EUA comemoram retomada de negociação para a compra de novos caças pela Força Aérea Brasileira
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Eliane Oliveira, Roberto Maltchik e Jailton de Carvalho
BRASÍLIA – A notícia da reabertura das negociações para a compra de novos caças pela Força Aérea Brasileira (FAB) foi comemorada por um dos mais altos funcionário da equipe militar do presidente democrata Barack Obama, o secretário da Marinha, Ray Mabus. Em entrevista ao GLOBO, depois de reunião em Brasília com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, Mabus sinalizou que o uso progressivamente maior de biocombustíveis pelo robusto sistema de defesa americano pode pesar a favor dos interesses da Boeing, na disputa com o caça Rafale francês e o Gripen, da Suécia.
Mabus disse que os EUA mantêm a proposta inicial, mas acrescentou que os americanos estão determinados a permitir que, até 2020, metade da força da Marinha, com orçamento anual de US$ 150 bilhões e mais de 900 mil militares, seja movida por energia renovável.
- Se o F-18 for escolhido aqui, ele vai dividir a pesquisa e as aplicações práticas dos biocombustíveis. E eu quero dizer que a nossa relação de defesa com o Brasil é muito maior do que isso (a compra dos caças). Estamos contentes que o processo está aberto porque nós estamos absolutamente convencidos que o F-18 é a a melhor aeronave – afirmou.
Sob o comando do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a disputa estava praticamente decidida a favor da França. Lula não escondia sua preferência pelo modelo Rafale. Já boa parte da área militar defendia, nos bastidores, o sueco Gripen, produzido pela Saab.
Mabus assegurou que é “absurdo” o receio que algumas pessoas têm, incluindo autoridades brasileiras, em relação à Quarta Frota no Atlântico Sul. Disse que a presença dos equipamentos não significa qualquer ameaça à soberania do Brasil. E revelou que os navios americanos na região podem ser usados em projetos de cooperação para combater o narcotráfico e o tráfico de armas.
O diretor da Saab no Brasil, Bengte Janér, disse que vê com naturalidade a decisão do governo brasileiro de rever o processo de escolha dos aviões. Para ele, a prorrogação da concorrência não vai alterar o quadro atual da disputa entre a sueca Saab, com os caças Gripen NG, a americana Boeing, com os F-18 Super Hornet, e a francesa Dassault, com os Rafale. Janér não acredita na inclusão de outras empresas nem em alterações profundas nas propostas já apresentadas.
O embaixador da França Yves Edouard Saint-Geours não quis comentar o assunto. Mas diplomatas franceses dizem que não há problema na decisão do governo brasileiro de rever a disputa pelos caças. O ex-presidente Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, deram sinais de que a proposta da empresa francesa, que inclui transferência total de tecnologia, era a que mais se encaixava nos interesses estratégicos do governo brasileiro.
- Como o presidente Lula não tomou a decisão, a presidente Dilma precisará de mais tempo para estudar as propostas. Não é um adiamento – afirmou um auxiliar do embaixador.
FONTE: Extra.Globo.com
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
Matéria de 2009
Executivo da Lockheed Martin previu ‘redefinição’ do F-X2 em 2009
Em entrevista ao site britânico flight global, o presidente da Lockheed Martin para as Americas, Ron Covais, afirmou que a situação econômica mundial forçará uma redefinição do projeto F-X2 pelas autoridades brasileiras. Assim sendo, haveria espaço para a participação do F-35, produto em desenvolvimento da Lockheed, numa etapa posterior.
“Na minha opinião o F-X2 vai voltar para a gaveta” disse o executivo da Lockheed. ” E desta forma retomaremos as discussões com o Brasil durante a LAAD”, completou.
A Lockheed participou da concorrência com o F-16, mas foi eliminada junto com o Eurofighter Typhoon e o Sukhoi Su-35.
Os integrantes da Lockheed que virão para o Brasil para participar da LAAD acreditam que o F-X2 ser´anovamente adiado e que um “caça-tampão” será escolhido neste meio tempo.
A opinião do executivo da Lockheed segue na mesma direção da posição adotada pelos russos. Após a eliminação do Su-35 da concorrência do F-X2, eles já ofereceram participação da Embraer no projeto de um caça de quinta geração, e apresentaram uma nova proposta para ser reexaminada.
Pelo cronograma da FAB, a decisão do vencedor será em setembro deste ano e a disputa está entre o Boeing F/A-18E/F Super Hornet, o Dassault Rafale e o Saab Gripen.
A Lockheed não tem mais o interesse de divulgar o F-16 na América Latina, mas está apostando fortemente na venda de alguns exemplares do C-130J na região.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
KI
Lamentavel a inclusao de uma palavra alienigena ao texto como se dele fosse parte (Rafale). O forum nao ganha nada com isso.soultrain escreveu:21 de outubro de 2009
.........
DECISÃO FINAL X DISCIPLINA INTELECTUAL
Nós, profissionais da Força Aérea, ao longo da carreira, somos treinados e incentivados a tomar decisões. Nosso métier – voar e combater – pressupõe análise permanente do cenário que nos cerca, das condições das nossas aeronaves, das condições meteorológicas e operacionais reinantes, das condições das nossas equipagens de combate, de todas as variáveis, enfim, envolvidas no voo para decidirmos o que é melhor para a nossa missão.
Nossa rotina nos ensina e nos torna líderes naquilo que fazemos. Somos treinados para decidir, e decidir bem! Isso de alguma forma nos leva a ser extremamente críticos com alguma atitude diferente daquela que seria a nossa; até porque decisões erradas ou não apropriadas podem levar ao fracasso da missão e, por vezes, até à morte. Buscamos a perfeição e apenas o perfeito é aceito!
Nesse sentido, os puristas que me perdoem, somos até um pouco indisciplinados! Mas como alguém já disse, não são as respostas que movem o mundo, mas, sim, as perguntas, os questionamentos, e é assim que chegamos aos dias de hoje, de uma Força Aérea altamente operacional, doutrinada e coesa, à qual temos orgulho de pertencer!
