Eu voto na segunda opção

Moderador: Conselho de Moderação
delmar escreveu:A VOLTA DOS ILEGAIS
A crise de 1939 provocou o surgimento do nazismo e do fascismo e, por conseguinte, a segunda guerra mundial e várias ditaduras na América do Sul. Esta agora também poderá trazer conseqüências para o nosso continente. Vejo como um dado importante o retorno dos imigrantes latinos ilegais.
Uma crise econômica forte, com a redução ou diminuição do emprego nos países ricos, vai forçar um retorno massivo dos sul americano aos seus países de origem. Seja por não terem mais trabalho na Europa e EUA ou pela expulsão pura e simples dos trabalhadores ilegais. Alguns países dependem muito do dinheiro que estes trabalhadores mandam para casa. Neste quesito Equador, Bolívia, Peru e Colômbia serão os mais afetados. Embora países como o Brasil, Argentina e Uruguai tenham muitos cidadãos trabalhando no exterior, a maioria de maneira ilegal. Quem não tem algum amigo ou conhecido que foi, ilegalmente, trabalhar no exterior?
Além da falta do dinheiro que estes trabalhadores mandam pra casa, vai haver um crescimento de desempregados numa situação de pouco ou nenhum crescimento econômico. Uma situação favorável ao aparecimento dos lideres populistas, salvadores da pátria, e do nacionalismo extremado. É a partir daí que iniciam as guerras.
Se a situação ficar ruim viveremos tempos interessantes
saudações
http://br.reuters.com/article/worldNews ... T920080929Campanha de McCain culpa Obama por fracasso de socorro a Wall St
segunda-feira, 29 de setembro de 2008 18:57 BRT Imprimir | Uma página[-] Texto [+]
1 de 1Versão na íntegraPor John Whitesides
WASHINGTON (Reuters) - Os republicanos atribuíram na segunda-feira ao candidato a presidente Barack Obama e ao seu Partido Democrata a culpa pela não-aprovação no Congresso do pacote de 700 bilhões de dólares que deveria resgatar o setor financeiro nos EUA.
Os democratas também lançaram acusações contra os republicanos, e Obama disse que ainda está confiante na aprovação.
"Barack Obama falhou em liderar, telefonou, atacou John McCain e se recusou até mesmo a dizer se apoiava o projeto final", disse o assessor de McCain Douglas Holtz-Eakin em nota após a rejeição do plano na Câmara, por 228 a 205 votos.
O senador McCain passou o fim de semana em Washington ao telefone com os participantes da negociação, mas não foi ao Congresso. Obama também falou por telefone com o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e com líderes parlamentares, mas manteve os eventos de campanha.
"Este projeto fracassou porque Barack Obama e os democratas colocaram a política à frente do país", disse Holtz-Eakin.
O plano teve apoio da maioria da bancada democrata, mas não da maioria republicana. Foram 133 votos republicanos e 95 democratas contra o projeto.
Líderes republicanos na Câmara disseram que alguns colegas se irritaram com um discurso da presidente da Casa, Nancy Pelosi, antes da votação, por entenderem que assumiu um viés partidário.
Não falei do México e dos países centro americanos (El Salvador, Nicaragua, Honduras, etc) pois pensava somente na América do Sul. Realmente estes países serão os que mais vão sentir o golpe. Sem o dinheiro dos emigrantes vão entrar em colapso. Assim, mesmo não havendo a expulsão dos ilegais, poderá haver um redução drástica das remessas de dinheiro.PRick escreveu:delmar escreveu:A VOLTA DOS ILEGAIS
A crise de 1939 provocou o surgimento do nazismo e do fascismo e, por conseguinte, a segunda guerra mundial e várias ditaduras na América do Sul. Esta agora também poderá trazer conseqüências para o nosso continente. Vejo como um dado importante o retorno dos imigrantes latinos ilegais.
