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Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Set 04, 2014 8:19 pm
por pt
Marechal-do-ar escreveu: Deduziu errado, ele quis dizer "russófobo" no sentido de "anti-rússia" que é a maioria no ocidente.
Erro meu.

Li mal e não percebi a argumentação.

Ainda assim, você deve considerar que Putin já chamou a Ucrânia de várias coisas, de entre as quais Estado Falhado e Estado Inventado.

Há russos que dizem que a Ucrânia nunca existiu antes de 1992, porque fazem referência à área geográfica que a atual Ucrânia ocupa.
O problema, é que desde a idade média, a Ucrânia de hoje, esteve dividida entre uma parte que foi controlada pela monarquia da união dinástica da Polonia e Lituania e outra parte controlada pelos mongóis e que depois foi tomada pelo grão ducado da Muscóvia.
Essa área é o que chamam de Nova Russia e é daí que vem a «Novorossya»

Ou seja: Existe uma razão histórica para a divisão. Mas o problema é que falante de russo não é a mesma coisa que russo étnico.

Imagine-se que no leste do Paraguai, grande parte da população fala português. Isso não implica que esses falantes sejam brasileiros. No leste da Ucrânia (Donetsk e Luhansk) há um pouco mais de 50% de falantes de russo, mas 60 a 63% da população é etnicamente ucraniana.

Há também quem diga que neste momento Putin já não tem nada a perder. Faça o que faça, ele é neste momento visto como o diabo em forma de gente por pelo menos 60% dos 43 milhões de ucranianos (já não contando com um milhão que está na Crimeia, junto com pouco mais de um milhão de russos), ou 42, se for verdade que um milhão de pessoas fugiu para a Russia.

Se há coisa que acho que começa a ficar clara, é que Vladimir Putin, não tem a mais pequena noção do que fez.
Tudo leva a crer que estava convencido de que aconteceria na Ucrânia o que aconteceu na Georgia.
Os países ocidentais íam protestar, mas depois ficava tudo na mesma.

Putin jogou poker (alguns dirão roleta russa) mas não esperava que os aliados pagassem para ver...
Isto tem também que ver com o fato de ele ser um lider sozinho, como todo o ditador. Rodeado de aduladores, ele afastou todos os que tinham alguma autonomia para o criticar. Agora só tem yes men à volta dele. Está condenado a utilizar o argumento da guerra, a teoria do cerco da mãe russia, pedindo ao povo sacrificios, porque o buraco em que ele quer meter a Russia, é igual à invasão nazista de 1941.

Quanto tempo o bluff vai continuar e durante quanto tempo os russos vão comprar o jogo dele, não sabemos.

O que sabemos, é que a Ucrânia, de uma maneira ou de outra, ele já perdeu.
Pode ainda protestar, pode embargar todas as compras de carros alemães, pode fazer tudo, mas a Ucrânia tudo indica ele perdeu. Perdeu mesmo que invada o país e tome Kiev em menos de 15 dias como ameaçou.

Quanto mais Putin puxa a corda acreditando que está a sufocar alguém, mais a corda se aperta em volta do pescoço dos russos, e mesmo que Putin não queira, quem passa a apertar essa corda, está sentado calmamente no trono celestial com um sorriso de orelha a orelha.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Qui Set 04, 2014 8:33 pm
por Marechal-do-ar
pt escreveu:Imagine-se que no leste do Paraguai, grande parte da população fala português. Isso não implica que esses falantes sejam brasileiros.
Não, isso não implica nada, mas existe uma outra realidade, boa parte dos cidadãos, não só os falantes, gostariam de ser brasileiros porque, com todos os problemas que o Brasil tem o Paraguai tem ainda mais.

De volta a Ucrânia, hoje a Ucrânia é mais pobre que a Rússia, ser ucraniano na média, significa ser mais pobre do que um russo então há ucranianos que gostariam de serem russos, mesmo não sendo etnicamente russos, e nessa briga toda a verdade é que ninguém perguntou a opinião dos ucranianos, na verdade todos até já sabem, mas ignoram em nome de uma integridade territorial que só favorece estrangeiros.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Set 05, 2014 12:04 am
por augustoviana75
EDSON escreveu:
augustoviana75 escreveu:Acabou de passar na GloboNews que a reunião da OTAN no País de Gales autorizou a criação de uma força específica para atuar no Iraque (para combater o Estado Islâmico) e na Ucrânia.

