EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
Pelo o que eu entendi, os Guaranis das Philipinas serão armados com torres tripuladas (talvez Platt ou Reman).
- Túlio
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
A compra é por torre tripulada, com opção para remota. Mas os próprios Israelenses têm opções próprias para oferecer, e não lembro de Platt ou equivalente brazuca com GL 40 mm.
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- gabriel219
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
Salvo engano, vi há muito tempo atrás que a Ares disponibilizava a Remax pra servir até com canhão 20 mm - imagino eu ser um Nexter em 20 x 102 mm - mas não tem como saber se é real ou não.
Se aceita canhão 20 mm...
- eligioep
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
A nossa primeira exportação foi para o Líbano.... 8 Unidades, desarmadas, para a polícia.JavaLindo66 escreveu: ↑Sex Out 23, 2020 6:37 pm Mas que bizarro, nossa primeira exportação foi para um pais que ninguém imaginaria que compraria. Realmwnte esperava que teriamos algum país sulamericano como cliente.
Bem, tomara que comprem mais no futuro!
Editado pela última vez por eligioep em Seg Out 26, 2020 11:37 am, em um total de 1 vez.
- eligioep
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
A PLATT não existe mais.
A ARES comprou a Platt e tirou a torre Platt de linha.
- Túlio
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
Info interessantíssima, tks Mestre Elígio. Se não me engano a Platt era feita por uma empresa Australiana, isso significa que a Elbit (da qual a ARES é subsidiária) comprou uma empresa da Austrália e passou a produção e desenvolvimento para outra aqui no Brasil? Ou há agora uma ARES Austrália?
Faço essas perguntas porque isso abre espaço para várias ilações, como a de Israel estar possivelmente focando no Brasil como os EUA e Países da Europa Ocidental focavam na China desde o último quartel do século passado, como uma maneira de reduzir seus custos de produção sem perder competitividade no quesito qualitativo. A simples admissão (não necessariamente por ti, caro Amigo, uma das diversas Tradições do nosso véio DB é a de pensarmos regularmente fora da caixinha) desta possibilidade abriria espaço para novas ilações, como "será que é só Israel (e está longe de ser pouco, os caras fazem maravilhas no seu cantinho do deserto) ou tem mais gente, como a SAAB, que montou aqui uma fábrica de aeroestruturas e ainda comprou empresas (EED ainda por cima) como a ATMOS e vai saber quem mais"?
Porque o resultado desse "Go China" todos sabemos qual foi e tem sido (BEM a favor da China). Resta saber se estamos vendo movimentos apenas episódicos ou se temos diante de nós uma tendência.
PS.: tudo isso por causa de uma torre bem simples: ESTE É O DB!
Faço essas perguntas porque isso abre espaço para várias ilações, como a de Israel estar possivelmente focando no Brasil como os EUA e Países da Europa Ocidental focavam na China desde o último quartel do século passado, como uma maneira de reduzir seus custos de produção sem perder competitividade no quesito qualitativo. A simples admissão (não necessariamente por ti, caro Amigo, uma das diversas Tradições do nosso véio DB é a de pensarmos regularmente fora da caixinha) desta possibilidade abriria espaço para novas ilações, como "será que é só Israel (e está longe de ser pouco, os caras fazem maravilhas no seu cantinho do deserto) ou tem mais gente, como a SAAB, que montou aqui uma fábrica de aeroestruturas e ainda comprou empresas (EED ainda por cima) como a ATMOS e vai saber quem mais"?
Porque o resultado desse "Go China" todos sabemos qual foi e tem sido (BEM a favor da China). Resta saber se estamos vendo movimentos apenas episódicos ou se temos diante de nós uma tendência.
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
Até onde sei, a ELBIT está agora oficialmente na Austrália.Túlio escreveu: ↑Seg Out 26, 2020 11:56 amInfo interessantíssima, tks Mestre Elígio. Se não me engano a Platt era feita por uma empresa Australiana, isso significa que a Elbit (da qual a ARES é subsidiária) comprou uma empresa da Austrália e passou a produção e desenvolvimento para outra aqui no Brasil? Ou há agora uma ARES Austrália?
