GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
o problema da agricultura na Europa é mais complexo que apenas subsidios, por exemplo um produtor de laranjas espanhol vende o Kilo a 29 Centimos e eu compro essas laranjas aqui a 3,50 euros o Kilo, eu nao entendo isso, o sector esta totalmente cartelizado quem faz o preco nao é o produtor, é quase impossivel eles sobreviverem Sem ajuda
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Re: GEOPOLÍTICA
Desculpe, mass o autêntico disparate é não olhar para a História e ver onde ela se consegue repetir.É um total disparate querer comparar isso com a ação limitada e envergonhada dos russos agora para evitar que seus aliados na região leste da Ucrânia sejam totalmente desbaratados e o governo de Kiev se volte livremente para um engajamento total com o ocidente. Fora a retomada da Crimeia (que era russa de fato a até pouco tempo atrás e é uma região geográfica estratégica para a Rússia) não há indícios de que Putin deseje (ou sequer possa) estender a guerra para outras regiões da Ucrânia, e muito menos invadir qualquer outro país que seja. Isso é muito mais propaganda do que qualquer outra coisa.
O texto original não dizia que a invasão da Polonia foi igual à invasão da Ucrânia, dizia que Hitler invadiu a Polonia com o mesmo tipo de desculpa esfarrapada que Putin utilizou para invadir a Ucrânia.
Os alemães invadiram a Polónia para responder às provocações polacas e aos atos barbaros cometidos pelos polacos sobre populações de origem alemã, que o Reich tinha que proteger.
A única diferença, é que ao contrário dos alemães, que tinham um acordo com os russos que ficaram com a outra parte da Polónia, agora, não existe um outro lado que faça um acordo com Putin para ficar com a outra metade da Ucrânia.
Na verdade Putin bem tentou com o Yanukovich, mas não deu ...
A invasão alemã e russa da Polónia em Setembro de 1939 insere-se num movimento de expansão imperial do império alemão nazista e do império russo comunista.
Hoje, o império russo está novamente a utilizar os métodos do século XIX e da primeira metade do século XX, desenhando fronteiras na ponta das armas, algo que a própria Russia tinha aceite não fazer mais.
E, 1939 a Alemanha hitleriana tinha um deficit orçamental de 50% do orçamento anual. Estava falida.
As politicas socialistas (intervenção do estado na economia e gastos descontrolados num curto periodo de tempo) levaram a economia alemã para um beco sem saida.
Em pouco tempo, o Reich entraria numa crise económica que inevitavelmente levaria ao fim de Hitler.
A guerra foi um escape, uma forma de manter o partido nazi no poder.
Na Russia de 2014, a situação não é exactamente igual, mas é parecida. Putin, tinha visto a sua popularidade decair desde que ocupou o cargo de 1º ministro.
Na Russia, o primeiro ministro é normalmente visto como o responsável pelas dificuldades, afinal é ele que gere as questões no dia-a-dia.
Putin esperava alterar o processo quando chegasse ao poder. Mas mesmo com uma manipulação gigantesca, os resultados oficiais mostraram uma vitória de Putin com 63.6% dos votos (havendo razões para achar que o resultado real esteve 15 pontos abaixo). Medvedev em 2008 tinha ganho com 71.2%.
Depois da eleição as coisas não melhoraram e na Russia lider que não tem muitos seguidores, é fraco e tem que ser removido.
Portanto, do ponto de vista da Geopolitica, a alemães e russos invadiram com os mesmos objetivos: Aumentar o apoio ao regime nas ruas.
E se fosse preciso encontrar mais situações em que a Russia e a Alemanha nazista são copias chapadas uma da outra, bastava olhar para o Anschluss da Crimeia e a argumentação utilizada, ou o tipo de referendo ou a manipulação dos resultados...
A Russia não é um estado nazista, mas é, para lá de qualquer dúvida razoalvel, um estado fascista.
A invasão da Ucrânia é apenas mais uma prova.
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Re: GEOPOLÍTICA
Em primeiro lugar, uma anedota, baseada no disse que disse que ouviu, tem a validade e a credibilidade que lhe queiram dar.LeandroGCard escreveu:Isso se chama CAPITALISMO .rodrigo escreveu:Um amigo visitou uma fazenda na Guiana Francesa, e o proprietário contou que lá pegam empréstimo de 10.000 euros no banco, financiamento agrícola, e só precisam pagar 9.000 depois.
Leandro G. Card
Em segundo lugar, a isso não se chama capitalismo chama-se socialismo. O subsidio aos produtores, modificando as regras do mercado é uma violação básica dos principios da economia de mercado.
A politica de subsidios foi negociada por governos socialistas e da esquerda europeia ao longo de muitos anos.
E era uma politica vantajosa para quem recebia o dinheiro. A França é dos países que mantem ainda muitas dessas regras.
Todos os países têm formas de subsidiar a agricultura de forma mais ou menos encapotada. No Brasil por exemplo esse apoio reveste-se de caracteristicas repugnantes, porque passa pela exploração mais incrivel da mão de obra.
Eu tenho familiares que possuem propriedades agricolas em Minas Gerais, e tenho ocasião de verificar isso e até já tive ocasião de dizer algumas verdades na cara das pessoas (nunca mais fui a Minas por isso).
Um agricultor europeu que tratasse os seus trabalhadores como eles são tratados em muitas explorações agricolas do Brasil, ía para a cadeia.
Portanto, o que vemos no Brasil, é o capitalismo selvagem, explorando mão de obra barata.
Vamos parar com distorções em que capitalismo é dar dinheiro aos agricultores e em que socialismo ou democracia é explorar e roubar quem trabalha.
Há muito pequeno agricultor no Brasil que passa dificuldades, e eu tive ocasião de ver isso in loco.
Mas o negocio da agroindustria brasileira está nas mãos de grandes agricultores e associações de grandes agricultores, cuja última preocupação é o salário que pagam.
Os trabalhadores sem terra, não são apenas grupos de baderneiros controlados por partidos politicos.
Eles existem, porque o problema dos salários miseráveis existe. Está à vista de todos, e os subsidios são apenas fracas desculpas para um grupo de pessoas muito bem de vida, que explora os trabalhadores, e depois critica os europeus por pagarem salários 5 ou 10 vezes mais altos, mas terem subsidios à produção.
Ainda na semana passada nas noticias da TV Record, dizia-se que certos tipos de carne em Goiás, tinham subido 50% ao consumidor, porque as empresas preferiam vender para o exterior, nomeadamente para a Russia...
Alguém acha que os 50% a mais no preço foram mesmo que numa pequena proporção pagos aos trabalhadores no campo ?
