Página 391 de 442

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 1:37 pm
por mmatuso
A única situação que eu vejo uma guerra de grandes proporções é uma ataque direto e consciente a China, EUA ou Rússia.

Consciente porque seria algo como o país atacar e ainda falar:"Fui eu mesmo, vem para a porrada!" e não algo como a Turquia fez, abateu uma avião e foi se esconder embaixo da saia da Otan.

Não vai acontecer uma guerra de grandes proporções por territórios de terceiros, no máximo travam uma guerra por procuração e no fim as potencias por trás voltam para casa de boa.

Existe todo esse jogo de encenação que todo mundo parece ser machão e fala "cospe aqui" mas no fundo nenhuma dessas nações espera um conflito muito grande e nem quer.

Brasil é uma piada, nunca da para contar com algo sério, imagina uma pessoa como a Dilma tendo que dar conta de uma guerra. [003]

Provavelmente mandaria um porta aviões para combater mbts no deserto.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 2:21 pm
por Clermont
mmatuso escreveu:Provavelmente mandaria um porta aviões para combater mbts no deserto.
Mas os americanos costumam combater MBTs no deserto com porta-aviões.

Aliás, os americanos até combatem guerrilheiros talibans com porta-aviões navegando no Oceano Índico.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 2:26 pm
por mmatuso
Não se combate mbts com porta aviões propriamente dito, mas com caças, helicopteros, armas anti tanque de soldados, no máximo misseis de cruzeiro disparados de destróier.

A ironia seria um PA entrando no deserto e passando por cima de um monte de MBT.

O PA em si acaba sendo um "busão" gigante. [003]

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 2:33 pm
por Wingate
mmatuso escreveu:Não se combate mbts com porta aviões propriamente dito, mas com caças, helicopteros, armas anti tanque de soldados, no máximo misseis de cruzeiro disparados de destróier.

A ironia seria um PA entrando no deserto e passando por cima de um monte de MBT.

O PA em si acaba sendo um "busão" gigante. [003]
Se bobear, os russos ainda inventam um desses....

Wingate

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 3:26 pm
por mmatuso
Wingate escreveu:
mmatuso escreveu:Não se combate mbts com porta aviões propriamente dito, mas com caças, helicopteros, armas anti tanque de soldados, no máximo misseis de cruzeiro disparados de destróier.

A ironia seria um PA entrando no deserto e passando por cima de um monte de MBT.

O PA em si acaba sendo um "busão" gigante. [003]
Se bobear, os russos ainda inventam um desses....

Wingate
Tem um filme bizarro com o Dany glover o Age of the Dragons que é uma imitação do moby dick seca, o capitão tem uma carruagem que na verdade é uma imitação de barco bizarra. [003]

E eles caçam dragões ao invés de baleias. [002]

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 3:45 pm
por J.Ricardo
Fossemos espertos faríamos como a Argentina que nas guerras só se ocupou de exportar carne e trigo para as potências e acabou com os cofres cheios em ambas as guerras.

Mas somos o Brasil, então teríamos algum grupo político ganhando fábulas como corrupção enquanto os outros tentariam tirar eles pagar eles próprios roubarem... há, talvez mandaríamos alguns soldados para morrerem no front depois dos EUA ameaçarem invadir o Brasil...

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 3:51 pm
por Wingate
J.Ricardo escreveu:Fossemos espertos faríamos como a Argentina que nas guerras só se ocupou de exportar carne e trigo para as potências e acabou com os cofres cheios em ambas as guerras.

Mas somos o Brasil, então teríamos algum grupo político ganhando fábulas como corrupção enquanto os outros tentariam tirar eles pagar eles próprios roubarem... há, talvez mandaríamos alguns soldados para morrerem no front depois dos EUA ameaçarem invadir o Brasil...
Com todos esses atuais conflitos no Oriente Médio e a crescente ameaça do ISIS na África o Brasil poderia estar fornecendo, dentro de suas capacidades, armas, munições e equipamentos (incluindo os STs e Astros) para muitos países que estão se rearmando, face a essa ameaça.

