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Mensagem
por FCarvalho » Dom Fev 04, 2024 11:33 am
A quem possa interessar, o estado de Roraima possui 224.303,19 km2 e 1.922 km de fronteira com Venezuela e Guiana. Para vigiar, controlar e defender toda essa extensão do território brasileiro o Esquadrão Escorpião conta com pouco mais de uma dezena de unidades do A-29. Os números exatos ficam entre 15 e 20 aviões, com uma disponibilidade de pouco mais de 50% da frota. O território Yanomami tem pouco mais de cem mil km2, o que corresponde à quase metade do território do estado de Roraima. A fronteira dentro da reserva tem mais de 500 km de linhas divisórias com a Venezuela.
Como o A-29 é um turbohélice com velocidade máxima na faixa dos 600 km\h, seu raio de ação e alcance atendem às expectativas da FAB no que tange o trabalho de vigiar e controlar o espaço aéreo dentro daquele estado, mas não de defender, uma vez que a sua capacidade de interceptação está limitada pelo seu tipo de propulsão. Neste sentido, a capacidade do Super Tucano permanecer em voos de longa duração ao longo das fronteiras e daí partir para eventuais interceptações dos aviões do tráfico, garimpo e crime organizado tornar-se o modus operandi natural daquele esquadrão. Este padrão é sustentado pela visão quase que onipresente dos A-29 carregando sempre dois tanques subalares sob as asas.
Vale lembrar que os pilotos dos 3o Gav podem voar um pouco mais que seus congêneres da primeira linha devido as conhecidas qualidades de baixo custo de operação dos aviões que pilotam, se comparados aos caças a jato. E a FAB tem tentando manter um certo "equilíbrio" entre ambas de forma a permitir o maior nível de adestramento e operacionalidade possível a ambas.
Mesmo assim, já há muito tempo que os pilotos de caça brasileiros não sabem o que é voar mais do que 100 horas\ano. Na verdade tem voado menos que isso, por volta de 80 horas\ano devido a infindável falta de recursos para investimento e custeio. O pessoal do terceiro neste aspecto tem sorte por poder voar pouco mais que aquele primeiro número. Mas isso não é garantido todo ano. E os últimos anos tem sido bastante duros em relação a este aspecto.
Enfim, para obter a plena capacidade de realizar todas as tarefas primárias de um grupo de caça naquele estado, o 1o\3o Gav precisa dispor, primeiro, de mais unidades do A-29, segundo, mais recursos para horas de voo\ano aos seus caçadores, e por fim, mais recursos para manutenção e logística operacional, pois não adianta colocar 50 aviões em Boa Vista se a disponibilidade deles for de 10%.
A ver como, e se, haverá indicações de solução para este imbróglio no extremo norte do país. A mesma situação se repete nos outros dois esquadrões do 3o GAC em Porto Velho e Campo Grande.
Com a palavra o ministério da defesa.
Carpe Diem