Túlio escreveu:Essa charla de 'padronizar equipamento ianque' é de doer, POWS!!!
Sobre as tão propaladas facilidades de manutenção, gostaria de ver em que isso iria dar numa situação de conflito, vejam que a vizinhança está pedindo para levar, vamos que a gente entre de sola em algum deles, teríamos repuestos direitinho? Iriam os ianques nos ajudar a aumentar a nossa influência em detrimento da deles?
Acredito que a padronização, tendo por base os EUA, se deve justamente a falta de um outro modelo de sucesso como o deles, desde que se tornou a potência que é.
O caminho correto para se evitar isso seria termos nossa própria linha de padronização, mas como não sabemos exatamente o que precisamos, pq não temos o mesmo nivel de experiência em combate ou uma cultura de valorização do que é nosso (qual é a última novidade lançada nos EUA que desejamos neste momento?), necessitamos de um modelo e aí entra os EUA, mas até onde sei isso vale para todo mundo, seja aliado, seja inimigo...
Quanto a questão sobre o apoio em caso de conflito, nos já sabemosno que da: Vide Guerra das Malvinas, onde por pressão americana e inglesa, a França cortou a reposição de suprimento de material bélico para a Argentina, não será diferente conosco.
Túlio escreveu:As opiniões (muito que bem embasadas, diga-se por justiça) do Valentim são de um Profissional de Manutenção EM TEMPO DE PAZ, valem então APENAS para este contexto, numa guerra teriam o mesmo peso? Tipo assim, estamos dando uma sarabanda de laço num vizinho pentelho, nossos Blackhawks precisam de peças, elas vêm na hora e a tempo? Viramos numa super-Inglaterra e ninguém me avisou?
Deixe exclarecer minha posição: Entre o S70A e o Super Puma, para mim e para a maioria dos profissionais da área, não resta dúvida quanto qual é a melhor aeronave para o EB.
Quanto a padronização do S70A para o EB é a melhor para o Brasil, acho que não, deveríamos procurar um produto mais adequado a nossa realidade (Russo? não sei).
Se em tempo de paz ja temos problemas com a Eurocopter e Sikorsky, em mantenção e suprimento, imagine em caso de conflito...
Defendo a idéia de parceria e invertimento na Embraer, para inicialmente, uma aeronave leve de instrução e em uma segunda fase, uma aeronave de transporte médio (montagem e fabricação sob licença, talvez).
O Governo Lula em seu mandato até agora já criou 31 empresas estatais para gerar empregos para os companheiros, não dava para criar algo no seguimento de defesa ou alguma parceria?
Túlio escreveu:As opiniões do PRick, em que pese o antiamericanismo radical, têm muito mais a haver comigo: o que é feito aqui, mesmo que 50%, ainda garante melhor a manutenção da operatividade do que algo feito integralmente lá fora, a milhares de quilômetros.
Sua teoria não está errada, o problema é quando tentamos materializá-la com a Empresa Eurocopter/Helibrás que já conheçemos de longa data (desde 1989).
Quando a AvEx foi criada a Helibrás estava a beira do fechamento, segundo alguns especialistas e foi justamente o contrato com o EB de aquisição, na época de 52 aeronaves (coincidência este número, não?), que deu sobre vida a Helibrás, o fato do HB350L1, AS365K e AS550A2, terem sido montados ou "fabricados" em Itajubá, não nos favoreceu em manutenção ou suprimento, visto que realizamos a manutenção da aeronaves nós mesmos até o nivel Overhaul.
Pq eu acreditaria que montar o EC725, ou seja lá o que for, neste momento sem uma licitação internacional, sem um estudo de viabilidade de adoção pelo EB, mudaria este contexto?
Túlio escreveu: Sobre o 'civil' Puma, os Sul-Africanos o usaram na guerra e acharam tão ruim que em 1990 começaram a fabricar uma versão sua (Denel) que chamaram de Oryx e que está em serviço até hoje em cinco esquadrões (15, 17, 19, 22 e 87, este o 'Helicopter Flying School'). Êta helicóptero vagabundo...
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Não conheço o Puma, mas sei que ele era uma especificação militar para a ALAT, ou seja um projeto militar, mesmo que francês.
Quanto ao Super Puma, tive contato com ele na Marinha, quando realizei curso na Aviação Naval, em 1990 e naquela época era considerada uma aeronave de manutenção complexa, devido sobre tudo a sua eletrônica panosa, e foi a primeira vez que ouvi o termo Super Pane.
Mais tarde, quando já servia no embrião do atual 4ºBavEx, ainda nas instalações do 7º/8ºGAv, fiquei sabendo por seus integrantes, que eles operavam com o Super Puma, mas só vivia embaixo por causa do calor e umidade que enlouquecia seus sistemas eletrônicos (era um tal de luz acesa quando se ligava a bateria) e eles voltaram a operar com o Bell 205 Huey, mas resistente ao clima da região.
O nosso "Cougar" (ainda defendo que se trata de um Super Puma, sem a maioria de sua aviônica original, trem de pouso fixo, canela dura, motor Makila I, com a inserção da aviônica panosa do Panther, para redução do preço, com a remoção de muitos dos sistemas, apresentando problemas de CG, limitando operação de carga na aeronave) não é diferente, e em comparação ao S70A, fica mais tempo indisponível, já que sua manutenção é mais complexa e apresenta mais panes no ambiente amazônico.
Túlio escreveu:Por outro lado, essa charla de 'Blackhawk Down' onde um RPG-7 derruba dois, devo dizer que QUALQUER aeronave, atingida no lugar certo, cai. A bem da verdade, os Sul-Africanos perderam em 5 Jan 1982 um Puma atingido por UM ÚNICO TIRO de AK-47 que rompeu uma tubulação hidráulica e causou perda de controle (
http://www.saairforce.co.za/the-irforce ... mmaries/56 ). Certamente as lições foram assimiladas no Orix e o fabricante original - atualmente EADS - não deve ter ficado alheio.
Bom as aeronaves Francesas, apresentaram no EB muitas panes que não ocorreram em lugar nenhum do mundo, isso reforça a tese de não terem sido projetadas para uso militar, muito menos para ambientes como a amazônia (nós somos o 2º maior cliente da Eurocopter, o 1º é USCG).
Com certeza existem operadores dessas aeronaves Francesas que não abrem mão delas ou produzem suas próprias versões.
É o caso da USCG que tem no Dauphin uma aeronave sem substituto até o momento e não pensam em trocá-la, no entanto usam para operação de salvamento Off-Shore, sua missão primária conta com um orçamento da USCG da ordem de 100 milhões de Dólares (só para comparar, o da AVEX é de 10 milhões de dólares).