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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 14, 2014 4:19 pm
por LeandroGCard
mauri escreveu:WEG, eu faço é rir.......Rsrsrsrsr

Cadê o Motor de terras raras para mover as hélices do Submarinos Nuclear, tão prometido pela Marinha e pela WEG?


O motor vai ser Frances/alemão/americano da Jeumont.


Mauri
Como eu já mencionei, a WEG resiste, o que inclui reduzir custos e não esbanjar dinheiro em desenvolvimentos que não impliquem em altas margens de ganho e crescimento futuro. E com a escala de produção esperada para nossos sub's isso simplesmente não existirá. A tendência das empresas no mundo inteiro é focar o investimento em pesquisas apenas naquilo que tem alto potencial de retorno, senão é comprar pronto mesmo, veja no artigo que coloquei em meu último post.

Portanto o mais certo é que venha motor estrangeiro mesmo, pelo menos até que a MB e o GF coloquem no papel que vão sim montar uma frota de não sei quantos submarinos e garantam além de qualquer dúvida que realizarão encomendas regulares por um bom tempo. Enquanto isso não for feito a única outra forma de se produzir este tipo de motor aqui seria a própria marinha bancar todo o custo do desenvolvimento do projeto em algum lugar, talvez alguma universidade (ou mesmo na WEG). Empresas nacionais só vão entrar nisso se o governo pagar $$$ o suficiente para compensar todo o esforço de montar laboratórios, contratar pessoal, custear materiais e outros insumos e etc... . Isso com certeza ia ficar 10 vezes mais caro do que comprar logo o motor pronto lá fora :? .


Leandro G. Card

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 14, 2014 5:25 pm
por mauri
Leandro,

Corretíssimo, o problema é o investimento feitos no Aramar e na USP para alcançar este objetivo e depois jogar tudo fora, e se exigir que uma empresa estrangeira se instale no Brasil para montar o tal motor aqui, e depois sair dizendo que é nacional.
Isso é o que está acontecendo com a nosso parque industrial tecnológico, não criamos nada e trazemos kit estrangeiros trocamos alguns parafusos e dizemos que é nacional, para a alegria de alguns ufanista, ultranacionalista, que ao invés de ajudar com críticas construtivas, aprovam tal atitude.

Onde está o tal investimento para criar e absorver tecnologia, onde está o conhecimentos para projetar e para construir?

Comprando parafusos e roscas no estrangeiro, que a Embraer ha anos já deixou de fazer isso.....

Mauri

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Seg Jul 14, 2014 6:39 pm
por Wingate
mauri escreveu:Leandro,

Corretíssimo, o problema é o investimento feitos no Aramar e na USP para alcançar este objetivo e depois jogar tudo fora, e se exigir que uma empresa estrangeira se instale no Brasil para montar o tal motor aqui, e depois sair dizendo que é nacional.
Isso é o que está acontecendo com a nosso parque industrial tecnológico, não criamos nada e trazemos kit estrangeiros trocamos alguns parafusos e dizemos que é nacional, para a alegria de alguns ufanista, ultranacionalista, que ao invés de ajudar com críticas construtivas, aprovam tal atitude.

Onde está o tal investimento para criar e absorver tecnologia, onde está o conhecimentos para projetar e para construir?

Comprando parafusos e roscas no estrangeiro, que a Embraer ha anos já deixou de fazer isso.....

Mauri
Estou acompanhando a discussão dos colegas referente a este assunto e me vem à memória uma empresa (ou grupo de empresas) chamada VILLARES, que era um gigante industrial brasileiro. Essa empresa fabricava desde elevadores até pontes-rolantes, motores de navio e escavadeiras, sendo líder na indústria pesada.

Como muitas outras, praticamente desapareceu. E nós hoje importamos parafusos... :(

Wingate

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Ter Jul 15, 2014 6:16 am
por mauri
Wingate,

Exatamente amigo, mas interessante é que a villares, hoje villaresmetals, agora de capital alemão, forneceu estes mesmos componentes, comprados desta empresa austríaca, para o Labgene e agora para o submarino nuclear é preterida.

O que aconteceu??Ou os componentes não foram satisfatórios ou há algum loby francês nesta história?


Mauri

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Ter Jul 15, 2014 8:11 am
por Wingate
mauri escreveu:Wingate,

Exatamente amigo, mas interessante é que a villares, hoje villaresmetals, agora de capital alemão, forneceu estes mesmos componentes, comprados desta empresa austríaca, para o Labgene e agora para o submarino nuclear é preterida.

O que aconteceu??Ou os componentes não foram satisfatórios ou há algum loby francês nesta história?


Mauri
A verdade é que estamos virando meros importadores de quase tudo e estamos agora "exportando empregos". Vamos voltar à década de 20 do século passado, onde, segundo meu velho pai "importávamos até torneiras" (o que já estamos fazendo, da China). É triste ver a Villares, outrora um gigante industrial, representando e importando produtos que era plenamente capaz de fabricar no Brasil.