:( :( :( :( ... Pode dar algo mais grave que uma Guerra Civil...
Instrutores militares e material bélico não são tropas oficiais da OTAN.

Edson,

Eu estava citando sobre essa manchete:

"Otan quer criar força especial para conter tropas russas


A Otan pretende criar uma força militar especial para conter uma potencial agressão da Rússia no leste da Ucrânia. Cerca de quatro mil homens devem participar da missão. A força deve ser aprovada na próxima reunião de cúpula do grupo."

"http://globotv.globo.com/globo-news/jor ... s/3601958/"

Eu não sei se os 4 mil homens seriam somente instrutores... :wink:

Abraços.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Set 05, 2014 12:21 pm
por EDSON

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Set 05, 2014 12:43 pm
por FOXTROT
Mais um cessar-fogo entra em vigor, vamos ver quantas horas durará, o ultimo bateu 04h15m.

http://www.creditorial.com.br/portal/no ... px?id=3600

Saudações

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Set 05, 2014 12:44 pm
por pt
Marechal-do-ar escreveu:
pt escreveu:Imagine-se que no leste do Paraguai, grande parte da população fala português. Isso não implica que esses falantes sejam brasileiros.
Não, isso não implica nada, mas existe uma outra realidade, boa parte dos cidadãos, não só os falantes, gostariam de ser brasileiros porque, com todos os problemas que o Brasil tem o Paraguai tem ainda mais.

De volta a Ucrânia, hoje a Ucrânia é mais pobre que a Rússia, ser ucraniano na média, significa ser mais pobre do que um russo então há ucranianos que gostariam de serem russos, mesmo não sendo etnicamente russos, e nessa briga toda a verdade é que ninguém perguntou a opinião dos ucranianos, na verdade todos até já sabem, mas ignoram em nome de uma integridade territorial que só favorece estrangeiros.

Não Marechal-do-ar.
O que os ucranianos querem é ter pelo menos o nível de vida dos polacos, que são um país com que eles se podem identificar muito melhor. São uma sociedade que saíu debaixo da bota russa e que sem petroleo consegue ter uma renda per capita equivalente à da Russia e isto SEM PETROLEO, que distorce a renda per capita da Russia como distorce a renda per cápita da Arábia Saudita.

A 100Km de Moscovo para leste, o que você encontra não é nenhum país glorioso e moderno desafiador dos cães do NATO MALVADO. O que você encontra é um Piauí gelado, onde ninguém se atreve a tirar fotografias.
E os ucranianos têm perfeita noção de que a Russia também não é a solução para eles.
Lembre-se de que até o anterior presidente Yanukovich ganhou a eleição prometendo aumentar as relações da Ucrânia com a Europa.

E não esquecer que perguntaram aos ucranianos o que queriam SIM, em eleições para a presidencia da republicam ainda este ano, em que eles confirmaram OUTRA VEZ que não queriam relações especiais com a Rússia, e em que mesmo nas regiões parcialmente controladas pelos terroristas russos, a participação atingiu os 60% em algumas áreas.

O que não ocorreu, foi uma chapelada eleitoral vergonhosa como na Crimeia.


As perguntas ao povo, do ponto de vista russo são aquelas em que o Kremlin decide o resultado e depois monta um travesti de eleição para justificar o resultado da consulta popular :mrgreen: .
Realmente não fizeram perguntas dessas aos ucranianos.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Set 05, 2014 12:46 pm
por EDSON
Cessar fogo assinado. Quanto tempo demora?

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Set 05, 2014 1:08 pm
por hades767676
Só vai para frente se Kiev quiser. Poroshenko queria tomar o leste do país a força e Moscou já avisou que a força não vai...

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sex Set 05, 2014 2:35 pm
por EDSON
Continuam os combates. Os pontos do cessar fogo de um não combinam como o do outro. :lol:

Re: UCRÂNIA

Enviado: Sáb Set 06, 2014 1:07 pm
por EDSON
augustoviana75 escreveu:
EDSON escreveu: Instrutores militares e material bélico não são tropas oficiais da OTAN.

