Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

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akivrx78
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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#511 Mensagem por akivrx78 » Ter Abr 12, 2011 1:36 am

Apesar da Nisa não admitir já corre o boato que eles vão precisar abrir novamente as válvulas de escape para liberar pressão do núcleo varias vezes, isto poderia indicar mais contaminação em escala global.
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Eles estão injetando nitrogênio liquido no núcleo para eliminar o hidrogênio acumulado e com isto evitar novas explosões, para fazer isto eles diminuíram a injeção de água no núcleo e pretende encher o núcleo até mais ou menos 4~6bar interno e 2 bar externo depois de terminar parece ser inevitável terem de liberar pressão novamente.
Estes tipos de reatores mesmo em condições normais precisam de injeção de nitrogênio constante para evitar o acumulo de hidrogênio no núcleo, em condições normais o nitrogênio é injetado logo após o vapor passar pelas turbinas.
Os americanos querem que os japoneses abram buracos na parede do reator para avaliar a situação na parte interna, mas se tiver hidrogênio vazando por algum lugar poderia ocorrer novas explosões.

Eles precisam dar um jeito na água acumulada dentro das estruturas ultra contaminada.
Descontaminar as áreas alagadas para os operários poderem trabalhar no local.
Encontrar o local de vazamento de água contaminada e neutralizar.
Fazer a água circular dentro do núcleo junto com o nitrogênio.
Tentar reparar o sistema que filtra o vapor que é lançado nas chaminés ou construir algum sistema alternativo.
Dar um jeito nos combustíveis usados nas piscinas.

Somente depois de conseguir fazer isto a crise terminaria, ainda parece estar muito distante de chegar o fim...




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#512 Mensagem por akivrx78 » Ter Abr 12, 2011 2:03 am

Alerta nuclear no Japão atinge o nível máximo
Agência elevou a gravidade do acidente de Fukushima para o nível 7, igualando o desastre ocorrido em Chernobyl, em 1986

EFE | 12/04/2011 00:04

Tóquio - A Agência de Segurança Nuclear do Japão decidiu nesta terça-feira elevar o nível de gravidade do acidente nuclear de Fukushima de 5 para 7 - o índice máximo -, tal qual o ocorrido em Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

A agência indicou que os reatores danificados pelo tsunami de 11 de março na usina nuclear de Fukushima Daiichi estiveram liberando grande quantidade de substâncias radioativas no ar, no que corresponde ao nível 7 fixado na Escala Internacional de Ocorrências Nucleares e Fatos Radiológicas (Ines).

A agência lembrou, no entanto, que as emissões radioativas da central de Fukushima são apenas 10% das liberadas durante o acidente de Chernobyl, que aconteceu quando o reator operava em capacidade máxima, enquanto no Japão as operações haviam sido paralisadas pelo terremoto.

O porta-voz da Agência de Segurança Nuclear, Hidehiko Nishiyama, disse que, ao contrário de Chernobyl, em Fukushima o nível de radiação, apesar de ser alto, permite que os operários trabalhem nas instalações para estabilizar as quatro unidades mais danificadas.

Nishiyama insistiu que os dois acidentes - os únicos a receberem o grau máximo do Ines - são diferentes, já que em Chernobyl o núcleo do reator explodiu, enquanto em Fukushima as explosões de hidrogênio afetaram o edifício externo das unidades. O aumento da gravidade do acidente na escala internacional é baseado nos cálculos provisórios da agência nuclear japonesa, que detectou altas concentrações de césio e iodo radioativo na zona.

Segundo Nishiyama, as emissões de iodo 131 desde o início da crise superam os 10 mil terabecquerel, abaixo das centenas de milhares de terabecquerel emitidas em Chernobyl. Em 18 de março, uma semana depois do devastador tsunami, o Japão elevou o nível de gravidade em Fukushima de 4 para 5, com o que se equiparava ao acidente na usina nuclear americana de Three Miles Island, em 1979.

Na segunda-feira, o governo japonês decidiu ainda que ampliará a área de evacuação a outras zonas fora do perímetro de 20 quilômetros desde a central, entre elas o povoado de Iitate, a 40 quilômetros de distância.

http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/al ... 633.html#2
Os cálculos que utilizaram não são precisos, podem ser para mais ou podem ser para menos, com perda de energia total da usina, com vários sistemas danificados pelas explosões, sem saber a porcentagem que o combustível derreteu não da para saber quanto realmente vazou da usina, estou preocupado com os terremotos que não param na área perto da usina, desde ontem os tremores mais fortes aumentaram na região, acabou de dar uma balançada legal a 5 minutos atras.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#513 Mensagem por akivrx78 » Ter Abr 12, 2011 7:52 am

Local onde pegou fogo nas baterias hoje.
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Presidente da tepco apareceu depois de 1 mês sumido.


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Motivo da usina foi menos afetada...




Hader

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#514 Mensagem por Hader » Ter Abr 12, 2011 8:08 am

Alô, doutor Marcelo? Estou ligando para contar que o gato da sua mãe subiu no telhado hoje de manhã...Qualquer novidade eu volto a ligar...

Qualquer semelhança com o método adotado pelos responsáveis japoneses não é mera coincidência.

Fizeram ouvido de mercador para os alertas e propostas de alguns dos maiores especialistas mundiais no assunto. Parafraseando o Muricy Ramalho: o átomo pune!

Fico só imaginando quando eles terão a decência de informar sobre os níveis de contaminação com materiais mais "interessantes" para a análise do tamanho do estrago... Afinal, todo mundo sabe como termina a estória da mãe do doutor Marcelo...