Uma crise econômica forte, com a redução ou diminuição do emprego nos países ricos, vai forçar um retorno massivo dos sul americano aos seus países de origem. Seja por não terem mais trabalho na Europa e EUA ou pela expulsão pura e simples dos trabalhadores ilegais. Alguns países dependem muito do dinheiro que estes trabalhadores mandam para casa. Neste quesito Equador, Bolívia, Peru e Colômbia serão os mais afetados. Embora países como o Brasil, Argentina e Uruguai tenham muitos cidadãos trabalhando no exterior, a maioria de maneira ilegal. Quem não tem algum amigo ou conhecido que foi, ilegalmente, trabalhar no exterior?
Além da falta do dinheiro que estes trabalhadores mandam pra casa, vai haver um crescimento de desempregados numa situação de pouco ou nenhum crescimento econômico. Uma situação favorável ao aparecimento dos lideres populistas, salvadores da pátria, e do nacionalismo extremado. É a partir daí que iniciam as guerras.
Se a situação ficar ruim viveremos tempos interessantes
saudações
Esse cara esqueceu do México, se isso acontecer o país latino vai parar!
[ ]´s
Tesouro e Fed têm opções para o impasse quanto ao pacote financeiro nos EUA
Edmund L. Andrews e Mark Landler
Em Washington (EUA)
Do The New York Times
Para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e o Departamento do Tesouro, estes são tempos difíceis.
Sem o plano abrangente de resgate financeiro que inventaram e defenderam com ardor, as duas agências são mais uma vez obrigadas a lidar com uma crise atrás da outra, e a usar todos os instrumentos a seu dispor para socorrer o sistema financeiro global. Antes mesmo que o Congresso dos Estados Unidos tivesse surpreendido o mundo na segunda-feira ao rejeitar o pacote de resgate financeiro elaborado pelo governo Bush, o Fed já recorria à tática mais antiga da sua cartilha: imprimir dinheiro.
Com os mercados financeiros de todo o mundo sendo tomados pelo medo, na segunda-feira o Fed anunciou que forneceria uma quantia extra de US$ 150 bilhões por meio de um programa emergencial de empréstimo a bancos, e mais US$ 310 bilhões através das chamadas linhas de crédito recíproco (swap lines) com bancos centrais estrangeiros para ajudar mercados da Europa e da Ásia.
Foi uma demonstração extraordinária de poder financeiro. Essa demonstração refletiu a novo e intenso receio no Fed e nos bancos centrais de todo o mundo de que a crise de confiança nos mercados financeiros dos Estados Unidos tivesse se espalhado como uma metástase pelos mercados de todo o planeta.
Essas cifras somaram-se aos US$ 230 bilhões que o Fed tomou emprestado na semana passada para poder financiar as suas tentativas anteriores de salvar o American International Group (AIG) e outras instituições.
Mas estes são apenas os mais recentes de uma longa série de desvios impressionantes adotados pelo Fed neste ano em relação à política econômica normal, à medida que a instituição tentava injetar uma vasta quantidade de capital no sistema financeiro. E, provavelmente, tais desvios não foram os últimos .
Ainda que o Congresso se recuse a aprovar o pacote, existe mais dinheiro no lugar de onde aquelas outras somas vieram. O Departamento do Tesouro já criou uma série de securities "suplementares" para financiar as atividades do Fed, e não existe um limite para a quantidade que ele pode emitir e vender.
Após a votação da Câmara na segunda-feira, autoridades do Tesouro e do Fed deixaram claro que ainda contam com uma ampla gama de recursos a sua disposição.
Mas a maior parte das opções restantes é de natureza ad hoc, e não sistêmica. O Fed, por exemplo, pode emprestar dinheiro a qualquer companhia cujo fracasso ele considere muito perigoso, invocando a mesma legislação da era da Grande Depressão que já foi utilizada no caso de firmas fracassadas com o Bear Stearns e AIG.
Enquanto isso, o Departamento do Tesouro já se comprometeu a comprar bilhões de dólares em securities lastreadas em hipotecas, lançando mão da autoridade que recebeu com a legislação da moradia, que o Congresso aprovou no último verão.
