França
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
DIÁRIO
A maioria de Macron é tão grande que não cabe em nenhuma sala do Parlamento
12.06.2017 às 18h00
Nunca se viu uma coisa assim em França. As projeções para a segunda volta apontam para um grupo parlamentar gigantesco do partido République en Marche, do Presidente Emmanuel Macron, com cerca de 450 deputados num total de 577. A magia do sistema eleitoral francês favorece-o e levará também a que o terceiro partido mais votado na primeira volta, a Frente Nacional, de Marine le Pen, passe para quinto lugar. E que o PS, que ficou em quinto, passe para terceiro
Há quem diga, no campo do Presidente Emmanuel Macron, que está em curso uma “revolução” em França. Nem mais nem menos. No mesmo campo, há também quem prefira dizer que o país está a conhecer uma “primavera Macron”.
Para os primeiros, será a revolução do “nem esquerda nem direita”, slogan do jovem chefe de Estado, o homem que provocou uma recomposição nunca vista da vida partidária francesa e o fim do bipartidarismo (socialistas/direita) que sempre alternou no poder na V República.
http://expresso.sapo.pt/dossies/diario/ ... Parlamento
A maioria de Macron é tão grande que não cabe em nenhuma sala do Parlamento
12.06.2017 às 18h00
Nunca se viu uma coisa assim em França. As projeções para a segunda volta apontam para um grupo parlamentar gigantesco do partido République en Marche, do Presidente Emmanuel Macron, com cerca de 450 deputados num total de 577. A magia do sistema eleitoral francês favorece-o e levará também a que o terceiro partido mais votado na primeira volta, a Frente Nacional, de Marine le Pen, passe para quinto lugar. E que o PS, que ficou em quinto, passe para terceiro
Há quem diga, no campo do Presidente Emmanuel Macron, que está em curso uma “revolução” em França. Nem mais nem menos. No mesmo campo, há também quem prefira dizer que o país está a conhecer uma “primavera Macron”.
Para os primeiros, será a revolução do “nem esquerda nem direita”, slogan do jovem chefe de Estado, o homem que provocou uma recomposição nunca vista da vida partidária francesa e o fim do bipartidarismo (socialistas/direita) que sempre alternou no poder na V República.
http://expresso.sapo.pt/dossies/diario/ ... Parlamento
Triste sina ter nascido português
- Bourne
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Não tem mais o perigo da extrema-direita. Ela fez puff.
A crise de representatividade dos partidos tradicionais. O En Marche!!! Tratorou tudo. Acabou com o Partido Socialista, a Frente Nacional e o outro lá de centro-direita. Agora é Imperador Macron I. Já que não tem oposição. O sistema político francês bipartidária se rompeu e o primeiro resultado o Macron, veremos o que vem junto com ele.
Vamos ver quanto tento até a base começar a brigar. Quando vierem as tais reformas com demissão de funcionalismo, corte de gastos e outras medidas.
A UE está salva por enquanto e está sendo jogada para uma reforma.
A crise de representatividade dos partidos tradicionais. O En Marche!!! Tratorou tudo. Acabou com o Partido Socialista, a Frente Nacional e o outro lá de centro-direita. Agora é Imperador Macron I. Já que não tem oposição. O sistema político francês bipartidária se rompeu e o primeiro resultado o Macron, veremos o que vem junto com ele.
Vamos ver quanto tento até a base começar a brigar. Quando vierem as tais reformas com demissão de funcionalismo, corte de gastos e outras medidas.
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Concordo, ele não tem uma oposição à altura e ganhou em casa. Agora veremos o que fará em Bruxelas...
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
com essa maioria esmagadora se a frança não for pra frente. Nada mais leva .
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Quem vos ler até parece que o gajo é algum revolucionário. É apenas mais um do "sistema"
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
P44 escreveu:Quem vos ler até parece que o gajo é algum revolucionário. É apenas mais um do "sistema"
De facto! Parece que finalmente os politiqueiros descobriram para que serve a internet.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Oras pois, a crise de representatividade dos dois partidos principais franceses. Eles abriram margem para um terceiro tomar tudo. Era o Macro com En Marche! ou Frente Nacional ou os comunistas com Mélenchon.
Pode capotar o jipe, obviamente. Mas ser uma nulidade pior do que o Holland só com muito, mais muito esforço.
Pode capotar o jipe, obviamente. Mas ser uma nulidade pior do que o Holland só com muito, mais muito esforço.
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Eu sinceramente olho para o gajo e vejo a segunda encarnaçáo do tony blair. Um gajo que não é carne nem peixe com um discurso muito bonito que no fim não diz nada.
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Apesar de ter sido um politico Alemão, na prática foi este senhor com mais uma mão cheia de politicos que fez a CEE tornar-se o que se tornou:
Morreu Helmut Kohl, o homem que uniu a Alemanha
Tinha uma visão e acreditava que só a união (de um país, de um continente) evitaria uma nova guerra. George Bush chamou-lhe o “maior líder europeu” da segunda metade do século XX.