[]'s




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#515 Mensagem por akivrx78 » Qua Abr 13, 2011 12:34 pm

Assim se armou o Japão nuclear
By admin
– 13/04/2011Posted in: Capa
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Por Gavan McCormack*, no Le Monde Diplomatique francês | Tradução: Antonio Martins

Março de 2011 poderia marcar na história japonesa, uma ruptura comparável à de agosto de 1945, assinalando a morte de um modelo particular de organização do Estado e da economia. Em agosto de 1945, os cogumelos atômicos explodidos no céu de Hiroshima e Nagasaky haviam selado o fim da guerra em que os jovens oficiais do exército de Kwantung haviam envolvido o Japão nos quinze anos anteriores. Da mesma maneira, o medo de um novo apocalipse nuclear, nascido do caos engendrado pelos tremores de terraami de 11 de março, deveriam marquer uma ruptura com as escolhas feitas ano a ano pela oligarquia empresarial desde o imediato pós-guerra. O Estado nuclear é obra desta gente.

Diferente do desastre de 1945, que teve causas puramente humanas, o de 2011 teve com origem fenômenos naturais, muito agravados pelas decisões dos homens. De qualquer forma, as duas catástrofes têm em comum o fato de terem abalado o mundo.

Durante várias décadas, a “síndrome de Hiroshima”, ou, em outras palavras, o medo e a repulsa do povo japonês a tudo que tem traços nucleares, havia conduzido as autoridades nipônicas a manter a maior discreção possível sobre sua cooperação militar com os Estados Unidos, no quadro de uma estratégia de dissuasão militar. A tal ponto que os “tratados secretos” (mitsuyouku), expressão deste compromisso, e mais particularmente os acordos fechados nos anos 1960 e 1970, só foram publicados há dois anos, por ocasição de uma mudança de poder.

Também foi em regime de total opacidade, e sem jamais ser submetida à sanção das urnas, que se tomou a decisão de adotar uma política energética nacional centrada principalmente no nuclear. A catástrofe de Fukushima faz explodir as manipulações de todo tipo que foram necessárias para a instalação de tal programa: campanhas publicitárias repetidas, dissimulação, mentiras, em particular em casos de acidente, e desinformação quanto aos riscos envolvidos, e sobre a segurança .

Agora, quando nenhum caminho de saída para a crise atual parece surgir, constata-se que a democracia japonesa terá de repensar os mecanismos que permitiram a seus governantes esmacar toda a oposição e conduzir o país ao ponto de ruptura em que se encontra. Além do assombro de uma fusão nuclear, de suas consequências sobre a saúde humana e o ambiente, dos problemas causados pelos cortes de eletricidade, trata-se de uma crise da capacidade de governo e da democracia. Parece ter chegado o momento em que os cidadãos precisam encontrar uma forma de reassumir o controle, tirando-o de uma classe dirigente constituída de altos funcionários, políticos profissionais e economistas e inventando um modo responsável e sustentável de gestão dos serviços públicos. A busca de novas formas de geração de energia e de desenvolvimento socioeconômico emerge como o mote que poderá mobilizar a sociedade japonesa.

O fato de que um país mártir do nuclear tenha adotado esta energia com um fervor próximo à obsessão é um paradoxo real. Gozando de uma posição privilegiada e protegido pelos Estados Unidos, o país tornou-se, nos últimos cinquenta anos, um Estado fortemente nuclearizado e uma superpotência do plutônio. É o único país não-nuclear, em termos militares, a se envolver com o desenvolvimento de usinas de enriquecimento e retratamento de urânio e com o projeto de um super-reator. Seus governantes fizeram uma escolha: viram no mineral mais perigoso que a humanidade conhece uma solução mágica para assegurar a segurança energética do país. Enquanto a comunidade internacional concentrava atenção sobre a ameaça representada pela Coreis do Norte, o Japão fugia à vigilância internacional e perseguia seu destino nuclear.

Vale a pena conhecer a história. Só dez anos após Hiroshima e Nagasaki, na época dos “átomos para a paz” do presidente norte-americano Dwight Eisenhower, a comissão japonesa de energia atômica começou a arregaçar as mangas. O programa nuclear de longo prazo lançado em 1967 já incluia o ciclo de combustão e o projeto de super-gerador. A produção de energia nuclear nunca deixou de aumentar, desde então, alimentando uma parte cada vez mais importante da rede nacional de distribuição. Responsável por 3% da energia produzida em 1973, no momento do promeiro choque de petróleo, ela passou a 26% em 2008 e atinge hoje 29%. Em 2006, o ministério da Economia, Comério e Indústria (METI) inaugurou uma “nova política energética”, que tinha por objetivo fazer do Japão uma potência nuclear (genshiryoku rikkoku). O caminho previa o desenvolvimento do nuclear (destacadamente), da hidreletricidade e de outras formas de energia renováveis. Juntas, elas deveriam suprir 50% das necessidades energéticas do país em 2020, chegando a 70%, em 2030. O plano para necessidades energéticas de base, concebido em 2010, previa construir nove novos reatores até 2020 e catorze até 2030. Ao mesmo tempo, a utilização da capacidade dos reatores existentes deveria passar de 60% em 2008 a 85% em 2020 e 90% em 2030.

O sonho de uma energia eterna e infinita inspirou gerações de burocratas japonseses. Próximo ao reator de plutônio de Monju, o parque temático Tsuruga, dedicado ao nuclear (“Aquatom Nuclear Theme Park-Science Museum”) acolhe os visitantes com estas palavres: “O Japão é pobre em recursos naturais. É por isso que Monju, um reator de plutônio, é neceessário. Porque o plutônio pode ser utilizado durante milhares de anos”.

Bilhões e bilhões de ienes foram investidos nos programas de pesquisa e desenvolvimento, enquanto orçamentos adicionais formidáveis foram consagrados à construção de gigantescos complexos industriais. Se são confiáveis as cifras fornecidas pela muito oficial Federação das Companhias de Eletricidade, a central de Rokkasho, no norte da província de Honshu, teria custado, ao final de seus quarenta anos de vida, a soma de 19 trilhões de ienes (360 bilhões de reais) – o que a transformaria na instalação nuclear civil mais cara do Japão, e talvez do mundo.