Edson,

Eu estava citando sobre essa manchete:

"Otan quer criar força especial para conter tropas russas


A Otan pretende criar uma força militar especial para conter uma potencial agressão da Rússia no leste da Ucrânia. Cerca de quatro mil homens devem participar da missão. A força deve ser aprovada na próxima reunião de cúpula do grupo."

"http://globotv.globo.com/globo-news/jor ... s/3601958/"

Eu não sei se os 4 mil homens seriam somente instrutores... :wink:

Abraços.

Aqui não tem menção da Rússia.




POSTED: SATURDAY, SEPTEMBER 6, 2014 1:00 AM
By Joseph Morton / World-Herald staff writer

NEWPORT, Wales — Defense Secretary Chuck Hagel has compared building modern international coalitions to herding cats.
But the former Republican senator from Nebraska was touting progress this week in gathering a group of nations ready to confront the Islamic militants tearing apart Iraq and Syria.
On the sidelines of a NATO summit Friday morning, Hagel joined Secretary of State John Kerry in a meeting with defense and foreign ministers from nine other countries described as “the willing and the capable”: the United Kingdom, France, Germany, Canada, Australia, Turkey, Italy, Poland and Denmark.
“It’s going to require a strong international coalition,” Hagel told those around the table. “This group here this morning is the core coalition. It is the core group that will form the larger and extended coalition that’s going to be required to deal with this challenge.”
After the meeting, Hagel and Kerry released a statement saying the group agreed there was no time to waste and outlining a number of efforts the coalition should coordinate, including:
» Providing military support to Iraqi security forces.
» Stopping the flow of foreign fighters into the arena.
» Choking militants’ financing.
» Addressing humanitarian needs.
“Our NATO allies and partners today have confirmed their readiness to be a full part of this coordinated approach, and over the coming days, we will continue the discussion with our partners in the region,” Hagel and Kerry said in their statement.
President Barack Obama said later Friday that he encountered “unanimity” from NATO members during the two-day summit that the Islamic State, also known as ISIL, poses a significant threat.
“There’s great conviction that we have to act as part of the international community to degrade and ultimately destroy ISIL, and that was extremely encouraging,” said Obama.
The president expressed confidence that a strong coalition will come together against the Islamic State, and he noted that Kerry will be traveling to the region to drum up support among Arab states for the effort.
Kerry and Hagel pointed to the U.N. General Assembly later this month, saying in their statement they will work to establish a “truly global coalition.”
Kerry is the most important person for building a coalition on Iraq, said Kathleen Hicks, senior vice president of the Center for Strategic and International Studies, but Hagel has his own role to play.
She said that’s particularly true with countries that have strong military-to-military links with the U.S., such as Jordan and Israel.
“Secretary Hagel is well-positioned to help build the coalition in those cases,” Hicks said.
Friday, Kerry stressed that the president has a strategy for Iraq that is “becoming more clear by the day” and touted a comprehensive approach that includes military action to prevent militants from taking more territory, as well as bolstering Iraqi security forces.
But Kerry and other officials made clear that at the moment, any ground combat troops would come from either Iraqi security forces and Kurdish fighters in Iraq, or moderate Syrian rebels opposed to the government of President Bashar Assad in Syria.
Administration officials said amassing support for moderate rebels in Syria was particularly critical. This summer the president set aside $500 million to train and support vetted members of the moderate opposition to Assad. Officials say they expect that Congress will approve that request at the beginning of October.
Kerry said the militants must be stopped.
“They’re an ambitious, avowed, genocidal, territorial-grabbing, caliphate-desiring quasi-state with an irregular army,” Kerry said. “Leaving them in some capacity intact anywhere would leave a cancer in place that will ultimately come back to haunt us.”
This report includes material from the New York Times.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Seg Set 08, 2014 12:38 pm
por Clermont
Guerra na Ucrânia: Pútin ganha primeiro “round”.

Carlos Fino - Blog do Noblat - 08.09.14.

A generalidade dos observadores internacionais considera, com razão, que o primeiro “round” do conflito na Ucrânia terminou com uma clara vitória do presidente russo Vladimir Pútin.