- LeandroGCard
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Re: GEOPOLÍTICA
Pt, você tem uma certa dificuldade em perceber quando alguém está sendo irônico não? Pensei que os emoticons ajudariam.pt escreveu:Em primeiro lugar, uma anedota, baseada no disse que disse que ouviu, tem a validade e a credibilidade que lhe queiram dar.LeandroGCard escreveu:Isso se chama CAPITALISMO .
Leandro G. Card
Em segundo lugar, a isso não se chama capitalismo chama-se socialismo. O subsidio aos produtores, modificando as regras do mercado é uma violação básica dos principios da economia de mercado.
Com relação à exploração dos trabalhadores brasileiros no campo e às dificuldades dos pequenos produtores no Brasil, isto ainda é verdade. Tem melhorado nos últimos anos devido a ações de governo (embora muitas delas sejam atabalhoadas), mas ainda não está nem perto de estar bom.
Leandro G. Card
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Re: GEOPOLÍTICA
Quais seriam os princípios básicos da economia de mercado? Ou melhor, onde está escrito e imposto os princípios da economia de mercado? Ou por que seriam supostamente imutáveis e bons em si mesmo?
- LeandroGCard
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Re: GEOPOLÍTICA
Mesmo que definidos de formas diferentes por diferentes autores os princípios básicos "de mercado" seriam os que apontam no sentido da intervenção mínima do governo, o que obviamente implica em não aplicação de subsídios de espécie alguma (subsídios são por definição uma intervenção governamental). Este tipo de posição meio "maniqueísta" é necessário para se dar alguma direção ao debate, pois se aceitarmos definir economia de mercado do jeito que se quiser a cada momento então tudo e nada ao mesmo tempo poderia ser definido como sendo "economia de mercado", e a expressão em si perde o sentido. Isso na verdade é comum de se ver por aí, em muitos debates junta-se tudo o que se considera de bom e se chama de economia de mercado (ou capitalismo), e tudo o que se considera de ruim e chama-se de economia dirigida (ou socialismo), ou vice-versa dependendo do gosto pessoal do debatedor. O que evidentemente tira o sentido de ambas as expressões.Bourne escreveu:Quais seriam os princípios básicos da economia de mercado? Ou melhor, onde está escrito e imposto os princípios da economia de mercado? Ou por que seriam supostamente imutáveis e bons em si mesmo?
Por isso, à bem da claridade das idéias, pode-se afirmar que quanto menos intervenção do estado na economia mais próximo se está dos princípios do capitalismo, e quanto mais intervenção mais próximo se está do socialismo. Agora, se os princípios da economia de mercado ou da economia dirigida são bons ou ruins em si mesmos é uma discussão diferente, que deveria justamente buscar o melhor equilíbrio que maximizasse as vantagens de ambos os sistemas e minimizasse suas desvantagens. E isso deveria ser feito com um mínimo de "torcida" por um lado ou pelo outro, o que infelizmente é muito difícil acontecer pois o s seres humanos raramente conseguem ser tão racionais assim .
Leandro G. Card
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Re: GEOPOLÍTICA
Como se intervenção fosse uma métrica unidimensional...LeandroGCard escreveu:Por isso, à bem da claridade das idéias, pode-se afirmar que quanto menos intervenção do estado na economia mais próximo se está dos princípios do capitalismo, e quanto mais intervenção mais próximo se está do socialismo.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)
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Re: GEOPOLÍTICA
Não sei se seriam imutaveis e não sei porque seriam bons em sim mesmos.Bourne escreveu:Quais seriam os princípios básicos da economia de mercado? Ou melhor, onde está escrito e imposto os princípios da economia de mercado? Ou por que seriam supostamente imutáveis e bons em si mesmo?
A única coisa que sei decorre do senso comum.
A existência de uma economia de mercado implica a existência de um sistema economico de livre oferta e livre procura em que a relação entre quem compra e quem vende depende de um lado do preço, qualidade e disponibilidade do produto a vender e do outro lado da disponibilidade de meios financeiros e do grau de necessidade e quantidade do produto a comprar.
Numa situação de laboratório, o mercado (e a relação entre estes fatores) estabelece o preço do produto sem intervenção de uma entidade terceira, o que chamos hoje de regulador.
O regulador tornou-se necessário, porque o sistema de mercado, sofre do mesmo problema do sistema socialista, de mercado completamente regulado.
Os dois sistemas são corrompidos por uma coisa chamada «natureza humana» e ganância.
O subsidio desregula a relação entre oferta e procura. No caso da politica agricola europeia, já aqui lembrei algumas vezes a sua razão de ser.
A Europa arriscava-se a passar fome depois da II guerra mundial. Depois do fim do conflito, contráriamente ao que se poderia esperar, as economias europeias não tinham como dar um pontapé de arranque. Durante anos a Alemanha esteve à beira da fome, e junto com a Alemanha vários outros países não conseguiram garantir a sua independência alimentar.
O que pretendo referir, é que não se pode criticar alguns países da Europa por subsidiar a agricultura e achar que isso prejudica países como o Brasil.
Prejudica no máximo o bolso dos grandes empresarios agricolas, porque no Brasil não há subsidio do estado, mas há subsidio à força, dado por uma massa de assalariados rurais que são tratados quase como escravos.
E não me venham dizer que o atual governo resolveu grande parte do problema, porque isso pura e simplesmente não é verdade. O governo Dilma é pelo menos tão «flexivel» ao poder dos grandes potentados da agroindustria brasileira, como os dois governos anteriores.
Quando eu vir boia-fria na Alemanha, aí eu vou achar que se o governo alemão pagar subsidios aos grandes grupos agro-industriais, isso é protecionismo descarado.
Mas por enquanto, nem vejo boia-fria na Alemanha, nem vejo os assalariados rurais brasileiros ganharem mais de 10% ou 15% do salário equivalente na Europa central.
Além do mais, a politica de subsidios tem tendência para a médio prazo acabar, ficando apenas em situações pontuais e funcionando como uma espécie de seguro como agora com o embargo do Putin.
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Re: GEOPOLÍTICA
Submarinos convencionais e o equilíbrio de forças na Ásia
Mais e mais potências menores da Ásia-Pacífico buscam submarinos de propulsão convencional para fazer frente à crescente força naval da China. As implicações estratégicas e tecnológicas são essenciais para compreender o presente e futuro da região.
Por Michael Raska - texto do Royal United Services Institute
Tradução, adaptação e edição - Nicholle Murmel
Em julho passado, a Coreia do Sul lançou a quinta unidade do submarino Type-214, o ROKS Yun Bong-il, um navio de propulsão diesel elétrica independente de ar (AIP) equipado com mísseis Haeseong-3. Esse episódio mostra um aspecto importante da competição crescente no leste da Ásia - cada vez mais, submarinos convencionais (SSKs) vêm se tornando a “plataforma preferida” de potências regionais para multiplicar sua froça em diversas missões contra potências maiores.
