CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#586 Mensagem por FOXTROT » Ter Jan 20, 2009 5:55 pm

Calma gente, como o pessoal em terra se comunica com o piloto, não e via datalink? se for, essa informação não vai aparecer no seu HUD? se for via radio, bom ai eu me equivoquei;

Mas o importante é que com ou sem informação ele atacou e o resultado é sabido por todos vocês, Tribunal nos culpados seja quem for...




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#587 Mensagem por zela » Ter Jan 20, 2009 8:18 pm

Aposto que alguém passou as coordenadas do alvo para o piloto, e ele seguiu as ordens. Provavelmente foi erro de inteligência.
Mas se vc's estão falando da escola, não foi artilharia que acertou-a?




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#588 Mensagem por felipexion » Ter Jan 20, 2009 8:35 pm

FOXTROT escreveu:
Defendo a palestina, como defendo o Iraque, Afeganistão, Somalia, Sudão e por ai vai, matar civis jamais será certo...

Abraços
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#589 Mensagem por felipexion » Ter Jan 20, 2009 8:41 pm

FOXTROT escreveu:
rodrigo escreveu:O hamas, em algum momento, atacou com foguetes as concentrações de tropas israelenses? Não, apenas continuaram a lançar foguetes sobre a população civil israelense.
O Hamas não possui essa capacidade de direcionar seus foguetes a um ponto Específico, ele lança balisticamente sem determinar a posição de impacto, mas mesmo assimparece que uma base aérea foi atingida.
FOXTROT, não me venha com isso, a cidade é grande, como eu disse, o direcionamento de foguetes é MUITO fácil, na net você pode achar um software que pode fazer isso pra você. (provavelmente no site do sulfos ou adstar)




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#590 Mensagem por faterra » Ter Jan 20, 2009 10:03 pm

Na hipótese da ONU finalmente resolver criar o Estado Palestino, como seria a divisão do atual território (Israel e Palestina)?
Eu não creio que seria aquela aberração de divisão mostrada no mapa que o Bolovo postou alguns dias atrás. Também creio que não deva ser a atual (Faixa de Gaza e Lado Ocidental).
Imagem
Será que a ONU já teria alguma divisão planejada?
Outra coisa, quero nem pensar no angú de caroço que será movimentar estas populações, caso a divisão aprovada obrigue a isto. Será outra carnificina.




Imagem

Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#591 Mensagem por felipexion » Ter Jan 20, 2009 10:09 pm

Essa divisão da ONU é uma merda, Israel tinha deserto, mais deserto e mais um pouquinho de deserto. O território parece a bunda de uma mulher com celulite, todo marcado e recortado, isso daria certo?




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#592 Mensagem por FOXTROT » Ter Jan 20, 2009 11:13 pm

felipexion escreveu:
FOXTROT escreveu:
Defendo a palestina, como defendo o Iraque, Afeganistão, Somalia, Sudão e por ai vai, matar civis jamais será certo...

Abraços
FOXTROT, entre pro VivaRio, direito "dos manos" ou algo parecido, guerra é guerra!
Peço desculpas se não sou favorável as invasões Norte Americanas e Sionistas.

Quanto ao lançamento de foguetes, se estes possuem tanta precisão, foi mais milagre na terra santa terem morrido apenas três hebreus.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#593 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jan 21, 2009 9:22 am

Porque os Israelitas têm bunquers para a população, porque a protecção civil Israelita é das melhores do mundo e graças à tecnologia que as IDF possuem.




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#594 Mensagem por FOXTROT » Qua Jan 21, 2009 9:26 am

Isto so comprova o pequeno poder de gogo do Hamas, para desencadear tamanha agressão!




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#595 Mensagem por cabeça de martelo » Qua Jan 21, 2009 9:40 am

Não é falta de poder de fogo do Hamas, é a enorme preparação e organização que os Israelitas têm. Eu na minha recruta nos Bombeiros o meu comadante mostrou-nos videos de treinos da Protecção Civil Israelita e disse-nos que era assim que se fazia. Os tipos são capazes de agarrar num destacamento enviar para um TO (como o fizeram na Turquia) e abrir no meio do nada todo um hospital como todos os equipamentos necessários para acudir a uma população que ficou sem nenhumas infraestruturas.