O país domina o ciclo completo da combustão nuclear. Constroi usinas de tratamento de dejetos, queima uma mistura de plutônio (como ocorre, desde o dim de 2010, no reator 3 da central de Fukushima, Dai-ich) e estoca grandes volumes de dejetos de baixa atividade. Engaja-se no desenvolvimento da supergeração, uma tecnologia tão difícil de controlar e tão cara que todos os outros países a deixaram temporariamente de lado, considerando-a como um sonho cuja hora não chegou. Da preparação do combustível à construção e operação dos reatores; da extração de dejetos a seu retratamento e estocagem, cada etapa do ciclo representava um problema – mesmo antes que o tsunami inundasse a central de Fukushima.


Uma memória dos desastres

Até 11 de março de 2011, o Japão contava com 54 reatores em atividade. A opção por estocar dejetos muito tóxicos, de atividade futura muito longa, em piscinas localizadas ao lado dos reatores, revelou-se um erro fatal. Segundo Robert Alvarez, as piscinas de descontaminação emitem uma radiotividade de cinco a dez vezes maior que a do núcleo do reator. “Cada uma delas”, afirma ele, contém uma concentração de césio 137 superior à liberada pelo conjunto dos testes nucleares realizados no hemisfério Norte”. E continua: “As emissões de césio 137 que poderiam se seguir a um incêndio tornariam inabitável uma região mais vasta que a de Tchernobyl”. Deslocamento ocorrido sob o impacto do terremoto ou vazamentos causados pelo desabamento da estrutura? O que quer que seja, os bastões de combustíveis de diversas usinas foram parcialmente expostos e houve incêndios, cujas consequências ainda é preciso avaliar. O trabalho de resfriamento só foi feito após imensos esforços, e com resultados limitados, utilizando a água do mar despejada em meio ao incêndio, a partir de helicópteros e mais tarde, finalmente, após o religamento, in extremis, das bombas.

Assim que a crise for superada, as usinas precisarão ser descontaminadas e desmanteladas. É um trabalho que se anuncia, desde já, difícil e caro. O processo poderá se estender por vários anos, ao menos uma década. Ao mesmo tempo, será preciso encontrar uma forma de compensar a perda em geração elétrica. As centrais serão recobertas por um sarcófago de cimento, como em Chernobyl? Em qualquer caso, parece claro que elas se converterão num memorial dos erros devastadores cometidos pelo Japão nuclear do pós-guerra.

Antes de Fukushima, outres complexos, entre os mais conhecidos, já haviam suscitado inquietudes. Em julho de 2007, a central nuclear de Kashiwazaki (em Niigata), a maior do mundo, cujos reatores geram 8 mil megawatts (Mw), havia resistido a um terremoto de magnitude 6,8, embora não tivesse sido concebida para enfrentar um abalo de tal força. O incidente revelou que as estruturas foram edificadas sobre uma falha nunca antes detectadas. O pior foi evitado, mas maus funcionamentos foram constatados: conduítes aparentes, incêndios e despejo de partículas radioativas no mar e na atmosfera. A usina Hamaoka, de Shizuoka,190 quilômetros a sudoeste de Tókio, tem cinco reatores. Também foi construída em zona sísmica (a junção das placas eurasiana, pacífico-filipina e norte-americana), que, segundo os sismólogos, poderia tremer num futuro próximo. A todas estas inquietações, o operador da usina responde que a usina pode resistir a um terremoto de 8,5 – a maior magnitude já resgistrada na região. O tremor de intensidade 9 que abalou Fukushima tornou, em poucos minutos, as instalações caducas. Se um evento semelhante se produziesse em Hamaoka, seria preciso evacuar 30 milhões de pessoas.

Nos dias de hoje, outro projeto desperta controvérsias. Dois reatores deveriam ter sido instalados em Kaminoseki, uma pequena comuna de 3.700 habitantes, situada ao sul do Parque Natural do Mar Interior, a 80 quilômetros de Hiroshima. O começo da operação está previsto para 2018, para um, e 2022, para o segundo. Depois de trinta anos de debates e adiamentos, devidos à forte oposição da população local – especialmente a pequena comunidade de pescadores da ilha de Iwaishima, situada a quatro quilômentros da futura central – a aplainagem do terreno e o aterramento de áreas marítimas começaram em 2010. Desde então, incidentes envolvendo barcos de pesca ou dos moradores, canoas e caiaques multiplicaram-se. À luz dos eventos recentes, parece dícil imaginar que o governo seja capaz de intervir para calar os que protestam. Ao contrário: o prefeito da região manifestou-se há pouco, para pedir a paralisação dos trabalhos.

Agência Internacional de Energia pede moratória — e é ignorada


Os reatores nucleares geram grandes quantidades de dejetos que devem ser estocados e reprocessados. Desde 1992, os dejetos de alto teor de reatividade são reprocessados em usinas como a de Sellafield, na Inglaterra, e La Hague, na Normandia. Cada carregamento encaminhado a estes destinos contém uma concentração de plutôpnio equivalente a dezessete bombas atômicas. Mohammad El-Baradei, antigo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), considerava o reprocessamento um processo muito perigoso, que deveria ser efetuado sob rígidas regras internacionais. Ele pediu ao Japão uma moratória de cinco anos no enriquecimento e reprocessamento. Uma recomendação que o Japão ignorou, alegando que a medida deveria se aplicar a novos projetos, e não às centrais que já operavam há décadas

A central de Rokkasho, a norte de Fukushima, no departamento de Aoumori, reúne no mesmo espaço produção de energia, reprocessamento, enriquecimento e estocagem de dejetos. Isso faz dela a maior central nuclear civil do mundo. Sua unidade de reprocessamento pode converter 800 toneladas de dejetos por ano. A isso, acrescentam-se, todos os anos, oito toneladas de plutônio puro, utilizável para fins militares (o equivalente a mil ogivas de mísseis nucleares). Após diversos contratempos, o reprocessamento começou em 2006, em caráter experimental, sem atingir, até o momento, o regime de pleno funcionamento comercial. Uma outra unidade de reprocessamento, a de Tokaimura, está paralisada desde 1999, após um acidente ocorrido no supergerador, que causou a irradiação de centenas de pessoas e matou dois operários. Desde então, os dejetos se acumulam. A maior parte é estocada, como em Fukushima, ao lado do reator de que é extraída.

