GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
OTAN - Quando a desgraça paira sobre a cabeça
Durante a sua recente visita a Washington, o vice-secretário-geral da OTAN Alexander Vershbow declarou aos jornalistas que esta aliança admite a possibilidade de cooperação direta com a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, OTSC
Essa declaração de Vershbow resulta um tanto inesperada à luz da recusa obstinada dos dirigentes deste bloco militar de reconhecer a OTSC na qualidade de parceiro, em primeiro lugar, no tocante à cooperação no Afeganistão.
As agências de informação cuidaram imediatamente de divulgar pelos quatro cantos do mundo esta declaração do ilustre diplomata. Vershbow afirmou que esta aliança está interessada em ouvir dos estados membros da OTSC “propostas concretas” com vista a estabelecer a interação. Pode-se começar - segundo ele disse - por algo “modesto”. Por exemplo, a luta contra o tráfico de drogas ou garantia do controle fronteiriço. Ao mesmo tempo, Vershbow exortou a concentrar-se na “cooperação prática”, o que permitirá - disse - “criar com tempo a confiança mútua”.
Quem conhece a folha de serviço diplomático de muitos anos de Alexander Vershbow não pode deixar de compreender que por trás de cada sua palavra existe uma segunda, ou, inclusive, terceira intenção. Basta ver, por exemplo, a sua observação sobre um aspecto “modesto” - segundo ele disse - da colaboração, como, por exemplo, a luta contra a produção de drogas no Afeganistão.
OTÉ sabido que este “aspecto modesto” do problema afegão virou agora uma dor de cabeça não somente para a Rússia, contra a qual, na opinião de peritos, se realiza uma verdadeira “agressão de heroína” a partir dos montes Hindu Kush, mas também para a própria coalizão ocidental. No entanto, em Moscou e nas capitais dos Estados da Ásia Central, que fazem parte da OTSC, já declararam reiteradas vezes que esta organização poderia contribuir para a criação de uma barreira sólida na vida da torrente de drogas que vem dos montes Hindu Kush para o norte.
O mesmo diz respeito a declarações do senhor Vershbow sobre “propostas concretas” e “colaboração prática”. No entanto, o secretário geral da OTAN Anders Fogh Rasmussen afirmou há pouco que não vê “razões importantes” para a “aproximação institucional” com a OTSC.
Será que estas razões surgiram agora dado que a situação no Afeganistão tende ao verdadeiro caos à medida que se aproxima a retirada das tropas dos EUA e da OTAN, marcada para o ano 2014? O nosso perito Viktor Litovkin, redator – chefe da revista Resenha Militar Independente admite esta explicação da declaração de Vershbow. Mas faz uma ressalva.
“Falar e fazer são duas coisas diferentes. Os representantes da direção da OTAN declararam muitas vezes que estão prontos a cooperação com os países – membros da OTSC. Todavia a aliança recusa-se a considerar a OTSC uma organização parceira. Esta aliança arrogou-se o direito exclusivo de dirigir o mundo inteiro e de resolver os problemas mundiais. Quanto às declarações feitas, creio que as palavras significam pouco enquanto não há progresso real e conversações reais. Mas a declaração de Vershbow já é um fenômeno positivo pois pode ser interpretada como uma espécie de sinal.”
OTSC
A Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC; em russo: ??????????? ???????? ? ???????????? ????????????), também conhecida como Organização do Tratado de Cooperação e Segurança ou simplesmente Tratado de Tashkent (??????????? ???????), é uma aliança militar intergovernamental assinada em 15 de maio de 1992. Em 7 de outubro de 2002, os presidentes da Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e Tadjiquistão assinaram uma ratificação em Tashkent, fundando oficialmente a OTSC. Na ocasião, Nikolai Bordyuja foi nomeado secretário-geral da nova organização.
Em 23 de junho de 2006 o Uzbequistão se tornou um membro integrante da OTSC, e sua participação foi oficializada pelo parlamento uzbeque em 28 de março de 2008. A organização é atualmente um membro-observador da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
A carta de intenções da OTSC reafirmou o desejo de todos os Estados participantes de se abster da utilização ou da ameaça do uso da força. Os signatários não podem participar de outras alianças militares, ou quaisquer outros grupos de Estados, e estipula que qualquer agressão contra um dos membros deve ser vista como uma agressão contra todos.
A OTSC realiza exercícios militares conjuntos anualmente, como forma de melhorar a cooperação entre os integrantes da organização. O maior destes exercícios foi o realizado o conhecido como "Rubej 2008", na Armênia, onde um total de 4000 homens de todos os sete países constituintes da OTSC conduziram treinamentos operativos, estratégicos e táticos, com ênfase na melhoria da eficiência do elemento de segurança coletiva da parceria.[2]
A OTSC utiliza um sistema de 'presidência rotatória', na qual o país responsável pela liderança da aliança é alternado anualmente. A Bielorrússia ocupa atualmente a presidência da organização.
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... -a-cabeca-
Durante a sua recente visita a Washington, o vice-secretário-geral da OTAN Alexander Vershbow declarou aos jornalistas que esta aliança admite a possibilidade de cooperação direta com a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, OTSC
Essa declaração de Vershbow resulta um tanto inesperada à luz da recusa obstinada dos dirigentes deste bloco militar de reconhecer a OTSC na qualidade de parceiro, em primeiro lugar, no tocante à cooperação no Afeganistão.
As agências de informação cuidaram imediatamente de divulgar pelos quatro cantos do mundo esta declaração do ilustre diplomata. Vershbow afirmou que esta aliança está interessada em ouvir dos estados membros da OTSC “propostas concretas” com vista a estabelecer a interação. Pode-se começar - segundo ele disse - por algo “modesto”. Por exemplo, a luta contra o tráfico de drogas ou garantia do controle fronteiriço. Ao mesmo tempo, Vershbow exortou a concentrar-se na “cooperação prática”, o que permitirá - disse - “criar com tempo a confiança mútua”.
Quem conhece a folha de serviço diplomático de muitos anos de Alexander Vershbow não pode deixar de compreender que por trás de cada sua palavra existe uma segunda, ou, inclusive, terceira intenção. Basta ver, por exemplo, a sua observação sobre um aspecto “modesto” - segundo ele disse - da colaboração, como, por exemplo, a luta contra a produção de drogas no Afeganistão.
OTÉ sabido que este “aspecto modesto” do problema afegão virou agora uma dor de cabeça não somente para a Rússia, contra a qual, na opinião de peritos, se realiza uma verdadeira “agressão de heroína” a partir dos montes Hindu Kush, mas também para a própria coalizão ocidental. No entanto, em Moscou e nas capitais dos Estados da Ásia Central, que fazem parte da OTSC, já declararam reiteradas vezes que esta organização poderia contribuir para a criação de uma barreira sólida na vida da torrente de drogas que vem dos montes Hindu Kush para o norte.
O mesmo diz respeito a declarações do senhor Vershbow sobre “propostas concretas” e “colaboração prática”. No entanto, o secretário geral da OTAN Anders Fogh Rasmussen afirmou há pouco que não vê “razões importantes” para a “aproximação institucional” com a OTSC.
Será que estas razões surgiram agora dado que a situação no Afeganistão tende ao verdadeiro caos à medida que se aproxima a retirada das tropas dos EUA e da OTAN, marcada para o ano 2014? O nosso perito Viktor Litovkin, redator – chefe da revista Resenha Militar Independente admite esta explicação da declaração de Vershbow. Mas faz uma ressalva.
“Falar e fazer são duas coisas diferentes. Os representantes da direção da OTAN declararam muitas vezes que estão prontos a cooperação com os países – membros da OTSC. Todavia a aliança recusa-se a considerar a OTSC uma organização parceira. Esta aliança arrogou-se o direito exclusivo de dirigir o mundo inteiro e de resolver os problemas mundiais. Quanto às declarações feitas, creio que as palavras significam pouco enquanto não há progresso real e conversações reais. Mas a declaração de Vershbow já é um fenômeno positivo pois pode ser interpretada como uma espécie de sinal.”
OTSC
A Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC; em russo: ??????????? ???????? ? ???????????? ????????????), também conhecida como Organização do Tratado de Cooperação e Segurança ou simplesmente Tratado de Tashkent (??????????? ???????), é uma aliança militar intergovernamental assinada em 15 de maio de 1992. Em 7 de outubro de 2002, os presidentes da Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e Tadjiquistão assinaram uma ratificação em Tashkent, fundando oficialmente a OTSC. Na ocasião, Nikolai Bordyuja foi nomeado secretário-geral da nova organização.
Em 23 de junho de 2006 o Uzbequistão se tornou um membro integrante da OTSC, e sua participação foi oficializada pelo parlamento uzbeque em 28 de março de 2008. A organização é atualmente um membro-observador da Assembleia-Geral das Nações Unidas.