Apesar disso, do nosso apurado espírito crítico, conclamo a todos a nos unirmos em torno de nosso comandante da Força Aérea e adotarmos como nossa a decisão que ele entender ser a melhor para a FAB. Rafale.
Todo e qualquer assessoramento já foi prestado, tudo que alguém havia de falar devia ter sido dito ao longo das análises feitas e, agora, temos que ter apenas uma escolha: a escolha que o comandante da Força Aérea tiver feito.
Esqueçamos nossas diferenças, nossos conceitos, nossas concepções, etc. Não podemos fazer como alguns ainda hoje fazem ao se manifestarem contra determinados projetos, décadas depois de eles terem sido implantados na Força. O que fazer com eles – jogar fora?
......
Brig. do Ar. Res. Teomar Fonseca Quírico
Piloto de Caça - Turma de 1970
Editado pela última vez por Penguin em Qua Jan 19, 2011 3:16 am, em um total de 2 vezes.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
A proposta da Boeing no Fx2 recebeu o apoio formal do DoD e do DoS.cb_lima escreveu:Agora captei o texto...
Enfim, é mais uma opnião... e acho que aqueles vídeos mostrando o embargo feito ao S Tucano e ao P-3 que são projetos mais recentes que o AM-X deveriam vir em seguida para completar...
[]s
CB_Lima
E com a visita dos Senadores Republicanos semana passada, e as delcaracões de apoio, espera-se também um apoio formal do Congresso Norte-Americano.
Se a obtivermos, ótimo.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
O embargo que o NJ resolveu com o embaixador? Que embargo frouxo! A proposito, qual foi a razao de tao curto embargo? Todo embargo tem uma razao, justa ou nao.knigh7 escreveu:A proposta da Boeing no Fx2 recebeu o apoio formal do DoD e do DoS.cb_lima escreveu:Agora captei o texto...
Enfim, é mais uma opnião... e acho que aqueles vídeos mostrando o embargo feito ao S Tucano e ao P-3 que são projetos mais recentes que o AM-X deveriam vir em seguida para completar...
[]s
CB_Lima
E com a visita dos Senadores Republicanos semana passada, e as delcaracões de apoio, espera-se também um apoio formal do Congresso Norte-Americano.
Se a obtivermos, ótimo.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
Dilma suspende escolha de caças da FAB / Primeira Página
18/01/2011
O País
Depois de o ex-presidente Lula ter manifestado total preferência pelos franceses Rafale, a presidente Dilma suspendeu o processo de escolha dos caças da FAB. Outros fabricantes, como os russos, também poderão participar.
Dilma decide suspender escolha de caças da FAB
Presidente resolve ampliar número de concorrentes; processo já estava em fase final e predileção era por franceses
Jailton de Carvalho e Geralda Doca
BRASÍLIA. A presidente Dilma Rousseff decidiu suspender o processo de escolha dos aviões de combate da Força Aérea Brasileira (FAB), que já estava em fase final, e abrir uma nova disputa. A presidente resolveu também ampliar o leque de concorrentes. Até agora, só três empresas disputavam a preferência da FAB: a francesa Dassault, com os caças Rafale; a americana Boeing, com os F18 Super Hornet; e a sueca Saab, com os Gripen NG. Essas propostas continuam na mesa, mas, agora, outros fabricantes também poderão participar da concorrência, como os russos que haviam sido desclassificados na disputa anterior.
Pressão internacional influenciou revisão
A presidente Dilma decidiu rever o processo de compra dos caças diante da forte pressão internacional. Fabricantes de vários países manifestaram interesse em vender aviões para a FAB, um negócio de bilhões de dólares, que pode ter forte impacto no desenvolvimento tecnológico do setor no Brasil. Há uma semana, o senador norte-americano John Mc- Cain, do Partido Republicano, teve uma reunião com a presidente para pedir que o governo brasileiro acolha a oferta apresentada pela Boeing na primeira etapa do processo de compra.
Até deixar o governo, o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva dava sinais de que preferia os caças franceses. Isto porque a Rafale incluiu no pacote de venda a promessa de transferir toda a tecnologia de produção dos aviões. Ao lon-go das análises técnicas dos caças, as empresas que participavam da disputa desde o início decidiram melhorar as ofertas. Em sua passagem pelo Brasil, McCain reafirmou o compromisso da Boeing de transferir tecnologia para o Brasil, da mesma forma que fez a Dassault.
— Isso (novo processo de escolha) já era esperado. Ela (a presidente) quer um estudo minucioso do que cada empresa está oferecendo. São relatórios complexos, uma decisão difícil, e é natural que ela queira mais informações para decidir com mais segurança — disse um oficial da Aeronáutica.
Teria pesado na decisão da presidente também as restrições orçamentárias. Com os cortes no Orçamento sugerido pela equipe econômica, o governo terá que eliminar despesas em quase todas as áreas. Com o adiamento da escolha, o governo ganha fôlego para reorganizar as finanças e, no futuro, bancar as elevadas despesas previstas numa compra dessa natureza. O processo de escolha dos caças vem se arrastando desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em 2009, o ex-presidente Lula recebeu o presidente francês Nicolas Sarkozy e até manifestou simpatia pela proposta francesa. Mas, em dezembro passado, quando o negócio parecia próximo de um desfecho, Lula disse que deixaria a decisão final para sua sucessora. No início deste mês, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, chegou a dizer que os estudos técnicos seriam mantidos e que o governo bateria o martelo em torno da questão ainda neste semestre.
Caso não seja uma "pegadinha".
Já que vamos ter que penar com M-2000, F-5 e AMX até o final dos tempos, a melhor opção (para mim, o crédulo) é iniciarmos o projeto, o desenvolvimento e a produção de nosso próprio caça e talvez até lá já tenhamos desenvolvido o que a FAB quer. Vamos empenhar a alma, mas será nosso e para nossas necessidades. Quem sabe pelo caminho não encontremos os parceiros certos! Este momento é o cavalo arriado passando na frente de nossos narizes!