No caso de Rokkasho, mesmo que o reprocessamento serja retomado em breve, ele só poderá beneficiar uma ínfima parte dos resíduos que se acumulam por anos. O estoque foi estimado em 12,6 mil toneladas, em 2006. A questão dos dejetos japoneses, incluído o plutônio (um quinto dos estoques mundiais de uso civil), continuará a exigir providências.

Os dejetos de baixa atividade são conservados em recipientes de 200 litros. Em alguns casos, estão armazenados no mesmo local dos reatores; em outros, são encaminhados ao depósito subterrâneo de Rokkasho, projetado para receber três milhões de recipientes. As quarenta cavidades, com capacidade de 10 mil recipientes cada uma, serão mais tarde recobertas de terra e vigiadas por 300 anos. As montanhas artificiais formadas serão como imensos cogumelos venenosos, num reduto tranquilo da região de Aomori.

Os dejetos de alta atividade são vitrificados e depositados em recipientes antes de retornarem a Rokkasho, onde são estocados por 30 a 50 anos, até que sua temperatura baixe lentamente, de 500 a 200 graus. Apenas ao atingir esta condição, poderão ser sepultados – a mais de 300 metros de profundidade. Suas radiações só se dissiparão após alguns milênios.

O combustível misto de óxido de urânio e plutônio (MOX), utilizado no rator 3 da central de Fukushima, constitui uma maneira de reutilizar o plutônio sem convertê-lo em dejeto – integrando-o ativamente, ao contrário, num ciclo energético eterno. Os supergeradores oferecem também uma solução ao problema do acúmulo de plutônio. Permitem “gerar” um plutônio puro de altíssima qualidade. Ou seja, o processo produzir uma quantidade deste mineral maior que a inicial. Os riscos e custos ligados a esta tecnologia são tão relevantes que o Japão é hoje o único país a seguir em tal caminho tecnológicos, apesar dos pobres resultados alcançados. O protótipo de supergerador de Monju, implantado em Tsuruga, no departamento de Fukui (costa ocidental) precisou ser fechado em 1995, em sequência a uma tentativa de camuflar incêndio por negligência, ocorrido após fugas de sódio. Em 2003, o julgamento, pela Corte Suprema, de um processo originado na sequência autorizou a reabertura das instalações, mas dificuldades técnicas impediram a retomada da operação. Segundo as previsões atuais, o supergerador poder operar em 2050 – ou seja, com 70 anos de atraso, em relação à meta oficial. Elas sugeriam que Monju fosse substituído por uma nova central, por volta de 2030. Tudo isso, com um custo de um trilhão de ienes (R$ 19 bilhões).
Erros humanos e práticas fraudulentas

O Japão é hoje vítima de erros de avaliação desastrosos e práticas fraudulentas, que se entrelaçam ao longo de meio século. Incluem falsificação de documentos, fabricação de relatórios, mistificação dos inspetores de segurança nuclear, minimização dos riscos e falta total de transparência na apuração de incidentes e paralisações. Nenhuma abuso foi evitado, no esforço para alcançar a meta estabelecida. Ao perceber seu país, um dos mais avançados científica e tecnologicamente, reduzido à tentativa de interromper um processo de fusão nuclear por meio de métodos tão grosserios como o uso de mangueiras d’água, a sociedade japonesa (e o resto do mundo) se questiona. Que nação – entre elas os Estados Unidos, que se lançam a um “renascimento nuclear” – seria capaz de reagir melhor, em tais circunstâncias?
Apesar da catástrofe que continua a ameaçar, abandonar a energia nuclear não seria tarefa para amanhã. A classe dirigente continuará a perseguir seus sonhos de liderança mundial. Continuará, portanto, a vislumbrar no nuclear uma energia limpa e ilimitada, capaz de rsolver o problema do aquecimento climático. Desejará manter uma força nuclear de dissuasão (braço armado dos Estados Unidos no Pacífico). Para boa parte da população, os objetivos são outros. Cada vez mais vozes se erguem em favor de um processo realmente democrático de decisão envolvendo as fontes de energia. Sugerem o fim do programa nuclear militar e o planejamento de uma alternativa ao nuclear civil. As aspirações incluem o desenvolvimento de energias renováveis, o fim das emissões de gases do efeito-estuva, a reciclagem dos materiais existentes.

Na queda de braços que opõe uma burocracia firmemente aferrada a um Japão nuclear e uma sociedade civil impaciente pela emergência de um novo padrão social, econômico e ecológico, haverá um antes e um depois do 11 de Março.


Gavan McCormack é professor emérito na Universidade da Austrália e autor de diversos livros, entres os quais Client State: Japan in the American embrace [“Estado-Cliente: o Japão na órbita dos Estados Unidos], Verso, Nova York, 2007

http://www.outraspalavras.net/2011/04/1 ... o-nuclear/
Ótimo artigo conta vários podres.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#516 Mensagem por soultrain » Qua Abr 13, 2011 1:15 pm

Nuclear. É oficial: Fukushima tornou-se um novo Chernobyl


por Joana Azevedo Viana, Publicado em 13 de Abril de 2011 | Actualizado há 21 horas

Autoridades do Japão confirmam o que diziam os especialistas e consideram o desastre de nível sete, onde até agora só estava a catástrofe ucraniana


O desastre de 11 de Março teve um enorme impacto na economia japonesa
Kim Kyung Hoon/Reuters
O acidente na central nuclear de Fukushima Daiichi, provocado pelo sismo de 9,0 na escala de Richter e consequente tsunami que atingiram o Japão a 11 de Março, já foi classificado ao nível do desastre nuclear de Chernobyl. As autoridades japonesas viram-se ontem obrigadas a subir o nível do acidente de Fukushima de 5 para 7 (nível máximo na escala internacional que mede a gravidade deste tipo de eventos), anunciando que a situação na central da província no Nordeste do país está agora ao nível do acidente de 1986 na Ucrânia. Contudo, a comissão de segurança nuclear do país sublinhou que as emissões de radiação na área são mais baixas que a radioactividade libertada naquele que até agora era considerado o maior desastre nuclear de sempre (a envolver a exploração do nuclear para fins civis).

