GEOPOLÍTICA

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Re: GEOPOLÍTICA

#5521 Mensagem por Lirolfuti » Dom Abr 06, 2014 3:42 pm

Isolar a Rússia significa empurrá-la para a China
Ian Bremmer Presidente da Eurasia Group vê sanções à Rússia como o maior erro da diplomacia americana desde a Guerra Fria. E alerta: uma alinça Moscou-Pequim pode desafiar toda a estratégia de política externa do Brasil.

Renata Malkes


Fatos como a anexação da Crimeia pela Rússia parecem distantes do público brasileiro. Mas não estão - ao menos na realidade do G-Zero, termo cunhado pelo cientista político americano Ian Bremmer para descrever a atual realidade geopolítica, em "destruição criativa". Ele vê um mundo onde o grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G-7) tornou-se obsoleto, enquanto o G-20 e seus atores emergentes, como o Brasil, representam um bloco amplo demais para ser eficaz na criação de políticas uníssonas. Bremmer conversou com o GLOBO durante uma passagem pelo Rio para uma palestra no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI).

O que o presidente Vladimir Putin quer, de fato, na Ucrânia?

Putin quer dar um basta no declínio consistente do país nos últimos 20 anos. Perderam muito em energia, a economia está em colapso... Putin não vai desistir da Ucrânia. Ainda existe o sentimento de que aquilo ali é deles, de que a Rússia é uma grande nação. O governo russo deu aos ucranianos entre US$ 80 bilhões e US$ 200 bilhões nos 20 últimos anos. Não fizeram isso por diversão ou visando ao lucro, mas porque acreditam que aquele território é deles. Se alguém quiser forçar os russos para fora da Ucrânia, terá que fazer a eles algo que importe mais que a Ucrânia. Não temos essa possibilidade, não vai funcionar. Por isso, isolar a Rússia é má ideia. Se você isola a Rússia, empurra-a para a China, algo que ninguém deveria querer.

Há 40 mil soldados russos na fronteira. Por que mesmo diante da perspectiva de invasão, a diplomacia emperrou?

O Ocidente não entende que não se pode ganhar 100% na Ucrânia. Tudo o que foi feito nas últimas quatro semanas refletiu a percepção de que o Ocidente pode ganhar a Ucrânia. Esse é um erro terrível que vai nos custar caro. Esse é facilmente o maior erro de política externa que fizemos depois da Guerra Fria. As sanções até agora são basicamente a indivíduos, mas atingiram oligarcas e um banco russo. Vemos a retirada de recursos russos dos EUA para alocação no Brasil e em outros países. Durante o encontro do G7 na semana passada, anunciou-se uma nova reunião para discutir políticas energéticas, o que significa reduzir a dependência da Rússia. Se a Rússia vir europeus e americanos tentando outras fontes de energia, terá que fazer alguma coisa, pois sua economia não está boa. E a Rússia vai fazer: vai tentar ir à China. O encontro mais importante da política internacional deste ano será a viagem de Putin a Pequim em maio.

Uma aliança Rússia-China afeta os chamados Brics?

Apesar de diferentes, nenhum dos Brics votou na ONU a favor da condenação à Rússia. Nenhum está no G7. Obama diz que toda a comunidade internacional está a favor da Ucrânia. Então os Brics não fazem parte da comunidade internacional?! É verdade que até agora essa abstenção não se traduziu numa posição política coordenada, e a pergunta é se isso vai continuar assim. Por ora, acho que sim, em parte porque a economia americana está indo bem, o que importa para os Brics e para a China, pragmática. Mas a Rússia pode oferecer aos chineses algo que faça Pequim mudar de ideia. É possível. Se acontecer, o Brasil não apoiaria a Rússia. Mas se russos e chineses se unirem para criar uma nova organização e disserem a Brasil e Índia: 'Olha, não somos parte do G7, não somos parte da Parceria Transpacífica (TPP) e vamos nos unir'. Não acho que o Brasil se uniria a tal iniciativa, mas ficaria numa situação muito ruim. Vocês não querem estar nessa situação. Trotsky disse: "Às vezes você não quer a guerra, mas a guerra quer você".