Através da facilitada (ainda que não oficialmente assumida) participação de voluntários e veteranos com experiência militar - num total entre mil e quatro mil homens -, o líder do Kremlin não só impediu o colapso das forças pró-russas, que ainda há um mês atrás parecia estar no horizonte, como conseguiu reverter, nas últimas semanas, a sorte das armas, impondo pesadas derrotas ao exército ucraniano.

Derrotas que conduziram à assinatura, na passada sexta-feira, em Minsk, de um acordo de cessar-fogo entre o governo de Kíev e os separatistas do leste, cujos termos gerais foram previamente acordados entre o chefe de Estado russo e o seu homólogo ucraniano Porochenko, o que só por si é bem revelador do envolvimento de Moscovo no conflito.

O próprio calendário da assinatura do acordo parece aliás ter sido calculado para coincidir com a reunião cimeira da OTAN/NATO no país de Gales e retirar-lhe, consequentemente, parte do ímpeto anti-russo de que estava imbuída.

A relativa modéstia da ajuda inicial que a Aliança Atlântica se diz pronta a prestar à Ucrânia – 15 milhões de dólares – terá também contribuído para convencer Kíev de que a melhor solução, como aqui defendemos desde o início, seria seguir o conselho de Garrincha e falar com os russos.

Aceitando negociar, Poroshenko evitou uma derrota mais pesada, conseguindo preservar o que resta das unidades do exército e da guarda nacional e também (ainda) algumas posições nas regiões rebeldes.

Mas ao fazê-lo demasiado tarde e numa posição enfraquecida, o líder ucraniano acabou por ter de aceitar uma perda importante do controlo do seu governo sobre a generalidade do leste e sul.

Por outro lado, tal como a Rússia pretendia, a latência do conflito congela a pretensão da Ucrânia de se inserir plenamente nas estruturas económicas e militares ocidentais.

Um fraco resultado global, portanto, que os seus rivais políticos não deixarão de explorar nas eleições legislativas do próximo mês.

Situação ambígua.

O cessar-fogo ainda é frágil. No passado fim-de-semana, duelos de artilharia irromperam no aeroporto de Donetsk, onde o exército ucraniano conserva uma bolsa de resistência, e na cidade portuária estratégica de Mariupol, que os separatistas não desistiram de tomar às tropas governamentais.

Há também acusações de parte a parte de que a trégua estaria, tal como já aconteceu no passado, a ser aproveitada para reagrupar forças com vista à renovação dos confrontos mais adiante.

Desta vez, o entendimento parece ser mais consistente, uma vez que o esgotamento é grande dos dois lados. Os ucranianos sofreram derrotas pesadas que já suscitam protestos nas ruas e os russos estão a braços com uma crise humanitária grave nas cidades atingidas – muitas delas sem água, sem comida e sem energia – e têm que administrar um avalanche de refugiados que ultrapassa 800.000 pessoas.

Mas, quer de um lado, quer do outro, há forças paramilitares que podem considerar-se traídas e que poderão por isso continuar os combates. Tanto mais que – como acontece no aeroporto de Donetsk e em Mariupol – a própria dinâmica dos confrontos exige um desfecho num ou noutro sentido.

Mais, porém, do que a existência desses grupos, é a própria ambiguidade do texto do acordo que lança dúvidas sobre a consistência do cessar-fogo.

Nele se fala de “autonomia em certas áreas das regiões de Donetsk e Lugansk”, mas remete-se para uma Lei de Regime Especial, a definir, o que deixa em aberto o estatuto efetivo dessas regiões no contexto legal ucraniano.

Determina-se também a extinção das formações militares ilegais e do respetivo equipamento militar, mas não se define quais são essas formações.

Não estando solucionada a questão de fundo – o estatuto legal do leste e sul da Ucrânia – o conflito pode reacender-se a qualquer momento.

Na realidade, aquilo a que estamos a assistir é apenas a primeira fase de um confronto mais amplo que se trava desde o fim da Guerra Fria e está longe de se encontrar resolvido.

O confronto entre a estratégia norte-americana e europeia de incluir a Ucrânia nas suas estruturas económicas e de defesa (UE e OTAN/NATO), e a estratégia da Rússia de mantê-la na sua área de influência.