A carta de intenções da OTSC reafirmou o desejo de todos os Estados participantes de se abster da utilização ou da ameaça do uso da força. Os signatários não podem participar de outras alianças militares, ou quaisquer outros grupos de Estados, e estipula que qualquer agressão contra um dos membros deve ser vista como uma agressão contra todos.
A OTSC realiza exercícios militares conjuntos anualmente, como forma de melhorar a cooperação entre os integrantes da organização. O maior destes exercícios foi o realizado o conhecido como "Rubej 2008", na Armênia, onde um total de 4000 homens de todos os sete países constituintes da OTSC conduziram treinamentos operativos, estratégicos e táticos, com ênfase na melhoria da eficiência do elemento de segurança coletiva da parceria.[2]
A OTSC utiliza um sistema de 'presidência rotatória', na qual o país responsável pela liderança da aliança é alternado anualmente. A Bielorrússia ocupa atualmente a presidência da organização.
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Re: GEOPOLÍTICA
Ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan lança biografia com detalhes inéditos da diplomacia.
Colin L. Powell, que quando foi secretário de Estado dos EUA ficou famoso por defender a guerra contra o Iraque em 2003 com um discurso emocionado no Conselho de Segurança da ONU, tinha mais dúvidas sobre as provas que ele usou para justificar a invasão liderada pelos EUA do que se sabia anteriormente, de acordo com um novo livro de memórias de Kofi Annan, secretário-geral da ONU na época.
Seis semanas depois da invasão do Iraque, escreveu Annan, Powell visitou seu escritório no 38º andar da ONU para comemorar com ele em particular as notícias de que as forças norte-americanas acreditavam ter encontrado laboratórios móveis no Iraque que o governo alegava estarem sendo usados por Saddam Hussein para fazer armas de destruição em massa – o motivo central da guerra.
“Kofi, eles me tornaram um homem honesto”, disse Powell segundo Annan.
Annan escreveu que “o alívio – e a exaustão – era palpável. Eu fui obrigado a sorrir junto com meu amigo, e queria compartilhar seu conforto”, embora o próprio Annan estivesse longe de estar convencido. Ainda assim, disse Annan, “eu só podia me impressionar com a resiliência deste homem, que passou por tanta coisa para argumentar a favor de uma guerra na qual ele claramente não acreditava”.
Esforços para contatar Powell para comentar sobre o episódio não tiveram sucesso imediato. Peggy Cifrino, sua assistente, disse que ele estava viajando e a contatava apenas esporadicamente.
Até agora, é claro, muitos livros foram escritos sobre o período precedente à Guerra do Iraque, no qual nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada. O papel de Powell, que alguns historiadores dizem ter prejudicado de forma irreparável sua credibilidade e tirado dos trilhos sua carreira política, também foi bem documentado.
Mas o encontro entre Powell e Annan, como foi recontado pelo ex-secretário-geral, oferece um novo vislumbre sobre o grau de dúvida que Powell tinha em relação a colocar tropas no solo do Iraque.
Numa entrevista por telefone desde seu escritório em Genebra, Annan, 74, disse que decidiu usar aquele episódio no capítulo de abertura de seu novo livro, “Intervenções: Uma Vida em Guerra e Paz”, publicado pela The Penguin Press, porque o Iraque foi um tema muito importante durante seu mandato, que durou de 1997 até o fim de 2006. A Guerra do Iraque, disse ele, foi “um evento que dividiu a comunidade internacional – da maneira como a Síria está prestes a fazer”.
Além disso, disse Annan, ele via Powell como “um amigo, muito respeitado, um astro entre os ministros de exterior. E acho que a apresentação do caso dos EUA ao conselho o prejudicou um pouco, e eu queria transmitir o que aconteceu na época”.
O livro de 383 páginas, escrito em colaboração com Nader Mousavizadeh, ex-conselheiro de Annan e escritor de discursos, é uma crônica de sua vida diplomática. Nascido em Gana, Annan é o primeiro funcionário de carreira da ONU e primeiro africano da África subsaariana a ascender ao posto de secretário-geral. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2001 por seu trabalho na ONU.
Escrito parte como uma autobiografia, parte como aula de história, o livro está repleto dos relatos de Annan sobre encontros privados com líderes mundiais, incluindo Saddam, com quem ele certa vez teve um diálogo intenso em Bagdá, persuadindo-o a permitir que os inspetores de armas entrassem no palácio presidencial de Hussein.
O livro é também o esforço de Annan para explicar as circunstâncias por trás de alguns erros espetaculares em parte atribuídos a ele durante seu mandato como secretário-geral e antes, quando administrava o departamento encarregado das operações de paz da ONU.
Annan escreveu que os motivos por trás do fracasso da ONU em evitar o genocídio em Ruanda em 1994, para citar um exemplo, estão enraizados nos fiascos das operações de paz anteriores na Somália e no Haiti. Muitas nações que contribuíram com soldados pacificadores, liderados pelos EUA, desenvolveram uma aversão a assumir esse tipo de risco, escreveu Annan, e o Conselho de Segurança resistiu em ordenar medidas que podiam incluir o uso da força.
“Infelizmente, a primeira operação a ser criada neste clima foi a missão a Ruanda.”
No que pode ser uma surpresa para alguns críticos conservadores de Annan, ele expressou uma grande admiração no livro pelo presidente George W. Bush, apesar de suas discordâncias quanto à Guerra do Iraque e o que Annan via como uma abordagem equivocada de Bush em relação ao conflito palestino-israelense. Annan disse que o esforço de Bush para combater a epidemia global de Aids representou “o maior compromisso financeiro de qualquer país na história para lutar contra uma única doença”.
Annan disse que trabalhou no livro por dois anos e tinha quase acabado no inverno passado quando recebeu um telefonema de Ban Ki-moon, seu sucessor como secretário-geral, com um pedido extraordinário.
Ban queria que Annan negociasse uma solução diplomática para a revolta da Síria, como enviado especial representando a ONU e a Liga Árabe, onde a exasperação com o presidente Bashar Assad da Síria parecia intratável.
Ban disse que estava pedindo em nome de um grupo de ministros de exterior, que acreditavam que as habilidades de negociação de Annan poderiam ter sucesso na Síria.
Annan, que já havia negociado com o presidente da Síria antes, consentiu, e o livro foi postergado, com as páginas finais ainda por revisar.
“Estávamos quase entregando para os editores”, disse Annan.
A parte do livro que trata da Síria foi atualizada para incluir um frágil cessar-fogo que Annan negociou em março. Mas Annan não é mais o enviado especial, tendo renunciado frustrado no início de agosto à medida que o cessar-fogo foi ignorado.
Desde então, o conflito piorou. Os 300 monitores da ONU que deveriam observar o cessar-fogo deixaram a Síria, e um novo enviado especial, Lakhdar Brahimi, que já trabalhou para Annan, foi designado seu sucessor.
Ainda assim, disse Annan, ele decidiu há algum tempo que não fará mais revisões no livro.
Agora, disse ele, “as pessoas estão me perguntando se escreverei um segundo livro, sobre a Síria”.
Annan disse que em seus vários encontros com Assad em Damasco, ele sentiu que nunca de fato conseguiu se comunicar com ele. “Inicialmente, senti que ele estava em negação”, disse Annan. “Ele sentia que a maior parte dos seus problemas estavam sendo criados por estrangeiros. Se os estrangeiros deixassem a Síria em paz, ela resolveria seus problemas rapidamente.”
Líderes como Assad “tendem a acreditar no mundo que criam”, diz Annan.
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... annan.html
Colin L. Powell, que quando foi secretário de Estado dos EUA ficou famoso por defender a guerra contra o Iraque em 2003 com um discurso emocionado no Conselho de Segurança da ONU, tinha mais dúvidas sobre as provas que ele usou para justificar a invasão liderada pelos EUA do que se sabia anteriormente, de acordo com um novo livro de memórias de Kofi Annan, secretário-geral da ONU na época.
Seis semanas depois da invasão do Iraque, escreveu Annan, Powell visitou seu escritório no 38º andar da ONU para comemorar com ele em particular as notícias de que as forças norte-americanas acreditavam ter encontrado laboratórios móveis no Iraque que o governo alegava estarem sendo usados por Saddam Hussein para fazer armas de destruição em massa – o motivo central da guerra.
“Kofi, eles me tornaram um homem honesto”, disse Powell segundo Annan.
Annan escreveu que “o alívio – e a exaustão – era palpável. Eu fui obrigado a sorrir junto com meu amigo, e queria compartilhar seu conforto”, embora o próprio Annan estivesse longe de estar convencido. Ainda assim, disse Annan, “eu só podia me impressionar com a resiliência deste homem, que passou por tanta coisa para argumentar a favor de uma guerra na qual ele claramente não acreditava”.
