Re: GEOPOLÍTICA
Enviado: Qua Dez 17, 2014 6:30 pm
Obrigado, grande Amigo. Ambos sabemos o quanto me ajudaste, CMG véio. Só acrescentaria que não é só a chamada "Grande Mídia" que está cooptada...
Também acho, mas relaxe: foi uma construtora brasileira que construiu tudo...Bourne escreveu:Sendo maldoso, capaz do Brasil ter feito a obra, mas quem vai se aproveitar são empresas asiáticas e americanas
As vezes não, ninguém tinha informação das transações, o dinheiro foi liberado em cima de um monte de segredos, isso não é motivo para especular e investigar?Marino escreveu:Chamei os que A PRIORI condenam sem fazer o esforço de visualizar o cenário um pouco adiante somente, os que por motivos ideológicos taxaram de roubalheira e desvio de investimentos que poderiam ser feitos no Brasil, desconhecendo inclusive que se tratava de um empréstimo a ser investido em uma construtora brasileira.
Estes, Túlio velho, sao quadrúpedes e cegos.
Brasil -> FinanciouNettoBR escreveu:Também acho, mas relaxe: foi uma construtora brasileira que construiu tudo...Bourne escreveu:Sendo maldoso, capaz do Brasil ter feito a obra, mas quem vai se aproveitar são empresas asiáticas e americanas![]()
As vezes não, ninguém tinha informação das transações, o dinheiro foi liberado em cima de um monte de segredos, isso não é motivo para especular e investigar?Marino escreveu:Chamei os que A PRIORI condenam sem fazer o esforço de visualizar o cenário um pouco adiante somente, os que por motivos ideológicos taxaram de roubalheira e desvio de investimentos que poderiam ser feitos no Brasil, desconhecendo inclusive que se tratava de um empréstimo a ser investido em uma construtora brasileira.
Estes, Túlio velho, sao quadrúpedes e cegos.
http://www.theguardian.com/world/2014/j ... ralisation"The United States has no bays in the south that are so deep, so this will be good for them. Cuba is the key to the Gulf [of Mexico]. There is no other bay in the region with the depth of Mariel. We will develop it as a transport hub and a warehouse centre."
Finalizada a obra do porto, para o Brasil se beneficiar dele, empresas brasileiras teriam que se instalar na zona econômica especial (ZEE) do porto. Será que o Governo Brasileiro combinou essa estratégia previamente com o empresariado daqui?Marino escreveu:Aos quadrúpedes e cegos geopolíticos.
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FSP -Coluna Patrícia Campos Mello
Brasil marcou um golaço ao financiar Mariel
Com o porto de Mariel e outros inúmeros investimentos em Cuba, o Brasil é um dos países que estão melhor posicionados para se beneficiar da queda do embargo americano à ilha, cuja negociação será anunciada hoje.
Alvo de críticas ferrenhas, o porto de Mariel, que recebeu cerca de US$ 800 milhões de financiamento do BNDES e foi tocado pela Odebrecht, está a apenas 200 quilômetros da costa da Florida.
Depois da dragagem, poderá receber navios grandes como os Super Post Panamax, que Dilma citou várias vezes durante a cúpula da Celac este ano, e concorrer com o porto do Panamá.
Mesmo sem a dragagem, já será concorrente de portos como o de Kingston, na Jamaica, e das Bahamas, bastante movimentados.
O raciocínio do governo brasileiro sempre foi o de "entrar antes da abertura para já estar lá quando caísse o embargo".
Essa estratégia se provou acertada.
