MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5986 Mensagem por Sterrius » Seg Set 14, 2015 7:14 am

ainda acho pouco ja que se o deficit é de 30bi (na verdade maior) era pra se conseguir uma redução superior a 30bi para mandar uma forte mensagem.

Dessa maneira a msg que eu tenho que estão cortando o minimo e que ainda não a vontade politica pra ir em cima dos drenos de recursos.




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LeandroGCard
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5987 Mensagem por LeandroGCard » Seg Set 14, 2015 8:37 am

Marechal-do-ar escreveu:Na verdade, isso foi no Lula-II.
Verdade, começou lá como reação à crise de 2008, mas deveria ter curta duração. A imbecilidade do Dilma-1 foi ter estendido por mais tempo e ainda ter aprofundado os incentivos ao consumo, além de conceder incentivos multibilionários a empresas que não tinham realmente como competir dada a sobrevalorização exacerbada da moeda.

E a bobagem de manter o real sobrevalorizado (a famosa âncora cambial) é uma besteira que vem desde o início do governo FHC :? .


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Quiron
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5988 Mensagem por Quiron » Seg Set 14, 2015 8:51 am

OS BAIXOS CUSTOS ESTÃO ATRAINDO AS EMPRESAS DO BRASIL PARA O PARAGUAI

Os empresários brasileiros vão para o Paraguai pelos gastos salariais menores, impostos reduzidos e a tarifa de energia elétrica bem mais mais barata.

Nos últimos anos basicamente devido às crises financeira mundiais, necessidade de se aumentar a competitividade ou internacionalização da marca fizeram com que empresas tradicionais na sua logomarca e produtos, migrassem de seus países de origem e investissem em terras estrangeiras. Foi assim com grupos franceses que atravessaram o canal da mancha e se instalaram na Inglaterra, visando, os incentivos fiscais da ilha da rainha; indústrias moveleiras, de tabaco e manufaturas do norte da Grécia, repetiram o mesmo movimento, indo para a Bulgária, aumentando a crise dos helênicos. O mesmo tem acontecido no Brasil atualmente. Mas para onde as empresas brasileiras estão indo, por que, o que têm ganhado em troca, isto é ruim ou bom para o país?

Os especialistas afirmam que sim e a população diz sentir na pele, que, de fato, a crise econômica se instalou em terras brasileiras, o que torna necessário com que as companhias do Brasil de diversos segmentos vão atrás de locais com impostos reduzidos e trabalhadores mais baratos. Um dos locais escolhidos para esse êxodo nacional é o Paraguai, que tem o PIB crescendo na casa dos 4% em 2015, um dos maiores do cone sul e se constituindo assim em um aliado influente para os empreendedores que visam o barateamento dos custos produtivos frente às crises industriais brasileiras.

O que Paraguai fez para atrair os brasileiros? Criou uma denominada Lei de Maquila há mais de 15 anos, semelhante ao modelo mexicano de gestão, que reza basicamente o seguinte:
-Garantia e isenções nos impostos às empresas estrangeiras por ocasião da importação de matéria-prima e máquinas;
-O produto final de fabricação tem de ser exportado do Paraguai;
-O empresário quita um único tributo de 1% sobre a nota de exportação quando a mercadoria é expedida do Paraguai.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 09/09/2015 conduziu mais de 90 empresários de um número quase igual de empresas brasileiras ao Paraguai, a fim de que conhecessem as chances de comércio no vizinho. O ministro do Comércio Exterior brasileiro, Armando Monteiro Neto, acompanhou a comitiva, integrando workshops e tendo agenda marcada com presidente Horácio Cortes do Paraguai. Cerca de 40 empresas brasileiras já se encontram produzindo no Paraguai.

A Lei Maquila somada aos custos reduzidos com a mão-de-obra impulsionam o barateamento das despesas produtivas. Mesmo com o salário mínimo paraguaio maior do que do Brasil (R$ 1.277 reais), o patrões de lá não necessitam pagar o FGTS e a contribuição dos sindicatos. As férias anuais remuneradas no Paraguai são de 12 dias para 5 anos trabalhados, 18 dias para até 10 anos trabalhados e 30 dias acima de 10 anos trabalhados. Já no Brasil são sempre de 30 dias por ano trabalhado. Não deve ser esquecida a abundância de energia elétrica na região por causa da hidrelétrica de Itaipu, ou seja, o custo da energia no Paraguai é 50% mais barato do que no Brasil.