Posso garantir-te que há poucos países no mundo que podem fazer isso.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#596 Mensagem por P44 » Qua Jan 21, 2009 3:04 pm

Battle of Accountability for Gaza Horrors Begins

By SANA ABDALLAH (Middle East Times, with agency dispatches)
Published: January 21, 2009

Imagem
U.N. Secretary General Ban Ki-moon inspects the rubble of the UNRWA warehouse destroyed by Israeli strikes on Gaza. Ban paid what he called a "heartbreaking" first visit to the war-battered Gaza Strip on Jan. 20. (Photo by Newscom)

AMMAN -- The Israeli army pulled out its last soldier from the Gaza Strip on Wednesday, but the consequences of its devastating 23-day war are likely to pursue Israeli leaders for some time if the U.N. chief is able to initiate an investigation into the bombing of a United Nations compound and if other international demands for probes into the alleged illegal use of weapons materializes.

After seeing only a small fraction of the destruction that the Israeli air, naval and ground assault brought on Gaza, U.N. Secretary-General Ban Ki-moon, standing near unexploded rockets on the ground and twisted, still-smoking metal doors of a U.N. warehouse, said the scenes were "heartbreaking."

"I am just appalled and not able to describe how I am feeling," Ban said during his visit to the U.N. main compound in Gaza on Tuesday. "It's an outrageous and totally unacceptable attack against the United Nations. I have protested many times and I protest again in the strongest terms."

He stressed that it was "particularly significant for a secretary-general of the U.N. to stand in front of this bombed site of the U.N. compound," and called for a full probe into the incident, adding "there should be accountability through a proper judiciary system."


The U.N. chief maintained his diplomatic balancing act, as he accused Israel of using "excessive force," and denounced Palestinian rocket fire on southern Israel as "completely unacceptable."

Ban, the first world leader to visit Gaza since Israel and Hamas declared separate ceasefires this week, was addressing journalists as the flour that the U.N. agency for refugees (UNRWA) should have distributed was still burning from last Thursday's bombing.

It was shortly after Ban had arrived in Israel on Thursday to seek a ceasefire that the Israeli army had bombed this site, to which he had protested angrily. He said the Israeli leaders had apologized as they had earlier given assurances that the U.N. buildings and staff would be respected.

Two days later, another UNRWA school was hit, killing two young brothers and severely injuring their mother. Earlier in the war, Israel bombed a U.N. school sheltering hundreds of civilians fleeing the warfare, killing 43 people. A total of four U.N.-run schools were hit.

Israel claimed fighters were shooting from the schools. But UNRWA, which Israel eyes suspiciously and accuses many of its 10,000 staff in Gaza as being affiliated with Hamas, strongly denied that its facilities were used for combat purposes.

The agency was conceived soon after Israel set up its state in Palestine in 1948 to provide social, medical and education services for Palestinian refugees. It currently provides more than half of Gaza's 1.5 million people with food and other badly-needed supplies.

Ban, who avoided meeting with Hamas officials during his Gaza visit, came under criticism for not visiting the U.N. schools sheltering thousands of Palestinians left homeless. They said that if he had seen their conditions, in which dozens of people and children were crammed into a single classroom after their homes were bombed, he would launch an investigation into more than just targeting the main U.N. compound.

The war left at least 1,300 Palestinians dead, including 410 children and 100 women, and another 5,300 others wounded – 1,855 of them children and 795 women. More than 4,000 buildings were completely destroyed and 20,000 badly damaged, leaving tens of thousands of Palestinians without homes.

Thirteen Israelis, including three civilians, were killed in combat and Palestinian rocket fire.

Demands for investigations into Israel's overwhelming use of firepower during this assault continued to pour in, including calls from Israeli human rights groups who condemned the "terrifying" number of casualties among women and children.

Israeli Haaretz daily reported Wednesday the army has launched an inquiry into whether paratroopers used banned white phosphorous shells close to civilians, focusing on 20 shells fired in the populated area around Beit Lahiya in the northern Gaza Strip.