Faço essas perguntas porque isso abre espaço para várias ilações, como a de Israel estar possivelmente focando no Brasil como os EUA e Países da Europa Ocidental focavam na China desde o último quartel do século passado, como uma maneira de reduzir seus custos de produção sem perder competitividade no quesito qualitativo. A simples admissão (não necessariamente por ti, caro Amigo, uma das diversas Tradições do nosso véio DB é a de pensarmos regularmente fora da caixinha) desta possibilidade abriria espaço para novas ilações, como "será que é só Israel (e está longe de ser pouco, os caras fazem maravilhas no seu cantinho do deserto) ou tem mais gente, como a SAAB, que montou aqui uma fábrica de aeroestruturas e ainda comprou empresas (EED ainda por cima) como a ATMOS e vai saber quem mais"?
Porque o resultado desse "Go China" todos sabemos qual foi e tem sido (BEM a favor da China). Resta saber se estamos vendo movimentos apenas episódicos ou se temos diante de nós uma tendência.
PS.: tudo isso por causa de uma torre bem simples: ESTE É O DB!
E sim, a ARES tirou a torre "burra" do portfólio, e colocou uma que era deles, que o EB já havia testado, e não foi considerada "conforme" pelo CTEx.
E agora, trouxeram ela, com modificações, para novos testes, para ver se o EB aceita ela no lugar da Platt.
A SAAB já anunciou que não vai ficar só na parceria que estamos tendo com eles no momento.
Vai trazer para o Brasil todo o seu portfólio de produtos, sem restrições de fabricação local.
Ou seja, teremos novos players de alto valor como produto "Made in Brazil"!
https://www.aeroflap.com.br/ceo-da-saab ... esa-sueca/
- Fábio Machado
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
No final teremos uma maquiladora de equipamentos de defesa. Em outras palavras, a empresa vem aqui, monta um "galpãozinho" qualquer e já ganha o título de Industria Nacional de Defesa com todos os benefícios inerentes a ele.
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
A princípio você está certo, mas em um país como o nosso, onde defesa ainda é um assunto sem importância e o reconhecimento devido do mundo político e da sociedade, trazer empresas estrangeiras para cá e produzirem seus produtos, estabelecendo suporte técnico e quiçá transferência de tecnologia, o que gera mão de obra qualificada e investimentos em PDI no longo prazo, então cada "galpãozinho" que conseguirmos será muito importante para no futuro a longo prazo termos filiais aqui capazes de, também, planejar, elaborar e produzir serviços e produtos a partir de sua própria base intelectual. E é isso o que mais atrai grandes empresas para o Brasil. Temos mão de obra muito qualificada e que comparada ao valores pagos em seus países de origem custam uma ninharia. Para não dizer que produzir em reais é bem mais em conta do que em Dólar ou Euros, para eles, claro.Fábio Machado escreveu: ↑Seg Out 26, 2020 7:21 pm No final teremos uma maquiladora de equipamentos de defesa. Em outras palavras, a empresa vem aqui, monta um "galpãozinho" qualquer e já ganha o título de Industria Nacional de Defesa com todos os benefícios inerentes a ele.
A ARES e a AEL são bons exemplos desse tipo de investimentos realizados aqui. E se não fosse isso, provavelmente estas empresas hoje seriam apenas mais uma história para contar dentre as tantas que temos na nossa já escassa base industrial de defesa.
Se quisermos algo diferente disso, é bom então colocarmos o carro para andar e mudar para ontem nossa visão e responsabilidades com o tema Defesa Nacional, principalmente na questão orçamentária. Do contrário, nenhum empresário em sã consciência no Brasil vai apostar o seu dinheiro em um empreendimento com o altíssimo risco que é hoje investir em uma empresa de defesa.
