ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5311 Mensagem por FCarvalho » Sex Out 18, 2024 1:16 pm

Supondo que cada GAC AP SR das 8 brigadas mecanizadas de cavalaria e infantaria pretendidas venha a dispor um dia da sua dotação completa, conforme reza os manuais, a demanda primária real do EB hoje para a VBCOAP SR é de 144 unidades de tiro, a 18 peças cada. Afora estas, algumas unidades devem ser também ser encaminhas para AMAN, ESA, EscLogEx e CIBld, adicionando mais 16 a 24 peças, totalizando 160 a 168 unidades de tiro.

Além das unidades de tiro, a reorganização dos GAC AP SR, seja por transformação ou modernização, trazem consigo também a substituição dos M-109A3\A5 que hoje são empregados nas bda cav mec, fazendo com que a disponibilidade destes bldos possa ser ampliada para os dois únicos GAC AP Bldo e 3 GAC AD.

Na minha opinião, porém, a artilharia divisionária tem nos novos obuseiros AR 155 o seu futuro, visto que o tipo de missão nas quais é empregada, doutrinariamente, pode abrir mão de peças AP SL sem maiores problemas, com a mobilidade e flexibilidade sendo características mais que desejáveis ao EB para tais OM. E isso as peças AR são bem mais adequadas do que bldos. Principalmente em termos de custos, que sempre foi e será o nosso eterno calcanhar de Aquiles.

Seria o caso também de aproveitar para finalmente colocar ordem nas OM da AD com vistas a uma padronização não somente material, mas operacional sobretudo. Lembrar que o EB pretende dispor de 1 DE por comando militar de área e isso trará mudanças necessárias na disposição atual dos GAC AD que temos, retirando não somente os M-109 de tais OM, como dispondo de recursos humanos e materiais para dotar os futuros GAC AD dos cmdos de área onde ainda não existem, e sua criação se fizer necessária. E fazer isso com novos obuseiros AR 155 é muito mais fácil (e barato) do que manter a organização pesada atual.

A organização das AD no manual requer apenas 2 GAC, sem especificar o modelo, 1 Bia LMF e 1 Bia AAe como unidades de fogo, além da Bia Busca Alvos, ainda inexistente em tais OM até hoje. Existe ainda naturalmente a Bia Cmdo Ap. Com as mudanças propostas pelo EB para as DE\Cmdos Militar Área, seria possível a meu ver reorganizar a AD com até 16 GAC AR, de acordo com esta proposta. Conquanto, deve-se retirar o CMP, que não terá DE, e possivelmente, o CMA e CMN, por razões óbvias em função das características do TOA, e ficamos com uma demanda de 5 AD\10 GAC a serem mantidos com a aquisição de apenas 90 peças, fora as destinadas às escolas e centros de formação. Uma demanda razoável e possível de ser alcançada já no curto prazo, em havendo vontade.

Assim, no resumo da ópera, teoricamente, a artilharia de campanha poderá ser reorganizada no curto a longo prazo (2040) com o investimento que segue:

1. 160 VBCOAP SR (ATMOS)
2. 60 (72) M-1A09A5
3. 90 (114) Obuseiro 155\52
4. 270 Obuseiros de 105mm
5. 30 AV-LMU + veículos apoio (GAC AD)

* incluindo escolas e centros de formação

Além destes vetores, o exército ainda precisará investir para compor os sistemas das Bia Busca Alvos para todas os GAC acima, de forma a dispor de recursos modernos para esta função, que sabe-se ainda é basicamente inexistente na artilharia de campanha do EB em todos os níveis. Não é preciso dizer que temos proposta de solução nacional para estes sistemas ainda em desenvolvimento, com os radares e demais insumos da Avibras e\ou Embraer precisando de recursos para sua prontidão operacional. Também não é preciso dizer que a demanda acima é mais que suficiente para pagar os projetos, gerar lucro e fomentar sua exportação, uma vez finalizados.