Porém, ah, porém....

Wingate :roll:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 3:52 pm
por JT8D
J.Ricardo escreveu:Fossemos espertos faríamos como a Argentina que nas guerras só se ocupou de exportar carne e trigo para as potências e acabou com os cofres cheios em ambas as guerras.

Mas somos o Brasil, então teríamos algum grupo político ganhando fábulas como corrupção enquanto os outros tentariam tirar eles pagar eles próprios roubarem... há, talvez mandaríamos alguns soldados para morrerem no front depois dos EUA ameaçarem invadir o Brasil...
Amigo, em matéria de corrupção não temos nada a ensinar aos hermanos, pode acreditar.
Abs,

JT

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 5:39 pm
por J.Ricardo
Com certeza JT8D, mas isso é um fato, eles ganharam muito dinheiro nas guerras, principalmente na 1ª GG, chegaram inclusive a quitar a dívida esterna que tinham na época.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 04, 2015 5:42 pm
por J.Ricardo
Wingate escreveu:
J.Ricardo escreveu:Fossemos espertos faríamos como a Argentina que nas guerras só se ocupou de exportar carne e trigo para as potências e acabou com os cofres cheios em ambas as guerras.

Mas somos o Brasil, então teríamos algum grupo político ganhando fábulas como corrupção enquanto os outros tentariam tirar eles pagar eles próprios roubarem... há, talvez mandaríamos alguns soldados para morrerem no front depois dos EUA ameaçarem invadir o Brasil...
Com todos esses atuais conflitos no Oriente Médio e a crescente ameaça do ISIS na África o Brasil poderia estar fornecendo, dentro de suas capacidades, armas, munições e equipamentos (incluindo os STs e Astros) para muitos países que estão se rearmando, face a essa ameaça.

Porém, ah, porém....

Wingate :roll:
Wingate, nós ganhamos muito dinheiro com a Guerra IrãxIraque, e com a Guerra Civil de Angola, mas como disse, eram outros tempos em que não nos preocupávamos em ser "politicamente corretos" (odeio este termo, é pura hipocrisia :evil: ) diante do mundo...

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Dez 10, 2015 3:02 am
por VivaRussia
Rússia dá grande novo passo para sair do dólar
Share Button

5/12/2015, F. William Engdahl, New Eastern Outlook
Traduzido por Vila Vudu

Já há algum tempo a China e a Federação Russa compreenderam, como outras nações, que o calcanhar de Aquiles econômico delas todas é o EUA-dólar como mais importante moeda de reserva mundial. Enquanto Washington e Wall Street controlam o dólar, e enquanto o núcleo duro do comércio mundial exigir dólares para os pagamentos, bancos centrais como o da Rússia e da China são forçados a estocar dólares sob a modalidade de papeis “seguros” da dívida do Tesouro dos EUA, como moedas de reserva para proteger as respectivas economias do tipo de guerra monetária que a Rússia conheceu no final de 2014, quando o adequadamente então renomeado Escritório de Terrorismo e Inteligência Financeira do Tesouro dos EUA & Wall Street derrubaram o rublo, num negócio montado entre EUA e sauditas para pôr em colapso o preço mundial do petróleo. Agora, calmamente, Rússia e China encaminham-se para a porta de saída do dólar.

O orçamento do estado russo depende fortemente dos lucros da exportação em dólares do petróleo. Ironicamente, por causa do papel do dólar, bancos centrais de China, Rússia, Brasil e outros países que se opõem diametralmente à política externa dos EUA são obrigados a comprar papéis da dívida do Tesouro em dólar… o que significa que, de facto, aqueles países estão financiando as guerras de Washington que visam a ferir principalmente aqueles mesmos ‘financiadores’.