16/06/2014 - 06:48
Governo atua como lobista para levar farmas brasileiras a Cuba
Para rentabilizar o porto de Mariel, alta cúpula do governo Dilma tenta não apenas convencer empresas do setor farmacêutico a negociar com o regime dos irmãos Castro, mas também instalar fábricas na ilha; até o momento, as companhias resistem
O governo brasileiro mostra-se incansável quando o assunto é colocar-se em maus lençóis em nome de sua simpatia pelo regime dos irmãos Castro, em Cuba. Não bastasse a utilização de quase 700 milhões de dólares em recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a construção do Porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana, a nova empreitada que vem sendo orquestrada pela alta cúpula prevê, conforme revelou o colunista do site de VEJA Reinaldo Azevedo, a ida de empresas farmacêuticas brasileiras para produzir medicamentos em solo cubano. A estratégia é tentar rentabilizar a zona portuária por meio da exportação de remédios produzidos em parceria entre estatais cubanas e empresas brasileiras — em especial fabricantes de genéricos e biossimilares. Desde a inauguração da primeira fase do terminal de contêineres do porto, em janeiro, o governo vem travando uma ofensiva velada para levar executivos a Cuba para participar de grupos de trabalho. O alto escalão da República tem atuado, por assim dizer, como lobista de primeira linha dos irmãos Castro, sem que qualquer contrapartida benéfica para o Brasil seja posta na mesa. Mas a estratégia tem encontrado resistência: o alto custo de instalação de indústrias na ilha e as dificuldades de exportação de produtos, devido ao embargo econômico, tornam a empreitada economicamente inviável. Além disso, a razão de o governo demandar investimentos em Cuba, e não no Brasil, está cercada de pontos nebulosos. Afinal, costurar acordos com outros países com o objetivo de estimular a indústria nacional é agenda mais que bem-vinda para o país. Contudo, não há lógica que justifique lançar mão do mesmo expediente para criar (mais um) pacote de bondades para Cuba.
Em janeiro, a presidente Dilma Rousseff, o então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e seu sucessor, Arthur Chioro — que está à frente da pasta desde que Padilha saiu para candidatar-se ao governo paulista pelo PT — convidaram empresários do setor farmacêutico, que ouviram da própria presidente a intenção do governo de levar empresas brasileiras para se instalar na Zona Especial do Porto de Mariel e desenvolver a economia local. A estratégia é construída com base no argumento das vantagens tributárias e alfandegárias da Zona Especial. Contudo, mesmo com todos os incentivos, empresários ouvidos pelo site de VEJA se mostraram céticos.
Inviabilidade econômica — Os convites vêm confundindo o empresariado porque contrariam o próprio plano que o governo brasileiro tem para o setor farmacêutico. "Não faz o menor sentido, pois o Brasil já tem uma estratégia bem desenhada para o setor, que é de estimular a indústria nacional por meio das próprias compras governamentais. O plano para Cuba vai contra a própria política industrial", diz Dante Alário Junior, sócio e responsável pela área de pesquisa e desenvolvimento e inovação da Biolab. Sua empresa já recebeu vários convites para participar de eventos promovidos pelo governo brasileiro em Cuba e investir na ilha — o último deles ocorreu no início de junho — mas não tem interesse na empreitada porque já investe num projeto de internacionalização nos Estados Unidos. “Cuba foi descartada porque não temos condições de investir também lá. Não faz sentido para a empresa", afirma.
Outro executivo do setor ouvido pelo site de VEJA, que prefere não ter seu nome revelado, afirmou que os empresários se mantêm descrentes em relação à viabilidade dos investimentos. “O setor farmacêutico sempre foi cético com a possibilidade de Cuba suprir um negócio que exige alta tecnologia”, disse. Parte do pessimismo deve-se também ao fato de as empresas brasileiras já estarem firmando acordo com multinacionais de outros países para produzir medicamentos (em especial os biossimilares), sobretudo americanas e europeias. O embargo econômico a Cuba anula a viabilidade, diz o executivo, porque impede que tais empresas consigam exportar os medicamentos produzidos na ilha para mercados consumidores importantes, como Estados Unidos e México, que têm proximidade geográfica.
As farmacêuticas vêm sendo procuradas há mais de um ano para realizar investimentos em Cuba. Num primeiro momento, o contato foi estabelecido por intermédio da Odebrecht, responsável pela construção do porto cubano. Em 2014, o governo passou a fazer os convites, excluindo da lista as empresas associadas à Interfarma, que são essencialmente estrangeiras. Procurada pela reportagem, a Odebrecht disse que "apoia o acordo bilateral entre Brasil e Cuba no desenvolvimento de medicamentos". A companhia, inclusive, assinou um Memorando de Entendimentos com a farmacêutica cubana Cimab para a criação de uma joint-venture na ilha. Contudo, o acordo nunca saiu do papel.