Segundo o organismo estatal nipónico, ontem os níveis de radiação representavam apenas 10% dos registados em Chernobyl, ainda que, num raio de 60 quilómetros em redor da central, os níveis continuem acima dos legais - situação que já obrigou as autoridades a alargar a zona de exclusão, até agora limitada a um raio de 40 quilómetros em torno de Fukushima Daiichi. A comissão indicou ainda que o novo patamar de perigosidade é "provisório" e que a decisão foi tomada devido "às medições de iodo e césio registadas no meio ambiente". A decisão definitiva, ficou sublinhado, estará a cargo de um comité de especialistas internacionais.

O dia de ontem também ficou marcado por um novo sismo, uma réplica que atingiu 6,3 graus na escala de Richter e afectou sobretudo a província da central nuclear pelas 14h locais (6h da manhã em Lisboa). O novo sismo levou à retirada urgente dos funcionários da central, como medida de precaução.

Naoto Kan em alta A subida oficial do nível de perigo na central surgiu com uma adenda - o governo deixou claro que a decisão de assumir o nível máximo em Fukushima surgiu, não devido à actual situação na central, mas ao cenário visto como um todo desde o sismo de Março. Ainda assim, o governo não escapa ao amontoar de críticas quanto à falta de informação fornecida à população.

Depois de, há algumas semanas, o líder do partido comunista japonês, Kazuo Shii, ter exigido que a gestão do desastre em Fukushima passasse a ser feita por um órgão independente do governo - pelas "lacunas na informação" que foi chegando aos japoneses -, ontem as afirmações do executivo de Naoto Kan de que esta catástrofe era difícil de prever foram igualmente alvo de duras críticas. "Ouvi o governo e a Tepco [Tokyo Electric Power Co., empresa que gere a central] dizerem que não poderiam prever que o tsunami atingira esta dimensão, mas isso é ridículo", disse ao "The Japan Times" Ryohi Morimoto, membro honorário da Associação Japonesa para a Prevenção de Desastres Sísmicos.

Ainda assim, e apesar das críticas, um analista coreano a viver em Tóquio, Cha Hak-bong, referia que "a taxa de popularidade do primeiro-ministro, Naoto Kan, já subiu 10% desde o sismo".

Repensar o nuclear A discussão mundial sobre as vantagens e os riscos do nuclear continua a subir de tom desde o acidente em Fukushima e, depois de países como a Alemanha terem suspendido a construção já em curso de novas centrais para reavaliação do modelo, ontem a Suíça anunciou que está a estudar a possibilidade de abandonar completamente a exploração de energia nuclear. "Estamos a analisar vários cenários, incluindo o da saída", disse Micheline Calmy-Rey, presidente do país, depois de uma reunião com o homólogo austríaco, Heinz Fischer.

A Áustria é um dos poucos países que já aboliram a exploração deste tipo de energia, depois de um referendo em 1978 em que a população votou em massa no "não". A Suíça - que não quis esperar pelos testes de stresse exigidos, em Março, pela UE - tem cinco centrais nucleares em actividade e recentemente deu início a consultas públicas para determinar a renovação dos modelos de segurança e de funcionamento de três delas.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#517 Mensagem por akivrx78 » Qua Abr 13, 2011 5:10 pm

Métodos grosseiros foi a tentativa de parar e identificar os vazamentos de água radioativa para o mar, para mim foi proposital estes métodos, apenas para conseguir apoio da população a atitude de jogar detritos no mar.
Eles jogaram concreto comum no poço com água corrente, sendo que deveriam ter jogado concreto misturado com produtos químicos, existe concreto que seca até dentro de água em menos de 2 horas, jogaram pó de madeira e 180 quilos de jornal picado para diminuir o vazamento....foi motivo de risadas nos programas de tv....por ultimo jogaram essências em pó que são utilizados em banho em banheiras para tentar identificar por onde a água estaria vazando, somente depois disto tudo injetaram vidro em pó para deter o vazamento, motivo da demora segundo a tepco foi pela encomenda do produto disse que não conseguiu encontrar fornecedores abertos no domingo...e que se encomendou na segunda para entregar na terça...

Infelizmente por mais que a operadora tenha culpa em negligenciar avisos de perigo nas instalações, o maior culpado são a Nisa um órgão de segurança que fica subordinado ao ministério de planejamento, e o próprio governo que recebem poupudas doações das operadoras para fazer vista grossa aos riscos.

A tepco ofereceu US$ 250 mil em doações para as vitimas do acidente, sabe quanto a tepco pagou para as redes de tvs emitir comerciais depois do acidente, apenas US$300 milhões.


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Algumas fotos das mais de 3000 partes danificadas apos o tremor em 2007.

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Quem queiser ver todas as fotos vai o link , https://picasaweb.google.com/kknpp0707

A usina de Kashiwazaki foi construída para resistir a um tremor de 6.0 para cortar custos dizendo que a área sísmica era segura, ocorreu um tremor de 6.3 e com falsificação de estudos científicos geológicos por falhas nas camadas do solo o tremor ultrapassou 7.0 no local da usina, já existe tecnologia para se construir uma usina nuclear para resistir a terremotos de até 9.0 mas os custos triplicam e se tronam inviáveis para o consumidor.



O acidente de Monju foi uma piada, chegaram a contratar indigentes para limpar o local morreu um monte de pessoas apos o acidente por terem sidos expostos a alto níveis de radiação.

Parece um aviso divino....

A usina de Monju foi reaberta depois de 14 anos, em agosto de 2010 o guindaste de 3.3 toneladas que carrega combustível no reator quebrou e caiu dentro do reator...deve demorar anos para retirar o guindaste do núcleo................

Uma pergunta os reatores tipo fast breeder reactor tem futuro?