Esse tendência reflete a realidade estrtégica da região, e como ela está mudando, marcada por trajetórias conflitantes que têm origem em legados históricos não resolvidos, somados a desafios emergindo em termos de segurança. Esse panorama deriva principalmente da modernização qualitativa das Forças Armadas da China.
À medida em que Pequim expande seus interesses na busca de mais poder e pela reafirmação de sua importância geopolítica, o foco da odernização do Exército de Libertação Popular (ELP) está se deslocando da tradicional defesa do território e da antiga possibilidade de conflito com Taiwan para a projeção de poder até os chamados “mares próximos”, delimitados pela “primeira cadeia de ilhas” - entenda-se as ilhas Kuril, o arquipélago do Japão e Taiwan. Até 2030, Pequim prevê que sua influência alcance a “segunda cadeia de ilhas”, que inclui até mesmo a ilha de Guam, onde os Estados Unidos mantêm instalações militares.
Nesse contexto, a Marinha do ELP está se transformando gradualmente em uma Marinha regional de águas azuis, com aspectos ofensivos e defensivos simultaneamente, elementos de negação do mar e capacidade de expedião, ainda que limitada, e poder aéreo de apoio. Essa estratégia abrangente, que as autoridades chinesas chamam de “contra-intervenção”, é interpretada pelos Estados Unidos e e outras potências no Pacífico como uma tentativa de restringir o acesso e a liberdade de ação de suas respectivas forças em áreas de “interesse central” para Pequim. Essa postura tem grandes implicações para a segurança local, e o potencial de intensificar a modernização militar.
Com a ascenção econômica, política e militar da China, sustentada por 30 anos de crescimento econômico ininterrupto, o LP está gradualmente adquirindo meios de projetar poder em praticamente tdos os campos tecnológicos e militares. Em março deste ano, a China anunciou seu orçamento destinado à defesa - 131 blihões de dólares, 12,2% a mais do que no ano passado e marcando 17 anos seguidos de aumentos de dois dígitos nos investimentos militares. Os efeitos cumulativos são substanciais - uma cartela de plataformas aéreas, terrestres e navais chinesas cada vez mais sofisticadas e eficientes.
Um importante aspecto da estratégia de controle de área marítima da Marinha chinesa são as novas classes de submarinos de propulsão nuclear e também convencional. Os navios foram incorporados junto com vários outros avanços tecnológicos e de armamentos, como mísseis lançados de submarinos, mísseis antinavio e de cruzeiro, armas para guerra antissubmarina e sensores ISR. Juntos, esses produtos fermorçam a Marinha do ELP e permitem aos submarinos mais flexibilidade, endurance, alcance e letalidade.
Atualmente, a China opera ao todo 45 submarinos de seis classes diferentes - dois SSKs de produção nacional e quatro classes nucleares. Desde 2004, acredita-se que o país tenha comissionado 12 unidades da classe Yuan de submarinos convencionais, modificados progressivamente para comportarem sonares de maior frequência, atualizações nos sitemas de armas, redução de ruído e tecnologia AIP, que diminui a necessidade de esnorquel em duas semanas ou mais. Consequentemente, o sistema independente de ar estende o alcance e o risco de detecção.
A Marinha do ELP pode lançar até 20 novos Yuan utilizando tecnologias adaptadas de navios russos para motores diesel-elétricos alemães. Desde a metade da década de 1990, Pequim adquiriu 12 submarinos classe Kilo da Rússia, e há interesse em comprar pelo menos quatro embarcações de quarta-geração da classe Amur, ou mesmo um de quinta-geração da classe Kalina, ainda nos estágios iniciais de desenvolvimento nos estaleiros russos.
Em contrapartida, potências regionais no leste da Ásia estão respondendo a essa modernização qualitativa e revendo as prioridades para a modernização de suas forças., suas alianças e escolhas estratégicas no geral. O resultado não é uma corrida armamentista em si, com uma dinâmica de ação e reação em que armas são adquiridas com base em relações hostis. Em vez disso, se estabelece uma competição ou dinâmica armamentista caracterizada por uma mistura de pressões para cooperação e oposição, compra contínua de plataformas avançados, introdução de novos tipos de armamentos e, consequentemente, o desenvolvimento de capacidade militar sem precedentes.
No nordeste da Ásia, por exemplo, o Japão está repensando sua postura em termos estratégicos e de defesa nacional, e procura superar as limitações impostas pela Constituição pacifista pós-Segunda Guerra para conseguir flexibilidade operacional em respostas às circunstâncias na região, especialmente as disputas cerca das Ilhas Senkaku/Dayou. Em novembro do ano passado, o governo japonês inaugurou o primeiro Conselho Nacional de Segurança, seguido pela aprovação da primeira Estratégia Nacional de Segurança e pela reinterpretação da Contituição japonesa. Enquanto isso, as reformas da Coreia do Sul na área de defesa seguem, e os programas de aquisição não têm como objetivo apenas reforçar as capacidades contr as ameaças assimétricas da Coreia do Norte, mas também desenvolver capacidades aéreas e navais conjuntas que complementem os interesses de longo-prazo dos Estados Unidos, que através da política de “reequilíbrio”, pretende expandir sua posição como grande potência no Pacífico.
Com a mudança das prioridades estratégicas, Japão e Coreia do Sul buscam adquirir novos tipos de submarinos. O lançamento do quinto Type-214 coreano vem menos de um ano depois da entrada em serviço da classe Son Won-il, com 1.800 toneladas de deslocamento. A Marinha sul-coreana também planeja incrementar a atual frota de 14 submarinos com nove unidades do KSS-III, uma classe nova, de produção nacional com 3.000 toneladas de deslocamento, tecnologia AIP e sistema de lançamento vertical de mísseis. A Força de Autodefesa Marítima do Japão, por sua vez, lançou em outubro de 2013 o Kokuryu, sexto de dez navios da classe Soryu previstos. Equipados com sistema AIP Stirling e mísseis antinavio Harpoon, os Soryu são considerados os mais avançados dos 16 submarinos da atual frota japonesa.
Indo mais ao sul na região, o custo relativamente alto das aquisições e as exigências de manutenção impediram que outras nações asiáticas tivessem submarinos. Ao longo da última década, porém, Marinhas do Sudeste Asiático começaram a desenvolver suas prórpias frotas com a introdução de SSKs litorâneos mais capazs e mísseis antinavio e de cruzeiro lançados a partir de submarinos, que garantem a esses países projeção de poder inédita, ainda que limitada.