O Guarani - ainda no 6x6 e já mais do que atrasado - não me deixa mentir.
abs
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
O problema Fcarvalho é que essas empresas usam deste artifício com o único intuito de viciar licitações e monopolizar contratos, com a desculpa de que estão fortalecendo a "Industria de Defesa Nacional" e estão gerando alguns empregos no país. Entretanto, o que eles não falam, é que como são meras maquiladoras a parte principal de desenvolvimento tecnológico fica na matriz, para cá vem só os kits para montagem. No final pagamos mais caro para viver no mundo das aparências. Uma coisa é uma empresa local estabelecer parcerias internacionais para absorver tecnologia e ganhar experiência outra, completamente diferente, é ser uma subsidiária de uma gigante internacional montadora de kits. Contudo, você tem razão, para sermos diferentes disso temos que ter planejamento de longo prazo, garantia de recursos orçamentário para os projetos, etc......
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
Oi Fábio,Fábio Machado escreveu: ↑Seg Out 26, 2020 9:24 pm O problema Fcarvalho é que essas empresas usam deste artifício com o único intuito de viciar licitações e monopolizar contratos, com a desculpa de que estão fortalecendo a "Industria de Defesa Nacional" e estão gerando alguns empregos no país. Como são meras maquiladoras, a parte principal de desenvolvimento tecnológico fica na matriz, para cá vem só os kits para montagem. No final pagamos mais caro para viver no mundo das aparências. Uma coisa é uma empresa local estabelecer parcerias internacionais para absorver tecnologia e ganhar experiência outra, completamente diferente, é ser uma subsidiária de uma gigante internacional montadora de kits. Contudo, você tem razão, para sermos diferentes disso temos que ter planejamento de longo prazo, garantia de recursos orçamentário para os projetos, etc......
A Omnisys é um ótimo exemplo disso. A empresa foi comprada pelos franceses que aproveitaram a expertise que já havia e trouxe para cá seus produtos de forma a dar a empresa a capacidade necessária, também, de oferecer assistência local, o que é muito importante em sistemas de alta complexidade, e desenvolver soluções apropriadas na medida em que elas forem aparecendo, além de exportar. Não é o mundo ideal, mas ter a Omnisys produzindo aqui radares e sistemas franceses e poder suportá-los, é menos ruim do que simplesmente importar soluções exógenas.
Existe outro exemplo que é a empresa que está montando o VANT Caçador (Heron I), no interior de São Paulo, pela Avionics Service em conjunto com a IAI, e que vai nos oferecer soluções "nacionais" mais do que provadas na forma dos produtos israelenses. Também não é o ideal, mas já é melhor do que nada, pois vamos estar envolvendo engenharia brasileira na adaptação desses sistemas a fim de que possam ser atestados como PRODE. Haverá transferência de tecnologia e de conhecimento, além da qualificação de mão de obra. Assim como na ARES e AEL, os engenheiros brasileiros com o tempo irão deixar de ser apenas ser meros colaboradores mas partícipes efetivos, gestores e autores de projetos no futuro.
Eu prefiro que essas empresas venham para cá e nos ofereçam seus produtos a partir de linhas de produção em terras brasilis do que gastar nossos patacos em Dólares ou Euros e deixar eles mais ricos. Ao menos a presença deles aqui deve incentivar o poder público, e a BID, a agirem no sentido de amealhar as condições que lhes seja mais favorável, a fim de que possam concorrer em pé de igualdade, além de impostos e empregos. Precisamos muito, e não podemos nos furtar neste sentido.
Com relação a monopólio, eu acho que essa é uma questão que tem de ser vista por um ângulo próprio, devido as características da BID no país. Sem que solucionemos o problema do orçamento, fica muito difícil oferecer uma realidade verdadeiramente competitiva a todas as empresas. Essa é também uma questão que precisa de solução em tempo.
Enfim, o fortalecimento da BID e dos investimentos em PDI dependem exclusivamente de nós, e do que queiramos para o nosso futuro. Enquanto não decidimos nada, aproveitamos as oportunidades que outras empresas estrangeiras possam nos oferecer.
abs
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
Confirmado, o Guarani é um forte concorrente no Programa VCBR do Exército Argentino, e as negociações estão caminhando.
Por Paulo Bastos
https://tecnodefesa.com.br/ministro-da- ... WHu4Q8Kf6s
abs.
arcanjo
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
É uma excelente notícia. A ver o que diz o EA sobre isso, pois as falas iam todas na direção de um modelo 8x8. Mas talvez seja o caso das necessidades falarem mais alto do que as demandas.