Mesmo sem um interesse claro em investir na ilha, as empresas são alvo de tamanha insistência do governo — em especial do Ministério da Saúde e do Desenvolvimento — que não ousam declinar totalmente as ofertas de negócios. “As que foram a Cuba quiseram atender a um pedido da Presidência. É muito difícil não ir”, disse o médico e deputado federal Eleuses Paiva (PSD-SP), que está ciente das conversas no Ministério da Saúde. “Agora, se as indústrias forem se instalar, é porque o governo está montando situações econômicas fantásticas”, disse o deputado. "A indústria de genéricos acabou de construir um parque nacional. É tudo recente demais para ir a Cuba”, disse.
De Brasília a Havana — A última reunião realizada em Cuba ocorreu nos dias 5 e 6 de junho, liderada pelo Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha. O encontro contou também com a participação de executivos da Eurofarma, da PróGenéricos (Associação dos produtores de medicamentos genéricos) e de representantes da Fiocruz e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Procuradas, as empresas participantes negaram que o encontro tenha sido realizado com o objetivo de levar as farmacêuticas a se instalarem em Cuba. Contudo, a pauta do encontro, à qual o site de VEJA teve acesso, mencionava a discussão de “investimentos no Porto de Mariel”.
Comandante da missão, Carlos Gadelha é um dos nomes do Ministério da Saúde citados nos escândalos da Operação Lava-Jato. Conduzida pela Polícia Federal, a Operação desmontou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro orquestrado pelo doleiro Alberto Youssef, preso desde março e pivô dos escândalos. O laboratório comandado pelo doleiro, o Labogen, é apontado pela Polícia Federal como o carro-chefe do esquema de lavagem de dinheiro. Durante as investigações, a PF interceptou conversa telefônica entre o empresário Pedro Argese e Youssef, relacionadas à assinatura de parcerias entre o Ministério da Saúde e empresas privadas. Em um dos trechos, Argese comenta ter conversado com Gadelha. De acordo com a transcrição, divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, o secretário teria prometido dar todo o apoio possível para a retomada do Labogen.
O Ministério da Saúde nega que o governo brasileiro queira incentivar a instalação de empresas farmacêuticas em Cuba. Afirmou que o encontro de junho teve "por objetivo o monitoramento e avaliação das prioridades científicas, tecnológicas e de saúde pública para os respectivos países em áreas como terapia e controle de câncer, terapia celular e neurociências”. Em nota, afirmou ainda que o país tem cerca de vinte projetos em andamento entre laboratórios públicos e privados brasileiros com instituições cubanas. “Em nenhum dos projetos aprovados pelo Comitê, cabe ressaltar, está prevista a instalação de fábricas brasileiras em Cuba.”
A pasta, contudo, não combinou a resposta com os cubanos. Artigo extenso do jornal castrista Granma aponta o Brasil como principal parceiro de Cuba no setor farmacêutico. Diz o texto que uma nova etapa na cooperação entre os dois países iniciou-se após a visita a Havana da presidente Dilma, em janeiro deste ano. E que a criação de empresas mistas (brasileiras e cubanas) colocadas na Zona Especial do Porto de Mariel, "utilizando tecnologia cubana e capital brasileiro", servirá para incentivar a produção de biossimilares para "satisfazer as necessidades dos sistemas de saúde de ambos os países e permitir a exportação conjunta a outros mercados". O que ainda não está claro — e o governo se negou a explicar — é a razão de se investir capital dos contribuintes brasileiros para desenvolver a indústria de outro país. Trata-se, mais uma vez, de um presente generosíssimo do Brasil ao regime cubano.
Também não.NettoBR escreveu:O Brasil bancou para muitos usarem... esperemos para ver se tudo isso foi esperteza ou apenas ideologice.
EUA-Cuba: Normalização das relações no curto prazo é improvável
João Fellet
Da BBC Brasil, em Washington
17 dezembro 2014
Fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... ua_cuba_jf
A decisão de Barack Obama de restabelecer as relações diplomáticas com Cuba é um passo fundamental para a normalização dos laços entre os dois países, mas exigirá negociações complexas e pode ter um alto custo político para o presidente americano num momento em que a oposição está fortalecida no Congresso.
O anúncio gerou reações divergentes no país. Para o cubano Sebastian Arcos, que vive nos Estados Unidos há 20 anos e é diretor do Instituto de Pesquisa Cubano da Universidade Internacional da Flórida, a retomada das relações é um "grande acontecimento".