É fato que os momentos de crise surgem como grandes incentivadores à busca de soluções para o empresariado brasileiro, tanto que esse descobriu que lá no Paraguai, o imposto de renda (IR) e o imposto sobre o valor agregado (IVA) estão na casa dos 10% contra os 25% de IR no Brasil para as empresas e aqui ainda há 3 impostos substituindo o IVA, a saber: PIS, Cofins e o ICMS que juntos somam mais de 25%.

Com isto fica a pergunta: onde a inteligência de gestão política-econômica está sendo maior, Brasil ou Paraguai?
http://br.blastingnews.com/economia/201 ... 54101.html




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5989 Mensagem por Bourne » Seg Set 14, 2015 12:18 pm

Nem tudo está perdido, calma la.
Brasil não pulou do precipício, diz diretor do FMI

São Paulo - Para Otaviano Canuto, o rebaixamento da nota do Brasil pela Standard & Poor's não significa que "tenhamos pulado em algum precipício".

A perda do grau de investimento pode servir inclusive como catalisadora em um momento no qual as instituições brasileiras estão sendo testadas: "não dá para esperar, não dá para fingir que não está acontecendo".

Canuto já foi secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, professor da Unicamp e vice-presidente e assessor sênior para economias emergentes do Banco Mundial, onde ficou mais de 10 anos.

Seu nome chegou a ser cotado para a Fazenda pós-Mantega, assim como para a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Desde maio, ele é diretor-executivo para o Brasil no FMI (Fundo Monetário Internacional).

No Brasil para participar de um Congresso de Economia, Canuto conversou com EXAME.com nesta quinta-feira sobre o impasse fiscal, política comercial e o risco de perda das conquistas sociais. Veja a entrevista:

EXAME.com – Quais são as consequências da perda do grau de investimento para o país?

Otaviano Canuto – É perda por uma agência: não é automático que as outras duas sigam. A Moody’s soltou nota confirmando seu patamar. Mas tem um efeito no conjunto de riscos a serem considerados por investidores em qualquer área, assim como um efeito secundário que é uma piora para todas as empresas brasileiras cujo rating depende do soberano. Isso já aconteceu com a Petrobras.

É bom explicar do que estamos falando: rating soberano. Não há nenhuma avaliação do país, se é bom ou melhor; é uma leitura da probabilidade de um evento com os títulos da dívida.

Agora, é fundamental que não haja um segundo rebaixamento, porque alguns tipos de investidores institucionais são obrigados a reter em carteira apenas papeis que tenham grau de investimento por pelo menos duas grandes agências.

Entre agora e o momento de revisão pelas outras agências, muita coisa pode acontecer. O rebaixamento pode servir como catalisador, deixando para trás definitivamente dúvidas quanto ao compromisso do governo de conseguir um superávit primário positivo em 2016 ao invés do déficit que estava projetado. E também empurrar algumas lideranças do Congresso e do próprio governo a cooperar e fazer o que deve ser feito para melhorar o cenário fiscal.

Não há nada automático: não é uma boa notícia, mas também não quer dizer que tenhamos pulado em algum precipício.

EXAME.com – O fiscal é hoje o centro da preocupação, mas a despesa é muito engessada e os ajustes historicamente foram feitos mais pelo lado da receita. Como destravar isso?

Canuto – Aí tem que ser realista. Por vários fatores, e isso vem desde a era FHC, há uma propensão do gasto público se mover automaticamente para cima ano após ano, independente daquilo que o governo quisesse fazer.

O ajuste fiscal pra valer, que sinaliza uma mudança permanente e duradoura, vai exigir abrir essas caixinhas e mudar essa tendência. Mas qualquer pessoa que tenha tentado sabe que você não faz da noite pro dia: envolve Congresso, mudar leis e brigar com grupos de interesse que se agarram a benefícios fiscais e lutam para não perder.

Tem dois momentos. Um é a travessia, e se pode falar em medidas temporárias que vão em parte ser de aumento da arrecadação tributária, mas sabendo que no frigir dos ovos a ponte tem que ser para uma agenda que revisite o que você descreveu.

A desaceleração do PIB é maior do que qualquer analista esperava, o que impacta a arrecadação. A necessidade premente do Orçamento de 2016 não permite esperar que outros fatores se desvaneçam. Precisamos do curto prazo para chegar no longo, e há uma aglomeração de interesses para tornar isso mais factível. Paradoxalmente, do ponto de vista fiscal estou mais otimista hoje do que estava antes do rebaixamento.