Esforços para contatar Powell para comentar sobre o episódio não tiveram sucesso imediato. Peggy Cifrino, sua assistente, disse que ele estava viajando e a contatava apenas esporadicamente.
Até agora, é claro, muitos livros foram escritos sobre o período precedente à Guerra do Iraque, no qual nenhuma arma de destruição em massa foi encontrada. O papel de Powell, que alguns historiadores dizem ter prejudicado de forma irreparável sua credibilidade e tirado dos trilhos sua carreira política, também foi bem documentado.
Mas o encontro entre Powell e Annan, como foi recontado pelo ex-secretário-geral, oferece um novo vislumbre sobre o grau de dúvida que Powell tinha em relação a colocar tropas no solo do Iraque.
Numa entrevista por telefone desde seu escritório em Genebra, Annan, 74, disse que decidiu usar aquele episódio no capítulo de abertura de seu novo livro, “Intervenções: Uma Vida em Guerra e Paz”, publicado pela The Penguin Press, porque o Iraque foi um tema muito importante durante seu mandato, que durou de 1997 até o fim de 2006. A Guerra do Iraque, disse ele, foi “um evento que dividiu a comunidade internacional – da maneira como a Síria está prestes a fazer”.
Além disso, disse Annan, ele via Powell como “um amigo, muito respeitado, um astro entre os ministros de exterior. E acho que a apresentação do caso dos EUA ao conselho o prejudicou um pouco, e eu queria transmitir o que aconteceu na época”.
O livro de 383 páginas, escrito em colaboração com Nader Mousavizadeh, ex-conselheiro de Annan e escritor de discursos, é uma crônica de sua vida diplomática. Nascido em Gana, Annan é o primeiro funcionário de carreira da ONU e primeiro africano da África subsaariana a ascender ao posto de secretário-geral. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2001 por seu trabalho na ONU.
Escrito parte como uma autobiografia, parte como aula de história, o livro está repleto dos relatos de Annan sobre encontros privados com líderes mundiais, incluindo Saddam, com quem ele certa vez teve um diálogo intenso em Bagdá, persuadindo-o a permitir que os inspetores de armas entrassem no palácio presidencial de Hussein.
O livro é também o esforço de Annan para explicar as circunstâncias por trás de alguns erros espetaculares em parte atribuídos a ele durante seu mandato como secretário-geral e antes, quando administrava o departamento encarregado das operações de paz da ONU.
Annan escreveu que os motivos por trás do fracasso da ONU em evitar o genocídio em Ruanda em 1994, para citar um exemplo, estão enraizados nos fiascos das operações de paz anteriores na Somália e no Haiti. Muitas nações que contribuíram com soldados pacificadores, liderados pelos EUA, desenvolveram uma aversão a assumir esse tipo de risco, escreveu Annan, e o Conselho de Segurança resistiu em ordenar medidas que podiam incluir o uso da força.
“Infelizmente, a primeira operação a ser criada neste clima foi a missão a Ruanda.”
No que pode ser uma surpresa para alguns críticos conservadores de Annan, ele expressou uma grande admiração no livro pelo presidente George W. Bush, apesar de suas discordâncias quanto à Guerra do Iraque e o que Annan via como uma abordagem equivocada de Bush em relação ao conflito palestino-israelense. Annan disse que o esforço de Bush para combater a epidemia global de Aids representou “o maior compromisso financeiro de qualquer país na história para lutar contra uma única doença”.
Annan disse que trabalhou no livro por dois anos e tinha quase acabado no inverno passado quando recebeu um telefonema de Ban Ki-moon, seu sucessor como secretário-geral, com um pedido extraordinário.
Ban queria que Annan negociasse uma solução diplomática para a revolta da Síria, como enviado especial representando a ONU e a Liga Árabe, onde a exasperação com o presidente Bashar Assad da Síria parecia intratável.
Ban disse que estava pedindo em nome de um grupo de ministros de exterior, que acreditavam que as habilidades de negociação de Annan poderiam ter sucesso na Síria.
Annan, que já havia negociado com o presidente da Síria antes, consentiu, e o livro foi postergado, com as páginas finais ainda por revisar.
“Estávamos quase entregando para os editores”, disse Annan.
A parte do livro que trata da Síria foi atualizada para incluir um frágil cessar-fogo que Annan negociou em março. Mas Annan não é mais o enviado especial, tendo renunciado frustrado no início de agosto à medida que o cessar-fogo foi ignorado.
Desde então, o conflito piorou. Os 300 monitores da ONU que deveriam observar o cessar-fogo deixaram a Síria, e um novo enviado especial, Lakhdar Brahimi, que já trabalhou para Annan, foi designado seu sucessor.
Ainda assim, disse Annan, ele decidiu há algum tempo que não fará mais revisões no livro.
Agora, disse ele, “as pessoas estão me perguntando se escreverei um segundo livro, sobre a Síria”.
Annan disse que em seus vários encontros com Assad em Damasco, ele sentiu que nunca de fato conseguiu se comunicar com ele. “Inicialmente, senti que ele estava em negação”, disse Annan. “Ele sentia que a maior parte dos seus problemas estavam sendo criados por estrangeiros. Se os estrangeiros deixassem a Síria em paz, ela resolveria seus problemas rapidamente.”
Líderes como Assad “tendem a acreditar no mundo que criam”, diz Annan.
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Re: GEOPOLÍTICA
O polo de irradiação da Otan.
O que deve fazer uma aliança quando seu membro líder decide reposicionar seu foco no outro lado do mundo? Os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vêm se debatendo com essa questão desde que presidente dos EUA, Barack Obama anunciou sua mudança de foco - agora na Ásia - no ano passado, obrigando-os a examinar o papel mundial da Aliança.
Os líderes da Otan têm examinado com atenção as relações com países como a China e a Rússia, que ainda veem a Otan como uma possível ameaça e não como um parceiro genuíno. E eles tiveram de considerar a possibilidade de engajar-se em mais missões além do Atlântico Norte, como as assumidas no Afeganistão, onde 22 países - entre eles El Salvador, Malásia, Mongólia, Cingapura e Tonga - mobilizaram forças sob o comando da Força Internacional de Assistência à Segurança, da Otan.
Desde a cúpula da Otan em Chicago, em maio, seus líderes têm se empenhado em tornar claro que o papel de segurança mundial da Aliança se estende para além do Afeganistão. Eles reafirmaram a importância da defesa coletiva, o que reforça sua capacidade de enfrentar os desafios de segurança - mesmo em tempos de austeridade econômica - em regiões externas ao Atlântico Norte, mais visivelmente na África (na Líbia e no Golfo de Aden).
Essa "Otan mundial" tem preocupado as grandes potências. Embora ela conte com a Índia ou Brasil entre os seus futuros parceiros, China e Rússia estão preocupadas que essa organização prossiga com uma estratégia de contenção mundial e marginalize a ONU
De fato, no ano passado, mais de 150 mil soldados controlados pela Otan estavam envolvidos em seis operações em três continentes. E a maioria dos novos recursos que a Otan está adquirindo destinam-se a reforçar sua capacidade expedicionária, em vez de suas tradicionais defesas convencionais.
Os defensores da expansão das atividades extrarregionais da Aliança enfatizam que, embora a Otan seja uma aliança regional, enfrenta ameaças em âmbito mundial que só podem ser enfrentadas com ampla cooperação internacional. Eles esperam contornar a resistência a esse papel expansionista desenvolvendo um portfólio flexível de parceiros internacionais, e não afirmando predomínio fora da região do Atlântico Norte.
A Otan está, de certa forma, tornando-se mundial, ao forjar parcerias com países tão distantes quanto o Japão e a Austrália para participar de atividades de segurança em lugares tão remotos quanto a Ásia Central, a África e o Ártico. Essas novas parcerias beneficiam ambas as partes: os parceiros fazem contribuições concretas valiosas para o sucesso da aliança, enquanto esta melhora a sua segurança.
Apesar de alguns contratempos, as campanhas extra-regionais da Otan podem servir como evidência convincente de que a aliança é a única instituição de segurança multinacional capaz de conduzir operações de combate sustentadas e de alta intensidade em todo o mundo. Na Líbia e no Golfo de Aden ela reuniu ativos militares dos membros e contribuições de outros parceiros. A participação de tropas da Austrália, Coreia do Sul, Catar, Emirados Árabes Unidos e Marrocos, entre outros, e o papel de liderança das Nações Unidas e da Liga Árabe na legitimação dessas campanhas demonstrou o papel emergente da Otan como polo de irradiação de uma rede mundial de parcerias.
