Maduro acusa rede CNN de promover golpe de Estado na Venezuela
DA AFP, EM CARACAS
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou nesta segunda-feira a rede de TV americana CNN de, por meio de seu canal em língua espanhola, promover um golpe de Estado no país, em uma "guerra psicológica" dos meios de comunicação contra seu governo.
"A CNN em espanhol é uma TV posta a serviço da desestabilização, que pede abertamente o golpe de Estado na Venezuela, que tergiversa a vida política e social de nossa pátria", disse Maduro em ato público transmitido pela emissora estatal.
A acusação de Maduro contra a CNN foi feita enquanto criticava a imprensa mundial, sem citar nomes, exceto o do canal americano, reprovando uma suposta "guerra psicológica brutal" contra a Venezuela e seu governo, que seria impulsionada pela "direita fascista".
"A CNN em espanhol se transformou em ponta de lança para promover uma intervenção contra nossa pátria. Transmite 24 horas do dia não para informar sobre o mundo [...], [mas] para deixar a Venezuela em uma posição ruim", disse o presidente.
Maduro se referiu também a uma caricatura de um jornal do Equador, que não identificou, em que aparece com um fuzil em posição de atirar contra Diosdado Cabello, que é líder da Assembleia Nacional venezuelana.
A caricatura foi publicada no dia de sua visita oficial a esse país, na sexta-feira passada, e evoca as supostas divisões do chavismo, segundo um polêmico áudio divulgado na semana passada pela oposição venezuelana em que se escuta um jornalista ligado ao governo informando a um suposto espião cubano de uma hipotética conspiração de Cabello contra Maduro.
DEMISSÃO
Também nesta segunda, veio à tona que o canal Globovisión demitiu o apresentador Kico Bautista, um dos principais da emissora, um dia após seu programa dar espaço a Henrique Capriles, ex-candidato opositor à Presidência do país. Faz poucas semanas que o canal, que era uma das últimas emissoras que faziam oposição ao chavismo, foi vendido.
A demissão de Kico foi informada por sua mulher, a jornalista Ybéyise Pacheco, no microblog Twitter. Ela relacionou a saída ao que chamou de "censura contra Henrique Capriles".
A notícia causou a indignação de Capriles, que manifestou sua solidariedade ao animador e acusou a TV de não querer emitir mais seus discursos.
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013 ... uela.shtml