Por exemplo, até 2018 a frota submarina do Vietnã pode ser a maior na área após a entrega de quatro a seis unidades da classe Kilo adquiridas da Rússia, e projetadas para reconhecimento, patrulha e missões antissubmarinas e antinavio. Os navios serão equipados com mísseis de cruzeiro 3M-54. Nações vizinhas como Indonésia, Malásia e Singapura também estão expandindo ou atualizando seu contingente de submarinos. Entre 2007 e 2009, a Malásia recebeu dois navios da classe Scorpène, de fabricação francesa, equipados com mísseis SM-39 Exocet de lançamento subaquático. A alocação permanente dos navios na base naval de Kota Kinabalu, no leste do país, indica que a missão principal é assegurar a soberania da Malásia nas disputadas águas do Mar do Sul da China.
A Indonésia tem um plano ambicioso de aumentar sua frota para pelo menos seis submarinos e, no cenário ideal, até 2024 contar com 12 unidades - ponto-chave do objetivo nacional declarado de estabelecer uma “Marinha de águas verdes”. Em 2012, a Marinha indonésia anunciou a consumação de contrato no valor de 1,1 bilhões de dólares para três SSKs Type-209 d fabricação coreana, com design alemão que representa avanços significativos em relação aos dois U-209 atuais, em serviço desde 1981.
Enquanto isso, em novembro de 2013, Singapura anunciou um contrato com o estaleiro alemão ThyssenKrupp para adquirir dois submarinos Type-218SG, projetados para operações litorâneas e em águas rasas. Tailândia, Filipinas e Burma também mostraram interesse em comprar SSKs, apesar da pouca possibilidade por conta das restrições financeiras e desafios da segurança interna desses países.
Para as Marinhas do leste asiático, ter essas capacidades significa mais flexibilidade operacional, endurance, invisibilidade e alcance, o que lhes permite conduzir missões diversas, desde guerra antissubmarina até escolta, passando por inteligência, vigilância e reconhecimento e apoio a forças especiais. Os navios também atuariam junto com outros agentes de dissuasão e na defesa do território.
As aspiações desses países refletem a configuração estratégica que surge na Ásia, caracterizada por uma variedade de ameaças, incluindo assimetrias na negação de acesso e uso do mar, além de conflitos convencionais em escalas das menores às mais dramáticas em pontos de atrito tradicionais, como o estreito de taiwan e a península da Coreia. Esses acontecimentos coexistem com uma gama de desafios não-convencionais, como questões energéticas e segurança cibernética. TOdos esses elementos convergem para competições e disputas territoriais nos mares do Leste e do Sul da China.
Para combater esses desafios híbridos, China, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e, em menor grau, Taiwan vêm conseguindo cada vez mais ferramentas de projeção de poder, e submarinos no estado da arte são apenas um elemento. Ao mesmo tempo, a difusão de tecnologias de defesa avançadas em quase todos os níveis do teatro de operações também aumenta as demandas táticas e estratégicas, o que compele os países a se modernizarem, alimentando o ciclo armamentista. Fica claro que essa dinâmica está alterando o contexto estratégico em áreas de disputa no Sudeste asiático, particularmente no Mar do Sul da China, à medida que nações de pequeno e médio porte conduzem missões de inteligência e, talvez mais importante, representam “multiplicadores de força” credíveis para deter ou mesmo desbaratar a força naval chinesa.
Submarinos se tornarão bens estratégicos mais e mais valiosos nesse cenário, especialmente navios com propulsão independente de ar. Para Marinhas menores, com ênfase na defesa territorial no leste e sudeste asiático, esses atributos viabilizam uma estratégia de “negação do mar”. A invisibilidade dos SSKs também representa vantagem em termos de vigilância e reconhecimento, especialmente em águas rasas no Mar do sul da China e no Mar de Java. Os navios podem até ser identificados, mas nem sempre é possível determinar sua classe e nacionalidade, o que pode comprometer a capacidade de resposta do oponente, mesmo se tratando de uma grande potência.
No entanto, como acontece com várias inovações, a eficácia geral dos submarinos convencionais, não importa o quão avançados, será medida não apenas de acordo com suas especificações técnicas. Em vez disso, os marcadores de eficiêcnia serão o quão bem essas máquinas se integram à estrutura organizacional, à doutrina e aos conceitos operacionais de suas Marinhas. Submarinos sempre de prontidão requerem investimento de longo-prazo, força de trabalho altamente qualificada, desenvolvimento de infraestrutura e doutrina compatível para que se desenvolva uma força naval moderna que forme oficiais com até dez anos de estudo e experiência, além de marinheiros, operadores e engenheiros capazes de administrar e manter os sistemas de armas, propulsão e comunicação desses navios.
A diferença crucial de efciência entre os submarinos modernos que cada vez mais frequentam as águas da Ásia-Pacífico será, então, o treinamento, a experiência e habilidade de quem os opera.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... s-na-Asia/
Mais e mais potências menores da Ásia-Pacífico buscam submarinos de propulsão convencional para fazer frente à crescente força naval da China. As implicações estratégicas e tecnológicas são essenciais para compreender o presente e futuro da região.
Por Michael Raska - texto do Royal United Services Institute
Tradução, adaptação e edição - Nicholle Murmel
Em julho passado, a Coreia do Sul lançou a quinta unidade do submarino Type-214, o ROKS Yun Bong-il, um navio de propulsão diesel elétrica independente de ar (AIP) equipado com mísseis Haeseong-3. Esse episódio mostra um aspecto importante da competição crescente no leste da Ásia - cada vez mais, submarinos convencionais (SSKs) vêm se tornando a “plataforma preferida” de potências regionais para multiplicar sua froça em diversas missões contra potências maiores.
Esse tendência reflete a realidade estrtégica da região, e como ela está mudando, marcada por trajetórias conflitantes que têm origem em legados históricos não resolvidos, somados a desafios emergindo em termos de segurança. Esse panorama deriva principalmente da modernização qualitativa das Forças Armadas da China.
À medida em que Pequim expande seus interesses na busca de mais poder e pela reafirmação de sua importância geopolítica, o foco da odernização do Exército de Libertação Popular (ELP) está se deslocando da tradicional defesa do território e da antiga possibilidade de conflito com Taiwan para a projeção de poder até os chamados “mares próximos”, delimitados pela “primeira cadeia de ilhas” - entenda-se as ilhas Kuril, o arquipélago do Japão e Taiwan. Até 2030, Pequim prevê que sua influência alcance a “segunda cadeia de ilhas”, que inclui até mesmo a ilha de Guam, onde os Estados Unidos mantêm instalações militares.
