UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Carlos Mathias

Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#526 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Nov 27, 2010 1:37 pm

Com esse aparato aí, qualquer coisa cai.
Acabou a era das fortalezas.




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#527 Mensagem por iblek » Sáb Nov 27, 2010 10:59 pm

Adelphi escreveu:
iblek escreveu: A rocinha tem muitos complicadores. Só para citar alguns:
-encravada entre a Barra da Tijuca e Zona Sul;
-Tem muita visibilidade internacional;
-relacionamento entre o tráfico e moradores muito mais tranquilo...

Entretanto, tb tem outros fatores que a tranformam num objetivo( utilizando outros métodos), mais fácil de ser alcançado que o complexo do alemão.

Sim a visibilidade é bem maior, mas a questão geográfica é positiva, existe a possibilidade de cerco pela mata atlântica. Apoio de helicóptero será fundamental. Acredito que em 1 ou 2 dias a Rocinha cai.
Com todo aparato, no máximo 48 horas. O problema maior seria se resolvessem fazer tiro ao alvo nos apartamentos da classe alta...seria uma chiadeira. Mas nada que um pouco de habilidade política não resolva.




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#528 Mensagem por wagnerm25 » Sáb Nov 27, 2010 11:16 pm

iblek escreveu:
Adelphi escreveu:
Sim a visibilidade é bem maior, mas a questão geográfica é positiva, existe a possibilidade de cerco pela mata atlântica. Apoio de helicóptero será fundamental. Acredito que em 1 ou 2 dias a Rocinha cai.
Com todo aparato, no máximo 48 horas. O problema maior seria se resolvessem fazer tiro ao alvo nos apartamentos da classe alta...seria uma chiadeira. Mas nada que um pouco de habilidade política não resolva.
Depois de tomar o Alemão, todo o resto parecerá fácil. O Alemão é a jóia da coroa.




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#529 Mensagem por iblek » Sáb Nov 27, 2010 11:32 pm

Que fique bem claro: eu não gosto dele, principalmente por ser um dos principais defensores do desarmamento do cidadão honesto, mas falou algumas verdades...
http://luizeduardosoares.blogspot.com/2 ... atico.html




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#530 Mensagem por iblek » Sáb Nov 27, 2010 11:34 pm

A crise no Rio e o pastiche midiático

Sempre mantive com jornalistas uma relação de respeito e cooperação. Em alguns casos, o contato profissional evoluiu para amizade. Quando as divergências são muitas e profundas, procuro compreender e buscar bases de um consenso mínimo, para que o diálogo não se inviabilize. Faço-o por ética –supondo que ninguém seja dono da verdade, muito menos eu--, na esperança de que o mesmo procedimento seja adotado pelo interlocutor. Além disso, me esforço por atender aos que me procuram, porque sei que atuam sob pressão, exaustivamente, premidos pelo tempo e por pautas urgentes. A pressa se intensifica nas crises, por motivos óbvios. Costumo dizer que só nós, da segurança pública (em meu caso, quando ocupava posições na área da gestão pública da segurança), os médicos e o pessoal da Defesa Civil, trabalhamos tanto –ou sob tanta pressão-- quanto os jornalistas.Digo isso para explicar por que, na crise atual, tenho recusado convites para falar e colaborar com a mídia:

(1) Recebi muitos telefonemas, recados e mensagens. As chamadas são contínuas, a tal ponto que não me restou alternativa a desligar o celular. Ao todo, nesses dias, foram mais de cem pedidos de entrevistas ou declarações. Nem que eu contasse com uma equipe de secretários, teria como responder a todos e muito menos como atendê-los. Por isso, aproveito a oportunidade para desculpar-me. Creiam, não se trata de descortesia ou desapreço pelos repórteres, produtores ou entrevistadores que me procuraram.

(2) Além disso, não tenho informações de bastidor que mereçam divulgação. Por outro lado, não faria sentido jogar pelo ralo a credibilidade que construí ao longo da vida. E isso poderia acontecer se eu aceitasse aparecer na TV, no rádio ou nos jornais, glosando os discursos oficiais que estão sendo difundidos, declamando platitudes, reproduzindo o senso comum pleno de preconceitos, ou divagando em torno de especulações. A situação é muito grave e não admite leviandades. Portanto, só faria sentido falar se fosse para contribuir de modo eficaz para o entendimento mais amplo e profundo da realidade que vivemos. Como fazê-lo em alguns parcos minutos, entrecortados por intervenções de locutores e debatedores? Como fazê-lo no contexto em que todo pensamento analítico é editado, truncado, espremido –em uma palavra, banido--, para que reinem, incontrastáveis, a exaltação passional das emergências, as imagens espetaculares, os dramas individuais e a retórica paradoxalmente triunfalista do discurso oficial?