International rights groups said that Israeli forces had used white phosphorous excessively on civilian areas in Gaza, one of the world's most densely-populated territories.

Amnesty International said Israel's use of this artillery fire near civilians constituted a war crime, since white phosphorous is used by armies to create smoke screens but its use near civilians is banned.

White phosphorous burns skin through to the bone, causing painful and serious injuries and death; its ingestion or inhalation can be deadly.

Human Rights Watch earlier accused Israel of firing "dozens and dozens" of these shells on Gaza, and large numbers of casualties were reported having unusual and severe burns.

Israel insisted that all the weapons it used during the assault were permitted by international law.

Meanwhile, the U.N. nuclear watchdog, the International Atomic Energy Agency, said Wednesday it would investigate allegations by Arab countries that Israel may have used ammunition containing depleted uranium in Gaza.

Political and rights groups across the Arab world have vowed not to let Israel get away with the death and destruction its military caused in Gaza in the latest war, and they say they are taking legal action to pursue war crimes against the Jewish state at the International Criminal Court (ICC) or through other channels.

They say the ICC cannot investigate Israel on war crimes because it is not a formal member of the court. Grabbing a binding resolution from the U.N. Security Council for a probe – which the international body is able to do – was unlikely since the United States could, and probably would, block such a step with a veto. Plus, there is no Palestinian state to ask for a referral to the ICC.

Nevertheless, Arab non-government organizations and legal experts say they are working with international institutions to take judicial action against Israeli leaders in as many Western countries as possible.
http://www.metimes.com/International/20 ... gins/3337/




*Turn on the news and eat their lies*
HIGGINS

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#597 Mensagem por HIGGINS » Qua Jan 21, 2009 5:13 pm

Clermont escreveu:OUTRA GUERRA, OUTRA DERROTA – A ofensiva de Gaza teve sucesso em punir os palestinos, mas não em tornar Israel mais seguro.

Por John J. Mearsheimer, 26 de janeiro de 2009 – The American Conservative.

Os israelenses e seus apoiadores americanos afirmam que Israel aprendeu bem suas lições da desastrosa guerra no Líbano em 2006, e preparou uma estratégia vitoriosa para a atual guerra contra o Hamas. Naturalmente, quando vier o cessar-fogo, Israel irá declarar vitória. Não acreditem nisto. Israel, estupidamente, deu início à outra guerra que não pode ganhar.

A campanha em Gaza supostamente tem dois objetivos: 1) pôr um fim aos foguetes e morteiros que os palestinos estão disparando contra o sul de Israel, desde a retirada israelense de Gaza, em agosto de 2005; 2) para restaurar a capacidade dissuasória de Israel, que se diz ter diminuído após o fiasco libanês, pela retirada de Gaza e por sua incapacidade de conter o programa nuclear do Irã.

Mas estes não são os verdadeiros objetivos da Operação CAST LEAD. O propósito real está em conexão com a visão de longo prazo de Israel de como tenciona viver com milhões de palestinos no seu meio. É parte de um objetivo estratégico mais amplo: a criação de um “Grande Israel”. Especificamente, os líderes de Israel permanecem determinados a controlar tudo o que era conhecido como o Mandato da Palestina, que inclui Gaza e a Margem Ocidental. Os palestinos teriam limitada autonomia num punhado de enclaves desconectados e economicamente incapacitados, um dos quais é Gaza. Israel controlaria as fronteiras em volta deles, o movimento entre eles, o ar acima e água abaixo deles.

A chave para conseguir isto é infligir maciço sofrimento sobre os palestinos, para que eles venham a aceitar o fato de que são um povo derrotado e que Israel será, em grande parte, o responsável por controlar seu futuro. Esta estratégia, que foi, primeiramente articulada por Ze’ev Jabotinsky nos anos 1920, e tem influenciado fortemente a política israelenses desde 1948, é comumente referida como o “Muro de Ferro”.

O que está acontecendo em Gaza é, totalmente, consistente com tal estratégia.