Talvez até haja um motivo técnico nessa história...não saberia dizer.

SDS,

Wingate

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Qua Jul 16, 2014 4:16 pm
por Marino
Marino escreveu:
GustavoB escreveu:NUCLEP entrega vaso de pressão do reator do LABGENE

http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=43698
Luiz Padilha 16/07/2014

A NUCLEP foi responsável pelo fornecimento de equipamentos pesados para o fornecimento do Vaso de Pressão do Reator do LABGENE do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo.

Atualmente, a NUCLEP tem contratos para o fornecimento de tanques para o Laboratório de Geração Nucleoelétrica – LABGENE, para o fornecimento de três Condensadores e seis Acumuladores para a usina Angra 3, para o fornecimento do Vaso de Pressão do Reator e dois Geradores de Vapor para a unidade de propulsão de submarino e de cilindros para o transporte de UF6 para as Indústrias Nucleares do Brasil e Fundação Pátria – Marinha do Brasil.

Imagem
Gerador de Vapor para o LABGENE
Faltou a foto do vaso de pressão, PRONTO.
Imagem

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Sex Jul 18, 2014 1:20 pm
por mauri
O tópico acima do Marino, é um exemplo daquilo que eu procuro demostrar para os foristas que trata-se de um nacionalismo utópico, a Nuclep só fabrica a parte metal mecânica, a parte tecnológica vem importadas da GE, Areva, TCEM, Sagen, Polysoude, arcelormittal e etc.

Mas é melhor assim, pelo menos não precisamos importar o vaso completo, ou peças insignificantes como parafusos e arruelas, mas também, não nos dá o direito a propaganda enganosa e ufanista de ultra nacionalista exacerbados.

Não perdemos o censo crítico e pensemos nos nossas qualidades e condições industrial instaladas, que é bem superior a muitas nações de nossa idade.


Mauri

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Sex Jul 18, 2014 1:29 pm
por Marino
Mauri, deixa o Depto de Estado americano ler este seu post.
Coitada da GE e etc.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Sex Jul 18, 2014 1:30 pm
por Marino
Deixa eles saberem. :shock: :shock: :shock:
Marino escreveu:Fonte: O Globo
Marino escreveu:Um segredo da Copa
José Casado
No legado invisível da Copa está uma operação política bem-sucedida, conduzida em silêncio pelo vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden: a reaproximação de Dilma Rousseff e Barack Obama.
Biden, de 71 anos, é o tipo de político heroico para humoristas. Candidato a vice, na campanha de 2008 foi a um comício em Columbia (Missouri). E convocou ao palanque um aliado local, Chuck Graham: "Levanta-te, Chuck, deixe que eles te vejam!" Graham sorriu, e continuou na sua cadeira de rodas.
Às vésperas da eleição, em Nashua (New Hampshire), teve um ataque de "sincericídio" sobre a sua escolha: "Hillary Clinton é tão qualificada, ou mais qualificada do que eu para ser vice-presidente dos EUA. Francamente, acho que poderia ter sido melhor escolha do que eu."
Biden esteve em Brasília, em maio de 2013, para convidar Dilma Rousseff a visitar Washington. Semanas depois revelou-se a espionagem americana, a partir da "estação" das parceiras NSA e CIA em Brasília. A visita acabou cancelada.
O balé diplomático seguiu por oito meses, e Obama entregou a Biden o ato final. Ele desembarcou durante a Copa, assistiu à seleção americana, e subiu morros e foi ao Planalto.
Na quinta-feira, em entrevista à repórter Christiane Amanpour, da CNN, Dilma isentou o democrata Obama e jogou no colo do antecessor, o republicano George W. Bush, a responsabilidade por aquilo que chamou de "processo" no período pós-atentados de 2001. Há controvérsias, mas, como ensinou Napoleão, quem quiser pode entender a História como um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo.
Talvez não haja tempo para Dilma ir à Casa Branca neste ano. Pouco importa. Relevante é que Biden aplainou a estrada e obteve da presidente uma certificação pública: "Não houve nenhuma ruptura com o governo Obama."
Os governos já retomaram negociações. No centro da mesa estão os vetos dos EUA ao acesso do Brasil a bens e tecnologias considerados sensíveis - militares ou aplicáveis tanto na indústria civil quanto no desenvolvimento de armas. É nervo exposto. Nas palavras do Itamaraty em memorando "secreto" a Dilma: "A transferência de tecnologia de defesa é uma das mais importantes áreas do relacionamento bilateral."
De Bush a Obama, as barreiras começam nas dificuldades burocráticas para licenciamento dessas exportações e seguem na absoluta imprevisibilidade de desfecho, o que tem levado empresas americanas a rejeitar pedidos brasileiros, públicos ou privados.

Acumulam-se, também, as negativas diretas. O Centro Tecnológico da Aeronáutica, por exemplo, possui histórico de obstáculos à compra de componentes-chave para o programa espacial (tíratrons de deutério e polibutadieno hidroxiterminado, entre outros).
A Marinha foi impedida de comprar da General Electric sistemas de processamento de dados (CPU 374 Module 90-30 Programmable Logic Controller). Brasília recebeu resposta seca: "O governo dos EUA não apoia o programa nuclear da Marinha do Brasil."