(3) Por fim, não posso mais compactuar com o ciclo sempre repetido na mídia: atenção à segurança nas crises agudas e nenhum investimento reflexivo e informativo realmente denso e consistente, na entressafra, isto é, nos intervalos entre as crises. Na crise, as perguntas recorrentes são:

(a) O que fazer, já, imediatamente, para sustar a explosão de violência?

(B ) O que a polícia deveria fazer para vencer, definitivamente, o tráfico de drogas?

C ) Por que o governo não chama o Exército?

(d) A imagem internacional do Rio foi maculada?

(e) Conseguiremos realizar com êxito a Copa e as Olimpíadas? Ao longo dos últimos 25 anos, pelo menos, me tornei "as aspas" que ajudaram a legitimar inúmeras reportagens. No tópico, "especialistas", lá estava eu, tentando, com alguns colegas, furar o bloqueio à afirmação de uma perspectiva um pouquinho menos trivial e imediatista. Muitas dessas reportagens, por sua excelente qualidade, prescindiriam de minhas aspas –nesses casos, reduzi-me a recurso ocioso, mera formalidade das regras jornalísticas. Outras, nem com todas as aspas do mundo se sustentariam. Pois bem, acho que já fui ou proporcionei aspas o suficiente. Esse código jornalístico, com as exceções de praxe, não funciona, quando o tema tratado é complexo, pouco conhecido e, por sua natureza, rebelde ao modelo de explicação corrente. Modelo que não nasceu na mídia, mas que orienta as visões aí predominantes.

Particularmente, não gostaria de continuar a ser cúmplice involuntário de sua contínua reprodução.Eis por que as perguntas mencionadas são expressivas do pobre modelo explicativo corrente e por que devem ser consideradas obstáculos ao conhecimento e réplicas de hábitos mentais refratários às mudanças inadiáveis. Respondo sem a elegância que a presença de um entrevistador exigiria. Serei, por assim dizer, curto e grosso, aproveitando-me do expediente discursivo aqui adotado, em que sou eu mesmo o formulador das questões a desconstruir. Eis as respostas, na sequência das perguntas, que repito para facilitar a leitura:

(a) O que fazer, já, imediatamente, para sustar a violência e resolver o desafio da insegurança?Nada que se possa fazer já, imediatamente, resolverá a insegurança. Quando se está na crise, usam-se os instrumentos disponíveis e os procedimentos conhecidos para conter os sintomas e salvar o paciente. Se desejamos, de fato, resolver algum problema grave, não é possível continuar a tratar o paciente apenas quando ele já está na UTI, tomado por uma enfermidade letal, apresentando um quadro agudo. Nessa hora, parte-se para medidas extremas, de desespero, mobilizando-se o canivete e o açougueiro, sem anestesia e assepsia. Nessa hora, o cardiologista abre o tórax do moribundo na maca, no corredor. Não há como construir um novo hospital, decente, eficiente, nem para formar especialistas, nem para prevenir epidemias, nem para adotar procedimentos que evitem o agravamento da patologia. Por isso, o primeiro passo para evitar que a situação se repita é trocar a pergunta. O foco capaz de ajudar a mudar a realidade é aquele apontado por outra pergunta: o que fazer para aperfeiçoar a segurança pública, no Rio e no Brasil, evitando a violência de todos os dias, assim como sua intensificação, expressa nas sucessivas crises?Se o entrevistador imaginário interpelar o respondente, afirmando que a sociedade exige uma resposta imediata, precisa de uma ação emergencial e não aceita nenhuma abordagem que não produza efeitos práticos imediatos, a melhor resposta seria: caro amigo, sua atitude representa, exatamente, a postura que tem impedido avanços consistentes na segurança pública. Se a sociedade, a mídia e os governos continuarem se recusando a pensar e abordar o problema em profundidade e extensão, como um fenômeno multidimensional a requerer enfrentamento sistêmico, ou seja, se prosseguirmos nos recusando, enquanto Nação, a tratar do problema na perspectiva do médio e do longo prazos, nos condenaremos às crises, cada vez mais dramáticas, para as quais não há soluções mágicas.A melhor resposta à emergência é começar a se movimentar na direção da reconstrução das condições geradoras da situação emergencial. Quanto ao imediato, não há espaço para nada senão o disponível, acessível, conhecido, que se aplica com maior ou menor destreza, reduzindo-se danos e prolongando-se a vida em risco.A pergunta é obtusa e obscurantista, cúmplice da ignorância e da apatia.