Nóiiishshsh tá bem na fita! Num temo inimigo meishmo!
Iniciar nesta altura do campeonato um novo FX-3, com caças da atual geração (segundo a publicação acima, os concorrentes atuais continuam e entram os russos e quem mais quiser)?
Novas rfp's, novas desclassificações (russos inclusos ) , novos bafo's, novos vazamentos, novas cascas de bananas a serem jogadas na frente das propostas. Quantos anos demandará este novo processo?
Com a lenga lenga deste ritual a se perpetuar, vai ser difícil ver nosso país com uma defesa decente, principalmente os da "melhor idade".
Nóiiishshsh tá bem na fita! Num temo inimigo meishmo!
Iniciar nesta altura do campeonato um novo FX-3, com caças da atual geração (segundo a publicação acima, os concorrentes atuais continuam e entram os russos e quem mais quiser)?
Novas rfp's, novas desclassificações (russos inclusos ) , novos bafo's, novos vazamentos, novas cascas de bananas a serem jogadas na frente das propostas. Quantos anos demandará este novo processo?
Com a lenga lenga deste ritual a se perpetuar, vai ser difícil ver nosso país com uma defesa decente, principalmente os da "melhor idade".
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
A razão é que o Congresso não permitiu o negócio com o Brasil! "É muito grão para nosso bico"!Penguin escreveu:O embargo que o NJ resolveu com o embaixador? Que embargo frouxo! A proposito, qual foi a razao de tao curto embargo? Todo embargo tem uma razao, justa ou nao.knigh7 escreveu: A proposta da Boeing no Fx2 recebeu o apoio formal do DoD e do DoS.
E com a visita dos Senadores Republicanos semana passada, e as delcaracões de apoio, espera-se também um apoio formal do Congresso Norte-Americano.
Se a obtivermos, ótimo.
Simples assim.
Aos entusiasmados com as promessas dos EUA, sugiro aguardarem uma declaração, por escrito, do congresso estadunidense dando garantias de que não vão barrar as transferências solicitadas pela FAB e, principalmente, garantir que a entrega será completa, ou seja, não haverá embargos contra o Brasil no atendimento do contrato, porventura, assinado.
Um abraço!
Fernando Augusto Terra
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
Carlos Mathias escreveu:Amigo, não existe argumento técnico que possa barrar uma proposta russa.Cara vai ser melhor se apresentarem vai estimular a concorrência quem tem a ganhar somos nós...
Os BM podem estar aqui talvez ainda este ano, dependendo das conversas governo X governo, completos, operacionais, phuderosos, coisa como apenas o F-22 consegue fazer frente neste planeta.
O resto é isso, resto.
Somente se os EUA abertamente disserem, mais uma vez, que não nos permitem usar caças russos, com armas russas e sistemas russos, tudo sem nenhum controle por parte deles, nem sequer conhecimento de modos de operação e etc.
A FAB e suas armas passariam a ser uma incógnita técnica.
Seriamos recebidos com tapate vermelho (com trocadilho!) nas Red Flags da vida com nossos SU-35BM.
A FAB não quer de jeito nenhum, pois segundo uma forista escreveu aqui, "Jamais um caça russo voará com as cores da FAB!!!".
Posso quase afirmar que são as palavras textuais do companheiro repetindo a opinião da Força, segundo ele.
O que me espantou é que ele vibrou com essa bravata/constatação/fala expurgatória/sanitização.
Se a FAB realmente pensa assim, eu acho lamentável.
Se foi um a ordem de fora, piorou!
Mas como Maquéim veio aqui cagar ordens na nossa presidenta, ameaçá-la no início de seu madato, nada me surpreenderia.
Aos que estão adorando a Presidente revisar tudo, muito cuidado, pois ela pode chegar até à formação da bost-list, à antecipação da mesma, à facada nas costas de quem lhe está cochichando coisas nos ouvidos = Her Unger...
Se ele falar 10% das coisas que levaram à short-list, o cara que cagou o ENEM e etc, e o que lhe aconteceu, será um caminho a ser seguido pelos envolvidos em pernadas, lobis, vazamentos e afins.
Isso se ela já não está levando em consideração que o pessoal do lobi político jogou contra ela e o GF na campanha presidencial.
Ela deve saber dos vazamentos, quem vazou, quem patrocinou, quem arrumou os veículos para divulgar, enfim, os serviços de informação servem prá isso.
Ah!
A FSP foi o veículo oficial de uma certa campanha midiática pró um certo caça X, a mesma FSP que apoiou Serra abertamente, e etc.
Querem mesmo que ela revise tudo?
Mesmo?
De verdade?
Eu adoraria, sinceramente.
Mas, observarei daqui, com minha tônica geladinha e uma rodela de limão...
x2
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
Pois é...pirracinha das menininhas mimadas e desobedientes, atrasando um país e maculando a FAB.cb_lima escreveu:Na minha opnião isso é mais um episódio de:
FAB Embraer... FAB 1 Gav Ca... FAB GDA...
Infelizmente não é assim que essa disputa será resolvida... mas é mais uma das consequências de demorar quase 40 anos para trocar a aviação de caça...
Tomara que em uma próxima vez após a conclusão desse F-X aprendamos a lição e planejemos melhor... e não tentemos resolver todos os problemas dessas FABs de uma vez só...
Demorou muito e todos querem ter um lugar ao sol... acho que dá para entender toda essa confusão. A própria short-list não ajuda nada.
Mas é claro que infelizmente os russos não tinham vez mesmo, e o Typhoon é muuuuuuuuuuuuuuuuuito caro e para mante-lo é preciso de um compromisso ultra-sério além dos problemas "geopolíticos" que isso criaria com os nossos Hermanos (considero isso mais sério).