O Brasil tradicionalmente recorre ao princípio de não ingerência em questões de outros países ...

O Brasil não quer ter que adotar posições em assunto nenhum. As abstenções brasileiras mostram isso, o Brasil não quer responsabilidade. Nem na Síria, na Crimeia, em lugar nenhum. É uma ótima posição para o Brasil, mas que não vai poder se sustentar por muito tempo.

Essas manobras russas podem mudar a agenda da 6ª Conferência dos Brics em julho, aqui no Brasil?

Pode ser. Mas não depende do Brasil. Por enquanto, o Brasil é um observador passivo. As escolhas serão feitas por russos e chineses, e os brasileiros vão torcer para que eles não façam escolha alguma. É isso que o Brasil quer. Não é interesse do Brasil ver os Brics uma organização mais forte, porque o Brasil quer ser uma economia global, trabalhar com todas as potências a longo prazo. Se tiver que escolher entre EUA e China, certamente vai escolher os EUA. Se os Brics ficarem mais fortes, como um bloco anti-Ocidente, anti-EUA, vai ser muito ruim para o Brasil.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... a-a-China/




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Re: GEOPOLÍTICA

#5522 Mensagem por Bourne » Dom Abr 06, 2014 5:47 pm

Existem pontos questionáveis, mais especificamente três.

O primeiro que a Russia é o maior país do mundo em extensão territorial, cheia de recursos naturais. e extremamente fechada. Qualquer mudança na estrutura de demanda energética e commodities dos grandes mercados ocidentais demorará uma ou duas décadas. Explorar a índia, china e outros países asiáticos seriam possibilidades, mas o problema é se eles pagam tão bem quanto europeus e o quando o mercado internacional estará disposto a pagar. Isolar os russos seriam complicado, mas mantê-los frágeis e sangrando nem tanto.

O segundo que os russos podem estar acuados e pedir socorro a China que leva a outro problema. Interessa aos chineses uma aliança de iguais e se a natureza anti-ocidental é coerente com os planos chineses de longo prazo. Não parece verificado, especialmente com os novos dirigentes de 30-40 anos que começam a ocupar posições chaves, portadores de ideias bem mais graduais e civilizadas de como tornar a china uma superpotencia do que os velhinhos. A ideia não é derrubar o sistema, mas sim tomar de assalto aos poucos, melhorando o nível de vida interno e força política e econômica internacional. Enquanto a Rússia é uma potencia europeia e dificilmente se subordinaria aos chineses ou qualquer um.

O terceiro é referente aos que os BRICs não são organizados e tem conflitos de interesses brutais que impossibilitam uma aliança. A enfase na relação entre China e India que representa um potencial confronto militar direto, não apenas político ou econômico. A relação dos chineses com os russos não é lá essas coisas. Como também não pode minimizar o papel de outros países emergentes gigantes como coreia, indonésia, turquia que estão por aí.

A leitura sobre o posicionamento do brasil é a mais próxima da realidade. Por que ao longo do século XX o país sempre buscou ser independente, sem ser aliado de fato de nenhuma potencia e nas últimas décadas acentuando um isolacionismo em relação a qualquer questão política internacional. Mesmo no breve período do Lula a defesa era do direito internacional e integração regional mantendo a neutralidade. O objetivo é fazer negócio e o resto não é da conta brasil. Simplesmente não sabe e não quer saber. Não é errada. Não existe motivo para brigar se não o que ganhar. Isso não é vídeo game. Se ocorrer o que Bremmer cogita o brasil vai continuar neutro.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5523 Mensagem por Bourne » Dom Abr 20, 2014 12:53 am

U.S. ground troops going to Poland, defense minister says

Fonte: http://www.washingtonpost.com/blogs/pos ... ster-says/

April 18 at 3:53 pm
epa04170362 Defense Minister of Poland Tomasz Siemoniak (R) and US Secretary of Defense Chuck Hagel (L) hold a joint news conference following their bilateral meeting at the Pentagon, in Arlington, Virginia, USA, 17 April 2014. Hagel and Siemoniak discussed how the Ukraine crisis affects the region and a planned missile defense system in Poland.