Nesse contexto, a Marinha do ELP está se transformando gradualmente em uma Marinha regional de águas azuis, com aspectos ofensivos e defensivos simultaneamente, elementos de negação do mar e capacidade de expedião, ainda que limitada, e poder aéreo de apoio. Essa estratégia abrangente, que as autoridades chinesas chamam de “contra-intervenção”, é interpretada pelos Estados Unidos e e outras potências no Pacífico como uma tentativa de restringir o acesso e a liberdade de ação de suas respectivas forças em áreas de “interesse central” para Pequim. Essa postura tem grandes implicações para a segurança local, e o potencial de intensificar a modernização militar.
Com a ascenção econômica, política e militar da China, sustentada por 30 anos de crescimento econômico ininterrupto, o LP está gradualmente adquirindo meios de projetar poder em praticamente tdos os campos tecnológicos e militares. Em março deste ano, a China anunciou seu orçamento destinado à defesa - 131 blihões de dólares, 12,2% a mais do que no ano passado e marcando 17 anos seguidos de aumentos de dois dígitos nos investimentos militares. Os efeitos cumulativos são substanciais - uma cartela de plataformas aéreas, terrestres e navais chinesas cada vez mais sofisticadas e eficientes.
Um importante aspecto da estratégia de controle de área marítima da Marinha chinesa são as novas classes de submarinos de propulsão nuclear e também convencional. Os navios foram incorporados junto com vários outros avanços tecnológicos e de armamentos, como mísseis lançados de submarinos, mísseis antinavio e de cruzeiro, armas para guerra antissubmarina e sensores ISR. Juntos, esses produtos fermorçam a Marinha do ELP e permitem aos submarinos mais flexibilidade, endurance, alcance e letalidade.
Atualmente, a China opera ao todo 45 submarinos de seis classes diferentes - dois SSKs de produção nacional e quatro classes nucleares. Desde 2004, acredita-se que o país tenha comissionado 12 unidades da classe Yuan de submarinos convencionais, modificados progressivamente para comportarem sonares de maior frequência, atualizações nos sitemas de armas, redução de ruído e tecnologia AIP, que diminui a necessidade de esnorquel em duas semanas ou mais. Consequentemente, o sistema independente de ar estende o alcance e o risco de detecção.
A Marinha do ELP pode lançar até 20 novos Yuan utilizando tecnologias adaptadas de navios russos para motores diesel-elétricos alemães. Desde a metade da década de 1990, Pequim adquiriu 12 submarinos classe Kilo da Rússia, e há interesse em comprar pelo menos quatro embarcações de quarta-geração da classe Amur, ou mesmo um de quinta-geração da classe Kalina, ainda nos estágios iniciais de desenvolvimento nos estaleiros russos.
Em contrapartida, potências regionais no leste da Ásia estão respondendo a essa modernização qualitativa e revendo as prioridades para a modernização de suas forças., suas alianças e escolhas estratégicas no geral. O resultado não é uma corrida armamentista em si, com uma dinâmica de ação e reação em que armas são adquiridas com base em relações hostis. Em vez disso, se estabelece uma competição ou dinâmica armamentista caracterizada por uma mistura de pressões para cooperação e oposição, compra contínua de plataformas avançados, introdução de novos tipos de armamentos e, consequentemente, o desenvolvimento de capacidade militar sem precedentes.
No nordeste da Ásia, por exemplo, o Japão está repensando sua postura em termos estratégicos e de defesa nacional, e procura superar as limitações impostas pela Constituição pacifista pós-Segunda Guerra para conseguir flexibilidade operacional em respostas às circunstâncias na região, especialmente as disputas cerca das Ilhas Senkaku/Dayou. Em novembro do ano passado, o governo japonês inaugurou o primeiro Conselho Nacional de Segurança, seguido pela aprovação da primeira Estratégia Nacional de Segurança e pela reinterpretação da Contituição japonesa. Enquanto isso, as reformas da Coreia do Sul na área de defesa seguem, e os programas de aquisição não têm como objetivo apenas reforçar as capacidades contr as ameaças assimétricas da Coreia do Norte, mas também desenvolver capacidades aéreas e navais conjuntas que complementem os interesses de longo-prazo dos Estados Unidos, que através da política de “reequilíbrio”, pretende expandir sua posição como grande potência no Pacífico.
Com a mudança das prioridades estratégicas, Japão e Coreia do Sul buscam adquirir novos tipos de submarinos. O lançamento do quinto Type-214 coreano vem menos de um ano depois da entrada em serviço da classe Son Won-il, com 1.800 toneladas de deslocamento. A Marinha sul-coreana também planeja incrementar a atual frota de 14 submarinos com nove unidades do KSS-III, uma classe nova, de produção nacional com 3.000 toneladas de deslocamento, tecnologia AIP e sistema de lançamento vertical de mísseis. A Força de Autodefesa Marítima do Japão, por sua vez, lançou em outubro de 2013 o Kokuryu, sexto de dez navios da classe Soryu previstos. Equipados com sistema AIP Stirling e mísseis antinavio Harpoon, os Soryu são considerados os mais avançados dos 16 submarinos da atual frota japonesa.
Indo mais ao sul na região, o custo relativamente alto das aquisições e as exigências de manutenção impediram que outras nações asiáticas tivessem submarinos. Ao longo da última década, porém, Marinhas do Sudeste Asiático começaram a desenvolver suas prórpias frotas com a introdução de SSKs litorâneos mais capazs e mísseis antinavio e de cruzeiro lançados a partir de submarinos, que garantem a esses países projeção de poder inédita, ainda que limitada.
Por exemplo, até 2018 a frota submarina do Vietnã pode ser a maior na área após a entrega de quatro a seis unidades da classe Kilo adquiridas da Rússia, e projetadas para reconhecimento, patrulha e missões antissubmarinas e antinavio. Os navios serão equipados com mísseis de cruzeiro 3M-54. Nações vizinhas como Indonésia, Malásia e Singapura também estão expandindo ou atualizando seu contingente de submarinos. Entre 2007 e 2009, a Malásia recebeu dois navios da classe Scorpène, de fabricação francesa, equipados com mísseis SM-39 Exocet de lançamento subaquático. A alocação permanente dos navios na base naval de Kota Kinabalu, no leste do país, indica que a missão principal é assegurar a soberania da Malásia nas disputadas águas do Mar do Sul da China.
A Indonésia tem um plano ambicioso de aumentar sua frota para pelo menos seis submarinos e, no cenário ideal, até 2024 contar com 12 unidades - ponto-chave do objetivo nacional declarado de estabelecer uma “Marinha de águas verdes”. Em 2012, a Marinha indonésia anunciou a consumação de contrato no valor de 1,1 bilhões de dólares para três SSKs Type-209 d fabricação coreana, com design alemão que representa avanços significativos em relação aos dois U-209 atuais, em serviço desde 1981.