Com isso sobrou o F-16... imagina o inferno de lobbies e afins com F-16/F-18 em uma disputa junto com ou Gripen NG ou Rafale... Esqueçam ToT porque aí que não iriamos ver nada que preste Made in Brasil mesmoooooooo. No máximo aquela coisa de fazer manutenção aqui e ali com as suas devidas limitações e olhem lá...
Infelizmente só nos resta ler o que dizem e sugerem por aí... filtrar "muito" e aguardar...
[]s
CB_Lima
Vamos ter que esperar esse pessoal reformar ou ser decapitado. Isso é falta de couro e compostura!
Não duvidem que no planalto, o carrasco seja JoannaD'Arc!
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
Uma voz perdida em outubro de 2009soultrain escreveu:21 de outubro de 2009
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DECISÃO FINAL X DISCIPLINA INTELECTUAL
Nós, profissionais da Força Aérea, ao longo da carreira, somos treinados e incentivados a tomar decisões. Nosso métier – voar e combater – pressupõe análise permanente do cenário que nos cerca, das condições das nossas aeronaves, das condições meteorológicas e operacionais reinantes, das condições das nossas equipagens de combate, de todas as variáveis, enfim, envolvidas no voo para decidirmos o que é melhor para a nossa missão.
Nossa rotina nos ensina e nos torna líderes naquilo que fazemos. Somos treinados para decidir, e decidir bem! Isso de alguma forma nos leva a ser extremamente críticos com alguma atitude diferente daquela que seria a nossa; até porque decisões erradas ou não apropriadas podem levar ao fracasso da missão e, por vezes, até à morte. Buscamos a perfeição e apenas o perfeito é aceito!
Nesse sentido, os puristas que me perdoem, somos até um pouco indisciplinados! Mas como alguém já disse, não são as respostas que movem o mundo, mas, sim, as perguntas, os questionamentos, e é assim que chegamos aos dias de hoje, de uma Força Aérea altamente operacional, doutrinada e coesa, à qual temos orgulho de pertencer!
Apesar disso, do nosso apurado espírito crítico, conclamo a todos a nos unirmos em torno de nosso comandante da Força Aérea e adotarmos como nossa a decisão que ele entender ser a melhor para a FAB. Rafale.
Todo e qualquer assessoramento já foi prestado, tudo que alguém havia de falar devia ter sido dito ao longo das análises feitas e, agora, temos que ter apenas uma escolha: a escolha que o comandante da Força Aérea tiver feito.
Esqueçamos nossas diferenças, nossos conceitos, nossas concepções, etc. Não podemos fazer como alguns ainda hoje fazem ao se manifestarem contra determinados projetos, décadas depois de eles terem sido implantados na Força. O que fazer com eles – jogar fora?
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
E eu estava me referindo à esperança de ver o F-X2 terminado (no sentido de decidido) ainda no primeiro semestre de 2011...crubens escreveu:Caro Mapi, acho que entendeu errado ou eu não soube me expressar direito. Estava apoiando o Marino, não estava falando de mim mas dos outros no qual ele estava se referindo.Mapinguari escreveu: Verdade. O esperançoso morre bem antes...
Estava apenas completando sua expressão de uma forma que faz sentido...
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
E, se duvidar, elas terão colhões para decidir...gribel escreveu:Detalhe: Duvidar, teremos Brigadeiras pela primeira vez na história desse país.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
Esta fórmula mágica não é possível. Pode ser F-16 com F-35...Franz Luiz escreveu:Não entendo porquê se cogitar F-18 + F-35.
caso esta fosse a escolha rasgaria-se a END. Teríamos um 4,5 G de prateleira com no máximo integração de algumas
armas nossas (possivelmente). Quanto ao 5G (F-35) seria mais prateleiríssimo ainda, com no máximo alguns parafusos
fabricados aqui (desde que não fossem de partes importantes do caça).
Não acredito nesta hipótese a se continuar seguindo a END.
F-18 talvez, mas nunca F-35. Lá diz desenvolvimento. O F-35 já está em fase de finalmente
e os EUA não nos precisam neste projeto.
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
Se os Russos botarem o T-50 no meio os EUA vão fazer contra peso.
T-50, F-35 estão em desenvolvimento também...logo essa questão é furada.
F-16 + F-35 não é má opção contanto que a LM forneça tudo, F-16 Block 52
T-50, F-35 estão em desenvolvimento também...logo essa questão é furada.
F-16 + F-35 não é má opção contanto que a LM forneça tudo, F-16 Block 52
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Re: TÓPICO OFICIAL DO FX-2
O Teomar largou a mulher porque preferia dormir com uma maquete de F-5E...knigh7 escreveu:Aliás, seria interessante que vocês lessem todo o artigo:
PROJETO F-X2
ALGUNS COMENTÁRIOS A RESPEITO NA ANTEVÉSPERA DA DECISÃO
(Forum no27, fev 2010)
Este artigo está sendo (foi) escrito no dia 21 de outubro de 2009, na antevéspera da decisão sobre o vencedor do chamado Projeto FX-2.
Nesses últimos meses tenho sido questionado com bastante frequência a respeito do que eu acho desse processo de seleção do mais novo avião de caça que o Brasil vai comprar: quem vai ganhar, qual dos três aviões é o melhor etc. Companheiros da Força, amigos militares de outras forças, civis conhecidos e por vezes até desconhecidos (é impressionante a atração que o avião, em especial o avião de caça, tem sobre o homem comum!), eventualmente sabedores da minha condição de piloto de caça na reserva, todos querendo saber a minha opinião a respeito.
Eu sempre desconversei, no sentido de não tumultuar mais ainda um processo já por demais tumultuado, dentro da filosofia popular que diz que “peru de fora não se manifesta”! Um dia nós ainda vamos aprender a fazer como a Marinha, que compra 5 submarinos, um deles nuclear, troca de portaviões, compra aviões de caça, tudo com muito pouco ou quase nenhum ruído na mídia!