Biden, cuja habilidade de negociador é reconhecida até pelos adversários, fez tudo certo. Mas, costuma lembrar, "se fizermos tudo certo, se fizermos com certeza absoluta, ainda há uma chance de 30% de que vamos errar".

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Sex Jul 18, 2014 1:33 pm
por mauri
Marino escreveu:Mauri, deixa o Depto de Estado americano ler este seu post.
Coitada da GE e etc.
As palletas dos geradores de vapor vem todas da GE, agora como conseguem autorização ai é outra coisa....


Mauri

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Sex Jul 18, 2014 3:14 pm
por LeandroGCard
mauri escreveu:As palletas dos geradores de vapor vem todas da GE, agora como conseguem autorização ai é outra coisa....

Mauri
Muito simples, basta existir fabricante de produto equivalente no Brasil:

http://www.turbimaq.com.br/html/produtos/mega600.html

Se o próprio país pode produzir os componentes que precisa os EUA liberam sem problemas a exportação de suas empresas para cá, pois não vale à pena proibir a venda de produtos que iremos conseguir de qualquer jeito e eles não tem porque limitar o mercado para suas empresas sem necessidade. O problema é conseguir comprar componentes que não podemos produzir aqui (ou adquirir facilmente em qualquer outro lugar do mundo).

Já vi comentários em algum lugar sobre esta história do polibutadieno hidroxilado também, que é usado para produzir combustível de foguetes. Quando a planta da Petroflex produzia um equivalente, o Polibutadieno carboxilado, a venda para nós era liberada. Bastou a planta ser fechada pelos novos donos alemães e a exportação foi proibida pelos EUA.

Só isso, simples assim.


Leandro G. Card

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Sáb Jul 19, 2014 8:53 am
por FIGHTERCOM
Marino escreveu:Deixa eles saberem. :shock: :shock: :shock:
Marino escreveu:Fonte: O Globo
Interssante! Quando li "sistemas de processamento de dados" pensei que fosse algum tipo de super computador, mas na verdade se trata de um CLP (controlador lógico programável), assim como tantos outros (e de diversos fabricantes) vendidos no Brasil. Agora, o que torna esse tão especial eu não sei. Vou estudar um pouco mais.

http://support.ge-ip.com/support/resour ... k0356q.pdf

http://www.logic-control.com/datasheets ... -0467M.pdf


Abraços,

Wesley

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Sáb Jul 19, 2014 10:45 am
por henriquejr
Deve ser certificação para emprego em atividades ligados a energia nuclear, isso por si só torna qualquer ítem especial.

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Sáb Jul 19, 2014 11:18 am
por FIGHTERCOM
henriquejr escreveu:Deve ser certificação para emprego em atividades ligados a energia nuclear, isso por si só torna qualquer ítem especial.
Pode ser, mas é difícil acreditar que a Siemens, por exemplo, não tenha um produto similar e que possa ser fornecido ao Brasil sem embargos. Além do mais, embargo de CLP é novidade para mim.


Abraços,

Wesley

Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Enviado: Sáb Jul 19, 2014 11:34 am
por LeandroGCard
FIGHTERCOM escreveu:Pode ser, mas é difícil acreditar que a Siemens, por exemplo, não tenha um produto similar e que possa ser fornecido ao Brasil sem embargos. Além do mais, embargo de CLP é novidade para mim.


Abraços,

Wesley
A lei americana permite (na verdade exige) embargos de itens não apenas por suas características, mas também pela destinação declarada. Se no pedido de compra estiver especificado que o item está sendo comprado para alguma aplicação que esteja na "lista negra" do DoD (que inclui nosso programa espacial e o programa nuclear da MB, entre outros), ou para alguma empresa em alguma lista equivalente, a venda é embargada. Já o mesmíssimo componente adquirido por outra empresa qualquer para outra finalidade declarada é vendido e entregue sem problemas.

É uma coisa esquisita e meio burra, mas é assim mesmo que a lei americana funciona. A preocupação deles é muito mais controlar as próprias empresas para que não passem tecnologia a quem eles acham que não devem do que os destinatários desta tecnologia.

Para citar um dos exemplos que eu mesmo acompanhei, quando a primeira empresa em fui engenheiro adquiriu sua primeira workstation para rodar programas de CAE/CAE o cônsul dos EUA em São Paulo foi até lá fazer uma "visita", para verificar qual seria a aplicação. E disse textualmente que se fosse para qualquer produto a ser entregue ao Iraque (na época vendíamos motores de trator para eles) o computador não poderia ser entregue. A mesma coisa se fosse para qualquer aplicação de cunho militar. Como ele viu que era para desenvolvimento de novos motores para caminhões e pickups, só tomou um cafezinho e foi embora. E semanas depois o computador foi entregue sem nenhum problema.


Leandro G. Card