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Marinha se surpreende com o custo operacional dos submarinos classe ‘Riachuelo’
Por Roberto Lopes
Boa parte da oficialidade da Marinha – inclusive a lotada no Comando da Força, em Brasília – tomou um susto ao ser inteirada do custo operacional dos quatro navios da Classe Riachuelo (Scorpène modificada) na Força de Submarinos (ForSub) da Esquadra.
Segundo o Poder Naval pôde apurar, o que ficou claro para os almirantes brasileiros é que, a cada cinco anos, as embarcações S-BR classe Riachuelo exigirão um dispêndio de aproximadamente 1 bilhão de Reais somente em serviços, sem contar o valor dos sobressalentes (!).
O submarino cabeça-de-série Riachuelo – S40 deve ser declarado operacional ainda em meados deste ano (ou, caso haja algum atraso importante derivado da evolução da pandemia, no primeiro trimestre de 2022). Assim, durante o primeiro quinquênio, a ForSub terá, no máximo, duas unidades da nova classe em operação.
A última embarcação dessa série, Angostura – S43, só deve ser entregue ao setor operativo da Marinha no início do segundo semestre de 2025.
Os quatro “Riachuelos” colocarão a Força de Submarinos brasileira como a mais poderosa da América do Sul, e de potencial comparável ao das Armas Submarinas de forças navais de grande destaque no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte, como a alemã e a italiana.
Na América do Sul, o Chile – que possui, hoje, a principal Aviação Militar dessa parte do continente – dispõe de apenas dois submarinos Scorpène (recebidos em janeiro e julho de 2006, e menos sofisticados que os S-BR brasileiros).
Apenas a Colômbia anuncia um investimento, no final da presente década, em dois submarinos novos, possivelmente de modelo alemão, já que projeto que dará continuidade à família Scorpène – conhecido nas pranchetas da indústria naval francesa como Scorpène 2000 –, será demasiadamente caro para o modesto orçamento da Marinha colombiana, que prevê priorizar a obtenção de sete navios de superfície: cinco fragatas de médio porte e dois navios-doca ligeiros.
Submarino Riachuelo – S40
Cuproníquel
Os submarinos da série S-BR classe Riachuelo são 5,22m mais compridos e 153 toneladas mais pesados que o modelo Scorpène original, que inspirou o seu desenho.
Os submarinos foram reprojetados internamente, de forma a oferecer mais conforto aos seus 31 tripulantes, e uma área maior de armazenamento de combustível, víveres e outros itens.
De acordo com um engenheiro que conhece o programa do “Scorpène brasileiro”, a Marinha, com o objetivo de baratear a produção das embarcações, optou por algumas alternativas que, mesmo simplificando a construção – como a não-aplicação de revestimento de cuproníquel em parte das tubulações internas –, exigirão uma manutenção muito mais cara dentro de alguns anos.
“Tapajó”
Submarino Tapajó – S33
No Comando da Força de Submarinos, depois dos oferecimentos brasileiros de submarinos tipo IKL-209/1400 às forças navais da Indonésia e da Argentina – que ainda aguardam uma resposta positiva –, há certa expectativa pelo reaproveitamento das unidades dessa classe que se encontravam em manutenção.
A volta do submarino Tupi às operações é considerada um sucesso, e o próximo 209/1400 a ser entregue ao setor operativo da Armada, provavelmente ainda em 2021, é o Tapajó – S33, comissionado pela Marinha em dezembro de 1999.
Entre dezembro de 2001 e janeiro de 2004 o “Tapajó” esteve sob o comando do então Capitão de Fragata Marcos Sampaio Olsen, atualmente almirante de quatro estrelas e diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, oficial que está cotado para suceder o almirante Almir Garnier no Comando da Força.
NOTA DA REDAÇÃO: A Marinha da Malásia também se queixou dos custos muitos altos dos submarinos Scorpène. Clique
https://www.naval.com.br/blog/2019/11/1 ... ito-altos/ para ler a notícia de 2019.
Fonte: blog Poder Naval 2 mai 2021