A todos, eu dizia que os três aviões eram muito bons, que todos atendiam as nossas necessidades operacionais, e que o mais importante seria aquilo que o Brasil iria ganhar além dos aviões. Dizia, ainda, que independentemente da minha opinião, o parecer que fosse assinado pelo oficial responsável pela equipe técnica de avaliação eu assinaria embaixo porque, conhecedor do perfil e do profissionalismo desse oficial, tinha a certeza de que o que ele indicasse sem dúvida nenhuma seria a melhor alternativa a ser adotada pela FAB e pelo Brasil.
Naturalmente que tenho uma opinião em relação ao assunto e em respeito aos amigos que me questionaram em tempos atrás, resolvi colocar minhas considerações no papel neste momento, na antevéspera da decisão a ser tomada, mas somente tornando-a pública após o anúncio do projeto vencedor. Se não o fiz no passado para não tumultuar o processo, faço-o agora, antes da decisão, para não ser contaminado ou influenciado pelos comentários que certamente irão surgir e para não dar uma de “engenheiro de obra pronta”, figura que sempre abominei ao longo da minha carreira.
Naturalmente que faço isso com a irresponsabilidade da reserva, por não ser conhecedor de qualquer aspecto das propostas apresentadas e baseado apenas no sentimento e experiência angariados em mais de trinta anos de serviço dedicados em especial à aviação de caça do Brasil. Claro que é fácil falar quando não se tem a responsabilidade de uma decisão, mas dentro do mais puro espírito da “Tribuna Livre do Piloto de Caça” aí seguem minhas considerações.
1 - QUAL DOS TRÊS AVIÕES É O MELHOR ?
Para quem voa Mirage 2000, F-5E modernizado, A-1A/B ou AT-29 “é ruim” dizer que um Rafale, um F-18E/F ou mesmo um Gripen não atendem às nossas necessidades operacionais!
Costumo comparar a situação com aquela em que um proprietário de um Monza 87, com o dinheiro da poupança no bolso, procurando um automóvel novo para comprar, recebeu ofertas de um Peugeot/Citroen último tipo, de um Cadillac também último tipo, bem como de um Volvo não menos atualizado; é difícil para o cara dirigindo aquele Monza antigo dizer que qualquer dos carros ofertados não atendem a sua necessidade de transporte! Entretanto, se além do automóvel um fornecedor pouco ou nada oferece, um outro dá um ano de seguro total gratuito e o terceiro oferece, além do seguro gratuito, dois anos de assistência técnica e de peças de reposição também gratuitos, com quilometragem livre, agora nosso bravo proprietário do Monza já teria algumas vantagens adicionais em escolher um ou outro automóvel.
Ou seja, o que menos importa nessa competição é o avião, uma vez que todos, com certeza, atendem às nossas necessidades operacionais; o que importa mesmo é o que o Brasil vai receber ALÉM dos aviões!! A diferença está aí e, nesse sentido, estão certíssimas nossas autoridades que dizem que a transferência de tecnologia é que será o fator primordial para a decisão, muito embora essa expressão – transferência de tecnologia – mereça algumas considerações que serão feitas ao final.
Mas o que importa no momento é ressaltar que o fator de decisão não deve ser o avião, mas o pacote de benefícios que o Brasil irá receber além da aquisição pura e simples das aeronaves. A partir deste raciocínio, mesmo o homem comum, principalmente aquele ligado às coisas da aviação, já tem condições de fazer um prejulgamento considerando o histórico dos três países envolvidos na disputa.
2 - FRANÇA (RAFALE), EUA (F-18E/F), SUÉCIA (GRIPEN NG)
Novamente falando, todos os comentários a seguir eu os faço irresponsavelmente a partir da experiência acumulada ao longo da carreira, uma vez que não tive acesso a qualquer informação pertinente à disputa, além daquelas que se tornaram públicas pelos meios da imprensa. Minha experiência com os franceses é a pior possível, vem de longa data, desde o início da minha carreira como piloto de caça, e a não ser que de alguma forma nossos amigos gauleses tenham mudado radicalmente e expressado isso nos documentos apresentados (o que também não garante nada!), minha opinião é de nem levá-los em consideração ab initio!
Ela se inicia com a comparação das publicações técnicas vindas com o Mirage III com aquelas que trouxemos junto com os nossos F-5. Basta pegar as TO-1 de ambas as aeronaves e se verá a pobreza das informações contidas na TO do Mirage em comparação com aquelas existentes na do F-5. Tradicionalmente as publicações técnicas francesas pouco informam de importante, em comparação com o nível de informações contidas nas publicações americanas, por exemplo. Gráficos de desempenho, gráficos de combate... basta comparar e ver a diferença entre elas!
Além disso, minha experiência com eles passa pela definição do canhão que equiparia a série das nossas aeronaves AMX. Poucos sabem, mas nossos protótipos de A-1 foram ensaiados com o canhão DEFA 554, uma versão melhorada daqueles canhões que equipavam nossos Mirage III. Pois bem, depois de toda uma campanha de ensaios feita com o DEFA 554, na hora em que fomos colocar nosso pedido de compra para a série, nossos amigos franceses colocaram tanta dificuldade e tanto sobrepreço que, a despeito de todo o gasto que teríamos para ensaiar um novo canhão, saiu mais barato e conveniente trocarmos de armamento e começarmos tudo de novo, com um novo canhão de um outro país que poderia, inclusive, ser produzido no Brasil!
Essa experiência ruim continua com a gestão do contrato da troca dos helicópteros “Puminha” pelo Super-Puma onde, a despeito de contratualmente constar a implantação de um banco de provas do motor, para evitar o tremendo gasto das revisões gerais feitas na França, tivemos que suar várias camisas para convencer nossos amigos gauleses a simplesmente cumprirem as cláusulas previstas contratualmente com que eles haviam concordado e assinado! E saí da logística sem saber se eles efetivamente cumpriram o contrato ou se estamos até hoje mandando nossas turbinas para fazerem revisão geral na França! E falando em logística, só quem trabalhou nessa área para saber o elevadíssimo custo de manutenção dos produtos franceses, quase que inviabilizando, economicamente, a operação desses equipamentos.