A má notícia é que essas tentativas pouco ou nada contribuíram para aumentar a confiança nos mercados financeiros. Os rendimentos com títulos do Tesouro de três meses reduziram-se a apenas 0,29% na segunda-feira, indicando que os investidores estão fugindo de qualquer tipo de risco, mesmo que isso signifique um retorno bem menor do que a taxa de inflação.
As taxas para empréstimos entre bancos subiram para novos patamares na segunda-feira, já que os bancos passaram a temer ainda mais do que na semana passada emprestar uns aos outros.
"As medidas de liquidez são um paliativo", critica Laurence H. Meyer, vice-diretor da firma de previsão financeira Macroeconomic Advisers. "Estão financiando as folhas de balanço dos bancos, mas ninguém quer emprestar dinheiro a eles porque todos têm medo da insolvência".
Autoridades do governo ficaram chocadas com o fato de os parlamentares terem se recusado a aprovar o plano de socorro, que teria autorizado o Tesouro a comprar até US$ 700 bilhões em papéis vinculados a hipotecas. Esses papéis são difíceis, ou mesmo impossíveis, de se vender.
Mas autoridades do Tesouro e da Casa Branca ainda esperam salvar o plano nesta semana, oferecendo algumas modificações que acalmariam deputados republicanos rebelados sem que isso implicasse na perda dos cruciais votos democratas.
"Precisamos reapresentar algo que funcione", disse o secretário do Tesouro, Henry M. Paulson Jr., que trabalhou incansavelmente durante dias para costurar um pacto com democratas e republicanos. Embora Paulson tenha prometido "usar todos os dispositivos disponíveis para proteger o nosso sistema financeiro", ele advertiu que "a nossa caixa de ferramentas é substancial, mas insuficiente".
Na falta de uma autoridade mais ampla, as autoridades do Tesouro estão revendo as opções para recorrer criativamente aos mesmos tipos de ações aplicadas a cada caso individual que foram tomadas nos últimos seis meses: assumir o Fannie Mae e o Freddie Mac, as companhias de financiamento de hipotecas patrocinadas pelo governo, e fornecer a elas até US$ 200 bilhões em empréstimos; resgatar o AIG e emprestar até US$ 85 bilhões à empresa; e promover alianças costuradas às pressas entre instituições falidas e saudáveis.
Robert Dye, economista graduado do PNC Financial em Pittsburgh, diz que tais esforços constituem-se em remendos que até agora não conseguiram trazer a confiança de volta aos mercados de crédito.
"O problema é que estas são soluções ad hoc aplicadas a empresas individuais, e elas não estão combatendo os problemas sistêmicos de forma básica", opina Dye.
Mas outros analistas observam que mercados de crédito de todo o mundo também estavam quase que totalmente caóticos na manhã da segunda-feira, quando tanto líderes políticos quanto investidores acreditavam que o Congresso tinha chegado a um acordo sólido e aprovaria facilmente o pacote.
"Acreditamos que, sob um aspecto fundamental, este pacote não resolverá o problema", afirma Simon Johnson, ex-economista graduado do Fundo Monetário Internacional (FMI). Johnson diz que esperava que o plano de resgate financeiro simplesmente estabilizasse os mercados até as eleições presidenciais de novembro, mas frisa que agora está pessimista até quanto a isso.
"Faltam 36 dias para a eleição", disse Johnson. "Não tenho a menor idéia de como atravessaremos estes 36 dias".
Michael Darda, economista do MKM Partners, uma firma de investimento em Greenwich, no Estado de Connecticut, disse que o plano do Tesouro pode ter enervado muitos investidores.
"Não vejo como isso possa ajudar os bancos, a menos que fique claro que o governo comprará esses ativos por um preço substancialmente maior do que o valor atual desses papéis", afirmou Darda. "Trata-se de uma enorme iniciativa para a influência do governo no setor privado, e para os investidores é difícil dar um salto desses da noite para o dia, especialmente quando eles não sabem o que está se passando".
El Gobierno (español) crea un fondo de hasta 50.000 millones para financiar a empresas y particulares
El presidente del Gobierno, José Luis Rodríguez Zapatero, anunció hoy la creación de un fondo con cargo al tesoro de 30.000 millones de euros -ampliables hasta un máximo de 50.000 millones de euros- para garantizar la financiación de empresas y ciudadanos.