Por fim, mas não menos importante, pois não é objeto deste tópico, as Bia AAe das AD podem ser equipadas com soluções nacionais e\ou com participação efetiva da BIDS na integração dos produtos e sistemas selecionados. Com apenas 5 Bia temos capacidade de realizar a defesa das AD, e por tabela, complementar e\ou suprir a defesa AAe das DE a que estão subordinadas, ou ainda das regiões militares e comandos de área, sob demanda. Uma Bia AAe, conforme os documentos de referência do EB para o Programa Defesa AAe Média Altura, deve dispor de, no mínimo, 3 a 4 lançadores, o que perfaz uma demanda teórica de 20 lançadores. Nos GAAe existentes cada Bia AAe é formada por até 6 unidades de tiro canhão.

O último vídeo que deixei no tópico da AAe revela valores de referência para 1 Bia AAe na faixa de 100 a 200 milhões de dólares por Bia, conforme os sistemas ofertados. Com 5 Bia a formar para a AD, os custos deste investimento podem ultrapassar facilmente a casa do bilhão de dólar, ou chegar muito perto, de acordo com os requisitos de compra do EB. Mas é um custo que teremos de encarar um dia. Seja com sistemas nacionais ou importados. Ou um pouco de ambos.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5312 Mensagem por FCarvalho » Sáb Out 19, 2024 2:48 pm

FCarvalho escreveu: Sex Out 18, 2024 1:16 pm 5. 30 AV-LMU + veículos apoio (GAC AD)
Segundo divulgado pela Avibras as imagens abaixo são representativas do esforço de modernização da Bia Astros com a inserção de novos veículos e do AV-MTC, de forma a amparar sua operacionalidade.

A versão ASTROS AFC \ ASTROS III joga luzes sobre a continuidade do projeto e a organização das Bia ASTROS, assim como a necessidade de recomposição das AD, conforme seus manuais, abrindo a possibilidade de aquisição destas versões para formar até 5 novas Bia para estas GU conforme esclareço no post acima.

https://www.infodefensa.com/images/showid2/5898250?w=1200&zc=4
Imagem

As verões AV-UAS (veículo de apoio míssil), AV-REC (veículo recuperação) e AV-SRR (cavalo mecânico transporte munição) ainda não foram prontificadas e aguardam por financiamento para sair do papel.

Com as versões acima, a Bia Astros AFC \ ASTROS III seria composta por 9 veículos bldos com base no combo caminhão\chassi TATRA e TECTRAN.

A versão AV-REC e AV-SRR a meu ver são as mais "fáceis" de obter a partir de soluções disponíveis no pais através da indústria de implementos nacionais, conforme se pode observar em qualquer catálogo disponível no Brasil. A TATRA disponibiliza versões tipo cavalo mecânico e 8x8 do chassi T815-7 nas configurações necessárias a tais versões.

No caso da versão AV-UAS, como se trata de um veículo muito específico, talvez ele demore um pouco mais para ser prontificado, uma vez que a prioridade por agora do exército é tentar justamente homologar o AV-MTC operacionalmente, e isto ainda não aconteceu. Assim que o míssil estiver pronto, a necessidade desta viatura nas Bia ASTROS se tornará impositiva.

https://avibras.com.br/site/midia/notic ... 4=accepted

O governo brasileiro tem nas mãos a capacidade de tirar a Avibras da situação financeira em que se encontra, se quiser, sem precisar de estatização ou venda a terceiros, sejam nacionais ou estrangeiros. Mas para que isto seja possível - e dê certo - é impositivo que o governo mantenha mão de ferro sobre a atual administração da empresa, e supervisione e interfira em todas as fases do processo industrial de uma possível nova aquisição dos ASTROS AFC \ ASTROS III para a artilharia divisionária.

São apenas 5 baterias, mas os custos são altos, dada a tecnologia e os processos industriais envolvidos e que caracterizam este negócio, sendo suficiente para tirar a empresa do sufoco por muitos anos, e dar tempo para conseguir uma nova administração, ou colocar à frente dos negócios gente que realmente saiba o que está fazendo.

Além dos veículos bdos em si, a criação destas Bia ASTROS trás consigo também a necessidade de criação das Bia Busca Alvos nas AD, de forma a complementar a ação dos vetores de tubo e LMF que houverem. Na verdade, a existência desta Bia é crucial para que toda a AD possa sair-se bem em sua missão primária nos TO modernos. Não é preciso dizer que a própria Avibras já apresentou solução para isso ao EB, assim como a Embraer Defesa tem consigo o desenvolvimentos dos 3 tipos de radares previstos nos manuais para a organização destas unidades.

