A Garra desta índia merece aplauso efusivos de todos.
Ela é a 1ª índia a integrar o exército brasileiro
Ana Maria Cavalcanti
Ela nasceu na floresta amazônica, da etnia dos Waiãpi. Com apenas 14 anos, foi, sem lenço e sem documento, morar no Rio de Janeiro, onde virou mendiga e passou fome.
Depois de uma enorme batalha pela sobrevivência, aos 35 anos, Silvia Nobre, tornou-se a primeira militar indígena a integrar as Forças Armadas do Brasil.
A índia acaba de disputar uma vaga com 5.000 candidatos e foi aprovada com uma das melhores pontuações no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro. Concluiu seu treinamento e, agora, serve no Hospital Central do exército como aspirante. Depois de seis meses será promovida á tenente.
Entrada para exército é um marco na história indígena
Silvia nasceu no Parque Indígena do Tumucumaque, no norte do Brasil, fronteira com a Guiana Francesa “Eu queria estudar, mas como mulher indígena era muito difícil”, disse ela.
Quando chegou ao Rio de Janeiro, não conhecia ninguém. Dormiu nas ruas por alguns meses. “Depois vendi livros de porta em porta”, lembra.
No RJ, Silvia começou a declamar poesias e diz que foi incentivada a escrever pela Associação Profissional de Poetas do Estado do Rio (APPERJ). Ganhou, inclusive, vários prêmios por seus poemas.
A paixão por esporte levou Sílvia ao atletismo
O esporte foi a paixão seguinte da indígena. “Me apaixonei pelo esporte”, disse Silvia, que deixou as artes e direcionou os estudos para a área da saúde e fisioterapia ligada ao esporte.
“Não me causa espanto que ela tenha sido a primeira índia a entrar para o corpo das Forças Armadas”, disse Cristiano Viana Manoel, 27, fisioterapeuta que durante quatro anos acompanhou de perto a trajetória de Silvia como atleta. A Silvia se dedicava muito tentando se superar. Eu digo superação porque, na época, ela sofria de problemas de saúde e, às vezes, passava mal e chegava a desmaiar nas competições.”
De atleta, Silvia passou a ser coordenadora da equipe de atletismo na universidade. “Nós fomos tricampeões no circuito esportivo da Universidade de São Paulo, conhecido como a Volta da USP em 2003, 2004 e 2005”, relembra Cristiano.
O contato de Silvia com o mundo militar se deu quando trabalhava como fisioterapeuta e acompanhava um grupo de fuzileiros navais.
Resolveu concorrer à carreira de militar e prestou concurso em 2009, quando foi reprovada. Tentou pela segunda vez, no ano seguinte, a Marinha e o Exército.
“Fui aprovada nos dois e escolhi o Exército. A seleção foi dura, fui convocada para fazer prova oral, teve análise de títulos e currículo, depois fiz um teste físico”, afirma.
A oficial divide o tempo entre o exército e a universidade
Hoje ela divide o seu tempo no Exército, em cursos de especialização em saúde pública na UFF (Universidade Federal Fluminense), gênero e sexualidade na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e está começando agora a cursar a sua terceira graduação, em gestão hospitalar, numa universidade particular.
Como colaboradora do Conselho Nacional da Mulher Indígena (Conami), ela defende o fortalecimento dos povos indígenas. “Quero abrir uma nova ponte para mulheres índias no Brasil, não só nas Forças Armadas, mas em outros segmentos. Já tenho amigas que disseram que agora vão se preparar para entrar nas forças armadas.”
Silvia vive com seus três filhos e uma neta de quatro meses no Rio de Janeiro. Ela casou recentemente com um militar do Exército. Quando veio ao Rio, a índia já era mãe de Ydrish, hoje com 22 anos e estudante de farmácia. Depois, aos 15 anos, teve Tamudjim, que cursa direito, e, cerca de dois anos depois, teve Yohana, que está começando a estudar relações internacionais.
Quem quiser ver as fotos basta ebtrar no site abaixo. Fui
http://www.50emais.com.br/2011/03/ela-e ... sileiro-2/