Enquanto isso, em novembro de 2013, Singapura anunciou um contrato com o estaleiro alemão ThyssenKrupp para adquirir dois submarinos Type-218SG, projetados para operações litorâneas e em águas rasas. Tailândia, Filipinas e Burma também mostraram interesse em comprar SSKs, apesar da pouca possibilidade por conta das restrições financeiras e desafios da segurança interna desses países.
Para as Marinhas do leste asiático, ter essas capacidades significa mais flexibilidade operacional, endurance, invisibilidade e alcance, o que lhes permite conduzir missões diversas, desde guerra antissubmarina até escolta, passando por inteligência, vigilância e reconhecimento e apoio a forças especiais. Os navios também atuariam junto com outros agentes de dissuasão e na defesa do território.
As aspiações desses países refletem a configuração estratégica que surge na Ásia, caracterizada por uma variedade de ameaças, incluindo assimetrias na negação de acesso e uso do mar, além de conflitos convencionais em escalas das menores às mais dramáticas em pontos de atrito tradicionais, como o estreito de taiwan e a península da Coreia. Esses acontecimentos coexistem com uma gama de desafios não-convencionais, como questões energéticas e segurança cibernética. TOdos esses elementos convergem para competições e disputas territoriais nos mares do Leste e do Sul da China.
Para combater esses desafios híbridos, China, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e, em menor grau, Taiwan vêm conseguindo cada vez mais ferramentas de projeção de poder, e submarinos no estado da arte são apenas um elemento. Ao mesmo tempo, a difusão de tecnologias de defesa avançadas em quase todos os níveis do teatro de operações também aumenta as demandas táticas e estratégicas, o que compele os países a se modernizarem, alimentando o ciclo armamentista. Fica claro que essa dinâmica está alterando o contexto estratégico em áreas de disputa no Sudeste asiático, particularmente no Mar do Sul da China, à medida que nações de pequeno e médio porte conduzem missões de inteligência e, talvez mais importante, representam “multiplicadores de força” credíveis para deter ou mesmo desbaratar a força naval chinesa.
Submarinos se tornarão bens estratégicos mais e mais valiosos nesse cenário, especialmente navios com propulsão independente de ar. Para Marinhas menores, com ênfase na defesa territorial no leste e sudeste asiático, esses atributos viabilizam uma estratégia de “negação do mar”. A invisibilidade dos SSKs também representa vantagem em termos de vigilância e reconhecimento, especialmente em águas rasas no Mar do sul da China e no Mar de Java. Os navios podem até ser identificados, mas nem sempre é possível determinar sua classe e nacionalidade, o que pode comprometer a capacidade de resposta do oponente, mesmo se tratando de uma grande potência.
No entanto, como acontece com várias inovações, a eficácia geral dos submarinos convencionais, não importa o quão avançados, será medida não apenas de acordo com suas especificações técnicas. Em vez disso, os marcadores de eficiêcnia serão o quão bem essas máquinas se integram à estrutura organizacional, à doutrina e aos conceitos operacionais de suas Marinhas. Submarinos sempre de prontidão requerem investimento de longo-prazo, força de trabalho altamente qualificada, desenvolvimento de infraestrutura e doutrina compatível para que se desenvolva uma força naval moderna que forme oficiais com até dez anos de estudo e experiência, além de marinheiros, operadores e engenheiros capazes de administrar e manter os sistemas de armas, propulsão e comunicação desses navios.
A diferença crucial de efciência entre os submarinos modernos que cada vez mais frequentam as águas da Ásia-Pacífico será, então, o treinamento, a experiência e habilidade de quem os opera.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... s-na-Asia/
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Re: GEOPOLÍTICA
Crise na Ucrânia pressiona economia da UE
O cessar-fogo com os separatistas pró-russos anunciado pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, não evitou um novo agravamento das sanções aplicadas por Bruxelas contra o Kremlin. Medidas que foram anunciadas no último dia da cimeira de chefes de Estado da NATO, em Cardiff.
A crise na fronteira sudoeste da Ucrânia continua a fazer estragos na economia da União Europeia (UE). Mario Draghi voltou esta semana a chamar a atenção para o problema. Portugal está pouco exposto ao comércio com a Rússia, ao contrário do motor da economia da UE, a Alemanha.
No final da reunião desta semana do Banco Central Europeu (BCE), o presidente da instituição, Mario Draghi, voltou a chamar a atenção para o facto, ao afirmar que “o aumento dos riscos geopolíticos pode ter um impacto maior na confiança empresarial e dos consumidores”. Por esta via, a crise entre a Rússia e a Ucrânia – duas partes da defunta União Soviética – é um contribuinte directo para uma das maiores ameaças que a economia da União enfrenta (e que é também uma das maiores dores de cabeça de Draghi): a deflação.
A falta de confiança de empresários e de consumidores resulta, por um lado, na estagnação do investimento privado e, por outro, na descida das taxas de consumo um pouco por toda a União Europeia – e estes são os dois vectores que em grande medida explicam uma inflação (tanto na UE como na zona euro), que dá mostras de não ter capacidade para chegar sequer perto da barreira dos 2%, considerada o mínimo para sustentar a recuperação credível da economia.
Motor a gripar
Entretanto, as sanções económicas que a UE já impôs à Rússia tiveram já um efeito visível: uma série de empresas com um elevado grau de exposição a Moscovo estão a entrar em regime de alerta vermelho. Enquanto Vladimir Putin tenta desvalorizar o efeito que as sanções estão a causar na economia russa – que habituou o mundo a crescimentos próximos dos 5% nos últimos anos – há empresas europeias que estão a aproximar-se perigosamente da falência.
E se, no caso português, este avatar inesperado do relacionamento da UE com países terceiros não é um problema – a Rússia nunca representa sequer 0,5% do total tanto como cliente como como fornecedor – passa-se precisamente o contrário com a Alemanha, o motor da economia da União, cuja parte oriental, a ex-RDA, tinha na ex-URSS o seu principal parceiro económico. E isso é, como Mario Draghi bem sabe, é uma péssima notícia para a Europa.
Mais de 55% das exportações da Alemanha continuam a ter como destino outros países da UE (França, Países Baixos e Reino Unido) – o mesmo sucedendo do lado dos fornecedores (Países Baixos, França e Itália). Mas o certo é que a Rússia surge no top 5 (cliente e fornecedor) quando a análise é feita para fora da UE; a Rússia chegou mesmo à categoria de terceiro maior fornecedor da Alemanha em 2012.