Diziam os entendidos nas idiossincrasias dos povos que os alemães gostavam de líderes intelectualmente brilhantes, carismáticos e com o dom da palavra. À primeira vista, Helmut Kohl não tinha o que era preciso para triunfar na política. Contra todas as expectativas, porém, não só se tornou chanceler como se manteve 16 anos no cargo, ficando claro ainda antes de sair do poder que seria o mais importante chefe de Governo desde Otto von Bismarck.
PUB
Helmut Kohl morreu nesta sexta-feira aos 87 anos. A notícia foi avançada pelo jornal alemão Bild e confirmada pela CDU na sua conta de Twitter.
Wir trauern. #RIP #HelmutKohl pic.twitter.com/oabr1NoWim
— CDU Deutschlands (@CDU) June 16, 2017
Kohl foi o líder que reunificou a Alemanha que a guerra partira ao meio, e foi o líder europeu que uniu a Europa, dando-lhe um nó que, esperava, nunca mais pudesse ser desatado. Um legado extremamente sofisticado para um homem do campo, que não fazia voltar cabeças quando entrava numa sala e que falava com um sotaque de província, como sempre sublinharam os seus inimigos políticos e muitos dos seus próprios parceiros de partido.
Kohl era um político de estilo diferente daquele a que Bona (a capital da Alemanha Federal) estava habituada. Era persistente e afável. Em vez de diplomacia elegante, fazia diplomacia afectiva — tornou-se amigo dos líderes de um mundo que via em transformação, Mikhail Gorbachev, o último Presidente soviético, o americano George Bush, o francês François Miterrand. Acompanhou as reformas do soviético e, quando percebeu os sinais da derrocada do bloco, arquitectou a reunificação alemã, em 1990, um ano depois da queda do muro de Berlim. Por causa disso, Bush chamou-lhe “o maior líder europeu da segunda metade do século XX”.
Finda a Guerra Fria e reunificado o território, passou à segunda fase do seu plano: unir a Europa. O seu parceiro de visão foi Miterrand. Os dois homens foram os principais promotores do Tratado de Maastricht, que cria a União Europeia (desaparecendo a velha Comunidade Económica) e abre o caminho para a criação de uma moeda única.
Quando Kohl fez 85 anos, o jornal de grande circulação Bild pediu depoimentos a Angela Merkel, a actual chanceler, e ao americano Henry Kissinger. Kissinger chamou-lhe “pioneiro do pensamento europeu”. Merkel sublinhou que na sua História recente a Europa tem dois momentos felizes: o nascimento da UE e a reunificação alemã; e ambos se devem a Helmurt Kohl, escreveu. “É a obra da sua vida” e é o que “permite que estejamos solidamente lado a lado”, considerou a chanceler que concluiu: “Foi esta a lição que ele tirou do Nacional Socialismo e da II Guerra Mundial. A Alemanha tem muito que lhe agradecer”.
O legado político foi, porém, manchado — saiu da vida pública em 2002, com um escândalo, quando se soube que a CDU (união dos cristãos-democratas) recebera financiamento ilícito nos anos da liderança Kohl. Foi um momento amargo para o ex-chanceler que viu a sua protegida, Merkel — que foi buscar à antiga República Democrática e levou para o Governo em 1991 —, afastar-se dele, e repudiar o “patrono”, no que muitos viram como uma facada das costas de Merkel a Kohl. No livro que escreveu em 2014, Aus Sorge um Europa (A preocupação com a Europa), Kohl não poupa os seus sucessores, que responsabiliza pela crise do euro — a Merkel reprova a abordagem aos países em dificuldade e sujeitos a resgates. Mas defende ferozmente a integração europeia.
Era uma ideia antiga, na verdade uma obsessão desde que começou a carreira política, aos 16 anos, quando se filiou no Partido Democrata Cristão e começou a construir um percurso marcado por dois acontecimentos da sua vida. O primeiro, a morte do irmão mais velho, durante a II Guerra (Kohl queria encontrar uma forma de impedir novos conflitos no continente). O segundo, a memória do padre que, no bairro modesto de Ludwigshafen onde os Kohl moravam, falava aos miúdos das maravilhas da democracia. “A paz não pode ser apenas o oposto da guerra”, considerava Kohl.
Merkel sublinhou que na sua História recente a Europa tem dois momentos felizes: o nascimento da UE e a reunificação alemã; e ambos se devem a Helmurt Kohl, escreveu
Dizem os biógrafos que, no partido, o rapaz se tornou exímio a resolver disputas e a apagar rivalidades entre os jovens democratas-cristãos. Também criou amizades, acumulou contactos, ligações, montou uma rede que lhe permitia antecipar cenários. Transpôs o método para a política mundial — só não conseguiu quebrar a frieza que a britânica Margaret Thatcher lhe votava.
Kohl foi subindo na hierarquia do partido, preferindo apostar primeiro numa carreira interna antes de avançar para os cargos públicos, o primeiro deles o de chefe do governo da Renânia-Palatinado, uma região atrasada por comparação a outras da República Federal mas que mudou com as ambiciosas e bem-sucedidas reformas de Kohl. Em 1976, chegou à liderança da CDU e a elite de Bona não gostou de se ver mandada por este político de província sobre quem se contavam anedotas. “Não menosprezem Helmut Kohl”, avisou na altura o sofisticado, social-democrata e ex-chanceler Willy Brandt.