Vamos começar com a decisão de Israel de se retirar de Gaza, em 2005. A opinião convencional é de que Israel estava falando sério sobre fazer a paz com os palestinos e que seus líderes esperavam que a saída de Gaza seria um grande passo rumo a criação de um estado palestino viável. De acordo com Thomas L. Friedman do New York Times, Israel estava dando aos palestinos uma oportunidade para “construir um mini-estado decente lá – uma Dubai no Mediterrâneo,” e se eles o fizessem, isto “remodelaria, fundamentalmente, o debate israelense sobre se os palestinos podem receber a maior parte da Margem Ocidental.”

Isto é pura ficção. Mesmo antes do Hamas chegar ao poder, os israelenses tencionavam criar uma prisão ao ar livre para os palestinos em Gaza, e infligir grande sofrimento sobre eles, até que atendessem aos desejos israelenses. Dov Weisglass, o conselheiro mais próximo de Ariel Sharon na época, francamente declarou que o desengajamento de Gaza visava deter o processo de paz, não encorajá-lo. Ele descreveu o desengajamento como “formaldeído que é necessário para que não haja um processo político com os palestinos.” Além do mais, ele enfatizou que a retirada “coloca os palestinos sob tremenda pressão. Isto os força para o córner onde eles odeiam estar.”

Arnon Soffer, um proeminente demógrafo israelense que também aconselhava Sharon, eleaborou sobre o que esta pressão pareceria. “Quando 2,5 milhões de pessoas vivem numa Gaza isolada, vai ser uma catástrofe humana. Estas pessoas irão se tornar ainda mais animalescas do que já são hoje, com a ajuda de um insano Islã fundamentalista. A pressão nas fronteiras será dolorosa. Vai ser uma guerra terrível. Portanto, se queremos permanecer vivos, teremos de matar, matar e matar. Todos os dias, cada dia.”

Em janeiro de 2006, cinco meses após os israelenses retirarem seus colonos de Gaza, o Hamas obteve uma vitória decisiva sobre o Fatah nas eleições legislativas palestinas. Isso significava encrenca para a estratégia de Israel, porque o Hamas foi eleito democraticamente, era bem-organizado, não era corrupto como o Fatah, e não tinha desejos de aceitar a existência de Israel. Este respondeu aumentando a pressão econômica sobre os palestinos, mas isto pareceu não funcionar. De fato, a situação tomou outro rumo para pior, em março de 2007, quando o Fatah e o Hamas formaram juntos um governo de unidade nacional. A estatura e o poder político do Hamas estavam crescendo, e a estratégia de Israel de dividir-para-conquistar estava sendo desmontada.

Para fazer as coisas piores, o governo de unidade nacional começou a pressionar por um cessar-fogo de longo prazo. Os palestinos iriam acabar com todos os ataques de foguetes sobre Israel, se os israelenses parassem de prender e assassinar palestinos e terminassem seu estrangulamento econômico, abrindo a travessia das fronteiras para Gaza.

Israel rejeitou esta oferta e com apoio americano passou a fomentar uma guerra civil entre o Fatah e o Hamas que iria arruinar o governo de unidade nacional e colocar o Fatah no comando. O tiro saiu pela culatra quando o Hamas expulsou o Fatah de Gaza, deixando o Hamas no comando lá e o mais obediente Fatah no controle da Margem Ocidental. Israel, então, apertou os parafusos do bloqueio em volta de Gaza, causando ainda maior sofrimento entre os palestinos vivendo lá.

O Hamas respondeu continuando a disparar foguetes e morteiros contra Israel, enquanto enfatizava que ainda buscava um cessar-fogo de longo prazo, talvez, durando dez anos ou mais. Este não era um gesto nobre de parte do Hamas: eles queriam um cessar-fogo devido ao equilíbrio de poder favorecer, fortemente, Israel. Os israelenses não tinham nenhum interesse num cessar-fogo, e simplesmente intensificaram a pressão econômica sobre Gaza. Mas, no final da primavera de 2008, a pressão dos israelenses vivendo sob ataques de foguetes levou o governo a concordar com uma cessar-fogo de seis meses, começando em 19 de junho. Este acordo que terminou formalmente em 19 de dezembro, precedeu imediatamente a atual guerra, que se iniciou em 27 de dezembro.