A demanda atual pela criação destas OM de busca de alvos, juntando as necessidades atuais e futuras da AD e os dois GMF em Goiás é de 11 baterias. Número mais que suficiente para financiar e pagar o desenvolvimento dos sistemas\subsistemas em voga. Perceba-se que temos em mãos quase tudo que é necessário a partir da BIDS a fim de tirar estas OM do papel. Falta o principal: vontade política. Recursos financeiros é consequência disto, como todos bem sabem.

Por fim, a adoção do modelo ASTROS AFC através da modernização dos veículos disponíveis nos dois GMF é uma opção natural, e consequente, de forma a também permitir novos investimentos na empresa, sob as condições acima citas. Esta modernização traria consigo também as novas versões de veículos bldos disponibilizadas pela empresa, o que só faz acrescentar números produtivos às linhas de montagem da Avibras.

Em termos de demandas e suas quantidades a partir do exposto acima, temos em mãos o que segue:

6o GMF:

3 Bia LMF > aprox 18 veículos a modernizar (ASTROS AFC)
1 Bia Busca Alvos > 3 radares família M-200 (contra bateria, vigilância terrestre e multifunção)
AV-UAS - 3 undes
AV-REC - 3 undes
AV-SRR - 3 undes
AV-VOA - 4 a 6 undes (veículo observação avançada proposto pela Avibras para a Bia Busca Alvos)

16 o GMF

3 Bia LMF > aprox 18 veículos (ASTROS AFC)
1 Bia Busca Alvos > 3 radares família M-200 (contra bateria, vigilância terrestre e multifunção)
AV-UAS - 3 undes
AV-REC - 3 undes
AV-SRR - 3 undes
AV-VOA - 4 a 6 undes

Bia LMF - Artilharia Divisionária > 30 veículos (ASTROS III)
AV-UAS - 5 undes
AV-REC - 5 undes
AV-SRR - 5 undes

Bia Busca Alvos - AD > radares família M-200 (contra bateria, vigilância terrestre e multifunção)

Radares M-200 (família) > 15 undes (pelo menos 1 radar\tipo por Bia)
AV-VOA - 20 a 30 undes

Total Geral:

Bia Busca Alvos - Radares M-200 (família) > 21 undes
AV-LMF - aprox 36 undes (AFC por modernização) e 30 undes (ASTROS III - compra direta)
AV-UAS - 11 undes
AV-REC - 11 undes
AV-SRR - 11 undes
AV-VOA - 28 a 42 undes*

* o Avibras Guará 4WS é o veículo proposto pela empresa na versão AV-VOA dentro do negócio das novas Bia Busca Alvos, assim como em demais versões sob demanda.

Como se pode ver, as quantidades objetivas para um suposto processo de modernização e expansão do uso do sistema ASTROS nos GMF e nas AD nem de longe é inviável, e muito fora do alcance das capacidades financeiras de investimento do governo federal. Portanto, estamos diante, novamente, de uma questão de decisão, leia-se vontade política, para que este empreendimento disposto ao EB, e mesmo por tabela para a única Bia Astros presente no CFN.

As consequências deste investimento são múltiplas e inegáveis em torno do complexo industrial da Avibras e de suas fornecedoras na BIDS e fora dela. Não é preciso dizer que o mesmo se dá em relação à Embraer Defesa.

Fica a pergunta: quanto teremos vontade política para fazer o básico, que é seguir o que está escrito nos manuais do EB :?:




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5313 Mensagem por FCarvalho » Sáb Out 19, 2024 3:41 pm

Adendo ao post anterior.

As 6 novas Bia LMF \ AD demandarão as seguintes quantidades de veículos bldos de apoio ao sistema ASTROS III conforme imagem acima:

AV-RMD - Veículo Remuniciador > 18 undes
AV-OFCE - Veículo Oficina Mecânica e Eletrônica - 6 undes
AV-MET - Veículo Meteorologia > 6 undes
AV-UCF - Veículo Unidade Controle de Fogo > 6 undes
AV-PCC - Veículo Posto Comando Bateria > 6 undes
AV-VCC - Veículo Posto Comando (AD) > 6 undes

Total Geral: 48 unidades

Notar que além dos veículos bldos, a criação destas OM também demandará novos investimentos no sentido de obter os veículos motorizados necessários (de preferência novos) para apoio logístico, administrativo e operacional na forma da família Agrale Marruá, na minha opinião.