“Durante décadas fui subestimado. Mas saí-me bem dessa maneira”, disse Kohl sobre o seu percurso. Foi chanceler durante 16 anos, o que lhe valeu o título de “chanceler eterno”.
Nos últimos anos, depois de uma queda que lhe deixou o maxilar paralisado (e com grandes dificuldades para falar) e as ancas deficientes, Kohl andou de cadeira de rodas. No início de Maio de 2015, foi operado a uma anca, segundo divulgou a sua discreta família (os dois filhos e a segunda mulher, 35 anos mais nova). A revista Der Spiegel noticiou que, a seguir, foi submetido a uma segunda cirurgia, ao intestino, o que não foi confirmado pela família.
O fim da vida de Kohl foi ainda marcado pela publicação de uma biografia não autorizada em que se davam a conhecer os seus pensamentos supostamente sinceros e algo desdenhosos sobre uma série de líderes, de Merkel e Gorbachev.
Mas a sua herança continuou a mesma: o homem, que apesar de vir da província, se tornou o chanceler que mais tempo ocupou o cargo e uniu os alemães.
Morreu Helmut Kohl, o homem que uniu a Alemanha
Tinha uma visão e acreditava que só a união (de um país, de um continente) evitaria uma nova guerra. George Bush chamou-lhe o “maior líder europeu” da segunda metade do século XX.
Diziam os entendidos nas idiossincrasias dos povos que os alemães gostavam de líderes intelectualmente brilhantes, carismáticos e com o dom da palavra. À primeira vista, Helmut Kohl não tinha o que era preciso para triunfar na política. Contra todas as expectativas, porém, não só se tornou chanceler como se manteve 16 anos no cargo, ficando claro ainda antes de sair do poder que seria o mais importante chefe de Governo desde Otto von Bismarck.
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Helmut Kohl morreu nesta sexta-feira aos 87 anos. A notícia foi avançada pelo jornal alemão Bild e confirmada pela CDU na sua conta de Twitter.
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Kohl foi o líder que reunificou a Alemanha que a guerra partira ao meio, e foi o líder europeu que uniu a Europa, dando-lhe um nó que, esperava, nunca mais pudesse ser desatado. Um legado extremamente sofisticado para um homem do campo, que não fazia voltar cabeças quando entrava numa sala e que falava com um sotaque de província, como sempre sublinharam os seus inimigos políticos e muitos dos seus próprios parceiros de partido.
Kohl era um político de estilo diferente daquele a que Bona (a capital da Alemanha Federal) estava habituada. Era persistente e afável. Em vez de diplomacia elegante, fazia diplomacia afectiva — tornou-se amigo dos líderes de um mundo que via em transformação, Mikhail Gorbachev, o último Presidente soviético, o americano George Bush, o francês François Miterrand. Acompanhou as reformas do soviético e, quando percebeu os sinais da derrocada do bloco, arquitectou a reunificação alemã, em 1990, um ano depois da queda do muro de Berlim. Por causa disso, Bush chamou-lhe “o maior líder europeu da segunda metade do século XX”.
Finda a Guerra Fria e reunificado o território, passou à segunda fase do seu plano: unir a Europa. O seu parceiro de visão foi Miterrand. Os dois homens foram os principais promotores do Tratado de Maastricht, que cria a União Europeia (desaparecendo a velha Comunidade Económica) e abre o caminho para a criação de uma moeda única.
Quando Kohl fez 85 anos, o jornal de grande circulação Bild pediu depoimentos a Angela Merkel, a actual chanceler, e ao americano Henry Kissinger. Kissinger chamou-lhe “pioneiro do pensamento europeu”. Merkel sublinhou que na sua História recente a Europa tem dois momentos felizes: o nascimento da UE e a reunificação alemã; e ambos se devem a Helmurt Kohl, escreveu. “É a obra da sua vida” e é o que “permite que estejamos solidamente lado a lado”, considerou a chanceler que concluiu: “Foi esta a lição que ele tirou do Nacional Socialismo e da II Guerra Mundial. A Alemanha tem muito que lhe agradecer”.
O legado político foi, porém, manchado — saiu da vida pública em 2002, com um escândalo, quando se soube que a CDU (união dos cristãos-democratas) recebera financiamento ilícito nos anos da liderança Kohl. Foi um momento amargo para o ex-chanceler que viu a sua protegida, Merkel — que foi buscar à antiga República Democrática e levou para o Governo em 1991 —, afastar-se dele, e repudiar o “patrono”, no que muitos viram como uma facada das costas de Merkel a Kohl. No livro que escreveu em 2014, Aus Sorge um Europa (A preocupação com a Europa), Kohl não poupa os seus sucessores, que responsabiliza pela crise do euro — a Merkel reprova a abordagem aos países em dificuldade e sujeitos a resgates. Mas defende ferozmente a integração europeia.
Era uma ideia antiga, na verdade uma obsessão desde que começou a carreira política, aos 16 anos, quando se filiou no Partido Democrata Cristão e começou a construir um percurso marcado por dois acontecimentos da sua vida. O primeiro, a morte do irmão mais velho, durante a II Guerra (Kohl queria encontrar uma forma de impedir novos conflitos no continente). O segundo, a memória do padre que, no bairro modesto de Ludwigshafen onde os Kohl moravam, falava aos miúdos das maravilhas da democracia. “A paz não pode ser apenas o oposto da guerra”, considerava Kohl.