Tudo isso, discretamente, está mudando. Em 2014, Rússia e China assinaram dois megacontratos de 30 anos de fornecimento de gás russo à China. Os contratos especificaram que o negócio será pago em renminbi e em rublos russos, não em dólares. Foi o começo de um acelerado processo de desdolarização que está hoje em andamento.

Renminbi nas reservas russas

Dia 27/11/2015, o Banco Central da Rússia anunciou que pela primeira vez estava incluindo o renminbi chinês na cesta oficial de moedas do banco. Em 31/12/2014, as reservas oficiais do Banco Central da Rússia consistiam de 44% de EUA-dólares e 42% de euros, com o pound britânico em pouco mais de 9%. A decisão de incluir o renminbi ou yuan nas reservas oficiais da Rússia aumentará o uso do yuan nos mercados financeiros russos, em detrimento do dólar.

O yuan começou em 2010 a ser negociado no mercado de moedas na Bolsa de Valores de Moscou, embora ainda não plenamente conversível para outras moedas. Desde então, o volume de negócios yuan-rublos cresceu enormemente. Em agosto 2015, os corretores e empresas russos compraram o total recorde de 18 bilhões de yuan, cerca de 3 bilhões de EUA dólares, aumento de 400% na comparação com um ano antes.

Vem aí o Rublo de Ouro

Mas as ações de Rússia e China para substituir o dólar como moeda de mediação no comércio entre os dois países, cujo volume cresceu significativamente desde as sanções de EUA e UE em março de 2014, são o começo do processo, não o fim.

O ouro está próximo de fazer reestreia dramática no cenário monetário mundial, pela primeira vez desde que Washington rasgou unilateralmente o Tratado de Bretton Woods, em agosto de 1971. Naquele ponto, aconselhado pelo emissário pessoal de David Rockefeller no Tesouro, Paul Volcker, Nixon anunciou que Washington recusava-se a honrar suas obrigações do Tratado, de resgatar os dólares que houvesse no estrangeiro, em ouro q teria de estar reservado para isso no Banco Central dos EUA.

Desde essa época persistem rumores de que, na verdade, as câmaras de ouro do Fort Knox estão peladas, fato que, se comprovado, comprometeria gravemente o status do dólar como moeda internacional de reserva.

Washington agarra-se empenhadamente à versão de que o Federal Reserve vive acocorado sobre 8.133 toneladas de reservas em ouro. Se for verdade, é reserva muito maior que a segunda, a alemã, que oficialmente, conforme registro do Fundo Monetário Internacional, é dona de 3.381 toneladas.

Em 2014, transpirou um evento bizarro que fez engordar as dúvidas sobre a verdade das estatísticas norte-americanas sobre o ouro. Em 2012, o governo alemão pediu ao Federal Reserve que devolvesse ao Bundesbank, banco central da Alemanha, o ouro pertencente aos alemães e “guardado em custódia” nos EUA. Para surpresa e choque mundial, o banco central dos EUA recusou-se a devolver o ouro alheio, sob a frágil desculpa de que o Fed “não tinha como distinguir barras de ouro alemão e barras de ouro norte-americano”… Talvez se deva concluir que os auditores do Federal Reserve dos EUA foram todos demitidos no processo de reduzir despesas do estado norte-americano?

Depois que o caso virou escândalo universal, em 2013 os EUA repatriaram magras 5 toneladas do ouro alemão para Frankfurt e anunciaram que, até 2020, completariam a repatriação das 300 toneladas solicitadas. Outros bancos centrais europeus puseram-se imediatamente a pedir de volta o respectivo ouro, ante a crescente desconfiança que passou a cercar o Banco Central dos EUA.