Agencias - Madrid - 07/10/2008
Zapatero, que compareció hoy en Moncloa para explicar la actuación del Gobierno ante la crisis de los mercados financieros, aseguró que garantizar la liquidez del sistema financiero español es una medida imprescindible para asegurar la actividad económica y la creación de empleo. Y aclaró que sólo se adquirirán activos sanos y de nacionalidad española. "El Tesoro no comprará activos tóxicos, sino sanos", dijo.
"Es una inicativa para prevenir riesgos, sostener la actividad para que las empreasas y los cuidadanos sigan financiándose", dijo Zapatero, para añadir que estos fondos eran exclusivamente "para empresas y ciudadanos españoles".
El jefe del Ejecutivo confirmó también que el Gobierno elevará hasta 100.000 euros por persona y entidad el importe garantizado por el Fondo de Garantía de Depósitos, frente a los 20.000 euros actuales.
em Portugal passou de 20.000 para 50.000El jefe del Ejecutivo confirmó también que el Gobierno elevará hasta 100.000 euros por persona y entidad el importe garantizado por el Fondo de Garantía de Depósitos, frente a los 20.000 euros actuales.
__________________________________Jacarta suspende negociação após perda de 10%
05h57m
As bolsas asiáticas afundaram-se hoje, por entre receios dos investidores sobre a saúde do sistema financeiro mundial, com Jacarta a suspender as negociações após uma queda de 10%.
As autoridades da bolsa indonésia referiram que a suspensão será por tempo indeterminado, após o índice se ter afundado, perdendo quase 10 por cento.
Na abertura, a queda tinha sido de 4,5 por cento.
Em Tóquio, a meio da sessão o índice Nikkei caiu 7,32 por cento, no que é considerada numa das maiores quedas de sempre.
O recuo foi inclusivamente superior, em percentagem e em pontos, à queda sofrida logo a seguir ao 11 de Setembro de 2001.
Em Hong Kong o principal índice está a cair 5,6 por cento a meio da sessão de hoje, tendo aberto a perder 5,1 por cento.
Em Xangai a queda é mais reduzida, de 3,08 por cento, com os investidores chineses a aguardar uma decisão de corte nas taxas de juro para reanimar o mercado.
Na abertura, a bolsa de Bombaim caiu 3,98 por cento, reflectindo o pânico dos investidores face ao panorama financeiro mundial de reagindo ao fecho em baixo de Wall Street.
Na Austrália o índex da bolsa de Sydney caiu 3,4 por por cento, apagando literalmente o ganho de 1,7 conseguido na sessão de terça-feira, após o anúncio da redução das taxas de juro.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Bolsa de Tóquio fechou sessão com maior queda desde 1987
07h15m
A Bolsa de Tóquio fechou a sessão de hoje com uma queda de 9,38 %, o pior "crash" registado pelo mercado nipónico desde a "segunda-feira" negra de 1987.
O índice Nikkei caiu 952,58 pontos, menos 9,38 por cento relativamente ao encerramento de terça-feira, cotando-se nos 9.203,32 pontos, recuperando ligeiramente antes do fim da sessão, depois de ter chegado a cair 9,81 por cento.
Trata-se da queda mais forte do índice Nikkei no encerramento desde a "segunda-feira negra" de 20 de Outubro de 1987, quando terminou com uma quebra de 14,90 por cento.
Esta é igualmente a terceira maior queda de toda a história do Nikkei.
Os investidores japoneses entraram em pânico devido à crise financeira mundial e à queda do dólar face ao iene, que penaliza os exportadores nipónicos.
O dólar caiu quarta-feira abaixo da barreira dos 100 ienes pela primeira vez em sete meses, devido à crise económica nos Estados Unidos, que fazem da divisa japonesa um valor refugio.