Como já disse aqui, a Iveco tem uma presença industrial na Argentina muito grande, na verdade, de longe muito maior do que no Brasil. E isso para eles é um grande trunfo.
Vamos aguardar por mais boas notícias. O preço relativamente barato do Guarani frente a outros bldos concorrentes, e 8x8, é também um aditivo relevante.
Falou-se que a ideia principal dessa compra seria equipar a força conjunta com o Chile, que por sua vez ainda utiliza os Piranha de segunda geração, salvo engano. Seria muito interessante mobiliar essa FT com a mesma base veicular. Neste espaço é que pode entrar também o LMV produzido aqui, ou até mesmo na Argentina.
Boa sorte para nós.
Quem sabe mais para frente o EA não convence de vez os generais brasileiros de que uma VBTP 8X8 não é nenhuma panaceia.
abs
Como já disse aqui, a Iveco tem uma presença industrial na Argentina muito grande, na verdade, de longe muito maior do que no Brasil. E isso para eles é um grande trunfo.
Vamos aguardar por mais boas notícias. O preço relativamente barato do Guarani frente a outros bldos concorrentes, e 8x8, é também um aditivo relevante.
Falou-se que a ideia principal dessa compra seria equipar a força conjunta com o Chile, que por sua vez ainda utiliza os Piranha de segunda geração, salvo engano. Seria muito interessante mobiliar essa FT com a mesma base veicular. Neste espaço é que pode entrar também o LMV produzido aqui, ou até mesmo na Argentina.
Boa sorte para nós.
Quem sabe mais para frente o EA não convence de vez os generais brasileiros de que uma VBTP 8X8 não é nenhuma panaceia.
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
Pois então, pagar em dólar ou em euros nós vamos continuar pagando, até pelo custo de importação dos kits para montagem. Essencialmente, o que temos que perguntar é: estamos fortalecendo a industria nacional de defesa ou uma estratégia de marketing? Basta olharmos para os catálogos da AEL ou da ARES, que se tornaram meras intermediárias de produtos da Elbit. A Helibras então.... mais de 30 anos extorquindo os governos de plantão, conseguiu sequestrar uma série de contratos que não eram para ser deles, mesmo assim a empresa não sai do patamar de montadora de helicópteros da Airbus.FCarvalho escreveu: ↑Seg Out 26, 2020 11:00 pmOi Fábio,Fábio Machado escreveu: ↑Seg Out 26, 2020 9:24 pm O problema Fcarvalho é que essas empresas usam deste artifício com o único intuito de viciar licitações e monopolizar contratos, com a desculpa de que estão fortalecendo a "Industria de Defesa Nacional" e estão gerando alguns empregos no país. Como são meras maquiladoras, a parte principal de desenvolvimento tecnológico fica na matriz, para cá vem só os kits para montagem. No final pagamos mais caro para viver no mundo das aparências. Uma coisa é uma empresa local estabelecer parcerias internacionais para absorver tecnologia e ganhar experiência outra, completamente diferente, é ser uma subsidiária de uma gigante internacional montadora de kits. Contudo, você tem razão, para sermos diferentes disso temos que ter planejamento de longo prazo, garantia de recursos orçamentário para os projetos, etc......
A Omnisys é um ótimo exemplo disso. A empresa foi comprada pelos franceses que aproveitaram a expertise que já havia e trouxe para cá seus produtos de forma a dar a empresa a capacidade necessária, também, de oferecer assistência local, o que é muito importante em sistemas de alta complexidade, e desenvolver soluções apropriadas na medida em que elas forem aparecendo, além de exportar. Não é o mundo ideal, mas ter a Omnisys produzindo aqui radares e sistemas franceses e poder suportá-los, é menos ruim do que simplesmente importar soluções exógenas.