Nessa dinâmica, o banco central da Rússia fez crescer dramaticamente suas reservas oficiais de ouro. Dada a crescente hostilidade com Washington, o passou tornou-se ainda mais rápido. Desde janeiro de 2013, o ouro oficial do estado russo cresceu 129%, para 1.352 toneladas, dia 30/9/2015. Em 2000, no final da década de saqueio ininterrupto praticado pelos EUA contra a Federação Russa nos sinistros anos 1990s de Yeltsin, as reservas de ouro da Rússia chegaram a 343 toneladas.

Russia Gold Reserves

Os cofres do Banco Central Russo, que ao tempo da queda da União Soviética em 1991 guardavam cerca de 2.000 toneladas de ouro oficial, foram esvaziados durante o muito controverso mandato do dono do Gosbank, Viktor Gerashchenko, que declarou, a um Parlamento russo (Duma) estupefato, que não fazia ideia de que fim levara o ouro russo.

Hoje sem dúvida os tempos são outros. A Rússia já ultrapassou a África do Sul como terceiro país maior minerador de ouro do planeta em toneladas anuais extraídas. E a China tornou-se o primeiro deles.

A mídia-empresa ‘ocidental’ muito falou de que, desde que se aplicaram as sanções financeiras lideradas pelos EUA, as reservas de dólares do banco central russo caíram significativamente. O que ninguém noticia é que, ao mesmo tempo, o banco central russo passou a comprar ouro, muito ouro. As reservas totais da Rússia em EUAdólares caíram recentemente no período de sanções, em cerca de $140 bilhões desde 2014, paralelo à queda de 50% no preço em dólares do petróleo, mas a quantidade de ouro de propriedade dos russos subiram 30% desde 2014, como mostram os registros. A Rússia é proprietária hoje de tantas onças de ouro quanto as que possuem os fundos de câmbio e comércio em ouro [orig. gold exchange-traded funds (ETFs)]. Só em junho, o país somou ao que já tinha o equivalente a 12% da produção global anual de ouro extraído, segundo seekingalpha.com.

Se o governo russo vier a adotar a proposta muito razoável preparada pelo economista russo e conselheiro pessoal de Putin, Sergei Glazyev – a saber, que o banco central da Rússia compre cada todas as onças de ouro extraído em seu território, a preço em rublos atraente e protegido, para aumentar o lastro ouro do Estado –, ainda menos o banco central terá de comprar ouro nos mercados internacionais pago em dólares.

Hegemon e bancarrota

Ao final dos anos 1980s, quando viram a grave crise bancária nos EUA combinada ao claro declínio da posição em que os EUA estavam no início do pós-guerra, como maior nação industrial do mundo, e com as multinacionais norte-americanas mudando-se para países de baixos salários como o México e depois a China, os europeus começaram a conceber uma nova moeda para substituir o dólar como reserva, e a criação de seus ‘Estados Unidos da Europa’, para se impor contra a hegemonia dos EUA.

A resposta europeia foi invenção do Tratado de Maastricht no momento da reunificação da Alemanha no início dos anos 1990s. Daí resultara o Banco Central Europeu e depois o euro – invenção gravemente viciosa, de cima a baixo. Uma aposta muito suspeitamente bem-sucedida de bilhões, do especulador de fundos hedge em New York, George Soros, em 1992 contra o Banco da Inglaterra e a paridade do pound, conseguiu derrubar o Reino Unido e a Bolsa de Londres e deixá-los fora da emergente alternativa da União Europeia, ao dólar. Foi facílimo para alguns daqueles mesmos fundos, rasgar o euro pelas costuras em 2010, atacando o seu calcanhar de Aquiles, a Grécia, depois Portugal, Irlanda, Itália, Espanha. Desde então, a UE, que também se conecta a Washington pelas cadeias da OTAN, deixou de ser grande ameaça à hegemonia dos EUA.