EXAME.com – Por que?

Canuto – Por causa do choque de realidade. Não dá para esperar, não dá para fingir que não está acontecendo.

EXAME.com – Com a previsão de dois anos de recessão, o Brasil já corre o risco de perder parte das conquistas sociais dos últimos anos?

Canuto – Não uma reversão total, porque uma parte substancial da redução da pobreza tem raízes sólidas. Tem lá o papel importante das políticas sociais, que melhoraram muito em termos de relação custo-resultado e eficácia no Brasil, algo que vem desde FHC.

Outro componente importante tem sido a pura e simples melhora no acesso à educação, mesmo sem falar em qualidade. Você vê que o nível de escolaridade dos estratos mais jovens é mais alto do que dos mais velhos, e isso já está fazendo uma diferença.

Tem também a ver com os ganhos macroeconômicos de estabilidade que o pais auferiu e pode muito bem recuperar. Uma boa parcela da redução da pobreza e melhora na distribuição de renda, ainda que longe de qualquer ótimo, não é facilmente reversível. A conjuntura não favorece a continuação de ganhos, o mercado de trabalho não será tão favorável ao trabalhador como foi, mas isso não significa que estamos retrocedendo 20 anos.

EXAME.com – Mas para viver um novo ciclo de crescimento, terá que ser bem diferente.

Canuto – Isso. Não temos mais aquela alta das commodities em que o país crescia mais sem precisar fazer nada, por mera gravidade. Também não teremos mais um ciclo de aumento na margem de endividamento das famílias, que permitiu um boom de consumo por um tempo. A mudança permanece sólida, mas em contribuição macro deu o que tinha que dar.

Há que se mover em direção a um novo padrão de crescimento, que tenha um peso maior do investimento como proporção do PIB. Aí a grande lição dos últimos anos é que não vamos conseguir fazer isso com oferta de mercado protegido e de crédito subsidiado.

Sem segurança nas regras do jogo e em relação a gestão macroeconômica, os investidores permanecem retraídos e não embarcam em programas de alavancagem patrimonial. Um novo padrão tem que voltar a cuidar muito bem da estabilidade macro e principalmente da melhora do ambiente de negócios, que no plano micro continua ruim.

Essa ruindade pôde ser ignorada por conta do bom dinamismo de outras áreas, mas agora que a maré desceu, exige ver como reduzir os custos que são enormes: as rigidezes, dificuldades e riscos nas transações entre empresas, ou entre empresas e trabalhadores, ou entre empresas e governos. Essa agenda micro dá trabalho.

EXAME.com – Mas o que pode florescer nesse novo modelo de desenvolvimento?

Canuto – Investimento em infraestrutura é um caminho óbvio, porque nós temos uma defasagem brutal. Se conseguir juntar os setores público e privado com divisão de trabalho apropriada e sintonia fina, o patamar sobe e diminui inúmeros desperdícios, o que automaticamente aumenta a produtividade total. Não é só pela demanda, é pela oferta.

Também haveria ganhos potenciais de produtividade com a revisão da nossa abordagem de comércio exterior. O Brasil ainda usa com muita frequência instrumentos de política comercial superados em boa parte do mundo: tarifas, regras de conteúdo local muito abrangentes, etc. Isso desconecta o país de cadeias de valor. Uma maior abertura seria uma fonte potencial enorme de aumento de produtividade e crescimento no futuro.

EXAME.com – Tem esse diagnóstico de que nossa aposta multilateral ficou para trás, mas como fazer uma abertura? A parte de tarifas ainda está amarrada pelo Mercosul.

Canuto – O ideal é se fazer através de acordos, mas a realidade evoluiu e coisas que eram viáveis e possíveis no início do novo milênio já não são. Tem que ser um pouco mais pragmático e proativo com Europa e EUA.

O ponto é que o grau de fechamento da economia brasileira é hoje prejudicial à produtividade do que se faz aqui dentro.

EXAME.com – Até que ponto a incerteza sobre a China afeta essa situação?

Canuto – Isso está precificado e o impacto é via preços de commodities. A mudança no patamar de crescimento chinês era algo esperado, por eles e por qualquer um que tenha acompanhado o país nos últimos anos. A percepção de que havia uma necessidade de encaminhar o pais para um novo padrão era razoavelmente ampla aqui e lá fora.