Poland and the United States will announce next week the deployment of U.S. ground forces to Poland as part of an expansion of NATO presence in Central and Eastern Europe in response to events in Ukraine. That was the word from Poland’s defense minister, Tomasz Siemoniak, who visited The Post Friday after meeting with Defense Secretary Chuck Hagel at the Pentagon on Thursday.

Siemoniak said the decision has been made on a political level and that military planners are working out details. There will also be intensified cooperation in air defense, special forces, cyberdefense and other areas. Poland will play a leading regional role, “under U.S. patronage,” he said.
But the defense minister also said that any immediate NATO response to Russian aggression in Ukraine, while important, matter less than a long-term shift in the defense postures of Europe and America. The United States, having announced a “pivot” to Asia, needs to “re-pivot” to Europe, he said, and European countries that have cut back on defense spending need to reverse the trends.

“The idea until recently was that there were no more threats in Europe and no need for a U.S. presence in Europe any more,” Siemoniak said, speaking through an interpreter. “Events show that what is needed is a re-pivot, and that Europe was safe and secure because America was in Europe.”
How likely is such a reversal on defense spending? Siemoniak said there was widespread support at a recent meeting of European defense ministers. “Now they’ll go back to their presidents, prime ministers and ministers of finance, and this will stop being easy,” he admitted. “But the impetus is very strong.”

The strongest impetus, he said, is not even Russia’s illegal annexation of Crimea, but President Vladimir Putin’s bald lies about Russian actions there and his exposition of a new doctrine allowing Russia to intervene in any country where Russian-speaking populations are, in Russia’s judgment, under threat. This poses a potential danger to the Baltic nations, which are members of NATO, and even more to Moldova, Belarus and central Asian nations that are not, he said.
Like President Obama, Siemoniak said it’s too soon to judge the agreement reached Thursday in Geneva to defuse tensions. He said he believes that Russia’s “special operation in eastern Ukraine didn’t go as planned” and that Putin may have decided to play a longer game.

“He holds different instruments that he can use to influence events in Ukraine,” Siemoniak said. Putin will keep in reserve the option of an outright military incursion, “but the political, military and financial costs would be gigantic.” The 46-year-old minister mused that until recently NATO was wondering what mission it would have, if any, once its troops came home from Afghanistan.
“Now we have an answer to that question,” he said.
Pentagon mulls deployment as Poland asks for 10,000 troops
Published time: April 19, 2014 06:57 Get short URL

Fonte: http://www.washingtonpost.com/blogs/pos ... ster-says/

US soldiers stand in front of a Patriot missile battery at an army base in the northern Polish town of Morag (AFP Photo)US soldiers stand in front of a Patriot missile battery at an army base in the northern Polish town of Morag (AFP Photo)

The Pentagon may deploy more ground troops in Poland, although the number may be much smaller than what the eastern European NATO member wants to see. Washington is seeking to reassure allies amid fears of a Russian aggression.

Warsaw and Washington may announce the deployment of additional American troops in Poland next week, Polish Defense Minister Tomasz Siemoniak said following a meeting with his US counterpart, Defense Secretary Chuck Hagel at the Pentagon on Thursday.

He added that Poland would play a leading role in the NATO build-up of troops in Eastern Europe, “under US patronage,” the Washington Post reported. He added that the US needs to “re-pivot” back to Europe from Asia to counter “Russian aggression” in Ukraine.

Siemoniak earlier called on the Pentagon to deploy as many as 10,000 American troops in his country. Poland already hosts some 100 to 150 US military servicing a battery of surface-to-air Patriot missiles, which was deployed in 2010 to give Warsaw more confidence for hosting elements of the NATO anti-ballistic missile shield in Europe.