Merkel sublinhou que na sua História recente a Europa tem dois momentos felizes: o nascimento da UE e a reunificação alemã; e ambos se devem a Helmurt Kohl, escreveu
Dizem os biógrafos que, no partido, o rapaz se tornou exímio a resolver disputas e a apagar rivalidades entre os jovens democratas-cristãos. Também criou amizades, acumulou contactos, ligações, montou uma rede que lhe permitia antecipar cenários. Transpôs o método para a política mundial — só não conseguiu quebrar a frieza que a britânica Margaret Thatcher lhe votava.
Kohl foi subindo na hierarquia do partido, preferindo apostar primeiro numa carreira interna antes de avançar para os cargos públicos, o primeiro deles o de chefe do governo da Renânia-Palatinado, uma região atrasada por comparação a outras da República Federal mas que mudou com as ambiciosas e bem-sucedidas reformas de Kohl. Em 1976, chegou à liderança da CDU e a elite de Bona não gostou de se ver mandada por este político de província sobre quem se contavam anedotas. “Não menosprezem Helmut Kohl”, avisou na altura o sofisticado, social-democrata e ex-chanceler Willy Brandt.
“Durante décadas fui subestimado. Mas saí-me bem dessa maneira”, disse Kohl sobre o seu percurso. Foi chanceler durante 16 anos, o que lhe valeu o título de “chanceler eterno”.
Nos últimos anos, depois de uma queda que lhe deixou o maxilar paralisado (e com grandes dificuldades para falar) e as ancas deficientes, Kohl andou de cadeira de rodas. No início de Maio de 2015, foi operado a uma anca, segundo divulgou a sua discreta família (os dois filhos e a segunda mulher, 35 anos mais nova). A revista Der Spiegel noticiou que, a seguir, foi submetido a uma segunda cirurgia, ao intestino, o que não foi confirmado pela família.
O fim da vida de Kohl foi ainda marcado pela publicação de uma biografia não autorizada em que se davam a conhecer os seus pensamentos supostamente sinceros e algo desdenhosos sobre uma série de líderes, de Merkel e Gorbachev.
Mas a sua herança continuou a mesma: o homem, que apesar de vir da província, se tornou o chanceler que mais tempo ocupou o cargo e uniu os alemães.
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Merkel, de protegida de Kohl ao seu “pior erro”
A actual chanceler foi responsável por um espectacular golpe que ditou o fim da carreira do antigo líder e a catapultou. Hoje compete para igualar os 16 anos de Kohl à frente do Governo.
Maria João Guimarães
Angela Merkel era uma jovem desconhecida quando se cruzou no caminho de Helmut Kohl em 1990, quando o chanceler alemão procurava uma mulher, da antiga RDA, para o seu Governo. "A minha rapariga”, chamava-lhe. Mas, quase dez anos mais tarde, ela ditou o afastamento dele com um golpe sem misericórdia: o partido tinha de continuar sem Kohl, o seu “velho cavalo de guerra”.
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Kohl é conhecido como o chanceler eterno, com 16 anos no poder, só Bismarck o ultrapassou. Angela Merkel está em posição de o igualar: a caminho de uma eleição em que se espera uma vitória fácil em Setembro, se terminar o quarto mandato terá o mesmo tempo que o seu mentor na chefia do Governo.
Os dois têm muito em comum. Nenhum tem um especial dom de oratória, ambos vieram de uma Alemanha desfavorecida (ele da província, ela do antigo Leste). Apesar de Kohl ter contribuído para a ascensão de Merkel, fê-lo para sublinhar o seu compromisso com o Leste nas eleições. “A rapariga” não era uma alcunha carinhosa, há quem diga que Kohl mostrava Merkel como uma curiosidade.
Kohl tinha perdido as eleições em 1998 sem ter passado, como se antecipava, o poder ao seu delfim - o actual ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble. Um ano mais tarde, Kohl e Schäuble viram-se envolvidos num caso de contribuições ilegais e contas secretas na CDU.
Quase ninguém no partido quis enfrentar o eterno chanceler. Com uma grande excepção: Angela Merkel.
O director do influente Frankfurter Allgemeine Zeitung, Karl Feldmeyer (que morreu o ano passado), contou como recebeu um telefonema da praticamente desconhecida Merkel para comentar a situação no partido. “O que quer dizer?”, perguntou o director do jornal. “Já o escrevi”, disse Merkel. Feldmeyer propôs então publicar um artigo de opinião, e não quis acreditar quando o leu: “O partido tem de aprender a caminhar e lutar as próximas batalhas sem o seu velho cavalo de guerra, como Kohl muitas vezes gostava de dizer referindo-se a si próprio”.
“Ela espetou-lhe a faca nas costas”, contou o jornalista à revista norte-americana New Yorker. “E rodou-a duas vezes.”
Anos mais tarde, Kohl disse que trazer Merkel para o Governo foi o seu pior erro. “Trouxe a minha assassina”, contou num jantar ao jornalista e editor Michael Naumann (que foi minsitro da Cultura social-democrata). “Pus a cobra no meu braço.”
