-íon ou Lítio-ferro menores e mais leves são usadas nos submarinos NUCLEARES, justamente porque são apenas um sistema auxiliar de potência a ser empregado em situações específicas para alimentar os sistemas de bordo, mas não para a propulsão (fora situações realmente emergenciais). Neste caso não é necessária uma grande autonomia a bateria e a quantidade total de delas é muito menor, o que implica em que seu custo acaba não ficando assim tão grande. Ao mesmo tempo, é fundamental economizar espaço e peso (a instalação nuclear já ocupa um espaço muito grande dentro do casco), e aí a maior densidade de carga das baterias avançadas compensa seus problemas, principalmente o custo.mauri escreveu:Leandro,
Tá certo que os submarinos russos e americanos ainda usam baterias chumbo-acido, no entanto, estão sendo substituídos paulatinamente por baterias Lítio, que oferecem maior densidade de energia e com seu reduzido tamanho, oferecem menos peso ao conjunto do submarino, penso que no futuro muito próximo este tipo de tecnologia dominará completamente o setor, dai ser necessários iniciarmos logo esta aprendizagem e principalmente um projeto padrão visando o nosso nuclear que necessita desta tecnologia.
Mauri
Já no caso dos submarinos convencionais russos (os americanos não operam nenhum) as baterias usadas ainda são também de chumbo-ácido. Existem notícias de que o próximo sub da classe Lada possa vir a receber baterias de Lítio-íon (veja link abaixo), justamente por conta de limitações de desempenho percebidas neste submarino, que é menor que a classe precedente Kilo, para uso pela marinha russa. Mas isso ainda está para ser decidido e é possível que não venha a acontecer. E repare que para o submarino seguinte nesta classe já se fala em sistemas AIP.
http://rusnavy.com/news/navy/index.php? ... 97&print=Y
Abraços,
Leandro G. Card
bcorreia escreveu:Mauri, Baterias de Lítio seriam a solução se houvessem planos para as desenvolver e produzir por aqui, talvez num futuro não muito distante elas venham a ser extremamente importantes, vide os carros híbridos que tem se tornado realidade em vários países, mas como ainda não temos essa capacidade industrial, creio que a desvantagem do menor alcance do Sorpène com as baterias de chumbo que são produzidas por aqui, é bem menor que a desvantagem de ser dependente em um projeto estratégico de insumos importados, nesse caso quanto menor a quantidade desses insumos que forem utilizados nos submarinos, melhor.