The Polish minister’s calls were mirrored by NATO’s top military commander, Gen. Philip M. Breedlove, who said in an interview this month that one of the options the alliance has on the table is to move a 4,500-member combat brigade from Fort Hood, Texas, to Europe.

US Secretary of Defense Chuck Hagel(L) and Poland’s Minister of National Defense Tomasz Siemoniak(R) conduct a press conference April 17, 2014 (AFP Photo / Paul J. Richards)US Secretary of Defense Chuck Hagel(L) and Poland’s Minister of National Defense Tomasz Siemoniak(R) conduct a press conference April 17, 2014 (AFP Photo / Paul J. Richards)

The Pentagon so far has not given any details about the planned deployment, saying it has multiple options under consideration. But a senior US official told Fox news on Friday that around 130 soldiers may be sent to Poland on a rotational basis.

The US military also announced on Friday the dispatch of a US Army company of about 150 soldiers to Poland to take part in a two-week land-forces exercise.

NATO’s military response to the Ukrainian crisis was to deploy additional aircraft for patrols in European airspace and to send American warships into the Black Sea.

Relations between Russia and the West became strained after an armed coup in February deposed President Viktor Yanukovich following months of protests. Moscow considers the events to have been orchestrated by the EU and the US and does not recognize the post-coup authorities as legitimate.

Moscow reserved the right to use its military force in Ukraine, should massive violence occur there targeting ethnic Russians. It also accepted Crimea, when it voted to break up from Ukraine and become part of Russia. Russia is eyeing the ongoing turmoil in eastern Ukraine cautiously, where Kiev is trying to suppress anti-government protests with the use of military force.

NATO members in Eastern Europe are concerned that the Russian military is strong enough to defeat their national militaries and have been calling on the US to ensure their protection from possible aggression. Moscow believes that the alliance is seeking justification for its existence by blowing the tension over Ukraine out of proportion.
Isso quer dizer :x :lol:

Imagem

pelo menos, ir para a europa seja deve ser mais agradável do que algum lugar perdido na ásia ou oriente médio. Sem novidades. Era esperado e dentro dos procedimentos e projeto geopolítico da NATO pós-URSS.

Para convencer os polacos a serem a linha de frente contra os russos não precisa de muito. É claro que uma ajuda militar bilionária anual é muito interessante.

Bem vindos ao novo mundo mais perigoso. Agora aguardar notícias sobre reabertura do programa nuclear americano e escudo antimísseis. Com Obama não sei seria tão agressivo, mas os republicanos do tea party teriam orgasmos.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5524 Mensagem por J.Ricardo » Dom Abr 20, 2014 10:28 pm

A Polônia tem motivos históricos para não gostar da Rússia...




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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Re: GEOPOLÍTICA

#5525 Mensagem por Bourne » Dom Abr 20, 2014 10:41 pm

Liga não, os polacos também não gostam dos alemães, mas não são mais uma ameaça. :x

Então, aproveitam a onda e olham para o leste. Acredito que a Polônia vai ser a linha de frente da Europa oriental no cordão anti-russo da Europa oriental. Irá cumprir alegremente o mesmo papel da Turquia mais ao sul.

Antes que digam "a Russia tem armas nucleares. São invencíveis". Lembrem duas coisas.

Primeiro que armas nucleares são uma porcaria. Servem para evitar que o outro ataque, tanto que ninguém foi maluco de usar pós-1945 por que ninguém é maluco. Mesmo no auge da Guerra Fria seriam os últimos recursos, fruto de uma escalada militar e inicialmente para parar forças convencionais. Em última instância, os EUA também tem e podem retaliar o que cria o impasse para os dois lados não atacarem o outro.

Segundo que ter tropas polacas e de aliados da Europa oriental criam um potencial problema para os russos. A resposta será deslocar tropas terrestres, áreas e anti-aéreas para a fronteira, construindo mais escoador de recursos dificultando operações fora da região e enfraquecendo possíveis aventuras nas vizinhanças. Por que equipar e descolar uns 100-200 mil soldados não é uma coisa trivial.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5526 Mensagem por Penguin » Seg Abr 21, 2014 6:55 pm

Bourne escreveu:Liga não, os polacos também não gostam dos alemães, mas não são mais uma ameaça. :x

Então, aproveitam a onda e olham para o leste. Acredito que a Polônia vai ser a linha de frente da Europa oriental no cordão anti-russo da Europa oriental. Irá cumprir alegremente o mesmo papel da Turquia mais ao sul.