A posição israelense oficial culpa o Hamas por minar o cessar-fogo. Este ponto de vista é amplamente aceito nos Estados Unidos, mas não é autêntico. Os líderes israelenses não gostavam do cessar-fogo desde o começo, e o Ministro da Defesa Ehud Barak instruiu as FDI a começarem os preparativos para a atual guerra enquanto o cessar-fogo estava sendo negociado em junho de 2008. Além do mais, Dan Gillerman, antigo embaixador de Israel na ONU, relatou que Jerusalém começou a preparar a campanha de propaganda para vender a atual guerra, meses antes do conflito começar. Por sua parte, o Hamas reduziu drasticamente o número de ataques de foguetes durante os cinco primeiros meses do cessar-fogo. Um total de dois foguetes foram disparados contra Israel durante setembro e outubro pelo Hamas.

Como Israel se comportou durante este mesmo período? Ele continuou prendendo e assassinando palestinos na Margem Ocidental, e continuou seu bloqueio mortífero que estava, lentamente, estrangulando Gaza. Então, em 4 de novembro, enquanto os americanos votavam por um novo presidente, Israel atacou um túnel dentro de Gaza e matou seis palestinos. Isto foi a primeira grande violação do cessar-fogo, e os palestinos – que tinham sido “cuidadosos em manterem o cessar-fogo”, de acordo com o Centro de Informações e Inteligência do Terrorismo de Israel – respondeu com a retomada dos ataques de foguetes. A calma que havia prevalecido desde junho desapareceu, enquanto Israel aumentava o bloqueio e os ataques sobre Gaza, e os palestinos lançavam mais foguetes contra Israel. É digno de registro que nem um só israelense foi morto por foguetes palestinos entre 4 de novembro e a eclosão da guerra em 27 de dezembro.

Enquanto a violência crescia, o Hamas deixou claro que não tinha interesse em estender o cessar-fogo além de 19 de dezembro, o que dificilmente seria de surpreender, já que ele não funcionou como planejado. Em meados de dezembro, no entanto, o Hamas informou Israel que ainda estava disposto a negociar um cessar-fogo de longo prazo, se este incluísse um fim para as prisões e assassínios, tanto como o levantamento do bloqueio. Mas os israelenses, tendo utilizado o cessar-fogo para preparar a guerra contra o Hamas, rejeitaram esta oferta. O bombardeio de Gaza começou oito dias depois do fracassado cessar-fogo terminar, oficialmente.

Se Israel desejasse parar os ataques de foguetes vindos de Gaza, poderia ter feito isto acordando um cessar-fogo de longo prazo com o Hamas. E se Israel estivesse, genuinamente, interessado em criar um estado palestino viável, poderia ter trabalhado com o governo de unidade nacional para implementar um cessar-fogo significativo e mudar a forma de pensar do Hamas sobre uma solução de dois estados. Mas, Israel tem uma agenda diferente: ele está determinado a empregar a estratégia do Muro de Ferro para fazer os palestinos em Gaza aceitarem seu destino como súditos infelizes de um Grande Israel.

Esta brutal política está claramente refletida na conduta da Guerra de Gaza por Israel. Ele e seus apoiadores proclamam que as FDI estão se esforçando para evitar baixas civis, em alguns casos, assumindo riscos que colocam soldados israelenses em risco. Difícil. Uma razão para duvidar destas declarações é que Israel se recusa a permitir repórteres na zona de guerra: ele não quer o mundo vendo o que seus soldados e bombas estão fazendo dentro de Gaza. Ao mesmo tempo, Israel lançou uma maciça campanha de propaganda para dar uma face positiva para as histórias de horror que estão emergindo.