Hader

Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#518 Mensagem por Hader » Qua Abr 13, 2011 6:43 pm

Reatores tipo fast breeder são objetos de desejo, mas muito complicados e controversos. Existem algumas propostas interessantes sobre o conceito, mas que podem ser abandonadas em favor de outras tecnologias que agora parecem mais convidativas.

Para quem desejar saber mais sobre o assunto eu recomendo:

http://brc.gov/pdfFiles/May2010_Meeting ... %20Web.pdf




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#519 Mensagem por akivrx78 » Qua Abr 13, 2011 7:00 pm

Usina no Japão poderá ter de pagar até R$ 41 bilhões em indenizações
IG 13/04/2011 07h00

A Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa que opera a usina nuclear de Fukushima Daiichi, no Japão, poderá ter de pagar até US$ 26 bilhões (cerca de R$ 41 bilhões) em indenizações, segundo avaliação do banco JP Morgan.

A companhia está tentando conter um vazamento de radiação na central nuclear e, nesta terça-feira, as autoridades do Japão elevaram a gravidade da crise nuclear no país para o nível máximo, o nível 7, o mesmo adotado na crise nuclear desencadeada pelo desastre de Chernobyl, em 1986.

A decisão de elevar o nível de ameaça foi tomada depois que especialistas estimaram em o nível de radiação em 10 mil terabecquerels (TBq) por hora na usina de Fukushima por várias horas. A medição seria compatível com a classificação de nível sete, segundo a Escala Internacional de Eventos Nucleares.

Não ficou claro quando exatamente esse nível foi atingido, mas os níveis teriam em seguida caído para menos de um TBq por hora, segundo relatos locais. O nível sete significa "um grande acidente" com "consequências mais amplas" que o nível anterior, segundo as explicações dos especialistas.

http://www.correiodoestado.com.br/notic ... en_106789/
Ao todo a Nisa estima que liberou de 330 mil terabecquerels (TBq) a 670 mil terabecquerels (TBq) e se estima que até o final da crise os números atinjam 1 milhão de terabecquerels (TBq), isto claro se tudo correr como planejado se explode somente o reator 1 por exemplo, os números podem superar os de Chernobyl onde foi liberado 5.7 milhões de terabecquerels (TBq) estes números são somente os de liberação no ar, falta incluir os do mar ainda...
O mais estranho e varias mídias reportaram que escapou a radiação, a radiação não escapou eles liberaram para aliviar pressão nos reatores...

Segundo boatos que vazaram de especialistas que estão ajudando a controlar a situação do reator 1 é critica, não tem água no núcleo porque não conseguiram injetar, a água injetada foi fora do núcleo na proteção externa, somente dentro do cofre de aço.
Por isto a temperatura e pressão dele não baixa igual ao reator 2 e 3.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#520 Mensagem por akivrx78 » Qua Abr 13, 2011 7:01 pm

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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#521 Mensagem por akivrx78 » Qui Abr 14, 2011 12:16 am

Artigo critica sismólogos e diz que não se pode prever tremores
13 de abril de 2011 • 13h30 • atualizado às 13h52

Governo e sismólogos japoneses deverão admitir que os terremotos não são previsíveis em longo prazo, em vez de defenderem ideias que os cegaram antes do violento tremor seguido de tsunami de 11 de março, acusa um artigo publicado nesta quarta-feira pela revista científica Nature. O sismólogo americano Robert Geller, professor da Universidade de Tóquio, lamenta que os cientistas do governo japonês tenham se fixado no risco de forte terremoto na costa do Pacífico no sul do Japão, o que, segundo ele, impediu que percebessem os riscos para o nordeste, onde foi registrado o terremoto de magnitude 9 de 11 de março.

Ele critica a crença, defendida durante décadas, segundo a qual o Japão corria o risco de sofrer um enorme sismo na costa sul. Os mapas de riscos de "zonas sísmicas" de Tokai, Tonankai e Nankai são amplamente apresentados durante as campanhas públicas. Baseados em teorias datando dos anos 1960 e 1970, "elas induzem o público ao erro levando a crer que, inexoravelmente, chega a hora de um tremor de magnitude 8 que atingirá o distrito de Tokai em um futuro próximo", indica Robert Geller.

Nenhum terremoto grave foi registrado nessas três regiões depois de 1975. Pelo contrário, terremotos que deixaram pelo menos dez mortos no Japão ocorreram em locais onde a probabilidade de um sismo era pequena, argumenta. Se os cientistas tivessem mergulhado em dados históricos mostrando que tsunamis tinham atingido em várias ocasiões o nordeste do Japão durante séculos, o terremoto de 11 de março "poderia ter sido facilmente 'previsto' de forma geral", sem se saber a hora, nem o epicentro, considera Geller.

E isso poderia ter sido levado em conta na concepção inicial da central nuclear de Fukushima Daiichi, acrescenta, pedindo a revogação da lei de 1978 sobre as medidas a serem adotadas contra o forte terremoto (LECA), que se baseia no risco na região de Tokai. "É o momento de dizer francamente ao público que os terremotos não podem ser previstos, de abandonar o sistema de previsão Tokai e de revogar a LECA", disse. "Todo o Japão está em risco de terremoto, e a situação atual da sismologia não permite fazer de forma confiável a distinção entre os níveis de riscos de zonas geográficas particulares".

AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.
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Áreas que são esperadas pelo terremoto de Tokai tem 90% de acontecer ate 2025.

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Os quadrados são as áreas que os sismólogos japoneses previam que iria ocorrer um grande terremoto pontual com provabilidade de ocorrer ate 2030 de 90%, mas o que ocorreu foi tremores múltiplos que fez a parte roxa tremer tudo, a área tem 200km de largura e 500km de comprimento.

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Em 1 dia aconteceu isto os sismólogos japoneses pensavam que seria impossível acontecer tudo de uma só vez.