(b ) O que as polícias fluminenses deveriam fazer para vencer, definitivamente, o tráfico de drogas?Em primeiro lugar, deveriam parar de traficar e de associar-se aos traficantes, nos "arregos" celebrados por suas bandas podres, à luz do dia, diante de todos. Deveriam parar de negociar armas com traficantes, o que as bandas podres fazem, sistematicamente. Deveriam também parar de reproduzir o pior do tráfico, dominando, sob a forma de máfias ou milícias, territórios e populações pela força das armas, visando rendimentos criminosos obtidos por meios cruéis. Ou seja, a polaridade referida na pergunta (polícias versus tráfico) esconde o verdadeiro problema: não existe a polaridade. Construí-la –isto é, separar bandido e polícia; distinguir crime e polícia-- teria de ser a meta mais importante e urgente de qualquer política de segurança digna desse nome. Não há nenhuma modalidade importante de ação criminal no Rio de que segmentos policiais corruptos estejam ausentes. E só por isso que ainda existe tráfico armado, assim como as milícias.Não digo isso para ofender os policiais ou as instituições. Não generalizo. Pelo contrário, sei que há dezenas de milhares de policiais honrados e honestos, que arriscam, estóica e heroicamente, suas vidas por salários indignos. Considero-os as primeiras vítimas da degradação institucional em curso, porque os envergonha, os humilha, os ameaça e acua o convívio inevitável com milhares de colegas corrompidos, envolvidos na criminalidade, sócios ou mesmo empreendedores do crime.Não nos iludamos: o tráfico, no modelo que se firmou no Rio, é uma realidade em franco declínio e tende a se eclipsar, derrotado por sua irracionalidade econômica e sua incompatibilidade com as dinâmicas políticas e sociais predominantes, em nosso horizonte histórico. Incapaz, inclusive, de competir com as milícias, cuja competência está na disposição de não se prender, exclusivamente, a um único nicho de mercado, comercializando apenas drogas –mas as incluindo em sua carteira de negócios, quando conveniente. O modelo do tráfico armado, sustentado em domínio territorial, é atrasado, pesado, anti-econômico: custa muito caro manter um exército, recrutar neófitos, armá-los (nada disso é necessário às milícias, posto que seus membros são policiais), mantê-los unidos e disciplinados, enfrentando revezes de todo tipo e ataques por todos os lados, vendo-se forçados a dividir ganhos com a banda podre da polícia (que atua nas milícias) e, eventualmente, com os líderes e aliados da facção. É excessivamente custoso impor-se sobre um território e uma população, sobretudo na medida que os jovens mais vulneráveis ao recrutamento comecem a vislumbrar e encontrar alternativas. Não só o velho modelo é caro, como pode ser substituído com vantagens por outro muito mais rentável e menos arriscado, adotado nos países democráticos mais avançados: a venda por delivery ou em dinâmica varejista nômade, clandestina, discreta, desarmada e pacífica. Em outras palavras, é melhor, mais fácil e lucrativo praticar o negócio das drogas ilícitas como se fosse contrabando ou pirataria do que fazer a guerra. Convenhamos, também é muito menos danoso para a sociedade, por óbvio.

C ) O Exército deveria participar? Fazendo o trabalho policial, não, pois não existe para isso, não é treinado para isso, nem está equipado para isso. Mas deve, sim, participar. A começar cumprindo sua função de controlar os fluxos das armas no país. Isso resolveria o maior dos problemas: as armas ilegais passando, tranquilamente, de mão em mão, com as benções, a mediação e o estímulo da banda podre das polícias.E não só o Exército. Também a Marinha, formando uma Guarda Costeira com foco no controle de armas transportadas como cargas clandestinas ou despejadas na baía e nos portos. Assim como a Aeronáutica, identificando e destruindo pistas de pouso clandestinas, controlando o espaço aéreo e apoiando a PF na fiscalização das cargas nos aeroportos.