A melhor evidência, no entanto, de que Israel está, de forma deliberada, buscando punir a maior parte da população de Gaza está na morte e destruição que as FDI semearam neste pequeno pedaço de chão. Israel já matou mais de 1 mil palestinos e feriu mais de 4 mil. Mais da metade das baixas são civis, e muitos são crianças. A salva de abertura das FDI, em 27 de dezembro ocorreu enquanto as crianças estavam deixando a escola, e um de seus principais alvos neste dia foi um grande grupo de cadetes de polícia se graduando, que, dificilmente, poderiam ser qualificados como terroristas. Naquilo que Ehud Barak chamou “uma guerra total contra o Hamas,” Israel visou uma universidade, escolas, mesquitas, casas, edifícios de apartamentos, escritórios de governo e, até mesmo, ambulâncias. Um oficial superior israelense, falando na condição de anonimato, explicou a lógica por trás da expandida coleção de alvos de Israel: “Há muitos aspectos do Hamas, e estamos tentando atingir a totalidade do espectro, porque tudo está conectado e tudo apóia o terrorismo contra Israel.” Em outras palavras, todo mundo é terrorista e tudo é um alvo legítimo.

Os israelenses tendem a ser obtusos, e ocasionalmente, dizem o que estão, realmente, fazendo. Após as FDI matarem 40 civis palestinos numa escola da ONU, em 6 de janeiro, o Há’aretz relatou que “oficiais superiores admitiram que as FDI estão utilizando enorme poder de fogo.” Um oficial explicou, “Para nós, sermos cautelosos significa sermos agressivos. A partir do instante que entramos, agimos como se estivéssemos em guerra. Isto cria enormes danos no terreno... eu apenas espero que aqueles que tenham fugido da área da Cidade de Gaza, na qual estamos operando, descrevam o choque.”

Alguém poderia aceitar que Israel está travando uma “cruel guerra total contra 1,5 milhão de civis palestinos,” como afirma o Ha’aretz num editorial, mas argumentar que ele irá, eventualmente, atingir seus objetivos de guerra e o resto do mundo, rapidamente, esquecerá os horrores infligidos sobre o povo de Gaza.

Isso é auto-ilusão. Para começar, é improvável que Israel vá parar o disparo de foguetes durante qualquer período de tempo considerável, a não ser que concorde em abrir as fronteiras de Gaza e em parar a prisão e matança de palestinos. Os israelenses falam sobre cortar o suprimento de foguetes e bombas de morteiro para Gaza, mas as armas continuarão a chegar através de túneis secretos e navios que atravessarão o bloqueio naval de Israel. Também, será impossível policiar todos os bens enviados para Gaza, através de canais legítimos.

Israel poderia tentar conquistar toda Gaza e trancar o lugar. Isso, provavelmente, deteria os ataques de foguetes se Israel desdobrasse uma força grande o bastante. Mas, então, as FDI ficariam atoladas numa custosa ocupação contra uma população, profundamente hostil. Elas, eventualmente, teriam de sair, e o disparo de foguetes seria retomado. E, se Israel fracassar em parar os foguetes, e deixá-los parados, como parece provável, sua dissuasão será diminuída, não aumentada.

E, mais importante, há pouca razão para achar que os israelenses podem forçar o Hamas à submissão, e fazer os palestinos viverem, calmamente, num punhado de bantustões no interior da Grande Israel. Os israelenses tem humilhado, torturado e assassinado palestinos, nos Territórios Ocupados, desde 1967, e não chegaram nem perto de acovardá-los. Na verdade, a reação do Hamas contra a brutalidade de Israel, parece emprestar credibilidade à observação de Nietzsche de que, aquilo que não mata você, o torna mais forte.

Mas, ainda que o inesperado aconteça, e os palestinos se curvem, Israel ainda perderia, porque se tornaria um estado de apartheid. Como o primeiro-ministro Ehud Olmert, recentemente disse, Israel “enfrentaria uma luta do tipo sul-africano” se os palestinos não conseguirem um estado viável próprio. “Tão logo isso ocorra,” ele argumentou, “o estado de Israel estará acabado.” Mesmo assim, Olmert nada fez para deter a expansão das colônias e criar um estado palestino viável, confiando, ao invés, na estratégia do Muro de Ferro, para lidar com os palestinos.

