Zavva escreveu:Bender,
Depender dos franceses, em alguns aspectos, pode ser menos ruim, mas pode não ser o melhor caminho.
Acho o NG a melhor proposta, não por ser sueco ou ter componentes americanos ou por ter menos componentes americanos que o SH.
É um proposta com riscos, como há riscos em qualquer desenvolvimento e não gosto do fato do governo sueco não se comprometer a comprar o caça.
Mas da mesma maneira que voce não gosta de ver o nosso país fragil com sua dependencia tecnologica, é sob este mesmo principio que defendo o NG. Pois a verdadeira inpendencia não se compra, seja dos franceses, americanos, suecos ou russos, mas é com pesquisa e desenvolvimento proprios.
Vejo a proposta sueca como uma oportunidade (não de ToT), mas de demanda por P&D para nós, atraves de nossa industria e centros de pesquisa.
Pode não ser tão bom quanto um caça 100% nacional, acho que o melhor caminho é com parceria internacional.
Prefiro o NG, mesmo que tenhamos que depender de alguns componentes americanos. Acho muito dificil não depender deles em certa medida e os proprios franceses sabem disso.
Abs
Olá Zavva,
respeito muito a sua opinião, mas o que vejo nela de problema é que você acreditou (sinônimo de ingenuidade) na proposta sueca no que tange a desenvolvimento e parcerias conjuntos. Não se trata, ao meu ver, de haver problemas no Gripen NG em ter muito componente de origem norte-americana, o ponto vital é justamente o desenvolvimento de um caça de 4ªG, algo já "ultrapassado", assim como já nasceu "ultrapassado" o AMX.
Se o Gripen NG fosse o mesmíssimo caça, porém com partes e componentes de origem francesa ou russa (ou seja qual for) seria, eu, igualmente contrário -- lembrando que falo de desenvolvimento de um caça de 4ªG. Se ele (NG) fosse um caça de 5ªG com componentes de origem norte-americana, deixo claro, seria o meu preferido; até mesmo se peças, componentes e partes fossem de outra procedência.
Você tem citado muito a END, não sei se de forma intencional ou não, mas o certo é que ela deve ser lida na íntegra, jamais parágrafos soltos. Por exemplo, leia a parte que diz respeito aos caças; verá que lá fala de um caça para agora e desenvolvimento para depois. Já o recente Plano da FAB, que vai até 2030 aproximadamente, deixa claríssimo este ponto da END: o caça para agora é um 4ªG, já o caça lá pelas tantas é um 5ªG.
Veja o significado sobre o que escrevi de forma elementar: nem a FAB e nem o governo (seja qual for) desejam desenvolver um caça de 4ªG!!!!
Sacou? Entendeu? Não? Explico: o que você defende e/ou entende como sendo o melhor já foi descartado por aqueles que entendem de caças neste país (FAB) e por aquele que comprará (governo). Estão ambos, FAB e governo, completamente equivocados ao pensar e agir assim? Bem, esta pode até ser a sua luta, mas será idêntica a daquela mãe que insistia em dizer que o único que marchava corretamente em um desfile cívico era o seu filho; será ingrata, suponho.
Não julgo a decisão/escolha da FAB e governo no que tange a escolha dos critérios para compra dos caças, entendo que isto é papel deles e só deles, mas aqui, e apenas isso, fico fazendo vários exercícios de abstração, mas apenas com a intenção de compreender o pensamento daqueles que estão lá em cima e sabem, com toda certeza, muito mais do que eu. Conseguir entender um pouquinho que seja já me faz sentir melhor.
E é tentando entender o que a FAB e governo fazem no que diz respeito aos caças é que cheguei a conclusão de que o Rafale é a escolha mais acertada no momento, mesmo que alguns segmentos da própria FAB e do próprio governo não estejam de acordo com isso. Por quê? Simples, se não tenho competência e habilidade para analisar caças, ao menos tenho suficiência em formar a minha opinião sobre tudo que vejo, leio e ouço. Se eu erro, então é porque me deram hipóteses erradas, logo a tese equivocada de minha parte deve, por obrigação, ser ignorada.
Pra mim está mais do que claro que o gosto da FAB e (insisto, "e") governo é pelo caça americano, e os motivos que vejo são vários. Bastava que a proposta de ToT da proposta americana ser igual a francesa para que o Rafale dançasse; talvez nem na short-list estivesse.
Muitos criticaram, e ainda criticam, as insistentes declarações do ministro NJ em dizer que a proposta francesa é que possui melhor ToT. Ora bolas, em momento algum ele disse que iria comprar o Rafale, mesmo que vários tenham interpretado estas declarações como insinuações nesta direção; ele no fundo mandava recados (apenas entendimento meu) para os americanos: olha, façam como os franceses e a vitória será de vocês. Mas não, os americanos resolveram nos tratar como sempre nos tratou, ou seja, como menos do que menos. Se não fosse assim... Uma coisa é certa, notou que não há espaço para o Gripen NG nesta lógica?
Pois bem, e ainda me perguntam por que não anunciam o Rafale... Ai ai... Um bom argumento seria que estariam esperando os americanos. Por dois motivos: primeiros para eles não dizerem que não tiveram oportunidades; segundo porque qualquer outra escolha seria mais do que justificável diante desta negativa (ToT) americana. Fora isso, apenas o fato de que a nova presidente precisa justificar a compra (seja qual for) sob aspectos econômicos, visto que este ano será de cortes e ajustes de conta. Parece pequeno, mas não é, mesmo não havendo gastos com caças este ano.
Abração!
PS (edit): veja que falo de ToT "francesa", não entro no mérito do irrestrita ou outro nome qualquer, ou seja, bastava algo igual a proposta francesa (seja lá o que for isso) para esta não levar (insisto, entendimento meu, não ouvi de ninguém, nem li tal coisa).