(d) A imagem internacional do Rio foi maculada?Claro. Mais uma vez.(e) Conseguiremos realizar com êxito a Copa e as Olimpíadas?Sem dúvida. Somos ótimos em eventos. Nesses momentos, aparece dinheiro, surge o "espírito cooperativo", ações racionais e planejadas impõem-se. Nosso calcanhar de Aquiles é a rotina. Copa e Olimpíadas serão um sucesso. O problema é o dia a dia.
Palavras Finais
Traficantes se rebelam e a cidade vai à lona. Encena-se um drama sangrento, mas ultrapassado. O canto de cisne do tráfico era esperado. Haverá outros momentos análogos, no futuro, mas a tendência declinante é inarredável. E não porque existem as UPPs, mas porque correspondem a um modelo insustentável, economicamente, assim como social e politicamente. As UPPs, vale dizer mais uma vez, são um ótimo programa, que reedita com mais apoio político e fôlego administrativo o programa "Mutirões pela Paz", que implantei com uma equipe em 1999, e que acabou soterrado pela política com "p" minúsculo, quando fui exonerado, em 2000, ainda que tenha sido ressuscitado, graças à liderança e à competência raras do ten.cel. Carballo Blanco, com o título GPAE, como reação à derrocada que se seguiu à minha saída do governo. A despeito de suas virtudes, valorizadas pela presença de Ricardo Henriques na secretaria estadual de assistência social --um dos melhores gestores do país--, elas não terão futuro se as polícias não forem profundamente transformadas. Afinal, para tornarem-se política pública terão de incluir duas qualidades indispensáveis: escala e sustentatibilidade, ou seja, terão de ser assumidas, na esfera da segurança, pela PM. Contudo, entregar as UPPs à condução da PM seria condená-las à liquidação, dada a degradação institucional já referida.O tráfico que ora perde poder e capacidade de reprodução só se impôs, no Rio, no modelo territorializado e sedentário em que se estabeleceu, porque sempre contou com a sociedade da polícia, vale reiterar. Quando o tráfico de drogas no modelo territorializado atinge seu ponto histórico de inflexão e começa, gradualmente, a bater em retirada, seus sócios –as bandas podres das polícias-- prosseguem fortes, firmes, empreendedores, politicamente ambiciosos, economicamente vorazes, prontos a fixar as bandeiras milicianas de sua hegemonia.Discutindo a crise, a mídia reproduz o mito da polaridade polícia versus tráfico, perdendo o foco, ignorando o decisivo: como, quem, em que termos e por que meios se fará a reforma radical das polícias, no Rio, para que estas deixem de ser incubadoras de milícias, máfias, tráfico de armas e drogas, crime violento, brutalidade, corrupção? Como se refundarão as instituições policiais para que os bons profissionais sejam, afinal, valorizados e qualificados? Como serão transformadas as polícias, para que deixem de ser reativas, ingovernáveis, ineficientes na prevenção e na investigação?As polícias são instituições absolutamente fundamentais para o Estado democrático de direito. Cumpre-lhes garantir, na prática, os direitos e as liberdades estipulados na Constituição. Sobretudo, cumpre-lhes proteger a vida e a estabilidade das expectativas positivas relativamente à sociabilidade cooperativa e à vigência da legalidade e da justiça. A despeito de sua importância, essas instituições não foram alcançadas em profundidade pelo processo de transição democrática, nem se modernizaram, adaptando-se às exigências da complexa sociedade brasileira contemporânea. O modelo policial foi herdado da ditadura. Ele servia à defesa do Estado autoritário e era funcional ao contexto marcado pelo arbítrio. Não serve à defesa da cidadania. A estrutura organizacional de ambas as polícias impede a gestão racional e a integração, tornando o controle impraticável e a avaliação, seguida por um monitoramento corretivo, inviável. Ineptas para identificar erros, as polícias condenam-se a repeti-los. Elas são rígidas onde teriam de ser plásticas, flexíveis e descentralizadas; e são frouxas e anárquicas, onde deveriam ser rigorosas. Cada uma delas, a PM e a Polícia Civil, são duas instituições: oficiais e não-oficiais; delegados e não-delegados.E nesse quadro, a PEC-300 é varrida do mapa no Congresso pelos governadores, que pagam aos policiais salários insuficientes, empurrando-os ao segundo emprego na segurança privada informal e ilegal.Uma das fontes da degradação institucional das polícias é o que denomino "gato orçamentário", esse casamento perverso entre o Estado e a ilegalidade: para evitar o colapso do orçamento público na área de segurança, as autoridades toleram o bico dos policiais em segurança privada. Ao fazê-lo, deixam de fiscalizar dinâmicas benignas (em termos, pois sempre há graves problemas daí decorrentes), nas quais policiais honestos apenas buscam sobreviver dignamente, apesar da ilegalidade de seu segundo emprego, mas também dinâmicas malignas: aquelas em que policiais corruptos provocam a insegurança para vender segurança; unem-se como pistoleiros a soldo em grupos de extermínio; e, no limite, organizam-se como máfias ou milícias, dominando pelo terror populações e territórios. Ou se resolve esse gargalo (pagando o suficiente e fiscalizando a segurança privada /banindo a informal e ilegal; ou legalizando e disciplinando, e fiscalizando o bico), ou não faz sentido buscar aprimorar as polícias.O Jornal Nacional, nesta quinta, 25 de novembro, definiu o caos no Rio de Janeiro, salpicado de cenas de guerra e morte, pânico e desespero, como um dia histórico de vitória: o dia em que as polícias ocuparam a Vila Cruzeiro. Ou eu sofri um súbito apagão mental e me tornei um idiota contumaz e incorrigível ou os editores do JN sentiram-se autorizados a tratar milhões de telespectadores como contumazes e incorrigíveis idiotas.Ou se começa a falar sério e levar a sério a tragédia da insegurança pública no Brasil, ou será pelo menos mais digno furtar-se a fazer coro à farsa