Antes que digam "a Russia tem armas nucleares. São invencíveis". Lembrem duas coisas.

Primeiro que armas nucleares são uma porcaria. Servem para evitar que o outro ataque, tanto que ninguém foi maluco de usar pós-1945 por que ninguém é maluco. Mesmo no auge da Guerra Fria seriam os últimos recursos, fruto de uma escalada militar e inicialmente para parar forças convencionais. Em última instância, os EUA também tem e podem retaliar o que cria o impasse para os dois lados não atacarem o outro.

Segundo que ter tropas polacas e de aliados da Europa oriental criam um potencial problema para os russos. A resposta será deslocar tropas terrestres, áreas e anti-aéreas para a fronteira, construindo mais escoador de recursos dificultando operações fora da região e enfraquecendo possíveis aventuras nas vizinhanças. Por que equipar e descolar uns 100-200 mil soldados não é uma coisa trivial.
De 2009...
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Next_100_Years




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Re: GEOPOLÍTICA

#5527 Mensagem por Bolovo » Seg Abr 21, 2014 10:29 pm

Olha, eu achei uma grande bobagem as visões desse cara.

EUA lindo.
Rússia se fragmenta e tem pedaços pegos por vizinhos (exatamente o oposto do que vemos hoje).
China se fragmenta.
Japão e Turquia tornam-se potências, atacam os EUA e começam a terceira guerra.
EUA vence e continua dominante.
México torna-se a maior ameaça aos EUA (???).

Olha o que a legalização da maconha tá fazendo nos EUA.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5528 Mensagem por Bourne » Seg Abr 21, 2014 10:50 pm

Traçar o cenário possíveis para os próximos três anos é complicado, imagina prever duas décadas a frente. [001]

Se no Brasil, Olavo de carvalho representa a direita contra o golpe comunista. Na Rússia, Alexander Dugin dizer (muito tem "dizem") ser mentor do Putin. vai que George Friedman é um vidente. Não vem com a história "eles tem PhD e são grandes cientistas sociais". Por que o pessoal dos alienígenas do passado também são doutores.

A questão da Polônia ser a nova base forte dos EUA na europa era visualizado nos anos 1990s. Agora existe justificativa geoestratégia e ameaça crível para os recursos necessários. Não precisa de magia negra para considerar a possibilidade.

Legal, na wikipédia, o nome está linkado com Igor Panarin, o russo que previu a desintegração dos EUA até 2010. O que quer dizer? Tem muito maluco nessa área que faz exoterismo e vendo o produto que tu queres. Uma hora ou outra ainda vão parar no history channel em algum programa sobre o futuro do mundo.

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Re: GEOPOLÍTICA

#5529 Mensagem por prp » Ter Abr 22, 2014 12:19 am

Essa porra desse seu avatar que não carrega nunca :evil: :evil: :evil: :evil: [087] [087]




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Re: GEOPOLÍTICA

#5530 Mensagem por LeandroGCard » Ter Abr 22, 2014 8:32 am

prp escreveu:Essa porra desse seu avatar que não carrega nunca :evil: :evil: :evil: :evil: [087] [087]
Já me convenci de que o avatar dele é o próprio sinal de "carregando"... :roll: .

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Re: GEOPOLÍTICA

#5531 Mensagem por Penguin » Ter Abr 22, 2014 9:44 am

Bourne escreveu:Traçar o cenário possíveis para os próximos três anos é complicado, imagina prever duas décadas a frente. [001]

Se no Brasil, Olavo de carvalho representa a direita contra o golpe comunista. Na Rússia, Alexander Dugin dizer (muito tem "dizem") ser mentor do Putin. vai que George Friedman é um vidente. Não vem com a história "eles tem PhD e são grandes cientistas sociais". Por que o pessoal dos alienígenas do passado também são doutores.