Desde que assumiu o cargo em agosto de 2009, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, tem abraçado esse papel, argumentando que as principais ameaças de segurança à aliança derivam de desafios em âmbito mundial: estados inoperantes em regiões em desenvolvimento, cibercrime internacional, redes terroristas, proliferação de armas de destruição em massa, pirataria marítima, perturbações no suprimento de energia e mudanças climáticas. Assim, o novo conceito estratégico da Otan, adotado em novembro de 2010 durante a Cúpula de Lisboa, convida a aliança a tornar-se mais versátil para combater as novas ameaças de diversas fontes geográficas e tecnológicas.
Autoridades americanas abraçaram a visão de Rasmussen, citando sua lógica ao explicar seu foco na Ásia. Ao contrapor-se às ameaças de segurança mundiais que emanam da Ásia, eles estão protegendo seus aliados no Atlântico Norte.
Essas mudanças têm feito com que os observadores, particularmente fora da Europa, passassem a especular sobre a natureza da futura cooperação com a Otan. Será que ela assumirá um papel de liderança em missões de segurança coletiva, como no Afeganistão? Será que cooperará em parcerias com igual contribuição dos participantes, como ocorreu nos esforços para combater os piratas somalis? Ou será que estará disposta a desempenhar um papel de apoio, como com seu apoio logístico à União Africana e às Forças de Segurança iraquianas?
Além disso, essa "Otan mundial" tem gerado preocupações entre grandes potências. Embora ela possa contar com a Índia ou com o Brasil entre os seus futuros parceiros, China e Rússia continuam preocupadas com que essa organização possa prosseguir com uma estratégia de contenção mundial ou tentar marginalizar a ONU como instituição de segurança líder mundial.
Os líderes da Otan responderam a algumas dessas preocupações na cúpula de Chicago. Eles reafirmaram que, embora a Otan tenha adotado uma abordagem mundial à segurança, suas principais atividades externas à Europa e ao Afeganistão terão como principal componente um diálogo com parceiros ou, em casos especiais, medidas defensivas conjuntas com outras instituições de segurança sob mandato da ONU, como no Golfo de Aden. A Otan reconheceu o papel único da ONU na segurança mundial e enfatiza seu objetivo de colaborar com, e não substituir, a organização.
A cooperação da Otan com parceiros externos pode estender-se a questões como a gestão da mudanças climáticas e a promoção da segurança no Ártico e no ciberespaço. A aliança também poderá oferecer a novos parceiros algumas das ferramentas para reforma no setor de segurança que tem aplicado em países que pertenciam à União Soviética e, mais recentemente, no Oriente Médio, visando garantir que as forças armadas regionais respeitem os direitos humanos e as autoridades civis.
Mas os países da Otan apenas começaram a considerar quais políticas colocar em prática para enfrentar os desafios em âmbito mundial, quais recursos são necessários para atingir seus objetivos de segurança e como colaborar com instituições e países não ocidentais. Qualquer governo que espere beneficiar-se do novo papel mundial da Otan, ou que esteja preocupado com suas implicações, deveria ser envolvido na elaboração do processo. (Tradução de Sergio Blum)
Richard Weitz é pesquisador sênior e diretor do Centro de Análise Político-Militares no Instituto Hudson
http://codinomeinformante.blogspot.com. ... -otan.html
O que deve fazer uma aliança quando seu membro líder decide reposicionar seu foco no outro lado do mundo? Os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) vêm se debatendo com essa questão desde que presidente dos EUA, Barack Obama anunciou sua mudança de foco - agora na Ásia - no ano passado, obrigando-os a examinar o papel mundial da Aliança.
Os líderes da Otan têm examinado com atenção as relações com países como a China e a Rússia, que ainda veem a Otan como uma possível ameaça e não como um parceiro genuíno. E eles tiveram de considerar a possibilidade de engajar-se em mais missões além do Atlântico Norte, como as assumidas no Afeganistão, onde 22 países - entre eles El Salvador, Malásia, Mongólia, Cingapura e Tonga - mobilizaram forças sob o comando da Força Internacional de Assistência à Segurança, da Otan.
Desde a cúpula da Otan em Chicago, em maio, seus líderes têm se empenhado em tornar claro que o papel de segurança mundial da Aliança se estende para além do Afeganistão. Eles reafirmaram a importância da defesa coletiva, o que reforça sua capacidade de enfrentar os desafios de segurança - mesmo em tempos de austeridade econômica - em regiões externas ao Atlântico Norte, mais visivelmente na África (na Líbia e no Golfo de Aden).
Essa "Otan mundial" tem preocupado as grandes potências. Embora ela conte com a Índia ou Brasil entre os seus futuros parceiros, China e Rússia estão preocupadas que essa organização prossiga com uma estratégia de contenção mundial e marginalize a ONU
De fato, no ano passado, mais de 150 mil soldados controlados pela Otan estavam envolvidos em seis operações em três continentes. E a maioria dos novos recursos que a Otan está adquirindo destinam-se a reforçar sua capacidade expedicionária, em vez de suas tradicionais defesas convencionais.
Os defensores da expansão das atividades extrarregionais da Aliança enfatizam que, embora a Otan seja uma aliança regional, enfrenta ameaças em âmbito mundial que só podem ser enfrentadas com ampla cooperação internacional. Eles esperam contornar a resistência a esse papel expansionista desenvolvendo um portfólio flexível de parceiros internacionais, e não afirmando predomínio fora da região do Atlântico Norte.
A Otan está, de certa forma, tornando-se mundial, ao forjar parcerias com países tão distantes quanto o Japão e a Austrália para participar de atividades de segurança em lugares tão remotos quanto a Ásia Central, a África e o Ártico. Essas novas parcerias beneficiam ambas as partes: os parceiros fazem contribuições concretas valiosas para o sucesso da aliança, enquanto esta melhora a sua segurança.
Apesar de alguns contratempos, as campanhas extra-regionais da Otan podem servir como evidência convincente de que a aliança é a única instituição de segurança multinacional capaz de conduzir operações de combate sustentadas e de alta intensidade em todo o mundo. Na Líbia e no Golfo de Aden ela reuniu ativos militares dos membros e contribuições de outros parceiros. A participação de tropas da Austrália, Coreia do Sul, Catar, Emirados Árabes Unidos e Marrocos, entre outros, e o papel de liderança das Nações Unidas e da Liga Árabe na legitimação dessas campanhas demonstrou o papel emergente da Otan como polo de irradiação de uma rede mundial de parcerias.
Desde que assumiu o cargo em agosto de 2009, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, tem abraçado esse papel, argumentando que as principais ameaças de segurança à aliança derivam de desafios em âmbito mundial: estados inoperantes em regiões em desenvolvimento, cibercrime internacional, redes terroristas, proliferação de armas de destruição em massa, pirataria marítima, perturbações no suprimento de energia e mudanças climáticas. Assim, o novo conceito estratégico da Otan, adotado em novembro de 2010 durante a Cúpula de Lisboa, convida a aliança a tornar-se mais versátil para combater as novas ameaças de diversas fontes geográficas e tecnológicas.
Autoridades americanas abraçaram a visão de Rasmussen, citando sua lógica ao explicar seu foco na Ásia. Ao contrapor-se às ameaças de segurança mundiais que emanam da Ásia, eles estão protegendo seus aliados no Atlântico Norte.
Essas mudanças têm feito com que os observadores, particularmente fora da Europa, passassem a especular sobre a natureza da futura cooperação com a Otan. Será que ela assumirá um papel de liderança em missões de segurança coletiva, como no Afeganistão? Será que cooperará em parcerias com igual contribuição dos participantes, como ocorreu nos esforços para combater os piratas somalis? Ou será que estará disposta a desempenhar um papel de apoio, como com seu apoio logístico à União Africana e às Forças de Segurança iraquianas?
Além disso, essa "Otan mundial" tem gerado preocupações entre grandes potências. Embora ela possa contar com a Índia ou com o Brasil entre os seus futuros parceiros, China e Rússia continuam preocupadas com que essa organização possa prosseguir com uma estratégia de contenção mundial ou tentar marginalizar a ONU como instituição de segurança líder mundial.
Os líderes da Otan responderam a algumas dessas preocupações na cúpula de Chicago. Eles reafirmaram que, embora a Otan tenha adotado uma abordagem mundial à segurança, suas principais atividades externas à Europa e ao Afeganistão terão como principal componente um diálogo com parceiros ou, em casos especiais, medidas defensivas conjuntas com outras instituições de segurança sob mandato da ONU, como no Golfo de Aden. A Otan reconheceu o papel único da ONU na segurança mundial e enfatiza seu objetivo de colaborar com, e não substituir, a organização.
A cooperação da Otan com parceiros externos pode estender-se a questões como a gestão da mudanças climáticas e a promoção da segurança no Ártico e no ciberespaço. A aliança também poderá oferecer a novos parceiros algumas das ferramentas para reforma no setor de segurança que tem aplicado em países que pertenciam à União Soviética e, mais recentemente, no Oriente Médio, visando garantir que as forças armadas regionais respeitem os direitos humanos e as autoridades civis.