Mas existe uma diferença entre percepção e disposição a ajudar na mudança. Eu quero crer que as turbulências deste ano vão, assim como em outras experiências da história brasileira recente, criar um caldo de cultura favorável ao novo momento.

EXAME.com – Da mesma forma que houve uma euforia exagerada, há hoje um pessimismo exagerado com o Brasil?

Canuto – Creio que sim. Nós estamos testando essa capacidade de resposta das instituições do pais. Em outros momentos críticos recentes da história, a boa notícia é que houve resposta: reagimos e fizemos mudanças institucionais importantes como a Lei de Responsabilidade Fiscal, a renegociação das dívidas dos estados e municípios. Assim como lentamente, chegamos a estabilidade macro.

Agora, é preciso que isso se mostre através de atos. Nós estamos nesse exato momento mostrando se estamos no nível da tarefa. Com algo claro nessa direção, esse clima negativo melhora rapidamente.

http://exame.abril.com.br/economia/noti ... tor-do-fmi




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5990 Mensagem por Bourne » Seg Set 14, 2015 12:59 pm

Apesar das trapalhadas, o ajuste está vindo.
A indústria calçadista soltando foguete!

http://www.valor.com.br/brasil/4221996/ ... -industria

Câmbio eleva rentabilidade de exportações da indústria

A desvalorização do real frente ao dólar deve ser o principal componente que fará engordar a rentabilidade da indústria exportadora. A margem de ganho da indústria de transformação já saltou 10,6% de janeiro a julho, contra igual período do ano passado. Na comparação de julho contra igual mês de 2014, o avanço da rentabilidade foi maior ainda, de 12,6%, como reflexo da aceleração na desvalorização cambial. Os dados são da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

O que pode "comer" uma parte da margem de lucro do exportador, porém, é o efeito da própria desvalorização do real no preço dos insumos importados. Ao lado da tarifa de energia elétrica, o peso do insumo importado foi o principal fator que elevou o custo de produção nos últimos meses. Em julho, o custo de produção contra igual mês do ano passado subiu 10,3%, alta muito maior que os 6,4% de elevação no acumulado dos sete primeiros meses do ano.

A pressão de custos tirou um pouco da vantagem que a desvalorização cambial deu ao exportador de industrializados. Ainda de acordo com os dados da Funcex, a depreciação nominal do real de janeiro a julho foi de 31,4%. Em julho deste ano contra julho de 2014 a desvalorização alcançou 44,9%.
"O efeito da desvalorização do câmbio está sendo dividido tanto pelo importador quanto pelo exportador", diz José Augusto de Castro, presidente da

Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). Quem importa negocia com o fornecedor para não arcar com o valor cheio do dólar mais caro e quem exporta, diz, discute preços com um comprador lá fora ciente de que a moeda nacional está depreciada.

"O único problema é que com a forte concorrência e a indústria doméstica tentando compensar com a exportação a queda de receitas no mercado interno, o importador lá fora está em situação muito mais confortável para negociar do que nós", diz Castro.

Daiane Santos, economista da Funcex, diz que o câmbio não é capaz de resolver as questões de competitividade, mas é um fator que deve manter a tendência de alta da rentabilidade no curto prazo. Para Castro, essa tendência se reforça no horizonte por conta da desvalorização cambial que tende a se acelerar por conta do rebaixamento da nota do crédito de longo prazo do Brasil pela Standard & Poor's (S&P). Na quinta-feira, um dia após o país perder o grau de investimento, o Itaú divulgou a revisão na projeção de vários indicadores. Entre eles, o câmbio. A projeção para o dólar ao fim de 2015 subiu para R$ 4 (ante R$ 3,55) e para R$ 4,25 (ante R$ 3,90) ao fim de 2016.

Por enquanto, diz Daiane, a indústria de forma geral tem conseguido maior margem de ganho, mesmo com a pressão do câmbio sobre os custos. Dos 23 segmentos da indústria de transformação que a Funcex acompanha, apenas um - o de derivados de petróleo, combustíveis e coque - não teve elevação de rentabilidade no acumulado até julho.

Na indústria de couro e calçados, por exemplo, o custo de produção subiu 8,5%, sendo que o custo do insumo importado saltou 23,7%. Mesmo assim o setor conseguiu engordar em 13,8% a rentabilidade da exportação. Os dados são de janeiro a julho, contra igual período de 2014. No setor de máquinas e equipamentos, o custo total cresceu 7,6%, com alta de 23,6% no custo dos insumos importados. A rentabilidade avançou 18,7%.