Merkel foi recentemente alvo de críticas de Kohl – numa biografia não autorizada, o antigo chanceler terá dito: Merkel “está a destruir a minha Europa”. Kohl, que estava muito debilitado depois de um AVC e uma queda em 2008, nega ter feito estas afirmações e recebeu um milhão de euros de indemnização pela sua publicação.
https://www.publico.pt/2017/06/16/mundo ... ro-1775923
A actual chanceler foi responsável por um espectacular golpe que ditou o fim da carreira do antigo líder e a catapultou. Hoje compete para igualar os 16 anos de Kohl à frente do Governo.
Maria João Guimarães
Angela Merkel era uma jovem desconhecida quando se cruzou no caminho de Helmut Kohl em 1990, quando o chanceler alemão procurava uma mulher, da antiga RDA, para o seu Governo. "A minha rapariga”, chamava-lhe. Mas, quase dez anos mais tarde, ela ditou o afastamento dele com um golpe sem misericórdia: o partido tinha de continuar sem Kohl, o seu “velho cavalo de guerra”.
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Kohl é conhecido como o chanceler eterno, com 16 anos no poder, só Bismarck o ultrapassou. Angela Merkel está em posição de o igualar: a caminho de uma eleição em que se espera uma vitória fácil em Setembro, se terminar o quarto mandato terá o mesmo tempo que o seu mentor na chefia do Governo.
Os dois têm muito em comum. Nenhum tem um especial dom de oratória, ambos vieram de uma Alemanha desfavorecida (ele da província, ela do antigo Leste). Apesar de Kohl ter contribuído para a ascensão de Merkel, fê-lo para sublinhar o seu compromisso com o Leste nas eleições. “A rapariga” não era uma alcunha carinhosa, há quem diga que Kohl mostrava Merkel como uma curiosidade.
Kohl tinha perdido as eleições em 1998 sem ter passado, como se antecipava, o poder ao seu delfim - o actual ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble. Um ano mais tarde, Kohl e Schäuble viram-se envolvidos num caso de contribuições ilegais e contas secretas na CDU.
Quase ninguém no partido quis enfrentar o eterno chanceler. Com uma grande excepção: Angela Merkel.
O director do influente Frankfurter Allgemeine Zeitung, Karl Feldmeyer (que morreu o ano passado), contou como recebeu um telefonema da praticamente desconhecida Merkel para comentar a situação no partido. “O que quer dizer?”, perguntou o director do jornal. “Já o escrevi”, disse Merkel. Feldmeyer propôs então publicar um artigo de opinião, e não quis acreditar quando o leu: “O partido tem de aprender a caminhar e lutar as próximas batalhas sem o seu velho cavalo de guerra, como Kohl muitas vezes gostava de dizer referindo-se a si próprio”.
“Ela espetou-lhe a faca nas costas”, contou o jornalista à revista norte-americana New Yorker. “E rodou-a duas vezes.”
Anos mais tarde, Kohl disse que trazer Merkel para o Governo foi o seu pior erro. “Trouxe a minha assassina”, contou num jantar ao jornalista e editor Michael Naumann (que foi minsitro da Cultura social-democrata). “Pus a cobra no meu braço.”
Merkel foi recentemente alvo de críticas de Kohl – numa biografia não autorizada, o antigo chanceler terá dito: Merkel “está a destruir a minha Europa”. Kohl, que estava muito debilitado depois de um AVC e uma queda em 2008, nega ter feito estas afirmações e recebeu um milhão de euros de indemnização pela sua publicação.
https://www.publico.pt/2017/06/16/mundo ... ro-1775923
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
O Kohl nao era parvo, percebeu logo a bosta que ali vinha
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
A ditadura «En Marche»
José Goulão
QUINTA, 15 DE JUNHO DE 2017
A ascensão de Macron ficará como a primeira completa e bem-sucedida estratégia de resposta à fase actual do regime de selvajaria capitalista caracterizado pelo arrastamento da crise e o agravamento das contradições entre os principais gestores.
Dizem os cronistas, jocosos com tamanha invulgaridade, que pode não haver salas suficientes na Assembleia Nacional francesa para acolher a enxurrada de deputados eleitos na super maioria absoluta conquistada pelo partido de Emmanuel Macron nas eleições gerais.
E dizem-no saudando a Macron-mania, uma moda como qualquer outra, saída do nada para «revolucionar o cenário político francês». A partir daqui, as considerações em redor dos fait-divers são ainda mais vazias de conteúdo, pouco importando o facto de tamanha maioria ser obtida com os votos de menos de metade do eleitorado, em favor de um partido que é um projecto pessoal lançado há menos de um ano, sem programa a não ser o de ir andando «em marcha» – sigla EM, tal como EM de Emmanuel Macron, o que, naturalmente, não é simples coincidência. Lembra-nos a História que os regimes «personalistas», ou como lhes queiram chamar, também podem nascer de eleições democráticas.
«Em Marcha» sob o comando de Macron, numa situação de estado de emergência, cuja renovação foi uma das primeiras medidas do novo presidente quando chegou ao Eliseu, tirando proveito do atentado em Manchester praticado por um terrorista formado nas milícias a que também o Estado francês recorreu para destruir a Líbia.
