Apenas algumas observações:
Não contem mais com o A-1 como plataforma com capacidade de combate. A quantidade de aeronaves operacionais pode ser contabilizada com os dedos de uma mão, e ainda sobram, a função dessas poucas aeronaves hoje é apenas manter o mínimo de horas de voo para os pilotos dos dois esquadrões de SM. A FAB vai ter que dar um jeito de comprar mais Gripens, ou um FA-50/algo do gênero nem que seja para manter suas capacidades mínimas, afinal por mais que o ST seja o carregador de piano da FAB, ele ainda é uma aeronave de ataque leve e na sua versão pé de boi 1.0 8v sem ar nem vidro elétrico. Aqui a questão é se vamos ter uma FA ou se vamos fazer de conta que temos uma FA, afinal de contas para perdermos uma capacidade operacional a janela de tempo não precisa ser maior que 5 anos, para recuperar a mesma capacidade, e isso contando com um bom fluxo de recursos levaríamos no mínimo o dobro do tempo, em meio a um período onde o polo de poder do planeta está em franca mudança de eixo, por mais que hoje nossa maior preocupação seja um "worm spot" na nossa calha norte/noroeste, eu não me atreveria a fazer muitas previsões para os próximos 10 a 20 anos.
Também vale lembrar que não estamos na Suécia, com clima frio, infra estrutura preparada para guerra em rede e uma dimensão geográfica diminuta, e mesmo com essa doutrina de desdobramento o problema para um eventual inimigo não é achar os Gripens, e sim alcançar todos os pontos de dispersão. Como vocês devem saber, operar com o mínimo de segurança em rodovia não é nem de longe esse oba oba que se vê em vídeo do youtube. Aqui no RS por exemplo, praticamente a única alternativa para operação rodoviária seria a Free Way, de resto é asfalto do tipo quente, com pavimento ruim e com acostamentos que mal e porcamente abrigam um carro de passeio (isso quando existem), e nem vou entrar no mérito de achar um trecho sem buracos a cada 200 metros e com um nivelamento decente para operar um jato armado e com tanques cheios, no calor e umidade com uma pressão atmosférica abaixo dos 1004 hPa, isso se não for abaixo dos 1000. Seria bem mais interessante nesse caso a FAB apostar em pistas secundárias, mas preparadas para receber operação militar, afinal temos muitos aeródromos pequenos, mas raros com capacidade de receber aeronaves com mais de 10 ou 12 tons de peso máximo. É interessante ressaltar que deslocamentos não são baratos, no meu primeiro ano de FAB os deslocamentos haviam sido reduzidos a 1 anual por esquadrão, no segundo ano apenas o 4º/1º GCC foi desdobrado, e isso para cobrir eventuais gaps na cobertura dos radares do CINDACTA, e o Pantera fez um adestramento SAR em alto mar de 1 semana em floripa, de resto foi todo mundo em casa por falta de grana, e olha que nem foram anos tão ruins em termos de orçamento.
Outra coisa que torno a dizer, não importa aonde estejam, é necessário manter a capacidade de alguns esquadrões em realizarem missões especificas como é o caso do Poker, a não ser que o objetivo seja termos esquadrões do tipo "pato", ainda mais com o numero de horas de voo que um aviador da FAB dispõe, mesmo em épocas de vacas não tão magras.
Sobre a genialidade do EB manter quase 1/5 da sua forma blindada em uma só cidade, e o seu maior poderio concentrado em uma região onde o deslocamento regional e para outros estados, só é viável por meio rodoviário, isso é papo para batermos no terrestres.
Um abraço e t+
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