Além destes, seria uma boa oportunidade para dar segmento à comunalidade de meios da artilharia ao estabelecer a família TATRA T815-7 como veículos padrão para todas elas, uma vez que todos os veículos bldos utilizam esta plataforma.

Modelos 4x4 ao 10x10 estão disponíveis para emprego pela firma tcheca, podendo chegar até 12x12 de acordo com as demandas de cada clientes.

Aquela intenção da TATRA de instalar uma linha de produção no Paraná poderia servir de incentivo a tal negócio, uma vez que o número de veículo de apoio motorizados para servir os GMF e Bia LMF AD trariam fortes benefícios industriais ao país, se contar o fomento de emprego e renda, além dos indefectíveis impostos, que seriam espalhados por diversos outros estados onde as empresas fornecedoras tem suas instalaçõess.

https://www.armedconflicts.com/attachments/121/LVSR__1_.jpghttps://i.pinimg.com/originals/0d/bf/b6/0dbfb684d7ca62254f6bf9ff5c783242.jpg

Segundo informes do EB quanto à aquisição de novos meios motorizados especializados, existe ainda a demanda para, ao menos, 5 versões de veículos motorizados especiais e que não foram atendidas até hoje desde o lançamento de seus requisitos operacionais. O primeiro teria sido lançado em 2018, com os demais vindo em sequência. Mas fato é que nenhum até o momento saiu do papel.

A engenharia do EB já utiliza os TATRA e pelo que se diz a boca pequena o pessoal está mais que empolgados com os caminhões tchecos, que vem justificando os muitos dólares de sua importação. Mais unidades devem ser compradas sempre que houver disponibilidade de verbas.

Considerando versões especiais e básicas dos caminhões tchecos, a linha de produção no país da TATRA poderia começar já pela casa das centenas apenas para mobiliar as OM de artilharia divisionária e os GMF.

De qualquer forma, sob quaisquer aspectos, o investimento na família ASTROS, tanto veículos novos como modernizados, seria uma oportunidade grande demais a meu ver para deixar passar despercebida, tendo em vista os muitos benefícios que traria não apenas à BIDS, mas a indústria automotiva, de peças e implementos no Brasil, que ainda é bem grande e relativamente importante no contexto político interno.

Para um país que precisa mais que urgentemente de investimentos, principalmente no setor industrial, este negócio do ASTROS é ilustrativo do quão importante é a manutenção dos investimentos na cadeia de produção e PDI nacional da Defesa, e que os investimentos públicos feitos nela só trazem (muitos) benefícios a todos os envolvidos no negócio, ideologices nove fora.




Editado pela última vez por FCarvalho em Ter Out 22, 2024 12:34 pm, em um total de 1 vez.
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5314 Mensagem por Strike91 » Dom Out 20, 2024 9:19 pm

[003] Uma informação interessante e raramente divulgada por meios oficiais do EB, ao menos eu nu cá tinha visto.





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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5315 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 21, 2024 9:47 am

O SS-40G não tinha sido descontinuado em favor da aplicação das tecnologias no SS-60 e SS-80?




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5316 Mensagem por gabriel219 » Seg Out 21, 2024 11:02 am

SS-60G e SS-80G é apenas uma evolução, assim como o SS-150G parece mais um míssil balístico do que um foguete maior.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5317 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 21, 2024 2:40 pm

A última vez que li algo sobre o SS-40G é que o exército tinha dado cabo do projeto e que as tecnologias dele seriam repassadas para emprego nos foguetes maiores.
Se o foguete menor terá continuidade, bom, para mim me parece ser algo vantajoso, já que serão 4 ao invés de 3 tipos que podem ser usados nas lançadoras, o que traz mais benefícios em termos de alcance e tipos de alvos a serem atingidos.
O Astros parece ter parado no tempo e ficado para trás quanto a este aspecto das munições que consegue dispor, enquanto a concorrência nadava de braçada desenvolvendo novos produtos e sistemas.
Nas Filipinas ele sequer aparece entre os concorrentes, que estão entre israelenses, sul coreanos e norte americanos.
Para ver como a nossa irresponsabilidade em manter a Avibras em dias com as demandas do mercado internacional, basicamente deixou a empresa ao largo do mesmo, e sem condições de oferecer e suportar seu principal produto à altura dos concorrentes.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5318 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 21, 2024 5:36 pm



Capítulo IX - Artilharia de Campanha em Operações de Selva.