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#531 Mensagem por Skyway » Dom Nov 28, 2010 5:11 pm

Existe algo sobre os vagabundos do Rio que eu chamo de historinha pra boi dormir. São histórias que sempre vem acompanhadas de algo que da uma falsa credibilidade a elas, como "eu vi!", ou "meu irmão que mora na favela ja viu!" e assim vai.

Com isso se espalha as historinhas tipo "no alemão ninguem entra!", ou "se a polícia entrar no alemão, vai morrer polícial pra cacete!"... ou "tem até lança míssil no alemão, mais de 1000 vagabundos!".

Quem conhece mesmo do assunto, conhece MESMO, sabe que sempre que se escuta uma historinha dessas, tem que se dividir pela metade, no mínimo!

E por isso sempre falei aqui, o alemão vai ser tomado, e não vai ser banho de sangue. Não tem isso tudo na mão dos vagabundos, e não é isso tudo que pintam. Alguns acreditaram em mim, mas outros resolveram bater de frente.

Falei aqui a meses atrás, a polícia VAI entrar no alemão, vai ser com apoio das FA, mas a polícia VAI entrar.
Todas as necessidades para a entrada no alemão e na penha já estavam identificadas a muito tempo, inclusive a dos blindados e o número de soldados no perímetro.

Tiveram que antecipar e com isso improvisar, mas ta aí. O que vale mais? historinha pra boi dormir? Ou fatos? :wink:

Um abraço a todos!




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#532 Mensagem por iblek » Dom Nov 28, 2010 5:21 pm

Exageros existem, claro! E na internet tb não se pode mostrar dados( ou fontes) confiáveis... A varredura completa vai durar, no mínimo, 30 dias. Pelo menos a droga é mais fácil de encontrar...tem cheirinho rsrs. Foram, até agora, só 10 ton de maconha.




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#533 Mensagem por Skyway » Dom Nov 28, 2010 5:22 pm

A droga vai ser muita, MUITA!




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#534 Mensagem por PRick » Seg Nov 29, 2010 1:03 am

Skyway escreveu:Existe algo sobre os vagabundos do Rio que eu chamo de historinha pra boi dormir. São histórias que sempre vem acompanhadas de algo que da uma falsa credibilidade a elas, como "eu vi!", ou "meu irmão que mora na favela ja viu!" e assim vai.

Com isso se espalha as historinhas tipo "no alemão ninguem entra!", ou "se a polícia entrar no alemão, vai morrer polícial pra cacete!"... ou "tem até lança míssil no alemão, mais de 1000 vagabundos!".

Quem conhece mesmo do assunto, conhece MESMO, sabe que sempre que se escuta uma historinha dessas, tem que se dividir pela metade, no mínimo!

