Guerra escreveu:
Brasileiro, todo mundo esta careca de saber que a chance da população barsileira optar pelo comunismo é quase nula. Se depois que a direita praticamente foi extinta do cenario politico, os partidos comunistas não conseguiram mais que 5% de intenção de voto, imagine naquela epoca. O que estava acontecendo aqui foi o que aconteceu em várias parte do mundo. A tentativa de dominio pela força. Quem tem armas tem o poder. É assim que funciona. A revolução cubana, por exemplo, descambou para uma ditadura porque as armas estavam na mão de quem queria o poder.
O exército brasileiro foi um dos primeiros exércitos a sofrerem a influencia do comunismo. Quando eu digo que Luiz Carlos prestes recebia dinheiro do estrangeiro eu me refiro a URSS. O dinheiro que financiou 35 veio da URSS, atraves do Uruguai.
O EB tinha duas linhas radicais em suas fileiras. Brizola pregava a tomada do poder atraves da força, com uso das FAs. Em 1964 quando começou o movimento, Brizola fez um pronuciamento no radio chamando os sargentos do EB para tomar os seus quarteis. Quando ele viu que não rolava correu para o Uruguai. Por acaso, em 68, veio outro ataque armado do Uruguai tb financiado pela URSS. Foi empregado até aviões para o combate. O alvo era Foz do Iguaçu. Foi a ultima ação direta da linha radical que se tem noticia. Depois disso iniciou ações indiretas atraves da guerrilha.
Essa história que os militares um dia acordaram e disseram hoje esta um otimo dia para dar um golpe e oprimir a populaão barsileira. Isso não existe. Isso é propaganda da esquerda.
Pois é, Guerra
Eu não ressinto que nosso Exército tenha repelido ataques que vieram de fora, nem as guerrilhas. A 'birra' que muita gente instruída tem do que ocorreu é que nada do que ocorrreu depois do 'tal dia' pôde ser justificado.
Dizer que José Dirceu e Dilma queriam matar sei lá quem não dá qualquer legitimidade à morte que teve Alexandre Vannucci Leme, por exemplo. Era o Estado quem estava agindo. E eu não aceito que o Estado se paute na ação de seus menores para criar políticas que depois vão atingir a todos. Não compete à função Estatal ir atrás dos discos que você tem na estante.
Já na quinta série um dia uma professora contou pra gente do dia em que estudava no Rio de Janeiro e uns militares tentaram levar um livro dela porque tinha a capa vermelha, mesmo sendo de um outro assunto. Não sei se ela contava vantagem, mas disse que falou alguma coisa pra eles no sentido de chamá-los de burros. Pessoalmente ficou essa birra pra ela.
Hoje, na faculdade, tenho um professor que conta que foi na missa do tal Alexandre Vannucci, rezada pelo Dom Evaristo Arns, em que na saída pacífica dela cantou-se a música de Geraldo Vandré sob a mira silenciosa de cacetetes, estudos, jatos de água e cães. Disso ficou a mágoa talvez em cada uma das pessoas que estavam ali.
Mágoa que é aflorada novamente quando se vê blogs de pessoas ignorantes tentando justificar toda essa bestialidade. Fico imaginando o que se passa na mente de quem viu aquilo de perto (de forma consciente e não hipnotizado pela propaganda) quando os responsáveis às vezes são lembrados com certa pompa, viram nome de turma na AMAN.
Imagine algum estudante que morou no CRUSP em 68, quando foi
vandalizado pelas forças militares (com tanques etc contra uma possível resistência armada e só encontraram livros, que foram ironicamente citados nos relatórios). Que diabos de respeito um cara que viu calado tudo isso tem que ter por quem homenageia aquele vampiro?
É o que você imagina quando pensa na morte do soldado Kozel, morto por uma quadrilha.
Só que eu acho que ser morto/censurado/depredado por quem está lá na verdade para proteger, pra te servir representadamente tem um agravante especial, porque vem do mais forte para o mais fraco. E, novamente, nem estou mais falando sobre militâncias armadas, o mais fraco que eu falo são 'gente normal' mesmo: Gente que resolveu abrir a boca na hora errada, estudantes, professores que nem podiam dar a aula deles em paz já que 'alguém' estava vendo, editores de jornalzinho de esquina, artistas, gente que 'sabia demais', etc. Essa gente sofreu bastante, teve que falar baixinho pra não levar cassetada. E esse ressentimento ainda existe. Esse povo, que muitas vezes era mais instruído, não se sente representado por quem apóia os que estiveram do outro lado do porrete, e é esse povo que depois vai pensar bem para quem vai dar aumento de soldo.
Acho que assim fica bem definido o que seria o tal revanchismo. Mas não é nada que o tempo não dê um jeito.
No ano mesmo em que eu fui dispensado um amigo meu serviu no TG aqui da cidade. O sargento de lá perguntou um dia o que eles achavam do regime. Ninguém resondeu nada. O sargento disse "cada um acredita no que quiser, os livros de história estão aí e cada um conta de um jeito, acreditem no que acharem melhor". Acho que evoluímos...
abraços]