Como dizia há dias Toby Gati, um dos estrategos que juntamente com Brzezinski, ajudou a formular a política americana face a Moscovo, ao negociar o cessar-fogo, “Pútin tornou absolutamente claro que nesta parte do mundo a presença dos EUA e da OTAN/NATO não será aceite” e que nesta questão “ele não permitirá à Ucrânia decidir por si própria ou decidir sozinha com o Ocidente”.

Pútin, para já, ganhou. Mas este foi apenas o primeiro “round”.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Seg Set 08, 2014 4:12 pm
por NettoBR
É isso que dá ter um ex-KGB presidente do país... 8-]

Re: UCRÂNIA

Enviado: Seg Set 08, 2014 4:44 pm
por hades767676
Quem corre mais riscos se Moscou fechar o espaço aéreo siberiano.
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Re: UCRÂNIA

Enviado: Seg Set 08, 2014 9:17 pm
por akivrx78
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Rebeldes libertam 1,2 mil prisioneiros no leste da Ucrânia
Atualizado em 8 de setembro, 2014 - 13:57 (Brasília) 16:57 GMT

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, disse que não deixará que rebeldes tomem a cidade de Mariupol

Rebeldes pró-Rússia libertaram 1,2 mil prisioneiros no leste da Ucrânia, segundo o presidente do país, Petro Poroshenko. As libertações ocorreram depois de ser fechado na última sexta-feira um acordo de cessar-fogo, que incluía a troca de prisioneiros.

Poroshenko fez o anúncio durante visita à cidade portuária de Mariupol, que vem sendo bombardeada pelos separatistas nos últimos dias. O conflito no leste da Ucrânia já matou 2,6 mil pessoas desde abril.

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"Mariupol é a Ucrânia. Não abriremos mão desta terra", disse o presidente ucraniano em sua conta no Twitter.

Antes da trégua, os rebeldes haviam avançado no leste do país e assumido o controle de uma área a alguns quilômetros de Mariupol. Apesar de alguns tiros disparados isoladamente, o cessar-fogo parece estar sendo mantido.

Novas sanções

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Trégua perdura apesar de tiros esporádicos

Ao mesmo tempo, a União Europeia (UE) prepara novas sanções à Rússia por sua influência no conflito, apesar do alerta feito pelo Kremlin que haverá retaliação.

As novas sanções devem ser colocadas em prática já nesta terça-feira, mas podem ser "reversíveis", segundo uma porta-voz da UE, dependendo de como estiver a situação na Ucrânia.

Grandes empresas de petróleo estatais, incluindo a Rosneft, que já havia sofrido sanções por parte dos Estados Unidos, estão entre os alvos desta nova leva. O setor de gás não faz parte da lista.

As sanções restringiriam o acesso destas empresas ao mercado financeiro europeu, algo importante para a Rosneft, que pediu um empréstimo de US$42 bilhões (o equivalente a R$94,5 bilhões) ao governo russo no mês passado.

Também expandiriam a proibição de concessão de vistos e o congelamento de bens de autoridades russas, inclusive de líderes separatistas.

Resposta 'assimétrica'

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Separatistas lutam desde abril para criar Estado independente no leste da Ucrânia

Andrew Walker, correspondente de economia da BBC, explica que a Rosneft é uma empresa muito importante no mercado europeu de energia.

"A UE importa 90% do petróleo não-refinado que usa e a Rosneft é, de longe, a principal fornecedora. As sanções não parecem afetar diretamente esta relação, mas impediriam que a empresa conseguisse dinheiro no mercado europeu", diz Walker.

"Como o petróleo é transportado majoritariamente pelo mar, se esse comércio fosse prejudicado, a Rússia poderia ser substituída, apesar de haver um custo maior. Com o gás, a história é outra, porque chega à Europa por gasodutos, e seria muito difícil compensar uma interrupção do fornecimento do gás russo."

Em resposta, a Rússia diz que responderá "assimetricamente" às novas sanções.

Uma das reações possíveis, segundo o premiê russo Dmitry Medvedev, seria proibir que voos internacionais passem por seu espaço aéreo, o que faria com que empresas gastassem mais dinheiro com combustível para chegar a seus destinos na Ásia.

O governo russo nega as acusações feitas por Kiev e por governos ocidentais de que estaria enviando tropas para as cidades de Donetsk e Lugansk para ajudar os rebeldes, que querem criar um Estado independente na região.