Existe outro exemplo que é a empresa que está montando o VANT Caçador (Heron I), no interior de São Paulo, pela Avionics Service em conjunto com a IAI, e que vai nos oferecer soluções "nacionais" mais do que provadas na forma dos produtos israelenses. Também não é o ideal, mas já é melhor do que nada, pois vamos estar envolvendo engenharia brasileira na adaptação desses sistemas a fim de que possam ser atestados como PRODE. Haverá transferência de tecnologia e de conhecimento, além da qualificação de mão de obra. Assim como na ARES e AEL, os engenheiros brasileiros com o tempo irão deixar de ser apenas ser meros colaboradores mas partícipes efetivos, gestores e autores de projetos no futuro.
Eu prefiro que essas empresas venham para cá e nos ofereçam seus produtos a partir de linhas de produção em terras brasilis do que gastar nossos patacos em Dólares ou Euros e deixar eles mais ricos. Ao menos a presença deles aqui deve incentivar o poder público, e a BID, a agirem no sentido de amealhar as condições que lhes seja mais favorável, a fim de que possam concorrer em pé de igualdade, além de impostos e empregos. Precisamos muito, e não podemos nos furtar neste sentido.
Com relação a monopólio, eu acho que essa é uma questão que tem de ser vista por um ângulo próprio, devido as características da BID no país. Sem que solucionemos o problema do orçamento, fica muito difícil oferecer uma realidade verdadeiramente competitiva a todas as empresas. Essa é também uma questão que precisa de solução em tempo.
Enfim, o fortalecimento da BID e dos investimentos em PDI dependem exclusivamente de nós, e do que queiramos para o nosso futuro. Enquanto não decidimos nada, aproveitamos as oportunidades que outras empresas estrangeiras possam nos oferecer.
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Re: EDIT/ATUALIZ - IVECO VBTP-MR Guarani
Fato é que não produzimos ou projetamos nada do que essas empresas oferecem para nós Fabio, e sem elas aqui, teríamos que simplesmente importar, com todos os custos incluídos. Sairia bem mais caro com certeza e ainda por cima não teríamos como fazer manutenção e logística aqui.Fábio Machado escreveu: ↑Ter Out 27, 2020 12:04 am Pois então, pagar em dólar ou em euros nós vamos continuar pagando, até pelo custo de importação dos kits para montagem. Essencialmente, o que temos que perguntar é: estamos fortalecendo a industria nacional de defesa ou uma estratégia de marketing? Basta olharmos para os catálogos da AEL ou da ARES, que se tornaram meras intermediárias de produtos da Elbit. A Helibras então.... mais de 30 anos extorquindo os governos de plantão, conseguiu sequestrar uma série de contratos que não eram para ser deles, mesmo assim a empresa não sai do patamar de montadora de helicópteros da Airbus.
Sim, com certeza há muita coisa que eles enviam de suas matrizes, mas a expertise necessária para lidar com esses produtos está ficando, mal ou bem, no país através da nossa engenharia. Não teríamos ninguém no Brasil para fazer isso sem a presença delas no país.
Formar mão de obra capacitada é o primeiro passo para avançar no uso, e desenvolvimento, de novas tecnologias. Não temos nada disso em empresas nacionais, pois não incentivamos absolutamente nada em matéria de PDI em Defesa. Pouca gente se arrisca, e menos gente ainda se dá o luxo de querer investir nessa área. Estaríamos na dependência de fontes externas de qualquer jeito, e sem ninguém aqui para oferecer contraposições.
Vamos levar muitos anos para formar uma massa crítica de militares e civis com conhecimento para projetar, produzir e desenvolver sistemas de alta tecnologia, e isto exige contado direto e experiência com elas. Algo que a BID não oferece e que os governos não garantem por aqui desde sempre. Sem continuidade e regularidade não há como dispor de capital humano capaz de apor as soluções de que precisamos.
Não é o melhor dos mundos, e menos a ainda uma solução integral para os nosso problemas, mas sem essa participação estrangeira, nossa BID está fadada, na prática, a se limitar a algumas poucas e básicas iniciativas, como aquela do Cascavel 2.0 e similares, e não passa disso.
Enfim, a AEL provou-se ser muito útil à FAB, não apenas por oferecer insumos da Elbit, mas por poder nos dar aqui mesmo no Brasil uma capacidade que não teríamos com a Aeroeletrõnica do jeito que a empresa era. O que vier depois disso estamos no lucro.
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