Quanto à transferência de tecnologia, bem, basta alguém procurar saber hoje, passadas algumas dezenas de anos, qual é o índice de nacionalização dos nossos helicópteros Esquilos montados em Itajubá para se ter uma idéia da filosofia francesa em relação ao assunto. Um companheiro antigo da Força costuma dizer que a diferença entre o americano e o francês é que o americano pouco ou nada entrega, mas aquilo que ele se comprometeu a entregar ele o faz; já o francês, promete que vai entregar mundos e fundos e, ao final, apesar de compromissado e assinado, pouco ou nada entrega!
Eliminados os franceses restam, portanto, dois competidores.
3 - EUA (F-18E/F) x SUÉCIA (GRIPEN NG)
Ainda baseado na minha experiência de carreira e uma vez mais irresponsavelmente falando, entendo que a solução de menor risco é a americana, enquanto a alternativa que nos daria a maior independência é a sueca.
A solução americana é a de menor risco, uma vez que há centenas de F-18E/F voando em diversos países, com alguns milhares de horas de voo acumuladas, além de ser o avião de primeira linha de combate da marinha americana nos dias de hoje. A versão ofertada é a do Super-Hornet (F-18 E/F) e não a do Hornet antigo (F-18 A/B ou mesmo C/D). Isso nunca tivemos antes, uma vez que os americanos sempre nos ofertaram aviões de segunda linha e que não estavam sendo empregados operacionalmente pelas suas próprias forças armadas.
A FAB já possui longa tradição em operar aeronaves americanas, temos já toda uma cultura operacional assimilada bem como uma completa cadeia logística implantada com nossos amigos americanos do norte. Táticas de combate, canais de suprimento, escritórios de ligação, tudo implantado e funcionando (bem)! Além disso, se olharmos para frente e visualizarmos necessidades futuras para o nosso País, há já uma versão de combate eletrônico dessa aeronave, bem como ela própria é uma versão embarcada que poderia vir a preencher uma eventual necessidade futura da nossa marinha de guerra, com todas as vantagens que isso possa significar para ambas as Forças e para o nosso País.
Como ponto negativo, tradicionalmente nossos amigos do norte não fornecem os armamentos e os equipamentos mais atualizados e que na guerra fazem a diferença! Podemos até tentar, mas penso que dificilmente eles nos cederiam tudo aquilo que desejamos, seja por filosofia política seja pela arrogância típica americana! Entretanto, o pouco ou o muito que conseguirmos obter nas negociações de agora, ANTES da indicação da aeronave vencedora, certamente iremos receber; tradicionalmente os americanos cumprem o assinado em contrato, sem grandes desgastes por parte do contratante.
Se a alternativa americana é a de menor risco, é porque a solução sueca tem um risco maior. E isso é debitado ao fato de que a aeronave ofertada de fato não existe, é um projeto em desenvolvimento, com todos os riscos e custos que isso possa significar. Paradoxalmente, é exatamente por isso – ser um projeto em desenvolvimento – a razão para a maior independência que o nosso País teria ao operar essa aeronave. Por estar em desenvolvimento, poderíamos desde já participar com as nossas empresas em projetos, processos, testes, ensaios, fabricação, etc., nas áreas de nosso maior interesse, nos mesmos moldes utilizados do desenvolvimento da aeronave AMX, com uma grande e marcante diferença, com toda a experiência do que deu certo e do que não deu certo naquele projeto!
Essa é a única forma de se ter independência, é conhecer o porquê (know-why) das coisas, e não apenas o como fazer (know-how) dessas coisas. É importante ressaltar que a forma de participação nesse desenvolvimento, as áreas em que atuaríamos, os compromissos e documentos que norteariam esse trabalho, tudo que dissesse respeito a isso teria de ser definido e assinado ANTES da indicação do projeto vencedor, enquanto o poder de barganha está conosco; se deixarmos para depois, o poder de barganha passa para o outro lado e só teremos aquilo que ele quiser nos dar!
Quanto ao risco em escolher uma aeronave em desenvolvimento, em minha opinião esse risco é bem reduzido; não podemos esquecer que a versão ofertada (Gripen NG) é uma versão melhorada de uma aeronave já existente e voando em diversas Forças Aéreas no mundo, e que a Suécia é um país com grande tradição e sucesso no desenvolvimento de aeronaves de caça, com soluções pioneiras que, posteriormente, algumas delas se tornaram presentes em outras aeronaves (a aerodinâmica utilizando o duplo delta da aeronave Draken, a superfície canard totalmente móvel usada no Viggen, o trem de pouso principal em tandem e o uso de reverso no motor do mesmo Viggen).
Além do mais, a experiência que tivemos recentemente com os suecos no desenvolvimento da versão de vigilância aérea da aeronave E-99, utilizando o radar Erieye, sugere que teríamos um ambiente de extrema e profícua colaboração entre os dois países e as empresas participantes. Bem, depois de tanto falar, resta ainda a pergunta – qual dos dois projetos seria, em minha opinião, o melhor para o nosso País: o de menor risco (Super-Hornet) ou o da maior independência (Gripen NG)?
O cachimbo deixa a boca torta, assim diz um dito popular. Talvez por ter participado do desenvolvimento da aeronave AMX, por ter percebido as chances enormes que nosso País teve em termos de obtenção de conhecimento, tecnologia, trabalho com elevado valor agregado, etc., por ser um incorrigível entusiasta da indústria nacional sou levado a dizer que, em minha opinião, a melhor solução a ser adotada pelo Brasil é a solução sueca. Já que, por definição, todos os aviões atendem às nossas necessidades operacionais, participar do desenvolvimento da versão NG da aeronave Gripen, com nossos amigos suecos, certamente é a alternativa que maior possibilidade dá de transferência de tecnologia e aquisição de conhecimentos para o nosso País.