"A troca dos presos era o maior obstáculo para a possibilidade de melhorar as relações e abre as portas para que novos avanços ocorram", disse ele à BBC Brasil.
Para que o anúncio desta quarta se concretizasse, Cuba concordou em libertar um agente de inteligência americano - cujo nome não foi revelado - detido havia 20 anos e o americano Alan Gross, preso desde dezembro de 2009.
A empresa de Gross ganhara um contrato da Usaid (agência americana para ajuda internacional) para levar equipamentos de telecomunicação a Cuba. O governo cubano diz que o programa não era autorizado e ameaçava a independência do país.
Os Estados Unidos, por sua vez, libertaram três agentes cubanos que estavam presos no país desde 2001.
Troca de presos
Segundo Arcos, porém, o acerto não significa que as relações EUA-Cuba melhorarão imediatamente, pois para ele as negociações para avanços futuros serão "complicadas".
Outro fator que deve dificultar o progresso nas tratativas é a composição do Congresso americano, de quem Obama depende para pôr fim ao embargo comercial a Cuba.
O Partido Republicano, rival do presidente americano, detém a maioria das cadeiras tanto no Senado quanto na Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) e defende uma postura dura contra Cuba para forçar mudanças no regime.
Analistas consideram improvável que o Congresso apoie o gesto de Obama e faça sua parte para que as relações se normalizem.
Para o diretor do Instituto de Pesquisa Cubano, o presidente americano cedeu demais nas negociações com Raúl Castro, atendendo a várias de suas reivindicações - inclusive a libertação dos três espiões cubanos - em troca da libertação de Alan Gross.
"Os cubanos conseguiram exatamente o que queriam ao tomá-lo como refém."
Já o governo americano diz que a libertação de Gross não fez parte do arranjo para a liberação dos três cubanos e que Havana também libertará 53 prisioneiros cubanos que a Casa Branca considera presos políticos.
Para Arcos, Obama agiu de forma precipitada e por "razões egoístas, por querer ser o presidente que mudou as relações com Cuba".
Cubano-americanos
Ele diz acreditar que os eleitores cubano-americanos da Flórida "não ficarão felizes" com a decisão e expressarão sua reprovação nas próximas eleições presidenciais, em 2016.
A resistência de cubanos residentes nos Estados Unidos à aproximação entre os dois países é tida como um dos maiores obstáculos à normalização das relações.
Diferentemente da maioria dos imigrantes de origem hispânica nos Estados Unidos, os cubanos tradicionalmente se identificam com o Partido Republicano e condicionam a retomada das relações com Cuba ao fim do regime castrista.
Cerca de 70% dos cubanos nos Estados Unidos residem na Flórida e são considerados cruciais para o resultado das eleições no Estado, que tem um peso importante na contabilização de votos para presidente no país.
Uma pesquisa de junho do Pew Research Center revelou, porém, que as preferências políticas do grupo têm mudado e que essas mudanças podem ter favorecido a decisão de Obama.
Menos da metade (47%) dos cubanos que votam nos Estados Unidos disseram se identificar com o Partido Republicano. Há dez anos, o contingente alcançava 64%. No mesmo período, o apoio ao Partido Democrata no grupo passou de 22% para 44%.
Progressistas
Alan Gross havia sido detido em Cuba em 2009
Se a decisão de Obama pode gerar resistências entre americanos conservadores e imigrantes cubanos, em círculos progressistas ela deve lhe render dividendos.
Em editorial após o anúncio, o jornal The New York Times afirmou que Obama deu "um passo corajoso que põe fim a um dos capítulos mais mal conduzidos na política externa americana".
Para o diário, "a Casa Branca está inaugurando uma era de transformação para milhões de cubanos que sofreram como resultado de mais de 50 anos de hostilidades entre as duas nações".
Nos últimos meses, o jornal havia publicado vários artigos defendendo que o governo americano buscasse um entendimento com Cuba.
As relações entre os dois países foram rompidas há mais de meio século, em meio à Guerra Fria.
"Vamos pôr fim a uma abordagem antiquada que por décadas falhou em atender os nossos interesses e, em vez disso, vamos começar a normalizar as relações entre nossos dois países", afirmou Obama na Casa Branca em discurso transmitido em cadeia nacional de TV.
"Esses 50 anos mostraram que o isolamento não funciona", disse o presidente.