«Em Marcha» sob estado de emergência, sem oposição e num processo legislativo para militarização da Constituição. Aonde conduzirá este caminho?
Apesar das nutridas biografias e das avalanchas de encómios, na verdade sabe-se pouco do político Macron, não devido à sua juventude mas porque há coisas sobre as quais deve conhecer-se quanto baste, ou nem tanto.
Sabe-se que Emmanuel Macron foi ministro da Economia da desastrosa administração de François Hollande; mas desconhece-se quase tudo sobre a sua responsabilidade primeira na elaboração do pacote laboral patronal e anti-trabalhadores contestado nas ruas por centenas de milhares de pessoas e cujas consequências nefastas milhões de cidadãos sofrem já.
Sabe-se que Emmanuel Macron foi eleito presidente e conquistou a gigantesca maioria absoluta com apoio dos principais bancos nacionais, e alguns internacionais, e também da esmagadora maioria dos presidentes das principais empresas do CAC 40, o índice da Bolsa de Paris; desconhece-se quase tudo sobre a participação na sua campanha, como «conselheiros», de enviados da National Endowment for Democracy (NED) e de ex-membros das campanhas de Barack Obama e Hillary Clinton. A NED é uma falsa ONG norte-americana utilizada pelo sistema político de Washington para exportar a «democracia à americana», isto é, apoiar mudanças de regime e mesmo golpes de Estado onde seja conveniente para o complexo militar, industrial e tecnológico. Os casos mais recentes com o dedo desta organização são os golpes na Ucrânia e em curso na Venezuela, a guerra na Síria, as «primaveras árabes» e as «revoluções coloridas» um pouco por todo o lado.
Sabe-se que um dos primeiros momentos da vertiginosa carreira de Emmanuel Macron foi a presidência dos jovens da Fundação Franco-Americana; mas desconhece-se quase tudo sobre a sua presença em 2014, como convidado, na conspiração anual do Grupo de Bilderberg.
Porém, o mais importante do que se sabe sobre Emmanuel Macron, e que raramente se esmiuça nas análises perspectivando as suas actuações, é a defesa, sem piedade, das soluções políticas, económicas, financeiras e militares indispensáveis para a vigência plena do capitalismo selvagem. É esse o conteúdo da expressão «próximas reformas» na boca do novo presidente francês e da sua imensa maioria na Assembleia Nacional, onde não tem oposição. Um quadro permitido, é altura de lembrá-lo, por uma lei eleitoral que subverte os princípios da proporcionalidade e da representatividade. Daí que sejam facilmente identificáveis os objectivos pretendidos por quem insiste em alterar a lei eleitoral em Portugal no sentido da francesa e da britânica, mais gravosa ainda esta.
Como se esperava, as eleições gerais francesas confirmaram o suicídio do Partido Socialista Francês, desejado e trabalhado por altos dirigentes como François Hollande, Manuel Valls e o próprio Emmanuel Macron, ministro que foi de um governo socialista. Esta hecatombe sucede a outras, na Europa e não só, devido a um efeito de dominó que já passou pela Bélgica, Holanda, Grécia, Itália, países nórdicos, Israel, Hungria, Polónia, Croácia, que continua a ameaçar Espanha e tem sob mira o outrora poderoso SPD alemão – agora vergado a uma cumplicidade neoliberal suicida com Angela Merkel.
Até agora salvou-se, para surpresa e desencanto de muitos, o histórico Partido Trabalhista britânico, nas mãos de Jeremy Corbyn, eleito pelos militantes e não pela armadilha das «primárias» – que além de não democrática e contrária aos princípios da existência de partidos, também pode ser auto-destruidora. Raramente se ouve ou lê que os trabalhistas britânicos escaparam à extinção porque se deixaram de «terceiras vias» e foram recuperar valores tão actuais hoje como ontem: a defesa dos trabalhadores e assalariados de todos os sectores, dos sindicatos, dos pequenos e médios empresários, da inclusão social, dos serviços públicos, dos mais desfavorecidos e, de grande repercussão eleitoral, o apoio aos jovens. A recuperação da essência do partido foi, afinal, o grande trunfo de Corbyn.
E, como se pode constatar, a desastrada e reaccionária Theresa May foi logo mendigar uma coligação com o extremismo cristão dos colonialistas da Irlanda do Norte, também chamados «unionistas», cujo ideário político-religioso é comparável ao do fundamentalismo fascista. Assim é o comportamento padrão das direitas.
Macron não necessita de coligações: o PS suicidou-se; a esquerda continua à procura da esquerda através de uma traiçoeira estratégia personalista em torno de Mélenchon que implica o desaparecimento de cena de uma referência como o Partido Comunista Francês (PCF); Macron é a própria direita neoliberal, com um conveniente toque propagandístico de “centrismo”, mesmo mal-amanhado; quanto à extrema-direita, está de regresso ao covil, com o seu espaço cada vez mais ocupado pela maioria nascente depois de o circo mediático asfixiante e macroniano ter feito dela, estrategicamente, um verdadeiro «tigre de papel».
