Antecipando que Túlio, a desvairada, dirá que não entendeu a parte da cobiça internacional que lhe beneficia.
A guerra comercial do Trump foi contra livre comércio com foco nos países emergentes, grupos do qual o Brasil faz parte. Ao mesmo tempo em que possui ótimas relações comerciais com os emergentes, especialmente China, que compra commodities e bens industriais. Então, se os emergentes são prejudicados, indiretamente (venda aos emergentes) ou diretamente (exportações de carros, equipamentos e bens como aço) o Brasil também é.
EUA e Brasil são competidores no agronegócio. Estão em disputa direta nos principais mercados da Ásia, oriente médio e outros. A guerra comercial do Trump até agora beneficiou o Brasil. Porque, os prejudicados pelas tarifas como a China, incentiva que se fecha contratos com outros fornecedores como Brasil. Outros compradores como oriente médio, Irã e Rússia veem o Brasil como um fornecedor bem mais confiável que os EUA. Ou apenas negócios como México que aumentou as compras de milho.
Em parte, os protestos na França são dos grupos contra o acordo de livre comércio entre UE e Mercosul. Em especial, motivado pelo agronegócio brasileiro competir e prejudicar o agronegócio francês, especialmente nas carnes e proteína animal. Assim como também de bens industriais como carros e aço que o Brasil é mais competitivo. A extrema direita francesa é contra, assim como outros governos europeus de extrema direta.
Por fim, o garoto ingênuo, dudu bolsonaro, ir nos EUA e por a bonezinho do Trump 2020 é o recado para o mundo que "o Brasil é nosso cachorrinho". E com cachorrinho se faz o que quiser, até sacrificar. E isso que a política norte-americana para o Brasil: fazer o governo implicar com chineses, países árabes, Irá e UE para tirar um competidor direto da jogada do agronegócio, commodities e bens industriais velhos; entravar investimento chinês em infraestrutura e na produção para evitar que o Brasil vire plataforma exportadora de bens mais sofisticados; tirar o Brasil dos acordos multilaterais que enfraquecem a posição dos eua (acordo de paris, acordo de livre comércio UE e Mercosul, entre outros).
O Trump anda reclamando do superávit brasileiro com os EUA, oriundo das empresas norte-americanas e multinacionais preferirem produzir no Brasil e exportar para os EUA. O motivo é o crescimento do custo de produção norte-americano devido tarifas de aço e alumínio, restrição na importação de peças e componentes, espuma da guerra comercial. E tá implicando com a índia que está sendo beneficiada pelo mesmo processo.
Ou seja, você Tulio, está entusiasmado por políticas que prejudicam o Brasil no curto e longo prazo. Seja na parte comercial, investimento e de crescimento. Seja na relação com outros países e na defesa história do direito e instituições multilaterais que quase sempre foram benéficas para o Brasil.
O vice Mourão percebeu junto com boa parte do governo não vai permitir que alinhamento automático aconteça. Ao contrário. É capaz de se aliar os emergentes e a China. Tanto que escolheram o Almirante do programa de submarinos para Minas e Energia, o mesmo programa nuclear que é abominado pelos EUA. E energia nuclear hoje é para fins militares, para o ramo civil tem coisa melhor e muito mais em conta. E digo mais, o governo Mourão-Bozo não tem nada a ver com esses movimentos de extrema direita pelo mundo ou o Trump. É outra coisa. Não sei o que, mas é diferente.