De 1200 passa para 648
Ucrânia corrige número de prisioneiros libertados

Uma fonte do governo ucraniano corrigiu hoje o número avançado horas antes pelo presidente Petro Poroshenko, que afirmara que os rebeldes pró-russos haviam libertado 1200 prisioneiros. Afinal, foram 648.

Fonte próxima de Petro Poroshenko afirmou à agência noticiosa francesa AFP que o presidente ucraniano se estava a referir ao número de pessoas capturadas pelos rebeldes durante o conflito com o exército e que essas seriam 1200. Desses prisioneiros, segundo esta fonte, foram libertados 648, prevendo-se mais libertações para breve.

Poroshenko havia referido a existência de 1200 pessoas libertadas aquando da chegada a Mariupol, a leste da Ucrânia, onde se verificaram alguns confrontos entre rebeldes e o exército após o acordo de cessar-fogo, na sexta-feira.

08/09/14 | UCRÂNIA
Presidente ucraniano visita Mariupol durante cessar-fogo

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko está visitando a cidade de Mariupol para inspecionar as fábricas e a infraestrutura da cidade, segundo o informe publicado no site da região administrativa de Donetsk. O ato é um sinal de apoio aos moradores em uma das poucas áreas controladas pelo governo na região, ainda sob controle dos rebeldes.

O cessar-fogo entre o governo da Ucrânia e separatistas pró-Rússia parece estar se mantendo nesta segunda-feira, depois de bombardeios violentos em duas cidades durante o fim de semana.

Os confrontos ocorridos no final de semana, próximos ao destruído aeroporto de Donetsk e de Mariupol, onde uma mulher foi morta e três outras foram feridas, provocou dúvidas se o cessar-fogo firmado na sexta-feira iria durar. A Câmara Municipal da cidade de Donetsk disse que moradores ouviram barulho de tiros, mas que não houve registro de ocorrências durante a noite. Autoridades informaram que o transporte público voltará a funcionar na terça-feira.

Os termos de um cessar-fogo incluem a libertação de prisioneiros mas outros detalhes, como quanta autonomia as áreas controladas por rebeldes nas áreas de Donetsk e Luhansk vão ganhar, continuam indefinidos.

O poder de negociação de Poroshenko foi enfraquecido nas últimas semanas, depois que autoridades ocidentais informaram que uma incursão russa invadiu a fronteira para apoiar rebeldes, ajudando a reverter meses de vitória das forças de Kiev no campo de batalha e deixando-os à beira da derrota.

O primeiro ministro ucraniano, Arseniy Yatsenyuk, um economista pró-Ocidente que fez críticas à Rússia recentemente, continua fortemente cético quanto à trégua, dizendo não ser possível continuar se a Rússia não se retirar. O país nega ter enviado tropas e ajuda militar para a Ucrânia. "Para a verdadeira trégua ter efeito, há três condições essenciais: a primeira é não atirar. A segunda, que Putin retire seus mercenários, suas armas seu equipamento. A terceira, que a Ucrânia restaure o controle total de suas fronteiras", afirmou ele em um canal ucraniano de televisão.

O líder separatista Andrei Purgin da autoproclamada República Popular de Donestsk disse à agência de notícias Interfax que espera que as trocas de prisioneiros comecem na quarta-feira. Líderes rebeldes, muitos dos quais querem total independência, disseram que o problema do status legal final de suas regiões seria uma questão para conversas futuras.

Enquanto isso, a Rússia pode enviar um segundo comboio do que chama de ajuda humanitária para o leste da Ucrânia, pela mesma rota que o primeiro comboio entrou em agosto, informou o chefe do serviço fiscal da Ucrânia, Ihor Bilous, à Interfax nesta segunda-feira.

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse no último mês que o país estaria pronto para enviar um segundo comboio de ajuda humanitária no fim de agosto. O primeiro comboio foi alvo de protestos de Kiev, o que indica que os caminhões entraram na Ucrânia sem permissão. Fonte: Dow Jones Newswires.

Re: UCRÂNIA

Enviado: Seg Set 08, 2014 11:05 pm
por Adevaldo
akivrx78 escreveu:Imagem





Esse mapa é ridículo, todos nós sabemos que Mariopol está cercada. Parece coisa de fã-boy.