O peso do insumo importado no custo de produção já é sentido pelas indústrias. Na Romi, fabricante de bens de capital, os insumos importados são o que mais têm pressionado o custo, segundo o diretor-presidente da empresa, Luiz Cassiano Rosolen. Mesmo tendo no horizonte uma tendência de depreciação ainda maior da moeda nacional, diz ele, não há grandes possibilidades de amenizar esse impacto com a substituição de importados por fornecimento doméstico.

"Esse processo a empresa já fez e o que mais pesa para nós são os componentes eletrônicos, que não têm fornecedor nacional." De qualquer forma, diz Rosolen, a indústria já se beneficia do câmbio na exportação (ver Vendas externas compensam queda de receita doméstica) e espera ganhar mais espaço na disputa pelo mercado doméstico com concorrentes importados.

Daiane destaca que a aceleração da desvalorização do real tem permitido à indústria usar a vantagem para reduzir os preços de exportação e tornar o produto mais competitivo. Na indústria de transformação, segundo a Funcex, os preços de exportação caíram, em média, 10,3% de janeiro a julho, contra iguais meses de 2014. Em julho a queda foi maior, de 14,2%. "Uma redução nesse nível indica que há repasse da desvalorização para o preço de exportação", diz.
Segundo dados da Funcex, a indústria de couros e calçados reduziu os preços de exportação, em média, em 6% de janeiro a julho, contra igual período de 2014. Os preços médios das máquinas, aparelhos e materias elétricos caíram 12%. Nos produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, a queda foi de 12%.

Na Agrale, fabricante de caminhões, chassis para ônibus, utilitários, tratores e motores com sede em Caxias do Sul (RS), o câmbio já propiciou redução de preços nas vendas externas. Flávio Crosa, diretor de vendas da empresa, explica que, mesmo com o benefício do câmbio, o aumento dos negócios no exterior "não é automático", porque mercados como Colômbia, Peru e países africanos também enfrentam desvalorizações.

Ainda assim, diz o diretor da Agrale, os produtos ganham competitividade no exterior e a Agrale consegue "ajustar" alguns preços para baixo, dependendo do volume das encomendas. "São negociações caso a caso". Segundo Crosa, apesar dos eventuais descontos e do impacto da alta do dólar nos custos de produção, como no caso da importação de eixos e transmissões para tratores, as exportações proporcionam margens um pouco melhores do que as vendas domésticas. De acordo com ele, a rentabilidade no mercado interno está "muito deprimida" em função da queda nos volumes.

No setor calçadista, a Piccadilly também cortou os preços. Segundo a diretora de vendas, Ana Clara Grings, a empresa optou por manter "margens equivalentes" de rentabilidade nas exportações e nas vendas domésticas para preservar a competitividade dos produtos no mercado externo. No primeiro semestre, as tabelas das coleções primavera-verão foram reduzidas em 8% a 10% em dólar em relação ao mesmo período do ano passado e agora o novo período de formação de preços será em outubro, para os calçados de outono-inverno.

"Depois de definir as tabelas, fazemos travas cambiais e não mexemos mais", explica a diretora. Ela não adianta qual deverá ser o impacto da desvalorização do real sobre os preços da próxima coleção, porque o câmbio tem impacto sobre cerca de 30% dos custos de produção, mas diz que os valores serão "mais vantajosos" para os clientes.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5991 Mensagem por Bourne » Seg Set 14, 2015 1:08 pm

A china não põe mais medo em ninguém. A alta de salários e outros custos mataram a vantagem do "produto balatinho" e que nem desvalorização cambial segura.

No exemplo dos caminhões, a diferença é que qualidade dos caminhões feitos no Brasil por marcas tradicionais é bem melhor que as versões chinesas, o que pesa na hora da exportação.
Os primeiros sinais do ajuste da economia

Valor Econômico - Luiz Carlos Mendonça de Barros - 14/09/2015

Apesar da insegurança e volatilidade criadas pelo desarranjo das contas fiscais do governo federal para o próximo ano, podemos visualizar alguns sinais claros de correções positivas que vêm ocorrendo na economia brasileira. Os mais evidentes estão concentrados em nossas relações comerciais com outros países em função do violento ajuste da taxa de câmbio.