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5319 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 21, 2024 5:39 pm

O emprego da Artilharia de Campanha em ambiente de selva

Vítor Mendonça Soares
Major do Exército Brasileiro e atualmente está realizando o CAEM na ECEME
Cezar Augusto Rodrigues Lima Junior
Major do Exército Brasileiro e atualmente está realizando o CAEM na ECEME


https://ompv.eceme.eb.mil.br/doutrina-e ... ente-selva




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5320 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 21, 2024 5:40 pm





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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5321 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 21, 2024 5:43 pm

O emprego da Artilharia de Campanha em ambiente de selva

https://www.defesaemfoco.com.br/o-empre ... -de-selva/

1. Introdução

O Brasil possui um vasto e rico território anecúmeno: a Amazônia Legal. À exceção de Manaus-AM, uma ilha em meio à densa floresta, a maior parte da floresta amazônica é um imenso vazio demográfico, onde as principais vias de transporte se restringem às calhas dos rios (IBGE, 2022). Essa vastidão abriga riquezas minerais e biológicas incalculáveis, senão vejamos: aquíferos como Alter do Chão; reservas minerais como a de Carajás; são apenas alguns atrativos que fazem com que a região seja cobiçada mundialmente. A Pan-Amazônia é reconhecida como uma das áreas geoestratégicas mais importantes do mundo, pois, além das riquezas supracitadas, é considerada decisiva para a preservação do clima e da vida no planeta. Tal situação também é outro fator de interesse de potências globais, que podem se chocar com os dos países amazônicos (PAIVA, 2015).




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5322 Mensagem por FCarvalho » Seg Out 21, 2024 5:44 pm





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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5323 Mensagem por FCarvalho » Ter Out 22, 2024 1:11 pm

Se tem uma coisa que me parece ficou bem claro na leitura destes documentos todos, é que hoje é quase impossível o EB vislumbrar o uso de obuseiros 155 AR na região norte, tendo em vista as muitas limitações operacionais, logísticas e de suporte ao combate. Para não falar, obviamente, das questões geográficas, ambientais e infraestrutura.

Por outro lado, a criação dos GAC Sl que faltam ainda para as 4 brigadas que não possuem os mesmos, é uma demanda que não pode mais ser negligenciada, e que precisa ser resolvida no curtíssimo prazo, na minha opinião. A demanda gerada por agora pela compra de 54 unidades de 105mm é suficiente para equipar mais 3 GAC Sl, ou seja, com um esforço a mais, pode-se muito bem adquirir 72 unidades, suficientes para organizar as OM faltantes.

https://th.bing.com/th/id/R.e05d283c1a0336a12ed5896db5ecd7d9?rik=%2BB5gCFOCvMrmYg&pid=ImgRaw&r=0

A meu ver, os Oto Melara M-56 segue sendo o obuseiro ideal para as OM de selva, visto os indicativos dos textos acima. A sua modernização, que a meu ver deve se limitar à implementos de eletroeletrônicos atualizados a fim de performar melhor o seu desempenho no campo de tiro, é mais que suficiente para atender as demandas das OM de selva. Um novo tubo me parece ser algo descartável, já que o alcance de 11 km é mais que suficiente para atender as necessidades das unidades apoiadas, e garante que suas qualidades de peso e modularidade sejam reafirmadas. O alcance, acredito, pode ser esticado com o uso de novas munições existentes no mercado, ou que possam ser desenvolvidas aqui mesmo para ele. Mas este é um dado que simplesmente não é tão relevante a meu ver quanto a flexbilidade de uso que ele proporciona. Comprometer tais características em função de alcance no mínimo torna o sua adoção questionável se comparado a outros modelos.