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Provabilidades de ocorrer tremores dados de 2005, era esperado um tremor pontual de 7.5 com 99% e para a área que o tremor que realmente ocorreu era de 8.2 com 20% de provabilidade e 7% de provabilidade que provocasse um tsunami.
Este mapa de dados são do próprio governo.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#522 Mensagem por akivrx78 » Sex Abr 15, 2011 5:10 am

15/04/2011 04h43 - Atualizado em 15/04/2011 04h43
Famílias que deixaram região de Fukushima receberão US$ 12 mil
Empresa que administra usina nuclear vai pagar indenizações.
No total, compensações custarão à central US$ 620 bilhões.

Da EFE

O Japão aprovou nesta sexta-feira (15) um plano da Tokyo Electric Power Company (Tepco) para pagar uma primeira compensação de 1 milhão de ienes (US$ 12.400) às famílias retiradas da região da usina nuclear de Fukushima Daiichi, em consequência da crise nuclear no complexo, informou a agência de notícias local Kyodo.
saiba mais


O valor anunciado pela empresa que administra a central tem caráter provisório, já que a Tepco deverá disponibilizar um volume muito maior de compensações no futuro devido ao mais grave acidente nuclear da história do Japão.

Este primeiro plano de compensações fará a Tepco desembolsar aproximadamente 50 trilhões de ienes (US$ 620 bilhões).

O governo pediu que a Tepco forme um grupo de trabalho para estudar um programa de indenizações, cujos fundos podem ser deduzidos dos lucros da empresa elétrica durante mais de uma década, segundo a imprensa japonesa.

Banri Kaieda, ministro da Economia, afirmou nesta sexta que antes do fim do mês serão indenizadas as pessoas que viviam a uma distância de até 30 km da central atômica, o que engloba um total de 48 mil famílias.

Cerca de 80 mil pessoas que moravam a menos de 20 km da usina foram retiradas de suas casas.

Na segunda-feira (11), o governo aprovou um outro plano para esvaziar novas regiões próximas à usina nuclear, retirando cerca de 115 mil pessoas.

http://g1.globo.com/tsunami-no-pacifico ... 2-mil.html
Que preju...o que custava gastar um pouco mais para melhorar as instalações e evitar o acidente....




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#523 Mensagem por akivrx78 » Sex Abr 15, 2011 12:28 pm

14/04/2011 12.41.11
OS ESTRANGEIROS DECEPCIONAM OS JAPONESES

Tóquio, 14 abr (RV) - “Quando nós precisamos de vocês, vocês nos abandonam.”

Depois de 43 anos de atividades com migrações internas, internacionais, refugiados e marinheiros, tendo como foco a pessoa do migrante, defendendo-o, lutando para que ele fosse bem acolhido nas igrejas e no país de destino, algumas observações feitas por oficiais de imigração e nacionais japoneses causaram-me questionamentos e me fizeram descobrir alguns detalhes da cultura nipônica. Por isso hoje, dia 11 de abril, que marca um mês depois do terremoto, tsunami e o desencadeamento de problemas na usina nuclear de Fukushima, parei para equacionar as experiências vividas nesses 30 dias de réplicas sísmicas freqüentes,mais de 900 até hoje. Está sendo um excelente aprendizado morar neste país num momento de dor, de sofrimentos, de perdas e de incertezas. Nas circunstâncias presentes, não posso deixar de colocar-me do lado deste povo recatado, silencioso e comedido para tentar sentir o que ele sente diante de nossas atitudes e decisões como estrangeiros.

Depois de ouvir dezenas de vezes a pergunta, “você vai embora?”, especialmente quando foi noticiado que milhares de migrantes estavam saindo do país para voltar em tempos de calma, pus-me a pensar e ligar a pergunta com expressões e outras perguntas que me dirigiram.
Três dias depois do terremoto, ao ir ao Centro de Imigração dar apoio aos detentos para serem deportados, observei uma multidão de estrangeiros crescendo a cada dia, ocupando todos os passeios ao redor do edifício e ruas adjacentes. Eram pessoas assustadas pelo terremoto, tsunami, medo de sofrer radiações e sob pressão de familiares deixados nos países de origem, que iam buscar a permissão para voltar (reentry). Dois oficiais do Departamento de Imigração aproximaram-se de mim e de uma colega de trabalho, quando observávamos tudo do 7º. andar do edifício e nos disseram: “Quando existe algum problema, os estrangeiros podem voltar para seus países; nós japoneses não temos outro país para ir”.

Percebi que o trabalho em equipe está na base de sua educação e cultura, especialmente em tempos de desastres e crises. Nas fábricas e escritórios, os japoneses caracterizam-se pelo espírito de união e colaboração com o superior. Quando sucede algum desastre, este vínculo com ele é considerado ainda mais necessário, pois é dele que emana a coordenação das ações para enfrentar os inconvenientes e dissabores. “Por que vocês vão embora? Vocês não confiam em nós e em nosso governo?” perguntou um japonês, ao perceber que trabalhadores estrangeiros da sua fábrica decidiram sair do país depois do terremoto, tsunami e radiações na Usina de Fukushima.

Uma boa parte da sociedade considera os estrangeiros como egoístas, gananciosos, ingratos, e oportunistas. “Vocês vêm para ganhar dinheiro, mas quando as coisas vão mal, vocês nos abandonam. Nós ficamos aqui trabalhando para arrumar tudo. Quando estiver tudo bonito e organizado outra vez, então vocês vão querer voltar”, São as manifestações de desgosto de muitos cidadãos japoneses. Há também os mais radicais, dizendo que quem foge neste momento não deveria receber permissão de voltar em tempos melhores.

Pela sua importância, em Tóquio estão presentes escritórios de grandes empresas multinacionais. Alguns executivos, logo no dia seguinte do terremoto, enviaram suas famílias para outros países considerados seguros, como Singapura, Tailândia, Hong Kong, Malásia, Itália(por ironia, nenhum é socialmente mais seguro do que o Japão), para depois se unirem a elas. À distância, acompanhavam os trabalhos por internet e telefone, deixando os funcionários sozinhos. Dentro da concepção dos japoneses, tal procedimento significa dar as costas e abandoná-los. Aquele era o momento quando mais precisavam da presença do superior. A observação mais ouvida, segundo um grupo de executivos com quem tive a oportunidade de conversar depois que eles voltaram ao Japão, foi e continua sendo: “Quando nós precisamos vocês nos abandonam”. É desnecessário dizer que o ambiente humano no lugar de trabalho mudou muito a partir do retorno dos diretores dessas empresas.