Contudo, cada vez mais desde 2010, com Washington tentando impor ao mundo a Doutrina de Dominação de Pleno Espectro, do Pentágono, sob a forma da chamada Primavera Árabe, manipulando ‘mudanças de regime’ da Tunísia ao Egito à Líbia e agora, com resultados nada favoráveis para Tio Sam, também na Síria, aconteceu que China e Rússia foram empurradas, uma para os braços da outra. Como alternativa russo-chinesa ao dólar, o rublo, renminbi (ou yuan) com lastro ouro, podem disparar um movimento de saída, como bola de neve, para longe do EUAdólar e, com isso, uma grave quebra na capacidade dos EUA para usar a simples ‘posição’ do dólar como moeda de reserva, para financiar suas guerras com dinheiro alheio.

Assim os interesses que trabalham a favor da paz no mundo ganhariam enorme vantagem competitiva contra os EUA, o hegemon das guerras sempre fracassadas.*****

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Ter Dez 15, 2015 11:54 pm
por Sterrius
Fossemos espertos faríamos como a Argentina que nas guerras só se ocupou de exportar carne e trigo para as potências e acabou com os cofres cheios em ambas as guerras.

Mas somos o Brasil, então teríamos algum grupo político ganhando fábulas como corrupção enquanto os outros tentariam tirar eles pagar eles próprios roubarem... há, talvez mandaríamos alguns soldados para morrerem no front depois dos EUA ameaçarem invadir o Brasil...
A economia do Brasil pré e pós II guerra mundial foi gritante. Não só O Brasil ficou cheio da grana como um dos maiores fornecedores de matéria pros EUA como se industrializou de uma maneira que seria impossível sem a guerra. E Também vendemos muito pros alemães até o bloqueio dos aliados afundar 1 navio nosso la na europa. (E, uma hot zone, diferente dos alemães que afundaram navios nossos na nossa costa).

Foi claramente o país da america do sul que melhor se beneficiou da II guerra e saiu bem mais forte que a argentina, quando entrou na mesma mais fraco. (Argentina tinha forças militares superiores e economia mais robusta na década de 30, o mesmo não podia ser dito na década de 40).

Se quiser saber mais. (Em ingles, infelizmente so vou achar historia econômica do Brasil na II guerra através de um trabalho academico americano :roll: ).
http://eial.tau.ac.il/index.php/eial/ar ... /1193/1221

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Dez 16, 2015 5:31 am
por VivaRussia
MAIS UM PRESENTINHO PARA O LEANDRO G CARD.




VR

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Jan 06, 2016 9:13 am
por Petrovski
Análise dos levantes xiitas no Oriente Médio após a decapitação de 47 pessoas na Arábia Saudita: http://www.wsws.org/en/articles/2016/01 ... d-j05.html

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qua Jan 13, 2016 3:29 am
por Bourne
Acho que estratégia de acabar com o fracking reduzindo o preço saiu do controle. Aqueles países dependentes do petróleo estão quebrados. Estão tão endividados que vender mais para pagar as contas. E, pior, eles não tem influencia na oferta para elevar preço.

O fraturamento hidráulico norte-americano e de outros países tem a vantagem do gás e óleo feito próximo das regiões abastecidas. O que reduz custos de transporte, armazenamento, riscos políticos e cambiais de fazer contratos internacionais. Não tem como acabar com isso. O petróleo não é mais energia, mas insumo industrial. A dependência do mundo é muito menos do que nos anos 1990/2000. Além dos acordos ambientais que vão fazer a era do petróleo acabar muito antes de acabar as reservas.

O mundo mudou.
Preço do petróleo cai para menos de 31 dólares, menor nível em 12 anos

Presidente da OPEP planeja reunião extraordinária do cartel em março

Seis sessões, seis quedas. Essa é a conta do mercado de matérias-primas para o desempenho do petróleo nos primeiros negócios do recém-estreado 2016. Depois de um início de sessão com tendência de baixa, nesta terça-feira o barril tipo Brent subia cerca de 1% por volta das 14h em Londres. A cotação de referência na Europa pagava 31,6 dólares por barril, sete dólares abaixo do nível de fechamento em 2015. Desde 31 de dezembro, o preço já caiu mais de 15% e agora está no mesmo nível do início do 2004, uma forte queda que força a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) a tomar providências: nesta terça-feira, o presidente do cartel deu a entender que o grupo fará uma reunião de urgência no início de março para definir sua estratégia a médio prazo.