Em França, as ameaças da truncagem das relações económicas com a Rússia também começam a ser visíveis. Se outro exemplo fosse necessário, recorde-se o caso dos dois navios porta-helicópteros Mistral cuja venda à Rússia foi suspensa – de onde resulta a não-facturação de 1,2 mil milhões de euros e a provável obrigação de indeminização por quebra de contrato.
O mesmo se passa por maioria de razão com os países da União que pertenciam até 1989 ao lado de lá da chamada Cortina de Ferro e cujo relacionamento com a Rússia nuca sessou. Pelo contrário. Um exemplo: os sectores dos moldes e dos componentes automóveis vieram nos últimos dez anos a deslocalizar-se para os países limítrofes da Rússia (com graves danos para as economias portuguesa e espanhola, nomeadamente), como forma de responder ao aumento da produção automóvel na Rússia (entre outros países do Leste europeu).
UE paga alternativas
Ciente da pressão que as sanções patrocinam, a UE está a lançar mecanismos de combate às suas consequências. É neste quadro que se compreende o anúncio feito esta semana por Bruxelas de financiar com 30 milhões de euros a procura de novos mercados (leia-se: mercados alternativos à Rússia) para as indústrias agro-alimentares. E sendo os 30 milhões uma gota no largo oceano do orçamento da União, o certo é que uma gota que vai ser paga por todos os países, expostos ou não ao comércio com a Rússia.
No final, e se tudo correr bem (se correr mal, o melhor é nem sequer fazer contas), a UE ainda vai ter outra factura para pagar: a da ajuda à recuperação da economia (a ainda haver uma) da Ucrânia. Entretanto, no terreno, os obuses ainda não se calaram.
http://economico.sapo.pt/noticias/como- ... 00909.html
O cessar-fogo com os separatistas pró-russos anunciado pelo presidente ucraniano, Petro Poroshenko, não evitou um novo agravamento das sanções aplicadas por Bruxelas contra o Kremlin. Medidas que foram anunciadas no último dia da cimeira de chefes de Estado da NATO, em Cardiff.
A crise na fronteira sudoeste da Ucrânia continua a fazer estragos na economia da União Europeia (UE). Mario Draghi voltou esta semana a chamar a atenção para o problema. Portugal está pouco exposto ao comércio com a Rússia, ao contrário do motor da economia da UE, a Alemanha.
No final da reunião desta semana do Banco Central Europeu (BCE), o presidente da instituição, Mario Draghi, voltou a chamar a atenção para o facto, ao afirmar que “o aumento dos riscos geopolíticos pode ter um impacto maior na confiança empresarial e dos consumidores”. Por esta via, a crise entre a Rússia e a Ucrânia – duas partes da defunta União Soviética – é um contribuinte directo para uma das maiores ameaças que a economia da União enfrenta (e que é também uma das maiores dores de cabeça de Draghi): a deflação.
A falta de confiança de empresários e de consumidores resulta, por um lado, na estagnação do investimento privado e, por outro, na descida das taxas de consumo um pouco por toda a União Europeia – e estes são os dois vectores que em grande medida explicam uma inflação (tanto na UE como na zona euro), que dá mostras de não ter capacidade para chegar sequer perto da barreira dos 2%, considerada o mínimo para sustentar a recuperação credível da economia.
Motor a gripar
Entretanto, as sanções económicas que a UE já impôs à Rússia tiveram já um efeito visível: uma série de empresas com um elevado grau de exposição a Moscovo estão a entrar em regime de alerta vermelho. Enquanto Vladimir Putin tenta desvalorizar o efeito que as sanções estão a causar na economia russa – que habituou o mundo a crescimentos próximos dos 5% nos últimos anos – há empresas europeias que estão a aproximar-se perigosamente da falência.
E se, no caso português, este avatar inesperado do relacionamento da UE com países terceiros não é um problema – a Rússia nunca representa sequer 0,5% do total tanto como cliente como como fornecedor – passa-se precisamente o contrário com a Alemanha, o motor da economia da União, cuja parte oriental, a ex-RDA, tinha na ex-URSS o seu principal parceiro económico. E isso é, como Mario Draghi bem sabe, é uma péssima notícia para a Europa.
Mais de 55% das exportações da Alemanha continuam a ter como destino outros países da UE (França, Países Baixos e Reino Unido) – o mesmo sucedendo do lado dos fornecedores (Países Baixos, França e Itália). Mas o certo é que a Rússia surge no top 5 (cliente e fornecedor) quando a análise é feita para fora da UE; a Rússia chegou mesmo à categoria de terceiro maior fornecedor da Alemanha em 2012.
Em França, as ameaças da truncagem das relações económicas com a Rússia também começam a ser visíveis. Se outro exemplo fosse necessário, recorde-se o caso dos dois navios porta-helicópteros Mistral cuja venda à Rússia foi suspensa – de onde resulta a não-facturação de 1,2 mil milhões de euros e a provável obrigação de indeminização por quebra de contrato.
O mesmo se passa por maioria de razão com os países da União que pertenciam até 1989 ao lado de lá da chamada Cortina de Ferro e cujo relacionamento com a Rússia nuca sessou. Pelo contrário. Um exemplo: os sectores dos moldes e dos componentes automóveis vieram nos últimos dez anos a deslocalizar-se para os países limítrofes da Rússia (com graves danos para as economias portuguesa e espanhola, nomeadamente), como forma de responder ao aumento da produção automóvel na Rússia (entre outros países do Leste europeu).
UE paga alternativas
Ciente da pressão que as sanções patrocinam, a UE está a lançar mecanismos de combate às suas consequências. É neste quadro que se compreende o anúncio feito esta semana por Bruxelas de financiar com 30 milhões de euros a procura de novos mercados (leia-se: mercados alternativos à Rússia) para as indústrias agro-alimentares. E sendo os 30 milhões uma gota no largo oceano do orçamento da União, o certo é que uma gota que vai ser paga por todos os países, expostos ou não ao comércio com a Rússia.
No final, e se tudo correr bem (se correr mal, o melhor é nem sequer fazer contas), a UE ainda vai ter outra factura para pagar: a da ajuda à recuperação da economia (a ainda haver uma) da Ucrânia. Entretanto, no terreno, os obuses ainda não se calaram.
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Re: GEOPOLÍTICA
Eu fico impressionado com certas coisas que leio, a coisa é sempre a quebra da economia européia por parar de vender para os russos.
Impressionante mesmo a pujança e independência econômica dos russos, eles já nunca são afetados por nada, e os europeus não podem ficar sem esse comércio de maneira alguma devendo até sacrificar sua própria segurança para mante-lo.
São os super russos, os guardiões da galaxia.
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Re: GEOPOLÍTICA
09 de Setembro de 2014
Os americanos não querem mais ser a polícia do mundo
O presidente norte-americano, Barack Obama.