Dois vetores principais estão respondendo a um real mais fraco, fruto, principalmente, do fim do superciclo das commodities que ocorreu na primeira década do século. A recessão por que passa o Brasil e a normalização dos juros nos Estados Unidos reforçam este movimento de desvalorização estrutural da taxa de câmbio.

O primeiro vetor é o chamado coeficiente de importação, que mede a relação entre o total de gastos na economia e a produção interna, especialmente de bens industriais. Nos anos do real forte - principalmente entre 2006 e 2012 - empresas e consumidores voltaram-se para as importações em função dos custos bem mais baixos dos bens produzidos em outros países. Foi o período do boom das importações de produtos industriais chineses em função de seus preços mais baixos em dólares e da moeda desvalorizada artificialmente pela ação do governo de Pequim.

O segundo vetor a explicar a queda de nossas exportações industriais foi a escalada dos custos em dólares da produção interna em função, principalmente, do aumento expressivo dos salários. Perdemos competitividade inclusive em mercados tradicionais, como na América Latina e em países africanos. Mais uma vez foram as exportações chinesas as grandes vilãs deste processo.

Mas o boom de commodities é hoje coisa do passado e a queda de mais de 30% nos termos de troca do Brasil, nos três últimos anos, revelou a fragilidade de nossa moeda em função da baixa produtividade do setor industrial. Além disto, a crise da economia - e mais recentemente da política - que nos atingiu este ano adicionou uma dose maior de fragilidade ao real, o que lhe rendeu a medalha, de prata ou bronze, entre as moedas emergentes que mais perderam valor em relação ao dólar. Um movimento oposto ao que ocorreu nos mandatos do presidente Lula e nos primeiros anos da presidente Dilma.

Paralelamente, a mudança na condução da política cambial da China, na direção de tornar o renminbi uma moeda reserva, provocou uma desvalorização intensa do real também em relação a ele. Em 2015 o real perdeu 45% de seu valor em relação ao dólar e 42% em relação à moeda chinesa. Este movimento violento na taxa de câmbio criou, em um primeiro momento, um choque inflacionário intenso - e que ainda não se dissipou -, mas trouxe no seu ventre uma correção importante na competitividade da indústria.

Outras moedas no mundo emergente seguiram este movimento do real, principalmente na América Latina, encarecendo as importações chinesas e abrindo um novo espaço para nossas exportações de bens industriais. É a chamada volta do pêndulo, que nos mercados de moeda são sempre intensos. Os efeitos deste novo equilíbrio nos mercados de câmbio já começam a aparecer e devem se intensificar ao longo de 2016. O saldo comercial de agosto foi o maior dos últimos anos e o ano, como um todo, deve apresentar um número acima dos US$ 12 bilhões.

A maioria dos analistas desqualifica este resultado com o argumento de que foi a queda das importações o principal fator por trás desta melhora, o que é absoluta verdade numérica. Mas erram ao associar esta redução de nossas compras externas principalmente à intensidade da recessão econômica em curso. Existe já uma primeira fase de ajuste ao novo equilíbrio de preços relativos entre produção interna e importações, que se estiver certo em minha análise, deve se intensificar na medida em que o mercado se ajustar a ele.

Depois de um longo período de queda de nossa produção industrial as empresas brasileiras terão que se adaptar ao novo perfil de demanda e ocupar o espaço das mercadorias importadas, sejam elas bens finais ou componentes intermediários. E nossa história mostra que o setor industrial brasileiro faz isto com rapidez e eficiência.

Trago ao leitor do Valor alguns números reais que acompanho por conta de minha parceria no Brasil com o gigante chinês do setor de caminhões, a Foton Beiqi. Tomando como referência o veículo de 10 toneladas que será produzido no Rio Grande do Sul - e para o qual já temos mapeados os custos de produção - podemos visualizar este movimento de ajuste de custos ao qual me referi.

O caminhão chinês tem hoje como preço de exportação nos portos da China para os mercados da América Latina um valor 5% menor do que o preço do produto nacional equivalente a ser produzido no Brasil, excluído os impostos cobrados no mercado interno. Números muito próximos e que, se forem corrigidos pelos encargos de logística das exportações chinesas, colocam o produto brasileiro em condição de competir em países como Colômbia, Chile e Argentina. Evidente que esta mesma situação se apresenta a outros produtores de caminhões no Brasil e, certamente, para outras indústrias de bens de capital e consumo.

