Crise na Bolívia
Forças Armadas em estado de alerta.
13.12.2007
No seguimento da aprovação de uma nova constituição da república da Bolívia na passada semana, quatro departamentos da zona ocidental da Bolívia, na fronteira com o Brasil, declararam a sua intenção de não aceitar o novo texto constitucional, no que poderia configurar uma situação de declaração de independência, liderada pelo Comité Cívico de Santa Cruz, o mais importante dos departamentos bolivianos desafectos ao governo de Evo Morales.
Os departamentos «rebeldes» ameaçaram começar no próximo sábado, um processo de estudo conducente a garantir a sua autonomia relativamente ao governo de La Paz.
Considerando a possibilidade deste desenvolvimento político o ministro da defesa boliviano, Walker San Miguel, determinou que as forças armadas e as forças de segurança tomassem providências no sentido de garantir a continuação da legalidade nos quatro departamentos ocidentais, a saber Santa Cruz, Beni e Pando na fronteira com o Brasil e Tarija na fronteira com a Argentina e o Paraguai.
As ordens ao ministro da defesa foram dadas pelo presidente Evo Morales, que afirmou nesta Quinta-feira que defenderá a integridade territorial do país se necessário recorrendo à força.
No entanto, as autoridades bolivianas afirmaram que se trata apenas de uma mera medida de precaução que não incluirá qualquer mobilização excepcional.
A situação na Bolívia tem caminhado no sentido de um extremar de posições entre posições mais à esquerda tomadas pela presidência de Evo Morales, contra os sectores mais conservadores, que se concentram na região ocidental da Bolívia, a mais rica do país.
A escuro, os departamentos que ameaçam rebelar-se contra Evo Morales
A oposição tem tecido fortíssimas criticas ao governo central, e acusou a polícia e as forças armadas de não serem imparciais por se estarem a colocar ao lado das posições defendidas pelo presidente boliviano, acusando as forças da ordem de se colocarem ao lado de manifestantes de esquerda que apoiam as reformas de Evo Morales.
Embora o extremar de posições esteja a aumentar a temperatura política na Bolívia, os vários sectores não acreditam na possibilidade de uma guerra civil, dado os potenciais separatistas não contarem com apoios dentro das forças armadas. Os dois lados porém. Prevêem a possibilidade de um aumento da violência no país