REUTERS/Larry Downing
Alfredo Valladão
Barack Obama anunciou que vai revelar, na véspera do aniversário dos atentados do 11 de setembro, a sua estratégia para combater e vencer o dito “Estado Islâmico”. Já era tempo. Poucos dias atrás o presidente americano declarava simplesmente que ainda não tinha nenhum plano para enfrentar esse movimento terrorista – e particularmente bárbaro – que já controla um enorme território no norte do Iraque e da Síria, e ameaça todos os Estados e governos do Oriente Médio, grandes e pequenos.
Obama vem sendo cada vez mais criticado pela sua tendência em protelar decisões difíceis, sobretudo quando envolvem o uso da força. “Não fazer besteira” é o mote da Casa Branca, escaldada pelos arroubos guerreiros irresponsáveis do antigo presidente Georges W. Bush. O primeiro mandatário negro dos Estados Unidos foi eleito para acabar com as guerras do seu antecessor e trazer de volta os “rapazes” para casa. E não está nada a fim de se empantanar em novos conflitos em regiões que o americano médio não sabe nem o nome. O problema é que o bonde do mundo e as ameaças não param para americanos descerem, e que de tanto não fazer nada para não fazer besteira cria-se besteiras ainda maiores.
Implosão do Oriente Médio
A emergência do perigoso “Estado Islâmico” tem muito a ver com a recusa de ajudar a oposição síria a derrubar a ditadura de Bachar Al-Assad, deixando apodrecer a situação e abrindo o caminho para a barbárie terrorista islamita. Tem também a ver com a retirada total e rápida dos últimos contingentes americanos do Iraque, deixando o presidente xiita Ali Al-Maliki com as mãos livres para impor uma política sectária contra a população sunita, jogando-a nos braços dos combatentes do Estado Islâmico.
Sem falar na vista grossa de Washington sobre o apoio financeiro e até militar das monarquias sunitas do Golfo a todos os movimentos islamitas ultrafundamentalistas da região. Com medo do Irã xiita e seus aliados na Síria, no Líbano e no Iraque, a Arábia Saudita ou o Catar acabaram favorecendo uma insurreição sunita que se transformou num verdadeiro “Frankenstein” militar-religioso que está provocando a implosão da região inteira.
E não foi só no Oriente Médio que Obama deixou de agir. O presidente americano não quis reagir seriamente à invasão da Geórgia pela Rússia em 2008. Também recuou na hora de cumprir a própria ameaça de punir o governo sírio pela utilização de armas químicas. Um governo defendido com unhas e dentes por Moscou. Não foi, portanto ilógico quando Vladimir Putin decidiu violar todas as regras do direito internacional anexando a Crimeia e intervindo militarmente no Leste da Ucrânia. E mesmo assim a resposta da Casa Branca foi só umas poucas sanções econômicas que por enquanto só fizeram cócegas aos hierarcas do Kremlin. A Ucrânia atacada e invadida não recebeu nem um começo de apoio militar consistente.
Grande coalizão
Na verdade, estamos assistindo à definição de uma nova doutrina estratégica para os Estados Unidos cansados de guerra e de ter que assumir responsabilidades pelos outros. Os americanos não querem mais ser a polícia do mundo. Agora, só vão mandar tropas quando considerarem que seus interesses imediatos estão em jogo, e os outros que se virem... ou se danem.
A idéia de Obama é que doravante os aliados terão que assumir a própria segurança. Os americanos poderão até ajudar com bombardeios e material, mas soldadinhos morrendo é para quem está na primeira linha. Contra o Estado Islâmico, Obama quer uma grande coalizão dos países árabes e dos europeus para combater os terroristas islâmicos.
E com relação à Ucrânia, o presidente americano está promovendo o renascimento da Aliança Atlântica e exigindo que a Europa aumente seus orçamentos militares e tome a dianteira no apoio ao governo de Kiev. Sem o poder militar americano garantindo, não pode haver estabilidade estratégica no planeta, mas os americanos não estão mais a fim de assumir o papel de mercenários para aqueles que não fazem nada, ou entram em qualquer aventura, com a certeza de que se a coisa der errado sempre vai vir a cavalaria do Tio Sam para tirá-los do buraco.
http://www.portugues.rfi.fr/geral/20140 ... a-do-mundo
- urss
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Re: GEOPOLÍTICA
motumbo escreveu:Eu fico impressionado com certas coisas que leio, a coisa é sempre a quebra da economia européia por parar de vender para os russos.
Wirtschaftskammer Österreich(WKO): in 2013 Russland war der zehntwichtigste Handelspartner Österreichs. Rund 55.000 Jobs hängen in Österreich direkt oder indirekt am Handel mit Russland. Etwa 1.200 österreichische Unternehmen exportieren Waren im Wert von zuletzt knapp 3,5 Mrd. Euro nach Russland
ou seja na Austria a russia é o decimo parceiro comercial, cerca de 55 000 Postos de trabalho dependem desse comercio direta ou indiretamente, cerca de 1200 empresas exportao para a russia em um Valor aproximado de 3,5 mil milhoes de euros
claro que nao vamos falir por isso, mas muito provavelmente com o tempo vao arranjar outros fornecedores e nós ficamos Sem esse mercado, ou seja as sancoes sao tiro no pé sim, mas claro que la para os lados de Portugal o mundo é cor de rosa porque eles nao exportam nem importam nada da russia, só se exportarem rolhas de cortica
Impressionante mesmo a pujança e independência econômica dos russos, eles já nunca são afetados por nada, e os europeus não podem ficar sem esse comércio de maneira alguma devendo até sacrificar sua própria segurança para mante-lo.
os Russos fornecem 30% do gaz consumido na Europa, nao existe alternativa no curto medio prazo, os Russos vao fechar a torneira? claro que nao! mas o preco pode sim comecar a subir e quando a Europa tiver alternativa eles estao virados para a asia
sacrificar a propria seguranca?
frases feitas Sem sentido, achas o que?
que o Putin vai invadir varsovia e Berlin?
vai mandar tanques para bratislava, praga e astear a bandeira da uniao sovietica em budapeste?
sinceramente nao entendo esse rancor pelos Russos, é torcida mesmo, só pode!
querias o que? que perdesse a base na crimeia, depois do golpe de estado que foi financiado e orquestrado todos nós sabemos por quem, ora Bolas isso de o Putin querer invadir a Europa é delirio puro!
a Europa só tem a ganhar com a russia e a russia a ganhar com a Europa! mas analizando esta questao friamente existe sim alguem que ganha com a deteroracao das relacoes entre a Europa e a russia! sabem quem? sabes quem ganha com a detereoracao do euro?
São os super russos, os guardiões da galaxia.
blablabla