Há, também, pouca chance de que o povo ao redor do mundo, que acompanha o conflito israelense-palestino, irá esquecer a apavorante punição que Israel está infligindo sobre Gaza. A destruição é, evidente demais, para passar despercebida, e pessoas demais – especialmente, nos mundos árabe e islâmico – se importam com o destino dos palestinos. E mais, o discurso sobre este conflito duradouro tem sofrido uma mudança enorme no Ocidente, nestes últimos anos, e muitos de nós que, uma vez, éramos totalmente simpáticos para Israel, agora, vemos que os israelenses são os algozes e os palestinos as vítimas. O que está acontecendo em Gaza irá acelerar esta mudança de quadro sobre o conflito, e ser visto, por longo tempo, como uma mancha negra na reputação de Israel.

O pano de fungo é que, não importa o que ocorra no campo de batalha, Israel não pode vencer sua guerra em Gaza. De fato, ele está perseguindo uma estratégia – com uma porção de ajuda de seus, assim chamados amigos na Diáspora – que está colocando seu futuro em risco, no longo prazo.


_______________________________________________

John J. Mearsheimer é professor de ciência política na Universidade de Chicago e co-autor de The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy.

EDIT MOD

Senhores, menos passionalidade e mais fatos e argumentos. O post censurado realmente tinha conteúdo ofensivo, embora não haja certeza da INTENÇÃO de ofender: mais cuidado.

Detalhe: o conteúdo censurado está salvo e pode ser novamente postado a pedido do autor, expondo-se este ao julgamento do Conselho.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#598 Mensagem por rodrigo » Qua Jan 21, 2009 6:48 pm

EDIT MOD
Não pensei que alguém superaria o presidente do Irã nessa matéria! Meus parabéns. Só uma dica, faltou citar que os judeus são nazistas, senão sua fala fica desatualizada.




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

João Guimarães Rosa
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#599 Mensagem por Bolovo » Qua Jan 21, 2009 9:36 pm

Tá cheio de discípulos do Ahmadinejad aqui no DB hahaehae :twisted:




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
HIGGINS

Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#600 Mensagem por HIGGINS » Qua Jan 21, 2009 10:03 pm

rodrigo escreveu:
EDIT MOD
Não pensei que alguém superaria o presidente do Irã nessa matéria! Meus parabéns. Só uma dica, faltou citar que os judeus são nazistas, senão sua fala fica desatualizada.
1) Gostaria de lembrar ao distinto cavalheiro, que o Irã não moveu uma guerra de agressão para com seus vizinhos nos últimos dois séculos. Israel sim, várias!

2) Percebo também, que o participante não leu ou não teve argumentos para contestar a análise de John J. Mearsheimer, que fiz questão de repetir como citação no post acima.

3) A agressão judaica, devido ao seu aspecto punitivo à população Palestina é análoga às ações nazistas. Algo tão claro quanto uma água mineral...

4) Percebo uma coisa aqui no fórum. Quando se apresenta um argumento lógico, patente, mas que confrota o desejo reinante dos participantes, este é ignorado. É o que acontece neste tópico, onde se compra a propaganda da revista VEJA, FOX NEWS e do governo judaico. O artigo de John J. Mearsheimer foi por ti ignorado, Rodrigo, porque machuca tudo aquilo que acreditas ou quer acreditar sobre esta guerra. Por isso, preferiu tentar desqualificar o meu comentário... Algo pueril, pois revela uma posição dialética, portanto pobre de espírito (sim, Sócrates era fraco de espírito e pode-se perceber isso, sem a ajuda de Nietzsche).

5) Não há como refutar o fato que Israel atacou deliberadamente alvos civis. Hospitais, escolas, depósitos e escritórios da ONU. Israel assim o fez, para demonstrar o pouco respeito que tem para com o resto do mundo... Atacar o local onde os donativos brasileiros foram estocados, para mim, foi uma afronta direta ao Brasil.
Mas como todos aqui são patriotas, ninguém se importa. Pois os judeus são fornecedores de aviônicos defasados e de mísseis BVR de desempenho medíocre para nós...

6) Sabes o que é transmutação de valores? Eu sei...

7) Israel expulsou populações; massacrou civis em várias oportunidades; discrimina cidadãos no seu próprio território; mata sem julgamento e promove assassinatos de líderes políticos tanto dentro como fora do seu território. Sufoca economicamente, de forma deliberada os territórios palestinos e jamais cumpriu uma resolução da ONU.
É um ESTADO NACIONAL RELIGIOSO, não é laico.




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