A ascensão de Macron ficará como a primeira completa e bem-sucedida estratégia de resposta à fase actual do regime de selvajaria capitalista caracterizado pelo arrastamento da crise – que os casos avulsos de crescimento soluçante não disfarçam – e o agravamento das contradições entre os principais gestores. A consolidação do absolutismo de uma figura como Macron e o previsível reforço da afirmação de Merkel solidificarão o eixo franco-alemão num quadro de ditadura financeira, monetária, económica e política que se reflectirá em toda a União Europeia.
Sob o poder absoluto dos interesses que manipulam o tecnocrata Macron, a França está «em marcha» para a ditadura política que institucionalizará a arbitrariedade económica e financeira, atropelando o que resta dos direitos laborais, sociais e humanos.
Conjugada com o diktat alemão e do Banco Central Europeu, a situação francesa completa o processo de gestão centralizada da União Europeia em registo ditatorial.
Dignidade, coragem, resistência, energia, ousadia e criatividade são agora como o pão para a boca dos cidadãos dos países da União Europeia.
https://www.abrilabril.pt/ditadura-en-marche
José Goulão
QUINTA, 15 DE JUNHO DE 2017
A ascensão de Macron ficará como a primeira completa e bem-sucedida estratégia de resposta à fase actual do regime de selvajaria capitalista caracterizado pelo arrastamento da crise e o agravamento das contradições entre os principais gestores.
Dizem os cronistas, jocosos com tamanha invulgaridade, que pode não haver salas suficientes na Assembleia Nacional francesa para acolher a enxurrada de deputados eleitos na super maioria absoluta conquistada pelo partido de Emmanuel Macron nas eleições gerais.
E dizem-no saudando a Macron-mania, uma moda como qualquer outra, saída do nada para «revolucionar o cenário político francês». A partir daqui, as considerações em redor dos fait-divers são ainda mais vazias de conteúdo, pouco importando o facto de tamanha maioria ser obtida com os votos de menos de metade do eleitorado, em favor de um partido que é um projecto pessoal lançado há menos de um ano, sem programa a não ser o de ir andando «em marcha» – sigla EM, tal como EM de Emmanuel Macron, o que, naturalmente, não é simples coincidência. Lembra-nos a História que os regimes «personalistas», ou como lhes queiram chamar, também podem nascer de eleições democráticas.
«Em Marcha» sob o comando de Macron, numa situação de estado de emergência, cuja renovação foi uma das primeiras medidas do novo presidente quando chegou ao Eliseu, tirando proveito do atentado em Manchester praticado por um terrorista formado nas milícias a que também o Estado francês recorreu para destruir a Líbia.
«Em Marcha» sob estado de emergência, sem oposição e num processo legislativo para militarização da Constituição. Aonde conduzirá este caminho?
Apesar das nutridas biografias e das avalanchas de encómios, na verdade sabe-se pouco do político Macron, não devido à sua juventude mas porque há coisas sobre as quais deve conhecer-se quanto baste, ou nem tanto.
Sabe-se que Emmanuel Macron foi ministro da Economia da desastrosa administração de François Hollande; mas desconhece-se quase tudo sobre a sua responsabilidade primeira na elaboração do pacote laboral patronal e anti-trabalhadores contestado nas ruas por centenas de milhares de pessoas e cujas consequências nefastas milhões de cidadãos sofrem já.
Sabe-se que Emmanuel Macron foi eleito presidente e conquistou a gigantesca maioria absoluta com apoio dos principais bancos nacionais, e alguns internacionais, e também da esmagadora maioria dos presidentes das principais empresas do CAC 40, o índice da Bolsa de Paris; desconhece-se quase tudo sobre a participação na sua campanha, como «conselheiros», de enviados da National Endowment for Democracy (NED) e de ex-membros das campanhas de Barack Obama e Hillary Clinton. A NED é uma falsa ONG norte-americana utilizada pelo sistema político de Washington para exportar a «democracia à americana», isto é, apoiar mudanças de regime e mesmo golpes de Estado onde seja conveniente para o complexo militar, industrial e tecnológico. Os casos mais recentes com o dedo desta organização são os golpes na Ucrânia e em curso na Venezuela, a guerra na Síria, as «primaveras árabes» e as «revoluções coloridas» um pouco por todo o lado.
Sabe-se que um dos primeiros momentos da vertiginosa carreira de Emmanuel Macron foi a presidência dos jovens da Fundação Franco-Americana; mas desconhece-se quase tudo sobre a sua presença em 2014, como convidado, na conspiração anual do Grupo de Bilderberg.
Porém, o mais importante do que se sabe sobre Emmanuel Macron, e que raramente se esmiuça nas análises perspectivando as suas actuações, é a defesa, sem piedade, das soluções políticas, económicas, financeiras e militares indispensáveis para a vigência plena do capitalismo selvagem. É esse o conteúdo da expressão «próximas reformas» na boca do novo presidente francês e da sua imensa maioria na Assembleia Nacional, onde não tem oposição. Um quadro permitido, é altura de lembrá-lo, por uma lei eleitoral que subverte os princípios da proporcionalidade e da representatividade. Daí que sejam facilmente identificáveis os objectivos pretendidos por quem insiste em alterar a lei eleitoral em Portugal no sentido da francesa e da britânica, mais gravosa ainda esta.