E por isso sempre falei aqui, o alemão vai ser tomado, e não vai ser banho de sangue. Não tem isso tudo na mão dos vagabundos, e não é isso tudo que pintam. Alguns acreditaram em mim, mas outros resolveram bater de frente.

Falei aqui a meses atrás, a polícia VAI entrar no alemão, vai ser com apoio das FA, mas a polícia VAI entrar.
Todas as necessidades para a entrada no alemão e na penha já estavam identificadas a muito tempo, inclusive a dos blindados e o número de soldados no perímetro.

Tiveram que antecipar e com isso improvisar, mas ta aí. O que vale mais? historinha pra boi dormir? Ou fatos? :wink:

Um abraço a todos!
Isso tem haver com o que falaram acima, existe uma parte do sistema que é conivente e vive junto com o tráfico, não apenas a chamada banda podre da polícia. Vivem de forma direta ou indireta, fabricando e criando boatos, como a própria mídia faz.

Porém, quem falou isso entrou para a Segurança Pública pelas mãos do Sr. Garotinho.

Por isso, digo, existem problemas graves, porém, todos podem ser solucionados ou muito minorados.

As operações atuais revelaram uma coordenação, preparo e vontade política nunca demonstradas antes.

Então, é possível combater esses caras, sem fazer matanças, sem desrespeitar a população. Mesmo com todas deficiências ainda existentes, a polícia ainda tem alto grau de comprometimento, ganha mal, ainda falta material e tem um treinamento insuficiente. Mas as coisa estão melhorando.

[]´s




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#535 Mensagem por Guerra » Seg Nov 29, 2010 10:48 am

Isso mostra que o trabalho de inteligencia da PMRJ é zero!!




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#536 Mensagem por Guerra » Seg Nov 29, 2010 10:55 am

Eu estou convencido que não existe outra solução para o Rio do que essa de estar presente nas comunidades e enfrentar a bandidagem.
É claro que é preciso valorizar as policias, é preciso obras sociais nas comunidades, mas o carro chefe é o enfrentamento.
Governos anteriores que foram coniventes com os bandidos só pioraram as coisas. POrtanto o caminho é esse




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
gil eanes

UPP para os mauricinhos e desencanados...

#537 Mensagem por gil eanes » Seg Nov 29, 2010 12:55 pm

No Alemão, na Vila Cruzeiro, etc... Entram!!!! Não sei por que alguém duvidava disso até ocorrer. Já várias outras vezes entraram, mas o povo esquece, e quando assite a Globo fica espantado. "NÃO ENTRAVAM NO ALEMÃO!!!"

Quero ver é entrar em Ipanema, Copacabana, Leblon. Nas festinhas sociais da garotada, no meio universitário, no meio artistico......Nas festas hi-society.....

Nestas praias hostis nem FN desembarca!




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Re: UPP para os mauricinhos e desencanados...

#538 Mensagem por Skyway » Seg Nov 29, 2010 12:57 pm

gil eanes escreveu:No Alemão, na Vila Cruzeiro, etc... Entram!!!! Não sei por que alguém duvidava disso até ocorrer. Já várias outras vezes entraram, mas o povo esquece, e quando assite a Globo fica espantado. "NÃO ENTRAVAM NO ALEMÃO!!!"

Quero ver é entrar em Ipanema, Copacabana, Leblon. Nas festinhas sociais da garotada, no meio universitário, no meio artistico......Nas festas hi-society.....

Nestas praias hostis nem FN desembarca!
POR ENQUANTO, isso é verdade.

Não tenho noção de quando essa repressão será feita, se um dia será feita...mas é na minha opinião o passo mais óbvio para o combate ao tráfico depois de tirar o território dessa raça.




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Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#539 Mensagem por henriquejr » Seg Nov 29, 2010 2:17 pm

Guerra escreveu:Isso mostra que o trabalho de inteligencia da PMRJ é zero!!
Baseado em que fazes esta afirmação?




.
Carlos Mathias

Re: UPP - Unidades de Polícia Pacificadora

#540 Mensagem por Carlos Mathias » Seg Nov 29, 2010 2:45 pm

Quero ver é entrar em Ipanema, Copacabana, Leblon. Nas festinhas sociais da garotada, no meio universitário, no meio artistico......Nas festas hi-society.....
X 1000! :x




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