A evolução dos preços nos últimos dias está em linha com as previsões de vários bancos de investimento, incluindo Goldman Sachs, Bank of America e, mais recentemente, do Morgan Stanley, cujas estimativas apontam que o petróleo pode cair para até 20 dólares o barril, caso o dólar se mantenha valorizado frente a outras moedas internacionais. Segundo cálculos do Morgan Stanley, um ganho de 5% do dólar contra uma cesta de principais moedas mundiais corresponderia a uma desvalorização entre 10% a 25% para o barril tipo Brent.

Se a proposta sinalizada pelo presidente da OPEP — o nigeriano Emmanuel Ibe Kachikwu — for confirmada, os membros do cartel devem convocar uma reunião de emergência no início de março, três meses antes do previsto em seu calendário de reuniões. "Dissemos que se o preço chegasse a 35 dólares [por barril], começaríamos a pensar em uma reunião extraordinária", disse Kachikwu. Considerando o que aconteceu nos últimos encontros dos Estados que fazem parte da OPEP, não está claro se a reunião poderia influenciar o mercado: no último encontro, há pouco mais de um mês, ficou em evidência uma divisão entre os países que defendem um corte da produção —Nigéria, Angola e Venezuela, cujos custos de produção por barril são mais caros — e aqueles que, com a liderança da Arábia Saudita, argumentam a necessidade de continuar a bombear com força para enfrentar a competição com os produtores de petróleo obtido via fraturamento hidráulico (fracking).

"Um grupo [de países] considera que seria preciso intervir no mercado. Outro argumenta que, mesmo com uma intervenção, representam apenas 30% a 35% da produção mundial", disse o presidente em um fórum de energia realizado em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos). É mais uma prova de que o fracking, a tecnologia que tornou os Estados Unidos o maior produtor de petróleo do mundo, mudou o mapa petrolífero: dois terços da produção diária vêm de países fora da OPEP, algo inimaginável há alguns anos.

Desde meados de 2014, quando as cotações de petróleo começaram a despencar, a desvalorização chega a 70%. Gestores de ativos ao redor do mundo reduziram suas posições de longo prazo em petróleo — aquelas que apostam na alta de um ativo —para o nível mais baixo em cinco anos, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

O terceiro maior produtor de petróleo do mundo, a Rússia, prepara uma onda de cortes de gastos após o colapso dos preços. De acordo com um relatório publicado na segunda-feira pelo jornal financeiro Vedomosti, o Governo de Vladimir Putin deu ordens para que seus ministros apresentem, até sexta-feira, um plano para cortar 10% dos gastos públicos. O orçamento da Rússia para 2016 está estimado levando em conta o preço do barril tipo Brent a 50 dólares, em comparação com pouco mais de 30 dólares hoje. Isso obriga Moscou a repensar suas decisões de investimento.

Metade da receita do país euroasiático depende das exportações de petróleo. Além da desvalorização da commodity, a economia russa tem sido prejudicada por sanções ocidentais sobre setores-chave devido ao conflito com a Ucrânia. O rublo se desvalorizou mais de 7% em relação ao dólar desde janeiro e está cotado no nível mais baixo dos últimos 13 meses.

Na semana passada, a Arábia Saudita expressou suas intenções de abrir o capital, total ou parcialmente, da empresa de petróleo estatal Aramco, numa tentativa de reequilibrar suas contas públicas. O déficit público da Arábia Saudita subiu para 15% do PIB devido à queda do petróleo.

http://brasil.elpais.com/brasil/2016/01 ... rsoc=FB_CM