Mas os países da Otan apenas começaram a considerar quais políticas colocar em prática para enfrentar os desafios em âmbito mundial, quais recursos são necessários para atingir seus objetivos de segurança e como colaborar com instituições e países não ocidentais. Qualquer governo que espere beneficiar-se do novo papel mundial da Otan, ou que esteja preocupado com suas implicações, deveria ser envolvido na elaboração do processo. (Tradução de Sergio Blum)
Richard Weitz é pesquisador sênior e diretor do Centro de Análise Político-Militares no Instituto Hudson
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Re: GEOPOLÍTICA
Comentário Gelio Fregapani - Impressões; Sem noção e “Conspiração?”
Assuntos: Impressões; Sem noção e “Conspiração?”
Impressões da viagem:
- A Rússia continua o esforço para integrar seu império. Incentiva a natalidade; contribui com 11.500 dólares pelo nascimento do segundo filho e condecora as famílias numerosas. Explora habilmente suas disponibilidades de petróleo e gás. Não descuida de sua defesa, mesmo com um PIB inferior ao nosso. Os russos evidenciam repudio total ao comunismo; derrubaram todas as numerosas estátuas de Stalin (menos uma), mas estranhamente conservaram as de Lenin. Os Romanof assassinados foram elevados a categoria de santos, com direito a igrejas e altares.
- A Mongólia tenta firmar-se como um Estado apesar de uma população semi-nômade, habitando uma terra semi-árida em meio aos avanços da Rússia e da China. Seu núcleo mais organizado se desenvolve pela negociação de recursos naturais, como jazidos minerais e incentivos ao turismo.
- A China evidencia ter um plano de desenvolvimento e o segue rigorosamente. Enfrenta suas contradições com firmeza inigualável. Seu povo se mostrou extremamente simpático com os turistas, pelo menos conosco, talvez “mediante ordem” embora deixem a entrever aversão a americanos , ingleses, franceses e principalmente aos japoneses. Seu rigoroso sistema de segurança publica parece ser bem sucedido, coisa que não foi evidenciado na Rússia.
- Os governos dos Emirados Árabes estão solidários com os EUA, Turquia e a Arábia no confronto com o Irã.
- Houve comentários que Israel não esperaria um “concordo” norte-americano para destruir a capacidade nuclear iraniana, mas que atacaria ainda antes das eleições presidenciais dos EUA.
Impressões da chegada na Pátria
- Agradável surpresa: encontrei o Mensalão andando, apesar do bloqueio do Lewandovsky e do Toffoli, já esperados. Depois do episódio da “Raposa” não havia como confiar na lisura de Ayres de Britto, entretanto está se revelando honesto e corajoso no caso do mensalão,por enquanto. O que houve? Deus é brasileiro? ou será para retirar-lhe a pecha de traidor? De qualquer forma, parabéns. “Não importa a cor do gato,importa que cace ratos”
- Para eleição em São Paulo entre eles concorrerão um entreguista e o do “Kit Gay”. No mínimo um será derrotado. Melhor, parece que serão os dois.
- A Presidente continua a abaixar os juros. Embora atraindo a ira dos especuladores, forçando aos rentistas a investir em empreendimentos que tragam desenvolvimento.
- Os melhores generais do Exército alertaram publicamente que só havia munição para uma hora de combate. Preocupante? Não, muito pior. A única fábrica de munição não é nacional e tem sede num paraíso fiscal. O próprio Exército bloqueia, de forma inexplicável, a fabricação de munição por nacionais. Além do mais, a guerra mudou; será feita com bombardeios por aeronaves não tripuladas onde o que valerá serão os mísseis. Os atuais fuzis e tanques ficarão reduzidos a meras armas policiais. É certo que uma ocupação militar de todo o Brasil por uma força invasora é impossível, mas não um apoio à secessão de áreas indígenas prenhes de minerais estratégicos. Nesse caso as velhas armas obsoletas ainda teriam valor. É p ara esses dois tipos de ameaças que devemos nos preparar. Nossos generais sabem. Não falam porque não querem. São homens dignos, mas não foram, na maioria, selecionados por serem guerreiros.
A paz só pode ser garantida pelas armas; nunca por bandos de palhaços, envergando túnicas brancas como daquela ex-candidata ecológica, homenageada por seus patrões em Londres.
Sem Noção
Um grupo de aloprados na Justiça e no Ministério Publico procura, ao arrepio de todas as leis, uma formula de processar velhos militares que combateram a guerrilha. Para eles, prisão em combate equivale a seqüestro, e que este não terminou pois os corpos não apareceram.
É não ter noção. Episódios de quase meio século já deviam estar relegados à História. Seus protagonistas, de ambos os lados, se vivos são octogenários ou quase. Quanto as pretensas vítimas, tanto podem ter sido mortas nos porões como podem ter recebido nova identidade em troca de alguma colaboração, dificilmente com conhecimento de quem efetuou a prisão, dentro do principio da compartimentação usado em qualquer órgão de Informações. Podem até ter se evadido e feito uma plástica, como o Zé Dirceu e ter morrido sem se dar a conhecer.
Esses aloprados parecem querer confusão. Não atentam que aqueles velhos soldados venceram a guerrilha no chumbo e não em artifícios jurídicos. Que só permanecerão quietos enquanto houver esperança na Justiça; que quando a injustiça jurídica prevalecer, lutarão da maneira que sabem, e receberão apoio das legiões que os têm por heróis. Perturbar, propositadamente a paz do País é sinal de pouca inteligência, se não for pior, com o interesse estrangeiro em destruir a coesão nacional.
Ainda pode ser que esse descalabro morra em alguma instância superior da Justiça. Do contrario certamente haverá ajustes de contas que podem conduzir a novos anos de chumbo. Algumas pessoas são muito valentes na hora de provocar uma briga, e muito frouxas na hora de enfrentá-la. Vejamos como se portarão na nova situação.
Conspiração para mudar a política econômica?
A Oligarquia Financeira Transnacional manda recados críticos sobre a economia brasileira – que realmente enfrenta problemas. O FMI pegou pesado, pregando que estaríamos em grave risco. Alfinetaram nossa gestão econômica afirmando, sem argumentos, que o Brasil ameaça repetir o cenário de colapso registrado nos últimos anos nos EUA, Irlanda ou Espanha. Silencia sobre o magnífico resultado do nosso agronegócio.
Sejam ou não criticas corretas, quando o FMI e demais esquemas da Oligarquia Financeira Transnacional começam levantá-las, tal postura merece outra interpretação: Sentindo seus interesses contrariados iniciam as pressões. Se o gestor não ceder, deve ser substituído por outro que “faça o dever de casa”. Pretextos para derrubar o governo pode surgir a partir de um escândalo como o do mensalão, ou quem sabe gerado por uma metástase do Cachoeira. Assim funciona a prática da conspiração – que alguns pensam ser apenas uma “teoria.
Para os bancos pode ser melhor repor FHC ou mesmo Lula no Planalto do que continuar suportando o ataque de Dilma, que está usando a força do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal contra as manipulações bancárias. Não se pode descartar que a onda de greves dos servidores públicos esteja sendo incentivada por isto. Pode ser apenas uma coincidência, mas parece que não é.
Que Deus guarde a todos nós
Gelio Fregapani
http://www.defesanet.com.br/geopolitica ... -%E2%80%9D
Assuntos: Impressões; Sem noção e “Conspiração?”
Impressões da viagem:
- A Rússia continua o esforço para integrar seu império. Incentiva a natalidade; contribui com 11.500 dólares pelo nascimento do segundo filho e condecora as famílias numerosas. Explora habilmente suas disponibilidades de petróleo e gás. Não descuida de sua defesa, mesmo com um PIB inferior ao nosso. Os russos evidenciam repudio total ao comunismo; derrubaram todas as numerosas estátuas de Stalin (menos uma), mas estranhamente conservaram as de Lenin. Os Romanof assassinados foram elevados a categoria de santos, com direito a igrejas e altares.
- A Mongólia tenta firmar-se como um Estado apesar de uma população semi-nômade, habitando uma terra semi-árida em meio aos avanços da Rússia e da China. Seu núcleo mais organizado se desenvolve pela negociação de recursos naturais, como jazidos minerais e incentivos ao turismo.
- A China evidencia ter um plano de desenvolvimento e o segue rigorosamente. Enfrenta suas contradições com firmeza inigualável. Seu povo se mostrou extremamente simpático com os turistas, pelo menos conosco, talvez “mediante ordem” embora deixem a entrever aversão a americanos , ingleses, franceses e principalmente aos japoneses. Seu rigoroso sistema de segurança publica parece ser bem sucedido, coisa que não foi evidenciado na Rússia.