A questão da Polônia ser a nova base forte dos EUA na europa era visualizado nos anos 1990s. Agora existe justificativa geoestratégia e ameaça crível para os recursos necessários. Não precisa de magia negra para considerar a possibilidade.

Legal, na wikipédia, o nome está linkado com Igor Panarin, o russo que previu a desintegração dos EUA até 2010. O que quer dizer? Tem muito maluco nessa área que faz exoterismo e vendo o produto que tu queres. Uma hora ou outra ainda vão parar no history channel em algum programa sobre o futuro do mundo.

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Doutrina radical norteia ação de Putin na Ucrânia
Analistas veem influência do 'neoeurasianismo' sobre líder russo, que lamenta fim da URSS; teoria segue princípios extremistas de direita e esquerda
20 de abril de 2014 | 2h 02


ANDREI NETTO, CORRESPONDENTE / PARIS - O Estado de S.Paulo

Por trás da ofensiva da Rússia sobre a Ucrânia há mais do que interesses geopolíticos e econômicos. O presidente russo, Vladimir Putin, estaria sendo influenciado também pelo "neoeurasianismo", ideologia radical de inspiração nacionalista nascida nos anos 20 e reescrita após o desmoronamento da União Soviética.

Fiel à tradição e aos valores cristãos ortodoxos, a doutrina reúne princípios da extrema direita e da extrema esquerda na luta contra seus inimigos: os EUA, a Europa, o Ocidente, o liberalismo e a globalização.

A teoria reafirma o que qualifica de "identidade russa", nascida da fusão de eslavos e muçulmanos turcos. A Rússia seria um terceiro continente, situado entre a Europa e a Ásia. Antes de quase desaparecer no século 20, esta linha de pensamento opunha-se tanto ao Ocidente liberal, considerado decadente, quanto aos soviéticos, que baniram o cristianismo ortodoxo da Rússia, assim como seus valores tradicionalistas.

O renascimento do eurasianismo ocorreu após a queda do Muro de Berlim e da URSS, por meio do filósofo e cientista político Alexander Dugin. Filho de um agente da KGB, o intelectual se alinhou com os opositores de Boris Ieltsin, o primeiro presidente da Rússia após o fim do bloco soviético. Aliou-se também ao escritor dissidente Eduard Limonov na fundação do Partido Nacional-Bolchevique, cujo nome e bandeira não deixavam dúvidas sobre sua proximidade com o nazismo.

Em 1994, Limonov e Dugin se separaram. O primeiro fez uma guinada liberal e fundou o movimento Outra Rússia, de oposição a Putin. O segundo criou em 2002 um novo partido, o Eurásia, em atividade até hoje. Nos últimos 25 anos, Dugin ganhou influência em Moscou, onde ficou mais próximo de Putin e de Dmitri Medvedev. Por isso, o presidente russo adotou o discurso da ideologia, ressaltando a ideia de "tradição", cara à Igreja Ortodoxa russa, e recusando o multiculturalismo, o feminismo, o homossexualidade e o que chama de "valores não tradicionais" dos EUA.

"Com certeza, a ideologia do eurasianismo de Dugin influencia Putin", afirma a cientista política russa Tatiana Kastoueva-Jean, coordenadora do centro de estudo de Rússia do Instituto Francês de Relações Internacionais, de Paris. "A teoria de Dugin ressalta o papel específico e único da Rússia e corresponde à visão das autoridades russas."

Para a historiadora francesa Marlène Laruelle, pesquisadora do Centro de Estudos dos Mundos Russo, Caucasiano e Centro-Europeu, a ideologia não explica toda a política externa da Rússia, mas ajuda a entender seus desdobramentos. Um deles é o projeto de criação da União Eurasiática, com sede em Moscou, cujo tratado foi assinado em novembro de 2011 pelos os presidentes de Bielo-Rússia, Casaquistão e Armênia. O grupo incluirá Quirguistão e Tajiquistão a partir de 2015.