Papel pouco solidário tiveram também representações diplomáticas de “países amigos” que decidiram transferir seus escritórios quinhentos quilômetros mais ao sul, fora da área por elas considerada perigosas. Algumas embaixadas até suspenderam as atividades pelo mesmo motivo e seus oficiais retornaram aos seus países. Merecem louvor aquelas representações que, além de permanecerem em suas sedes, uniram-se ao povo japonês para socorrer as vítimas das áreas devastadas. Entre elas, tem destaque embaixada do Brasil em Tóquio.

É interessante contextuar tudo isso, na terceira maior economia do mundo, num dos países mais seguros da Terra, muito organizado, educado, respeitoso, com poucos problemas sociais, em paz, caracterizando um contraste abismal com a situação dos países de origem de quase todos os migrantes no Japão. Com certeza, a debandada de milhares de estrangeiros, é um mistério que o povo japonês tem dificuldade de entender.

A Terra do Sol Nascente precisa do trabalho dos estrangeiros. Não sabemos qual será a atitude de seu povo com as novas levas que aqui virão ganhar o pão de cada dia nos próximos anos. Tudo indica que haverá desafios para a sociedade japonesa e para os imigrantes.

Missionário Padre Olmes Milani CS.



Perigoso ou não tem pessoas tem tentam ajudar, o desespero da brasileira....




http://tnonline.com.br/noticias/especia ... lear.shtml
Mas geralmente as reações das pessoas são diversas, :roll: alguns próprios funcionários da usina e moradores fugiram com suas famílias para o sul por isto não concordo com a visão deste padre.
A culpa é do governo principalmente em ser pouco transparente, mas imagino o casos que seria se tivesse contado toda a verdade dês do começo a população da área de Kanto (Tokyo,China,Saitama,Guma,Kanagawa,Ibaraki,Tochigi) onde vive acho que mais de 40 milhões de pessoas, como coordenar e controlar todas estas pessoas....
Somente o fato de informarem que ira ocorrer racionamento de energia fez a população correr para supermercados para comprar estoques de comida para meses, com isto faltou comida e combustível para enviar para as pessoas mais necessitadas.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#524 Mensagem por akivrx78 » Sex Abr 15, 2011 12:36 pm

Internacional / Japão - 15/04/2011
Estabilização dos reatores de Fukushima pode levar até 3 meses, diz relatório

Relatório afirma que combustível fundido está na base das estruturas de contenção, mas que as chances de superaquecimento s]ao reduzidas
Por Agência EFE

O combustível nuclear parcialmente fundido pode estar acumulando na base dos reatores da usina de Fukushima, e a estabilização de seus reatores levará entre dois e três meses, indica um relatório da Sociedade de Energia Atômica do Japão divulgado nesta sexta-feira (15/04).

O organismo encarregado de observar a utilização segura da energia nuclear afirma no relatório que o combustível fundido se encontra na base das estruturas de contenção dos reatores 1, 2 e 3.

O relatório destaca, no entanto, que o material radioativo se mantém em temperatura relativamente baixa, o que reduz a chance de superaquecimento e o risco de danos serem causados na contenção de concreto que evita uma grande contaminação do terreno.

O levantamento, citado pela agência local "Kyodo", ressalta que a possibilidade de uma reação em cadeia do combustível fundido é mínima.

Além disso, o vice-presidente da organização, Takashi Sawada, antecipou que serão necessários entre dois e três meses para estabilizar as barras de combustível.

Enquanto isso, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da central de Fukushima, detectou pela terceira vez amostras de plutônio no solo da usina, mas em pequenas quantidades.

Além disso, a Tepco divulgou o aumento da radioatividade na água sob os reatores, enquanto tenta controlar o vazamento.

Os operários continuam nesta sexta-feira os esforços para interromper o vazamento de água contaminada ao mar próximo à usina.

Para isso, a Tepco instalará placas de aço em saídas de água do reator 2 e lançará sacos com zeólita, um mineral que absorve materiais radioativos, no litoral nos arredores da usina.

Nesta sexta-feira, os funcionários continuaram a injetar nitrogênio para prevenir uma explosão de hidrogênio na unidade 1, enquanto a Agência de Segurança Nuclear segue estudando a possibilidade de fazer o mesmo nas unidades 2 e 3.

Outra das tarefas em processo é a drenagem de água altamente radioativa no reator 2.

http://epocanegocios.globo.com/Revista/ ... TORIO.html
Todos os 3 reatores aumentaram um pouco apenas a temperatura.....passou de 160 para 260 graus.....não sabem o o motivo mas esta na cara que foi porque quando caiu a energia a alguns dias atrás o bombeamento de água ficou paralisado por 50 minutos.
Depois disto eles informaram que estão puxando mais uma linha externa de energia para cada reator e instalando geradores diesel de emergência com quadro distribuição na parte mais alta do lado de fora da usina.




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Re: Terremoto e Tsunami Atingem o Japão

#525 Mensagem por akivrx78 » Sex Abr 15, 2011 12:58 pm

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Colheram amostras da água da piscina do reator 4 a água esta em 80 miliSv/h.
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Tanques provisórios para onde a água deve ser transferida.
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As fotos são do dia 11 de abril, se da para chegar perto do lado de fora, não da para resolver logo esta palhaçada?
Informaram que em breve, pretendem liberar uma planilha de como e quanto tempo pretendem resolver o problema, pelo jeito acho que vão optar pelo plano B de construir um sistema de resfriamento externo, porque a água que estão retirando dos tuneis externos o nível não baixa.
Informaram também que o reator 1 o núcleo do reator esta vazando por algum lugar acreditam que seja por juntas dos canos, o nitrogênio que esta sendo bombado mas não aumenta a pressão dentro do núcleo.




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