- Os governos dos Emirados Árabes estão solidários com os EUA, Turquia e a Arábia no confronto com o Irã.
- Houve comentários que Israel não esperaria um “concordo” norte-americano para destruir a capacidade nuclear iraniana, mas que atacaria ainda antes das eleições presidenciais dos EUA.
Impressões da chegada na Pátria
- Agradável surpresa: encontrei o Mensalão andando, apesar do bloqueio do Lewandovsky e do Toffoli, já esperados. Depois do episódio da “Raposa” não havia como confiar na lisura de Ayres de Britto, entretanto está se revelando honesto e corajoso no caso do mensalão,por enquanto. O que houve? Deus é brasileiro? ou será para retirar-lhe a pecha de traidor? De qualquer forma, parabéns. “Não importa a cor do gato,importa que cace ratos”
- Para eleição em São Paulo entre eles concorrerão um entreguista e o do “Kit Gay”. No mínimo um será derrotado. Melhor, parece que serão os dois.
- A Presidente continua a abaixar os juros. Embora atraindo a ira dos especuladores, forçando aos rentistas a investir em empreendimentos que tragam desenvolvimento.
- Os melhores generais do Exército alertaram publicamente que só havia munição para uma hora de combate. Preocupante? Não, muito pior. A única fábrica de munição não é nacional e tem sede num paraíso fiscal. O próprio Exército bloqueia, de forma inexplicável, a fabricação de munição por nacionais. Além do mais, a guerra mudou; será feita com bombardeios por aeronaves não tripuladas onde o que valerá serão os mísseis. Os atuais fuzis e tanques ficarão reduzidos a meras armas policiais. É certo que uma ocupação militar de todo o Brasil por uma força invasora é impossível, mas não um apoio à secessão de áreas indígenas prenhes de minerais estratégicos. Nesse caso as velhas armas obsoletas ainda teriam valor. É p ara esses dois tipos de ameaças que devemos nos preparar. Nossos generais sabem. Não falam porque não querem. São homens dignos, mas não foram, na maioria, selecionados por serem guerreiros.
A paz só pode ser garantida pelas armas; nunca por bandos de palhaços, envergando túnicas brancas como daquela ex-candidata ecológica, homenageada por seus patrões em Londres.
Sem Noção
Um grupo de aloprados na Justiça e no Ministério Publico procura, ao arrepio de todas as leis, uma formula de processar velhos militares que combateram a guerrilha. Para eles, prisão em combate equivale a seqüestro, e que este não terminou pois os corpos não apareceram.
É não ter noção. Episódios de quase meio século já deviam estar relegados à História. Seus protagonistas, de ambos os lados, se vivos são octogenários ou quase. Quanto as pretensas vítimas, tanto podem ter sido mortas nos porões como podem ter recebido nova identidade em troca de alguma colaboração, dificilmente com conhecimento de quem efetuou a prisão, dentro do principio da compartimentação usado em qualquer órgão de Informações. Podem até ter se evadido e feito uma plástica, como o Zé Dirceu e ter morrido sem se dar a conhecer.
Esses aloprados parecem querer confusão. Não atentam que aqueles velhos soldados venceram a guerrilha no chumbo e não em artifícios jurídicos. Que só permanecerão quietos enquanto houver esperança na Justiça; que quando a injustiça jurídica prevalecer, lutarão da maneira que sabem, e receberão apoio das legiões que os têm por heróis. Perturbar, propositadamente a paz do País é sinal de pouca inteligência, se não for pior, com o interesse estrangeiro em destruir a coesão nacional.
Ainda pode ser que esse descalabro morra em alguma instância superior da Justiça. Do contrario certamente haverá ajustes de contas que podem conduzir a novos anos de chumbo. Algumas pessoas são muito valentes na hora de provocar uma briga, e muito frouxas na hora de enfrentá-la. Vejamos como se portarão na nova situação.
Conspiração para mudar a política econômica?
A Oligarquia Financeira Transnacional manda recados críticos sobre a economia brasileira – que realmente enfrenta problemas. O FMI pegou pesado, pregando que estaríamos em grave risco. Alfinetaram nossa gestão econômica afirmando, sem argumentos, que o Brasil ameaça repetir o cenário de colapso registrado nos últimos anos nos EUA, Irlanda ou Espanha. Silencia sobre o magnífico resultado do nosso agronegócio.
Sejam ou não criticas corretas, quando o FMI e demais esquemas da Oligarquia Financeira Transnacional começam levantá-las, tal postura merece outra interpretação: Sentindo seus interesses contrariados iniciam as pressões. Se o gestor não ceder, deve ser substituído por outro que “faça o dever de casa”. Pretextos para derrubar o governo pode surgir a partir de um escândalo como o do mensalão, ou quem sabe gerado por uma metástase do Cachoeira. Assim funciona a prática da conspiração – que alguns pensam ser apenas uma “teoria.
Para os bancos pode ser melhor repor FHC ou mesmo Lula no Planalto do que continuar suportando o ataque de Dilma, que está usando a força do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal contra as manipulações bancárias. Não se pode descartar que a onda de greves dos servidores públicos esteja sendo incentivada por isto. Pode ser apenas uma coincidência, mas parece que não é.
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Re: GEOPOLÍTICA
Artigo discute a alta do comércio global de armas.
http://www.foreignpolicy.com/articles/2 ... om_economy
http://www.foreignpolicy.com/articles/2 ... om_economy
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: GEOPOLÍTICA
5 artigos mais importantes da semana de relações internacionais segundo a foreign policy:

http://www.vanityfair.com/culture/2012/ ... ys-excerpt
Elephants Dying in Epic Frenzy as Ivory Fuels Wars and Profits
http://www.nytimes.com/2012/09/04/world ... wanted=all
Mizoram’s Wild Flower
http://www.openthemagazine.com/article/ ... ild-flower
Pakistan's terrible, horrible, no-good, very bad idea to develop battlefield nukes.
http://www.foreignpolicy.com/articles/2 ... ?page=full
Yemen - Days of Reckoning
Faced with rebels, refugees, and al Qaeda, the nation is on the brink of a new beginning—or deeper divisions.
http://ngm.nationalgeographic.com/2012/ ... ammer-text

http://www.vanityfair.com/culture/2012/ ... ys-excerpt
Elephants Dying in Epic Frenzy as Ivory Fuels Wars and Profits
http://www.nytimes.com/2012/09/04/world ... wanted=all
Mizoram’s Wild Flower
http://www.openthemagazine.com/article/ ... ild-flower
Pakistan's terrible, horrible, no-good, very bad idea to develop battlefield nukes.
http://www.foreignpolicy.com/articles/2 ... ?page=full
Yemen - Days of Reckoning
Faced with rebels, refugees, and al Qaeda, the nation is on the brink of a new beginning—or deeper divisions.
http://ngm.nationalgeographic.com/2012/ ... ammer-text
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: GEOPOLÍTICA
08/09/2012 - 17h09 | Paulo Justo | Londres
China ou Estados Unidos: quem será a potência do século XXI?
Considerada anteriormente como inevitável, a transformação da China como principal potência se baseia em um modelo esgotado
Com o estouro financeiro de 2008, formou-se um crescente consenso de que a China se converteria na potência dominante do século XXI. O debate se centrava mais em quando ela superaria os Estados Unidos: 2015, 2030 ou em meados do século. Em todo caso, o declínio estadunidense era tão inevitável como o do império anterior, o britânico, que no final do século XIX começou a mostrar sinais de debilidade que se tornaram irreversíveis nas primeiras décadas do século XX.
Essa polêmica foi reaberta. Em um recente debate na BBC, o coautor de “The American Phoenix” (A Fênix Americana), Charles Dumas, assinalou que a China era um insustentável castelo de cartas enquanto que os EUA estavam mostrando sinais de recuperação. “A China cresceu baseada em um modelo exportador que se esgotou porque os Estados Unidos já não estão em condições de absorver seus produtos. Já os Estados Unidos estão mostrando novamente sua capacidade histórica para se reinventar”, opinou Dumas.
No lado oposto do debate, Arvind Subraminian, do Peterson Institute, de Washington, e autor de “Eclipse: living in the shadow of chinese economic dominance”, disse à BBC que a China tinha fundamentos para dar um salto qualitativo em relação ao impressionante crescimento das últimas décadas. “Por seu poder populacional, por seu dinamismo interno e por sua extraordinária capacidade financeira, a China vai substituir os Estados Unidos”, assinalou Subraminian. Em meio à polêmica, chama a atenção que a posição oficial chinesa se aproxime mais da do “cético” Dumas que da do “otimista” Subraminian.