Ao convencer o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich a renunciar à ambição de um acordo de livre-comércio com a União Europeia, em novembro - evento que detonou o Movimento EuroMaidan, na Praça da Independência, em Kiev -, Putin planejava a inclusão da Ucrânia no novo bloco, expandindo-o para o oeste e incorporando, futuramente, membros como Geórgia, Moldávia e Armênia.

Na prática, a União Eurasiática reconstituiria a maior parte do território da URSS, cujo esfacelamento é considerado por Putin como uma das maiores tragédias do século 20. "O objetivo era manter a Ucrânia sob sua influência, fazendo-a participar de seu projeto de União Eurasiática, não admitindo sua 'deriva' em direção ao Ocidente", afirma Tatiana. "Esses objetivos estão bem comprometidos hoje."

Em entrevista a um jornalista francês militante do eurasianismo, em 2009, o Dugin foi claro: para ele, não existe povo ucraniano. "Nós somos contra o Estado-nação ucraniano porque ele é pró-americano, atlantista e antieurasiano", disse. "O povo da Ucrânia do leste e da Crimeia está agora em perigo de opressão e destruição."

Para o ucraniano Constantin Sigov, filósofo da Universidade Kiev-Mohyla e militante do Movimento Euromaidan, o eurasianismo tornou-se uma ideologia perigosa para todo o mundo. "Não há nada de bom na ideologia do eurasianismo. É uma salada sem coerência interna que busca elementos do comunismo, do socialismo, do nacionalismo, do cristianismo", diz Sigov, que vê no presidente russo o líder do movimento. "Putin é um louco e precisa ser parado enquanto há tempo."




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Re: GEOPOLÍTICA

#5532 Mensagem por Bourne » Ter Abr 22, 2014 11:44 am

Me recuso a acreditar que Alexander Dugin é o guru do Putin. É o mesmo que colocar Olavo de Carvalho para assessorar a política externa e planos estratégicos brasileiros. [001] :x

Esses caras são malucos que vendem livro e querem fama.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5533 Mensagem por Carlos Lima » Ter Abr 22, 2014 6:24 pm

Bourne escreveu:Me recuso a acreditar que Alexander Dugin é o guru do Putin. É o mesmo que colocar Olavo de Carvalho para assessorar a política externa e planos estratégicos brasileiros. [001] :x

Esses caras são malucos que vendem livro e querem fama.
O que não falta é maluco que vende livro e quer (e tem) fama.

[]s
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Re: GEOPOLÍTICA

#5534 Mensagem por Clermont » Ter Abr 22, 2014 6:44 pm

Bourne escreveu:Me recuso a acreditar que Alexander Dugin é o guru do Putin. É o mesmo que colocar Olavo de Carvalho para assessorar a política externa e planos estratégicos brasileiros. [001] :x

Esses caras são malucos que vendem livro e querem fama.
É o mesmo que colocar Marco Aurélio Garcia para assessorar a política externa e planos estratégicos brasileiros, em dois governos sucessivos do PT.

Esses caras são malucos que vendem livro, querem fama e em nome disso, nos meterem nas palhaçadas em Honduras, Bolívia, Paraguai, Venezuela etc. e tal.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5535 Mensagem por Bourne » Ter Abr 22, 2014 7:08 pm

O Marco Aurélio Garcia é um exemplo de erudição e responsabilidade comparado os malucos citados. Só faz o que faz por que o Lula mantém um certo apresso por ele e as ideias gerais, mas é um grande trapalhão isso é. O que para um país isolacionista e periférico é incapaz de causar um estrago mundial.

No caso dos EUA, Europa, Rússia e Ásia em geral ouvir demais um maluco pode dar problemas complicados de escalas globais. A regra é ter caras sérios e ponderados falando de planos, conflitos e potencial desenho de inserção internacional. Ninguém é maluco, a principio.

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Mudei o avatar. Um sinal dos meus contados referentes a eminente revolução comunista.




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