Entre as ações anunciadas estão a abertura de uma embaixada americana em Havana, a facilitação para viagens entre os dois países e a autorização para vendas de certos produtos e serviços americanos em Cuba.
Desde 1959, Cuba é regida pelo Partido Comunista e teve só dois governantes, os irmãos Fidel e Raul Castro. Nos últimos anos, em gestos bem recebidos pelo governo americano, Havana deu início a uma série de reformas para modernizar seu modelo econômico e facilitar negócios privados.
Desde 2009, Obama vinha pavimentando o caminho para a retomada das relações - ele já flexibilizara restrições a viagens de cubanos residentes nos EUA e ao envio de remessas para Cuba.
Enquanto Evo respondeFCarvalho escreveu:A melhor resposta chilena as demandas bolivarianas.
abs.
sim, isso:Bourne escreveu:Enquanto Evo responde
E, pergunta, podemos ser todos amigos?
Alguma coisa consegue. Hoje ou no futuro.
Gorbachev alerta que conflito na Ucrânia pode levar a guerra nuclear
Em entrevista à revista alemã, ex-líder soviético diz que tentativas ocidentais de enfraquecer a Rússia foram "estúpidas e perigosas". "Nós não iremos sobreviver se alguém perder a cabeça na atual tensão", enfatiza.
Em uma entrevista à revista semanal alemã Der Spiegel, o ex-líder soviético de 83 anos de idade, Mikhail Gorbachev, disse que a crise na Ucrânia pode findar em uma guerra de grande escala na Europa ou até mesmo num conflito nuclear. "Nós não iremos sobreviver se alguém perder a cabeça na atual tensão", enfatizou Gorbachev.
O vencedor do Prêmio Nobel da Paz descreveu a "perda de confiança" entre a Rússia e o Ocidente como "catastrófica", e disse que os laços precisam ser "descongelados". Gorbachev acusou o Ocidente e a Otan de destruir a estrutura de segurança europeia expandindo a sua aliança. "Nenhum chefe do Kremlin pode ignorar uma coisa dessas", analisou, acrescentando que os Estados Unidos estavam "infelizmente" começando a estabelecer um "mega-império".
O homem visto como peça-chave na reunificação alemã, em 1990, também acusou a Alemanha de interferir na crise da Ucrânia. "A nova Alemanha quer suas mãos em todas as 'tortas'. Parece haver uma grande quantidade de pessoas que querem estar envolvidas em uma nova divisão da Europa", argumentou.
"A Alemanha já tentou expandir sua influência de poder através do Oriente, na Segunda Guerra Mundial. Será que ela precisa realmente de outra lição?", indagou Gorbachev. Ele afirmou que tentativas ocidentais de enfraquecer o presidente russo Vladimir Putin e de desestabilizar a Rússia foram "bastante estúpidas e extremamente perigosas".
Gorbachev defendeu a anexação russa da península da Crimeia, no ano passado, mas criticou o estilo autoritário de liderança do presidente russo. Ele disse que a Rússia precisava de eleições livres e "a participação do povo em eleições livres".
"Simplesmente é inaceitável quando alguém como o blogueiro e político Alexei Navalny está sob prisão domiciliar por expressar suas opiniões contra a corrupção", salientou o ex-líder soviético ao magazine alemão.
Advertências recentes
Em meses recentes, Gorbachev alertou diversas vezes sobre uma guerra nuclear, como, por exemplo, em um artigo do diário russo Rossiyskaya Gazeta, publicado em 11 de dezembro. "A situação na Europa e no mundo é extremamente alarmante. O resultado dos acontecimentos que ocorreram nos últimos meses, é uma perda catastrófica de confiança em relações internacionais." Ele pediu que Rússia e os EUA, assim como Rússia e a União Europeia, mantivessem as conversações "sem condições prévias" e sem medo de "perder a cara".
"Temos que pensar no futuro", disse o ex-líder.
Na próxima segunda-feira (12/01), os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, França, Rússia e Ucrânia têm encontro marcado em Berlim para iniciar mais uma tentativa de encerrar o impasse no conflito ucraniano. Os ministros devem discutir a possibilidade de uma cúpula de líderes dos quatro países no Cazaquistão, em 15 de janeiro, seguindo a sugestão do governo de Kiev.
http://www.dw.de/gorbachev-alerta-que-c ... a-18183027