Falta de respostas conjuntas à crise da UE
Bolsas europeias de novo em pânico
08.10.2008 - 09h13
Por PÚBLICO
As principais bolsas europeias negociavam em forte queda após quase uma hora de negociação, face à ausência de respostas firmes e conjuntas da União Europeia à crise financeira que se alastrou à economia real.
Paris, Londres, Bruxelas e Frankfurt perdiam entre cinco e oito por cento, trazendo os principais índices europeus para níveis mínimos de há vários anos. Lisboa negociava igualmente no vermelho, a perder 4,6 por cento.
Um pouco por todo o mundo, as quedas das bolsas aproximam-se dos dez por cento, demonstrando que os investidores estão a fugir das acções e a refugiarem-se em aplicações mais seguras, como por exemplo o ouro.
No Reino Unido, o governo de Gordon Brown anunciou a nacionalização parcial dos maiores bancos do país, na tentativa de injectar liquidez no sector financeiro e restabelecer a confiança dos investidores nos mercados de capitais. O plano prevê um montante de 50 mil milhões de libras (64,3 mil milhões de euros) para ajudar a limpar os balanços de activos que entretanto perderam valor.
Apesar da resposta rápida do Governo britânico, os investidores demonstram o seu cepticismo, ao penalizarem o índice Footsie 100 em mais de sete por cento.
Nos últimos dias, vários construtores de automóveis europeus e norte-americanos anunciaram a diminuição da capacidade de produção das suas unidades de produção, na tentativa de encontrar um novo equilíbrio com a procura, que neste momento abrandou e demonstra sinais de continuar a arrefecer.
As empresas são obrigadas a reduzir o número de linhas de montagem de automóveis, promover planos de redução de horas de trabalho e mesmo despedir trabalhadores. Todo este cenário de abrandamento económico, confirmado pelo Fundo Monetário Internacional e dirigentes do Eurogrupo, trará mais desemprego, piores resultados a bancos e restantes empresas e dividendos inferiores para accionistas.
Grupo Sonae e banca penalizavam mercado
Em Lisboa, o índice PSI20 recuava mais de quatro por cento, com todos os seus 20 títulos negativos. O grupo Sonae (proprietário do PÚBLICO) é mais uma vez o mais penalizado do mercado, com a Sonaecom e a Sonae Indústria a desceram 12 e 9,9 por cento. A Galp, a Mota-Engil e a Zon Multimédia perdiam entre oito e nove por cento.
No sector bancário, o BCP afundava 2,5 por cento e cada título baixava de um euro (valia 0,99 euros). O BPI descia 4,7 por cento, para 1,85 euros.
http://dn.sapo.pt/2008/10/07/opiniao/on ... erais.htmlONDE ESTÃO OS NEOLIBERAIS?
Mário Soares
1 . Onde estão os neoliberais, que ninguém os ouve? Há meses reclamavam, sem cessar, "menos Estado", mais privatizações. Nada de constrangimentos, de regras éticas, nem de serviços públicos. O importante era "reduzir os impostos", "deixar o mercado funcionar", quanto menos intervenções públicas, melhor. A "auto-regulação do mercado", dirigida pela "mão invisível", era bastante, o ideal. Privatizar os serviços de saúde (uma invenção socialista), a segurança social, as águas, os cemitérios, os correios, os transportes; pôr gestores privados a gerir os parques nacionais, privatizar as pousadas, recorrer a "seguranças privados", mesmo em estado de guerra, como no Iraque; privatizar, privatizar...
Os políticos - e a política - que não alinhassem passaram a ser uma praga, uma arqueologia, vinda de outros tempos, o bom mesmo eram os negócios, quanto mais melhor, a especulação - os políticos nos negócios e os negócios na política - os paraísos fiscais, ganhar dinheiro, a qualquer custo o dinheiro como o supremo valor das sociedades ditas livres e o mercado, "teologizado", como o Deus ex maquina do progresso. As regras para o funcionamento do mercado eram velharias obsoletas. A própria "democracia dita liberal" escorregou, a pouco e pouco, para a plutocracia. E a pobreza? Os pobres? Os operários, os camponeses, os empregados, as próprias antigamente chamadas classes médias? Deixados entregues à sua sorte, sujeitos à regra da selecção natural, a chamada lei da selva, em que os mais fortes (os ricos) devoram naturalmente os mais fracos (os pobres)... Quanto muito, as almas sensíveis, que não compreendiam o "espírito do tempo", tinham a caridade, um recurso que não prejudicava o sistema e fazia bem às almas...