Enigma chinês
A menos de dois meses da mudança de direção que regerá o destino do país nos próximos dez anos, o Partido Comunista chinês insiste que a China é uma economia em desenvolvimento com urgentes problemas sociais. Alguns dados abonam essa tese. No Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, a China se encontra em 101º lugar, abaixo da maioria dos países latino-americanos (só está acima de El Salvador, Paraguai, Bolívia, Honduras e Nicarágua). Comparado com os Estados Unidos, tem uma receita per capita seis vezes menor.
Apesar destes dados, Arvind Subraminian lembra que no ano passado, quando a eurozona parecia a ponto de se desintegrar, seus dirigentes não procuraram uma solução nos EUA, mas olharam para a China. O fato é sintomático. Ao final da Segunda Guerra Mundial, a China estava mergulhada em sua guerra civil e a Europa buscava ajuda na nova potência mundial, os Estados Unidos, que, em meio à guerra fria, propôs o Plano Marshall para contrapor o avanço da União Soviética.
Hoje, os EUA não estão em condições de desempenhar esse papel: a China, sim. Em suas três décadas de crescimento médio de 10% ao ano, ela se converteu na maior reserva financeira do mundo: cerca de três trilhões de dólares (30% das reservas globais). O enigma é se este modelo é sustentável e se poderá ser substituído com sucesso por um novo.
Como outras nações asiáticas (Japão, Coreia do Sul), a China cresceu a passos gigantescos a partir de um modelo exportador com mão de obra barata e uma conjuntura internacional favorável. Esse modelo está esgotado hoje pelo desequilíbrio que se produziu com os Estados Unidos e outras economias. O investimento estatal massivo de 2008-2009 serviu para romper a estagnação, mas, segundo os céticos, corre o perigo de gerar bolhas insustentáveis. “A China cresceu com um investimento de quase a metade do PIB. Enquanto isso, o consumo interno só constitui 34%. Este modelo constitui uma distorção insustentável”, diz Charles Dumas.
Entre 2009 e 2010, os bancos chineses emprestaram cerca de três trilhões de dólares. Os pessimistas que vaticinam uma aterrisagem forçada da economia chinesa estimam que em torno de 30% destes empréstimos podem ficar sem pagamento. Nos anos 80, o Japão era a sombra que ameaçava o poder estadunidense: um estouro bancário-imobiliário no final da década levou a uma estagnação de quase duas décadas. É este o espelho real chinês?
As sombras dos Estados Unidos
Se nem tudo são luzes no caso chinês, no estadunidense, os desequilíbrios e sinais de decadência são evidentes há tempos. O gigantesco duplo déficit fiscal e comercial estadunidense baseou-se em um modelo que, segundo seus críticos, é também insustentável. O salário real médio é o mesmo da década de 70. A dívida público-privada é três vezes o PIB nacional. “Os EUA são como um edifício que foi motivo de orgulho há muito tempo. Hoje, os andares de cima, os mais ricos, seguem se expandido, os do meio estão diminuindo e os de baixo estão inundados e o elevador não funciona”, diz Subraminian.
Apesar deste panorama social deslocado, os Estados Unidos seguem dominando um setor chave da economia moderna: a inovação tecnológica. As grandes invenções da última década – desde o Windows até o Facebook – vieram dos Estados Unidos. Mas, além disso, com o estouro financeiro de 2008, há sinais de uma mudança de modelo. Se entre 1982 e 2007 o crescimento se baseou no consumo financiado com o crédito fácil em detrimento da indústria, hoje os EUA voltaram a exportar: suas vendas ao exterior foram quase a metade de seu crescimento econômico no ano passado.
Além disso, não é a primeira vez que se anuncia o inevitável fim da hegemonia estadunidense. O Japão dos anos 80 é o caso que mais se assemelha a China, mas nos anos 50 e 60 o prognóstico da moda era que a falecida União Soviética deixaria os EUA para trás.
Segundo assinalou à Carta Maior, Shaun Breslin, autor de “China and the global political economy”, o resultado será mais matizado que uma mera vitória ou derrota. “Em nível militar, a China não vai alcançar os Estados Unidos. Mas, por sua mera gravitação populacional, a China não será como o Japão dos 80. Sua importância em nível mundial é muito clara como se vê pelo impacto que tem na América Latina e nos países em desenvolvimento”, observa Breslin.
Em grande medida, a resposta estará em como cada um sairá da incerta crise econômico- financeira que estourou em 2007-2008 e que ainda cobre com sombras o panorama global.
Tradução: Katarina Peixoto. Texto publicado originalmente em Carta Maior.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/o ... +xxi.shtml
China ou Estados Unidos: quem será a potência do século XXI?
Considerada anteriormente como inevitável, a transformação da China como principal potência se baseia em um modelo esgotado
Com o estouro financeiro de 2008, formou-se um crescente consenso de que a China se converteria na potência dominante do século XXI. O debate se centrava mais em quando ela superaria os Estados Unidos: 2015, 2030 ou em meados do século. Em todo caso, o declínio estadunidense era tão inevitável como o do império anterior, o britânico, que no final do século XIX começou a mostrar sinais de debilidade que se tornaram irreversíveis nas primeiras décadas do século XX.
Essa polêmica foi reaberta. Em um recente debate na BBC, o coautor de “The American Phoenix” (A Fênix Americana), Charles Dumas, assinalou que a China era um insustentável castelo de cartas enquanto que os EUA estavam mostrando sinais de recuperação. “A China cresceu baseada em um modelo exportador que se esgotou porque os Estados Unidos já não estão em condições de absorver seus produtos. Já os Estados Unidos estão mostrando novamente sua capacidade histórica para se reinventar”, opinou Dumas.
No lado oposto do debate, Arvind Subraminian, do Peterson Institute, de Washington, e autor de “Eclipse: living in the shadow of chinese economic dominance”, disse à BBC que a China tinha fundamentos para dar um salto qualitativo em relação ao impressionante crescimento das últimas décadas. “Por seu poder populacional, por seu dinamismo interno e por sua extraordinária capacidade financeira, a China vai substituir os Estados Unidos”, assinalou Subraminian. Em meio à polêmica, chama a atenção que a posição oficial chinesa se aproxime mais da do “cético” Dumas que da do “otimista” Subraminian.
Enigma chinês
A menos de dois meses da mudança de direção que regerá o destino do país nos próximos dez anos, o Partido Comunista chinês insiste que a China é uma economia em desenvolvimento com urgentes problemas sociais. Alguns dados abonam essa tese. No Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, a China se encontra em 101º lugar, abaixo da maioria dos países latino-americanos (só está acima de El Salvador, Paraguai, Bolívia, Honduras e Nicarágua). Comparado com os Estados Unidos, tem uma receita per capita seis vezes menor.
Apesar destes dados, Arvind Subraminian lembra que no ano passado, quando a eurozona parecia a ponto de se desintegrar, seus dirigentes não procuraram uma solução nos EUA, mas olharam para a China. O fato é sintomático. Ao final da Segunda Guerra Mundial, a China estava mergulhada em sua guerra civil e a Europa buscava ajuda na nova potência mundial, os Estados Unidos, que, em meio à guerra fria, propôs o Plano Marshall para contrapor o avanço da União Soviética.
Hoje, os EUA não estão em condições de desempenhar esse papel: a China, sim. Em suas três décadas de crescimento médio de 10% ao ano, ela se converteu na maior reserva financeira do mundo: cerca de três trilhões de dólares (30% das reservas globais). O enigma é se este modelo é sustentável e se poderá ser substituído com sucesso por um novo.
Como outras nações asiáticas (Japão, Coreia do Sul), a China cresceu a passos gigantescos a partir de um modelo exportador com mão de obra barata e uma conjuntura internacional favorável. Esse modelo está esgotado hoje pelo desequilíbrio que se produziu com os Estados Unidos e outras economias. O investimento estatal massivo de 2008-2009 serviu para romper a estagnação, mas, segundo os céticos, corre o perigo de gerar bolhas insustentáveis. “A China cresceu com um investimento de quase a metade do PIB. Enquanto isso, o consumo interno só constitui 34%. Este modelo constitui uma distorção insustentável”, diz Charles Dumas.
Entre 2009 e 2010, os bancos chineses emprestaram cerca de três trilhões de dólares. Os pessimistas que vaticinam uma aterrisagem forçada da economia chinesa estimam que em torno de 30% destes empréstimos podem ficar sem pagamento. Nos anos 80, o Japão era a sombra que ameaçava o poder estadunidense: um estouro bancário-imobiliário no final da década levou a uma estagnação de quase duas décadas. É este o espelho real chinês?