Como se esperava, as eleições gerais francesas confirmaram o suicídio do Partido Socialista Francês, desejado e trabalhado por altos dirigentes como François Hollande, Manuel Valls e o próprio Emmanuel Macron, ministro que foi de um governo socialista. Esta hecatombe sucede a outras, na Europa e não só, devido a um efeito de dominó que já passou pela Bélgica, Holanda, Grécia, Itália, países nórdicos, Israel, Hungria, Polónia, Croácia, que continua a ameaçar Espanha e tem sob mira o outrora poderoso SPD alemão – agora vergado a uma cumplicidade neoliberal suicida com Angela Merkel.
Até agora salvou-se, para surpresa e desencanto de muitos, o histórico Partido Trabalhista britânico, nas mãos de Jeremy Corbyn, eleito pelos militantes e não pela armadilha das «primárias» – que além de não democrática e contrária aos princípios da existência de partidos, também pode ser auto-destruidora. Raramente se ouve ou lê que os trabalhistas britânicos escaparam à extinção porque se deixaram de «terceiras vias» e foram recuperar valores tão actuais hoje como ontem: a defesa dos trabalhadores e assalariados de todos os sectores, dos sindicatos, dos pequenos e médios empresários, da inclusão social, dos serviços públicos, dos mais desfavorecidos e, de grande repercussão eleitoral, o apoio aos jovens. A recuperação da essência do partido foi, afinal, o grande trunfo de Corbyn.
E, como se pode constatar, a desastrada e reaccionária Theresa May foi logo mendigar uma coligação com o extremismo cristão dos colonialistas da Irlanda do Norte, também chamados «unionistas», cujo ideário político-religioso é comparável ao do fundamentalismo fascista. Assim é o comportamento padrão das direitas.
Macron não necessita de coligações: o PS suicidou-se; a esquerda continua à procura da esquerda através de uma traiçoeira estratégia personalista em torno de Mélenchon que implica o desaparecimento de cena de uma referência como o Partido Comunista Francês (PCF); Macron é a própria direita neoliberal, com um conveniente toque propagandístico de “centrismo”, mesmo mal-amanhado; quanto à extrema-direita, está de regresso ao covil, com o seu espaço cada vez mais ocupado pela maioria nascente depois de o circo mediático asfixiante e macroniano ter feito dela, estrategicamente, um verdadeiro «tigre de papel».
A ascensão de Macron ficará como a primeira completa e bem-sucedida estratégia de resposta à fase actual do regime de selvajaria capitalista caracterizado pelo arrastamento da crise – que os casos avulsos de crescimento soluçante não disfarçam – e o agravamento das contradições entre os principais gestores. A consolidação do absolutismo de uma figura como Macron e o previsível reforço da afirmação de Merkel solidificarão o eixo franco-alemão num quadro de ditadura financeira, monetária, económica e política que se reflectirá em toda a União Europeia.
Sob o poder absoluto dos interesses que manipulam o tecnocrata Macron, a França está «em marcha» para a ditadura política que institucionalizará a arbitrariedade económica e financeira, atropelando o que resta dos direitos laborais, sociais e humanos.
Conjugada com o diktat alemão e do Banco Central Europeu, a situação francesa completa o processo de gestão centralizada da União Europeia em registo ditatorial.
Dignidade, coragem, resistência, energia, ousadia e criatividade são agora como o pão para a boca dos cidadãos dos países da União Europeia.
https://www.abrilabril.pt/ditadura-en-marche
Triste sina ter nascido português
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Terrorismo: Governo francês manda fechar três mesquitas
Gerárd Collomb, ministro francês do interior, anunciou hoje que o Governo está a preparar o encerramento de três mesquitas por apelarem ao terrorismo.
O ministro francês do interior, Gerárd Collomb, numa entrevista à “CNews” referiu que a justificação para o encerramento destas mesquitas é por se fazerem discursos de incitação a atos terroristas, avança a TVI24.
Acrescentou ainda, Gerárd Collomb, que durante esta época de verão foram mobilizados 23 mil polícias e guardas para garantir segurança durante o período de férias, refere a TVI24.
Desde que o estado de emergência entrou em vigor no país, em Novembro de 2015, foram fechadas 16 mesquitas.
http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noti ... tas-180562
Gerárd Collomb, ministro francês do interior, anunciou hoje que o Governo está a preparar o encerramento de três mesquitas por apelarem ao terrorismo.
O ministro francês do interior, Gerárd Collomb, numa entrevista à “CNews” referiu que a justificação para o encerramento destas mesquitas é por se fazerem discursos de incitação a atos terroristas, avança a TVI24.
Acrescentou ainda, Gerárd Collomb, que durante esta época de verão foram mobilizados 23 mil polícias e guardas para garantir segurança durante o período de férias, refere a TVI24.
Desde que o estado de emergência entrou em vigor no país, em Novembro de 2015, foram fechadas 16 mesquitas.
http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noti ... tas-180562
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Ontem já era tarde. E expulsar todos os imãns a soldo da arábia saudita!
Triste sina ter nascido português
- Viktor Reznov
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Re: França “em choque” com extrema-direita “às portas do poder”
Justamente, essa mulher é a pior coisa que aconteceu na Alemanha desde o Nazismo.P44 escreveu:O Kohl nao era parvo, percebeu logo a bosta que ali vinha
I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.