Assim, o capitalismo americano, na sua fase financeira-especulativa, guiado pela ideologia neoliberal, fortalecida com o colapso do comunismo, influenciou fortemente the way of life americano, a ponto de conduzir a América do Norte às portas do descalabro financeiro e da recessão económica (Bush dixit). Tendo, ao mesmo tempo, efeitos muito negativos na Europa, inclusivamente na esquerda, chamada "terceira via" de Blair e dos seus adeptos... E começa a contaminar todo o mundo.
Os maiores bancos e seguradoras - coisa nunca vista, desde 1929 - entraram em falência técnica, devido, em parte, à avidez dos subprime, e voltou-se contra os gestores milionários, ameaçando engolir no descalabro as economias dos que neles confiaram.
Resultado: o recurso ao Estado (que heresia para os neoliberais!), como no caso das catástrofes naturais, como o Katrina, por exemplo. Quem paga? O Estado, quando os privados fogem e assobiam para o lado... Assim surgiu o plano Paulson, feito e refeito, sob a égide de Bush - que aceitou tudo - para salvar o sistema. Mas será que o plano, mobilizando 700 mil milhões de dólares, vai resolver alguma coisa? Ou tenta apenas salvar o sistema, nesta situação única de aperto?
Ora o que está podre, a agonizar, é justamente o capitalismo, na sua fase financeira e especulativa. É isso que se impõe mudar, regularizando a globalização, acabando com os paraísos fiscais, fonte das maiores especulações, introduzindo regras éticas estritas, preocupações sociais e ambientais e, como disse o "extremista" Sarkozy, no seu discurso de Toulon, "metendo na cadeia os grandes responsáveis das falências fraudulentas".
Haverá coragem para o fazer e modificar profundamente o sistema? Eis o que não está ainda nada claro, quer na América quer na Europa. A Irlanda foi a primeira a nacionalizar os bancos, seguida pela França, Holanda e pela Alemanha. Mas não será, por enquanto, apenas, uma medida de emergência, para salvar os prevaricadores, contrabalançando isso com fundos destinados a valer aos compradores de casas que nisso empenharam todas as suas poupanças e estão agora em risco de as perder?
Veremos, nas próximas semanas, como as crises irão evoluir. Entretanto, a campanha eleitoral para as presidenciais continua, com uma margem, que parece acentuar-se, em favor de Obama. O debate entre os candidatos a vice- -presidente denunciou as fragilidades de Sarah Palin -- embora saísse melhor do que se previa - mas, incontestavelmente, Joe Biden venceu, aparecendo muito contido, com um modelo de experiência e de tacto diplomático...
2.E a Europa? Vai francamente mal, resvalando, a pouco e pouco, para uma recessão, que já está a atingir a França, a Irlanda, a Holanda, talvez a Espanha e outros países membros. Sarkozy, presidente em exercício, com a falta de senso que o caracteriza e a atracção pelo show-off, convocou para Paris uma Cimeira a Quatro. Os quatro maiores países da União. Nem sequer pensou que essa insólita conferência dos Quatro Grandes poderia ser vista como uma ressurreição da ideia de um "directório europeu", um espectro que preocupa todos os outros 23 Estados membros. A ideia era inventar um plano Paulson europeu. Foi obviamente rejeitada. Cada um por si, foi o que lhe responderam os seus três interlocutores, embora por razões diferentes.
Agora Sarkozy quer reunir o G8 não se sabe bem para quê. Com a América e a Rússia, pois claro. Sarkozy ainda não percebeu, como presidente em exercício da União, que os problemas europeus devem ser resolvidos consultando, em primeiro lugar, os europeus. E não houve ninguém que lho dissesse em voz alta... Assim vamos caminhando para o desastre. Sem rumo certo.