E em relação a isso – Transferência de Tecnologia – vale a pena fazer alguns comentários em função de experiências passadas.
4 - TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA : FALÁCIA OU PANACÉIA ?
Ao longo de todo esse processo de escolha tenho ouvido diversos companheiros se manifestarem a respeito da cláusula mandatória de transferência de tecnologia (Off-set) a que todos os fornecedores de alguma forma devem aderir.
Muitos entendem que isso, ao final, de nada vale, pois na prática ninguém transfere conhecimento que custou milhões e milhões de dólares para ser obtido simplesmente porque está vendendo um determinado equipamento. Além do mais, transferir tecnologia pressupõe alguém capacitado em receber, seja em termos materiais e humanos, e aí o problema se agiganta pelo fato de termos pouca ou nenhuma empresa em condições. Da minha parte, eu sou um eterno entusiasta da política de Off-Set, convicto de que para um País como o nosso, com todas as nossas dificuldades, ela é a única forma de desenvolvimento científico e tecnológico capaz de superar o imenso gap existente entre nós e as nações mais desenvolvidas.
Entretanto, da mesma forma que sou um incorrigível entusiasta em incentivar a indústria aeroespacial brasileira, eu sou um eterno frustrado pelos resultados obtidos até agora pelo nosso País, em especial pela Força Aérea.
Recordo neste instante uma frase do Maj Brig José Rebello Meira de Vasconcellos, herói da FAB e veterano piloto de caça com 93 missões na Segunda Guerra Mundial, que dizia num outro contexto, mas que se pode usar para o tema em discussão: “Não se pode ensinar nada a quem não quer aprender e não se aprende nada sem que alguém saiba ensinar”!
Neste instante em que estamos definindo todos os aspectos concernentes à transferência de tecnologia que o vencedor da concorrência terá que cumprir, é bom olharmos para a experiência e resultados que a FAB obteve com o Programa de Industrialização Complementar (PIC) do programa AMX para não cometermos os mesmos erros que nos levaram a resultados tão pífios para o montante investido.
Em minha modesta opinião, o Programa AMX, por meio desse PIC, oferecia (e dava) o paraíso que qualquer empresário sempre desejou: aquisição de tecnologia de ponta em determinadas áreas, capacitação de pessoal, ampliação e adequação de instalações, aquisição de máquinas e equipamentos e, talvez o mais importante, uma carga de trabalho garantida por várias décadas (enquanto a aeronave estivesse voando!).
Naquela ocasião, selecionou-se um leque de empresas para receberem esse pacote por meio de um contrato de capacitação tecnológica e de industrialização de determinados equipamentos, e o resultado que temos hoje é ZERO ou muito próximo de ZERO! À exceção da EMBRAER, quase todas as demais empresas desapareceram, obviamente após receberem todo o pacote governamental de bondades, de forma que hoje temos que recorrer ao exterior para fazer revisões gerais dos nossos equipamentos.
Chegamos a montar uma fábrica completa para a fabricação de trem de pouso e componentes hidráulicos e qual é o resultado que temos hoje? Na área do motor, chegamos a comprar a sublicença de fabricação de componentes com alto teor tecnológico para que pudéssemos ter uma empresa capacitada a, no futuro, revisar nossos motores internamente, fabricar componentes e, eventualmente, até desenvolver motores aeronáuticos... e o resultado hoje é nenhum. Nossos motores de AMX tem que ser enviados para o exterior para revisões gerais com todo o enorme custo financeiro que isso significa.
E não adianta considerar que a posse de uma Golden-Share por parte do governo na composição acionária da empresa é garantia de que tudo irá correr conforme desejamos, porque na prática isso pouco adianta se não sabemos como e quando usar essa Golden-Share, ou tivermos vontade política para usar. Recordo-me de, ainda na ativa, ouvir de oficiais mais antigos, por diversas vezes, em situações em que estava gerenciando o desenvolvimento de algum sistema, um quase mantra: “Nós não queremos repetir os erros do AMX”!
Embora defenda com todas as forças o Programa AMX, seja pela aeronave fantástica que ele forneceu à Força Aérea, seja pelos pequenos, mas significativos resultados tecnológicos obtidos no desenvolvimento do avião, sou forçado a concordar que certas filosofias de Off-Set, de transferência de tecnologia, etc. não deram certo e que é importante que, neste momento, nos voltemos para as experiências vividas no passado para não cometermos os mesmos erros.
Transferência de tecnologia não é falácia, mas também não é a solução para todos os nossos problemas. O leque de empresas que temos é esse que existe aí, para o bem ou para o mal; eventualmente podemos até recorrer a uma multinacional que aqui venha a se estabelecer! Os pífios resultados do passado não justificam que não tentemos mais uma vez. A Força Aérea sempre foi assim, sempre considerou as necessidades do País antes da sua própria necessidade; assim foi no passado e assim terá que ser agora. É a única forma de legarmos um País melhor a quem nos seguirá!
5 - DECISÃO POLÍTICA X DECISÃO TÉCNICA
Durante o processo de seleção conduzido pela Força Aérea muito se falou de que a decisão seria política e não técnica. O próprio Presidente da República manifestou publicamente que, ouvida a Força Aérea, a decisão seria dele e de ninguém mais. Creio que ele está mais do que certo e que ninguém jamais colocou isso em dúvida, pelo menos no âmbito da Força Aérea! Uma aquisição dessa monta, envolvendo uma imensa soma de recursos, com uma gama infindável de impactos na área geopolítica, tem que levar em conta os interesses maiores da nação e que somente o Presidente da República tem condições de avaliar concretamente.
Entretanto, decisão política não significa uma decisão qualquer. Decisão política deve obedecer a pressupostos básicos que irmanam a nação em torno de seus objetivos nacionais permanentes e não, apenas, as conveniências do momento. Decisão política também exige explicações e justificativas coerentes a serem prestadas a toda a sociedade brasileira. Enganam-se aqueles que pensam que quanto maior o nível funcional menor é a necessidade de explicações e justificativas de seus atos! É exatamente o contrário, pois maiores e mais amplas são as implicações daquilo que fazem e que falam!