O outro lado desta mesma moeda é que podemos dar como terminada a fase da onda chinesa de exportações de produtos industriais para os países do mundo emergente, como o Brasil, pois a nova postura da moeda chinesa nos mercados de câmbio leva naturalmente à perda de competitividade da indústria daquele país. É mais um custo da decisão do governo de Pequim de tornar o país um gigante geopolítico.

http://www.valor.com.br/opiniao/4221840 ... a-economia




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5992 Mensagem por LeandroGCard » Seg Set 14, 2015 2:10 pm

Bourne escreveu:No exemplo dos caminhões, a diferença é que qualidade dos caminhões feitos no Brasil por marcas tradicionais é bem melhor que as versões chinesas, o que pesa na hora da exportação.
Verdade, em termos.

A China também possui fabricantes de produtos (inclusive caminhões) de boa qualidade, só que neste caso os preços também são maiores, nivelando com os do Brasil. Aí a proximidade torna-se importante, não só pelo custo do transporte da China para a AL, mas principalmente pela logística da manutenção. Na África as coisas empatam.
Depois de um longo período de queda de nossa produção industrial as empresas brasileiras terão que se adaptar ao novo perfil de demanda e ocupar o espaço das mercadorias importadas, sejam elas bens finais ou componentes intermediários. E nossa história mostra que o setor industrial brasileiro faz isto com rapidez e eficiência.
A história que conheço não mostra nada disso.

O tempo de reação da indústria brasileira na verdade tende a ser muito longo se comparado ao que se observa em outros países como EUA, Japão, Coréia do Sul ou China, por diversas razões que vão da tradição industrial fraca à falta de mão de obra especializada de qualidade. Mas, se a moeda ficar em patamares razoáveis por tempo suficiente (digamos 2 ou 3 anos) a indústria pode sim voltar a crescer de forma significativa, principalmente devido ao nosso próprio mercado interno. A grande oportunidade de crescimento maior em volume no curto prazo é o uso da capacidade ociosa, que hoje é muito grande.

Mas para vir a ser verdadeiramente competitiva a nível mundial, a ponto de se tornar um motor da economia como acontece na Coréia do Sul ou na China, aí seria coisa para algumas décadas, se tudo der muito, mas muito certo mesmo. Perdemos tempo e expertise demais desde FHC, e recompor isso não vai ser nada simples.


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5993 Mensagem por Bourne » Seg Set 14, 2015 3:12 pm

não vai se tornar motor por dois motivos.

O primeiro que o Brasil é um país fechado com baixíssima participação das importações e exportações. para o setor ser relevante vão anos de investimentos, novos acordos e liberalização comercial, redesenho da política industrial com supressão dos instrumentos de conteúdo nacional mínimo, tarifas erráticas e outras falhas regulatórias grotescas.

O segundo é que o câmbio não está desvalorizado, mas sim onde deveria estar. Na casa dos 4 reais permite que se exporta, não prejudique as importações e nem os endividamentos em moeda estrangeira. Ou seja, é um câmbio neutro de equilíbrio teórico. Lembrando que se fossemos deflacionar o câmbio para a crise de 199/2002, hoje estaria nos absurdos de 7 a 8 reais.

Não é mundo que tem um comércio internacional fantástico, mas o Brasil que é fechado. O fechado quer dizer que não importa, também não exporta e não se integra as cadeias globais de valor. é uma bola de neve.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5994 Mensagem por LeandroGCard » Seg Set 14, 2015 3:28 pm

Bourne escreveu:não vai se tornar motor por dois motivos.

O primeiro que o Brasil é um país fechado com baixíssima participação das importações e exportações. para o setor ser relevante vão anos de investimentos, novos acordos e liberalização comercial, redesenho da política industrial com supressão dos instrumentos de conteúdo nacional mínimo, tarifas erráticas e outras falhas regulatórias grotescas.
Foi exatamente o que eu quis dizer quando coloquei que tudo precisaria dar absurdamente certo. Que tudo isso que você mencionou fosse corrigido. E ainda assim levaria duas ou três décadas para nossa indústria chegar ao patamar daquela de países mais dinâmicos. Muita coisa teria que recomeçar praticamente do zero :? .

O segundo é que o câmbio não está desvalorizado, mas sim onde deveria estar. Na casa dos 4 reais permite que se exporta, não prejudique as importações e nem os endividamentos em moeda estrangeira. Ou seja, é um câmbio neutro de equilíbrio teórico. Lembrando que se fossemos deflacionar o câmbio para a crise de 199/2002, hoje estaria nos absurdos de 7 a 8 reais.
Concordo plenamente, eu sempre afirmei isso.