Conforme matéria na T&D do Paulo Bastos, há uma empresa italiana trabalhando na modernização dos M-56, tanto no que diz respeito a um novo tubo, como em outros sistemas\subsistemas necessários. Este obuseiro, diga-se, não é mais produzido há muito no ocidente, e segundo diz-se, na China seria produzida uma cópia do mesmo. Se a proposta italiana para a modernização do M-56 atender, ainda que não integralmente, aos RO emitidos para este novo obuseiro 105 AR, não vejo maiores óbices em seguirmos utilizando dois modelos diferentes deste tipo de material. A demanda bruta para atender aos 6 GAC Sl (que deveriam ser 8 Bda Sl \ GAC Sl :? ) que se precisa hoje é de apenas 108 novas unidades. Quantidade mais que acessível tendo em vista o baixo custo de aquisição e manutenção da peça italiana.

A compra poderia mesmo ser feita com o orçamento do próprio EB, sem maiores percalços, e os italianos não se fariam de rogados em oferecer, se necessário, linhas de crédito para dar concretude a este negócio, ao contrário. E como os arsenais de guerra em SP e RJ estão hoje em um tal nível superior de entendimento e manutenção destas peças, que sua fabricação no Brasil não seria impeditiva, embora eu entenda que uma compra direta neste momento seja mais objetiva e deixe os custos do negócio mais palatáveis ao orçamento.

Enfim, a criação das DE no CMA e CMN não trás consigo elementos suficientes para, paralelamente, criar-se as AD componentes, tendo em vista os indicativos acima citos. Mas, é sobremaneira necessário e impositivo que as bdas inf sl sejam equacionadas com os elementos de apoio de fogo indispensáveis a si, na forma dos GAC Sl que podem e devem existir no curto prazo. A realidade cada vez mais volúvel do mundo, e da própria região, não obstante as restrições de investimentos, tem dado prova cada vez mais eloquentes de que se não agirmos de forma responsável e diligente, os resultados de nossa letargia e indiferença cobrarão um preço alto tal que o nosso modelo de resposta para tudo, que é sempre "dar um jeitinho" cobrará severamente a sociedade e governo(s).




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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5324 Mensagem por FCarvalho » Qua Out 23, 2024 1:47 pm

A próxima LAAD 2025 está bem cotada para a indústria turca trazer para mostra in loco alguns de seus produtos, no sentido de atender os vários projetos estratégicos das ffaa's, mais precisamente, do exército.

Até onde consigo saber, poderemos ver na próxima feira:

1. Obuseiro 105mm AR Boran
2. Obuseiro 155mm AR Panther
3. Morteiros 120mm - VBE Porta Morteiro Guarani
3. HISAR A+ - curto alcance
4. HISAR O+ - médio alcance
5. HISAR U ou SIPER - longo alcance
6. Gurz - Shorad Míssile\Canon
7. Sistemas SPAAG - VShorad Canon 25mm, 30mm e 35mm
8. Sungur - Manpad

Além destes, destaco a possível presença do Otokar Tulpar, e talvez, os Kaplan 15 e Kaplan 30, além do Kaplan MT, versão MMBT do bldo.

Ainda há muitos outros produtos que a BIDS turca pode trazer para a feira, mas a princípio, os acima estão cotados em face dos recentes EV, além de RFI\RFQ emitidos pelo exército.

Como já comentei antes, os turcos no mercado brasileiro são muito discretos, e não fazem ressoar sua presença como vários outros concorrentes. Mas os contatos e reuniões com o MD e forças armadas, dentre outras autoridades públicas, estão ocorrendo frequentemente desde a última LAAD´2023.

Se vai dar certo, veremos o quanto eles conseguem ser convincentes.




Editado pela última vez por FCarvalho em Qui Out 31, 2024 1:31 pm, em um total de 1 vez.
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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

#5325 Mensagem por FCarvalho » Qua Out 30, 2024 7:16 pm

Exército busca parcerias para a produção de obuseiros no Brasil

https://tecnodefesa.com.br/exercito-bus ... no-brasil/

É voltado para a BIDS e industria nacional. E isso é bom.
Parece que o EB aprendeu alguma coisa com os próprios erros no programa Guarani.
Resta saber se encontrarão quem se interesse, dadas as mais que conhecidas condições, ou a falta delas, além de verba, para os projetos do exército.
Boa sorte pra eles. Vão precisar, e muito.




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