Nesse sentido, quanto mais completo, consistente e baseado em avaliações objetivas for o relatório técnico que a Força Aérea está produzindo, maior será a chance de que a decisão final, política, esteja em linha com a avaliação técnica e que a aeronave ao final escolhida atenderá, não apenas aos interesses políticos da nação, mas, também, às necessidades operacionais da Força Aérea.
Em minha opinião, se na avaliação técnica duas aeronaves tiveram pontuação semelhante – por exemplo, numa escala de zero a cem, uma recebeu 95 pontos e uma outra 90, enquanto a terceira recebeu uma pontuação de apenas 30 pontos – uma decisão política que escolha a aeronave de 90 pontos em detrimento daquela com pontuação ligeiramente maior é perfeitamente aceitável. O que fica difícil de aceitar, e de justificar, mesmo politicamente, é que a escolha recaia naquela com pontuação extremamente inferior!
De qualquer forma, como já disse no início desse artigo, independente das minhas opiniões e da decisão final a ser adotada, serei um ardoroso defensor da opção indicada pelo oficial responsável pela equipe técnica de avaliação; o relatório técnico assinado por ele eu assino embaixo, “em cruz”, sem dúvidas de que ela é a melhor para o nosso País e para a FAB.
Nesse sentido, cabe um comentário final.
6 - DECISÃO FINAL X DISCIPLINA INTELECTUAL
Nós, profissionais da Força Aérea, ao longo da carreira, somos treinados e incentivados a tomar decisões. Nosso métier – voar e combater – pressupõe análise permanente do cenário que nos cerca, das condições das nossas aeronaves, das condições meteorológicas e operacionais reinantes, das condições das nossas equipagens de combate, de todas as variáveis, enfim, envolvidas no voo para decidirmos o que é melhor para a nossa missão.
Nossa rotina nos ensina e nos torna líderes naquilo que fazemos. Somos treinados para decidir, e decidir bem! Isso de alguma forma nos leva a ser extremamente críticos com alguma atitude diferente daquela que seria a nossa; até porque decisões erradas ou não apropriadas podem levar ao fracasso da missão e, por vezes, até à morte. Buscamos a perfeição e apenas o perfeito é aceito!
Nesse sentido, os puristas que me perdoem, somos até um pouco indisciplinados! Mas como alguém já disse, não são as respostas que movem o mundo, mas, sim, as perguntas, os questionamentos, e é assim que chegamos aos dias de hoje, de uma Força Aérea altamente operacional, doutrinada e coesa, à qual temos orgulho de pertencer!
Apesar disso, do nosso apurado espírito crítico, conclamo a todos a nos unirmos em torno de nosso comandante da Força Aérea e adotarmos como nossa a decisão que ele entender ser a melhor para a FAB.
Todo e qualquer assessoramento já foi prestado, tudo que alguém havia de falar devia ter sido dito ao longo das análises feitas e, agora, temos que ter apenas uma escolha: a escolha que o comandante da Força Aérea tiver feito.
Esqueçamos nossas diferenças, nossos conceitos, nossas concepções, etc. Não podemos fazer como alguns ainda hoje fazem ao se manifestarem contra determinados projetos, décadas depois de eles terem sido implantados na Força. O que fazer com eles – jogar fora?
Em verdade nem sei muito bem por que estou escrevendo tudo isso uma vez que estou na reserva, sou página virada, em nada contribuo e quando ele se tornar público, daqueles poucos que me questionaram a respeito, a decisão já terá sido tomada e ele pouco ou nada ajudará no processo. De qualquer forma, em respeito a esses amigos, fica registrado aqui o que penso em relação ao assunto; pode ser que, no futuro, ele possa servir para alguma coisa!
Um forte abraço e até o F-X3 !!!!
Brig. do Ar. Res. Teomar Fonseca Quírico
Piloto de Caça - Turma de 1970
Um outro brigadeiro, da área de logística, encaminhou uma documentação que derruba 90% dos argumentos dele. Entre outras coisas, um gênio, por nacionalismo puro, trocou a sigla internacional AOG (Aircraft On Ground) por outra tupiniquim, AIFP (Aeronave Indisponível por Falta de Peças). Na mesma época, a entrega de componentes pela Dassault para os Mirage IIIE/D cessou. Esse brigadeiro, que fazia parte da comissão que conduzia o AMX, fez uma visita à Itália e, na volta, passou por Saint Cloud para investigar o que estava acontecendo.
Ao chegar, perguntou porque não estavam atendendo os pedidos urgentes para aeronaves que estavam no chão por falta de componentes. Os franceses disseram que não tinham recebido nenhum caso de AOG. O brigadeiro solicitou que viesse toda a correpondência (naquela é poca era carta ou telex) e descobriu um montão de AIFP. Mostrou para a turma da Dassault e descobriu que ninguém da FAB comunicara os franceses da mudança. A partir daí, os suprimentos voltaram.
Esse mesmo brigadeiro, que não é pró-francês e defende o F/A-18E/F, reforça que, até a saída de linha de alguns componentes, como radar e visor de tiro, os fornecimentos da Dassault, que só criou uma área de logística há cinco anos, eram normais e compatíveis com os do F-5E. Lembro que numa manobra em 1986, o país tinha apenas 11 aviões disponíveis: seis Mirage IIIE/D, de um total de 12, e cinco F-5E, de um total de 24...
É preciso destacar que a troca de siglas não afetava material dos EUA. Para solicitar peças a fabricantes norte-americanos, preenchia-se um formulário com um código alfanumérico fornecido pelo FMS. Numa ocasião, em lugar de 48 manches para C-119, recebemos 48 poltronas de piloto... o mecânico errou no preenchimento. Detalhe, o FMS não aceita de volta o que envia.
Abraços
Pepê