Mas temos décadas de governantes e uma maioria da população que parece achar o contrário, que quanto mais apreciada nossa moeda melhor. A saúde econômica do país não interessa, o que importa é não ter que fazer esforço para manter a inflação abaixo de 6% a.a., viajar para fora e comprar bugigangas eletrônicas baratas :roll: .


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5995 Mensagem por joao fernando » Seg Set 14, 2015 3:36 pm

"O segundo é que o câmbio não está desvalorizado, mas sim onde deveria estar. Na casa dos 4 reais permite que se exporta, não prejudique as importações e nem os endividamentos em moeda estrangeira. Ou seja, é um câmbio neutro de equilíbrio teórico. Lembrando que se fossemos deflacionar o câmbio para a crise de 199/2002, hoje estaria nos absurdos de 7 a 8 reais"

Li que isso não existe, que o dólar não se inflacionou. Afinal como vcs sabem que o dolar estaria a 7 reais?




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5996 Mensagem por mmatuso » Seg Set 14, 2015 3:57 pm

Como todo bom economista uma mistura teoria, mãe dinah e chutometro. [003]




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5997 Mensagem por Mathias » Seg Set 14, 2015 4:01 pm

Mas temos décadas de governantes e uma maioria da população que parece achar o contrário, que quanto mais apreciada nossa moeda melhor.
Essa maioria é a classe média alta que viaja sempre pra fora e gasta em dólar.
Para quem não sai do Brasil, tanto faz 4 ou 1 real x dólar.


João, na página do BC tem uma calculadora monetária. Você coloca 4 Reais de antes de Lula entrar e corrige monetariamente.
Dá isso aí, 7~8 Reais em grana de hoje.




Editado pela última vez por Mathias em Seg Set 14, 2015 7:53 pm, em um total de 1 vez.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5998 Mensagem por LeandroGCard » Seg Set 14, 2015 6:45 pm

Mathias escreveu:Essa maioria é a classe média lata que viaja sempre pra fora e gasta em dólar.
Para quem não sai do Brasil, tanto faz 4 ou 1 real x dólar.
Ela inclui também a empregada doméstica que compra videogame de penúltima geração para o filho, a atendente de lanchonete que tem celular 3G comprado a prestação nas casas Bahia, o porteiro que colocou uma TV de led de 40 pol. na parede do barraco, o estudante do FIES que comprou um notebook todo modernoso e o peão de obra que vai para o baile funk de tênis original da Nike.

Veja bem, não estou criticando este pessoal todo e seus sonhos de consumo, só dizendo que falta a eles (inclusive à classe média que viaja para fora) a consciência de quanto mal faz ao país a moeda sobrevalorizada que torna a concretização de todos estes sonhos mais fácil. Por isso os políticos puderam ser irresponsáveis como sempre e usar a facilidade tóxica da âncora cambial (somada aos juros elevadíssimos) por tanto tempo, fingindo que havia um "Plano Real" dando certo. E agora todos vão pagar a conta (menos os próprios políticos, é claro).


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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#5999 Mensagem por Bourne » Seg Set 14, 2015 7:44 pm

O câmbio tem a ver com tudo devido a influenciar por preço de componentes, peças, maquinas e equipamentos, insumos diversos. Além do produtos de consumo como tablet, Smartphone, tennis, etc... Tanto que tudo já é incluído no modelo do BC para prever inflação e o tesouro sobre a estrutura arrecadação e impactos sobre consumo e investimento.

Até 4 reais é neutro. Mais que isso e de forma continuada vai dar problema.




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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

#6000 Mensagem por Mathias » Seg Set 14, 2015 7:57 pm

Leandro, você quer dizer que é esse pessoal da classe C menos que está reclamando do dólar alto?
eu moro num bairro pobre e nunca vi ninguém reclamar de dólar, creio até porque essas pessoas não têm noção do alcance disso.
Por outro lado o feicibuqui está repleto de "batedores de panela" desesperados com a alta do dólar porque estavam de passagem marcada pra Miami e a viagem mais a muambinha sagrada da de fim de ano vão ficar bem mais caras.




“Os únicos derrotados no mundo são os que deixam de lutar, de sonhar e de querer! Levantem suas bandeiras, mesmo quando não puderem levantar!”.
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