As sombras dos Estados Unidos
Se nem tudo são luzes no caso chinês, no estadunidense, os desequilíbrios e sinais de decadência são evidentes há tempos. O gigantesco duplo déficit fiscal e comercial estadunidense baseou-se em um modelo que, segundo seus críticos, é também insustentável. O salário real médio é o mesmo da década de 70. A dívida público-privada é três vezes o PIB nacional. “Os EUA são como um edifício que foi motivo de orgulho há muito tempo. Hoje, os andares de cima, os mais ricos, seguem se expandido, os do meio estão diminuindo e os de baixo estão inundados e o elevador não funciona”, diz Subraminian.
Apesar deste panorama social deslocado, os Estados Unidos seguem dominando um setor chave da economia moderna: a inovação tecnológica. As grandes invenções da última década – desde o Windows até o Facebook – vieram dos Estados Unidos. Mas, além disso, com o estouro financeiro de 2008, há sinais de uma mudança de modelo. Se entre 1982 e 2007 o crescimento se baseou no consumo financiado com o crédito fácil em detrimento da indústria, hoje os EUA voltaram a exportar: suas vendas ao exterior foram quase a metade de seu crescimento econômico no ano passado.
Além disso, não é a primeira vez que se anuncia o inevitável fim da hegemonia estadunidense. O Japão dos anos 80 é o caso que mais se assemelha a China, mas nos anos 50 e 60 o prognóstico da moda era que a falecida União Soviética deixaria os EUA para trás.
Segundo assinalou à Carta Maior, Shaun Breslin, autor de “China and the global political economy”, o resultado será mais matizado que uma mera vitória ou derrota. “Em nível militar, a China não vai alcançar os Estados Unidos. Mas, por sua mera gravitação populacional, a China não será como o Japão dos 80. Sua importância em nível mundial é muito clara como se vê pelo impacto que tem na América Latina e nos países em desenvolvimento”, observa Breslin.
Em grande medida, a resposta estará em como cada um sairá da incerta crise econômico- financeira que estourou em 2007-2008 e que ainda cobre com sombras o panorama global.
Tradução: Katarina Peixoto. Texto publicado originalmente em Carta Maior.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/o ... +xxi.shtml
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Re: GEOPOLÍTICA
Rússia e China propõem maior união económica da Ásia-Pacífico para enfrentar crise mundial
Graça Andrade Ramos 08 Set, 2012, 17:53

Rússia e China propõem maior união económica da Ásia-Pacífico para enfrentar crise mundial
Maxim Shipenkov/EPA
Aprofundar os laços regionais entre as economias da Ásia-Pacífico, foi a proposta dupla levada por Pequim e Moscovo à Cimeira da APEC, a decorrer em Vladivostok, na Rússia. A China anunciou um pacote de investimentos em infraestruturas nacionais, orçados em 157 mil milhões de dólares (112 mil milhões de euros), como forma de assegurar o crescimento económico e a Rússia propôs o fim das barreiras ao comércio na região.
Simbolicamente, antes do início da Cimeira, Putin inaugurou na pequena cidade de Vladivostok uma nova ponte orçada em mil milhões de dólares. "É importante construir pontes e não muros. Devemos continuar a procurar uma maior integração", afirmou o Presidente russo no discurso inaugural.
"A recuperação da economia global está a falhar. Só poderemos ultrapassar esta tendência negativa através do aumento do volume de negócios em bens e serviços e da melhoria da fluidez dos capitais" considerou ainda Putin.
Ainda antes da Cimeira, os membros da organização para a Cooperação Económica Asia-Pacífico (APEC) acordaram em diminuir significativamente as taxas de importação de produtos tecnológicos que promovam o crescimento económico sem colocar em perigo o meio-ambiente.
Moscovo tem sido criticado por analistas internacionais pela lentidão em desenvolver as estradas, caminhos de ferro e outras infraestruturas destinadas a apoiar o crescimento, a qual estará a prejudicar o potencial económico de toda a região. Putin prometeu já dar prioridade à modernização do país e ser uma porta de entrada dos bens asiáticos para a Europa.
Economia chinesa abrandou
A modernização prometida por Putin já está a ser posta em prática pela China, a segunda maior economia mundial a seguir aos Estados Unidos. O Presidente Hu Jintao avisou os seus parceiros que a crise de 2008-09 está longe de ter terminado.
Pequim tem registado uma diminuição sustentada do seu Produto Interno Bruto desde o início de 2011. O crescimento da economia chinesa está a abrandar há três anos consecutivos, tendo sido de 7,6% no segundo trimestre de 2012. Pequim previu para este ano um crescimento económico de 7,5%, o mais baixo dos últimos 13 anos.
Hu Jintao reconhece que Pequim está com dificuldades em criar novos empregos e em lidar com a crise da dívida da zona euro na sua economia interna. A resposta chinesa está nos investimentos em estradas, pontes e serviços sociais, considerou Jintao, ao anunciar um pacote de investimentos em infraestruturas orçado em 157 mil milhões de dólares (122 mil milhões de euros) para estimular a economia chinesa.
"Reforçar o desenvolvimento das infraestruturas é a chave para promover a recuperação e conseguir crescimento estável e sustentado", afirmou o Presidente chinês, que deverá abandonar o cargo em outubro próximo.
Mercados reagem
"Os governos devem desempenhar um papel importante na construção de infraestruturas e aumentar o apoio financeiro ao desenvolvimento das infraestruturas", recomendou Hu Jintao, incentivando os líderes da APEC a seguir-lhe o exemplo, para fazer face aos "graves desafios" da economia global.
Os mercados reagiram bem às palavras de Hu Jintao e ao anúncio de que o organismo responsável pelo planeamento da economia chinesa, a Comissão para o Desenvolvimento e Reforma Nacionais, aprovou um pacote de 60 projetos de infraestruturas orçados em mais de 150 milhões de dólares e apesar de muitos destes projetos não serem novos, conforme assinalou a agência noticiosa chinesa Xinhua.
As ações relacionadas com o setor subiram para o valor mais alto dos últimos oito meses, desde as relacionadas com o preço futuro do aço às empresas ligadas à construção.
Mecanismo de aviso de crise
O líder da Indonésia, o Presidente Susilo Bambag Yudhoyono, apelou por seu lado à criação de um mecanismo que permita à Ásia-Pacífico evitar o contágio da crise económica ocidental.
"A APEC necessita de desenvolver um sistema e um mecanismo de aviso precoce, não só para fazer face aos efeitos de contágio da crise económica mas também para evitar tornar-se o epicentro de qualquer futura crise" afirmou Yudhoyono, recomendando uma maior cooperação entre as economias regionais da Ásia-Pacífico.
"Temos também de nos lembrar que a crise económica pode ser provocada pela volatilidade nos preços e no fornecimento dos alimentos e da energia. Recomendo por isso que estes fatores de risco sejam incluídos neste sistema de aviso precoce", propôs o Presidente indonésio.
A APEC inclui os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do Sul, Indonesia e Canadá além de agrupar países da zona do Pacífico, região que concentra 40% da população mundial, 45% da produção económica mundial e 44% do comércio global.
A destruição das barreiras comerciais entre os membros da APEC tem sido dificultada em parte pelas disputas territoriais que opõem diversos dos seus membros.
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?ar ... &visual=49
Graça Andrade Ramos 08 Set, 2012, 17:53
Rússia e China propõem maior união económica da Ásia-Pacífico para enfrentar crise mundial
Maxim Shipenkov/EPA
Aprofundar os laços regionais entre as economias da Ásia-Pacífico, foi a proposta dupla levada por Pequim e Moscovo à Cimeira da APEC, a decorrer em Vladivostok, na Rússia. A China anunciou um pacote de investimentos em infraestruturas nacionais, orçados em 157 mil milhões de dólares (112 mil milhões de euros), como forma de assegurar o crescimento económico e a Rússia propôs o fim das barreiras ao comércio na região.
Simbolicamente, antes do início da Cimeira, Putin inaugurou na pequena cidade de Vladivostok uma nova ponte orçada em mil milhões de dólares. "É importante construir pontes e não muros. Devemos continuar a procurar uma maior integração", afirmou o Presidente russo no discurso inaugural.
"A recuperação da economia global está a falhar. Só poderemos ultrapassar esta tendência negativa através do aumento do volume de negócios em bens e serviços e da melhoria da fluidez dos capitais" considerou ainda Putin.
Ainda antes da Cimeira, os membros da organização para a Cooperação Económica Asia-Pacífico (APEC) acordaram em diminuir significativamente as taxas de importação de produtos tecnológicos que promovam o crescimento económico sem colocar em perigo o meio-ambiente.
Moscovo tem sido criticado por analistas internacionais pela lentidão em desenvolver as estradas, caminhos de ferro e outras infraestruturas destinadas a apoiar o crescimento, a qual estará a prejudicar o potencial económico de toda a região. Putin prometeu já dar prioridade à modernização do país e ser uma porta de entrada dos bens asiáticos para a Europa.
Economia chinesa abrandou
A modernização prometida por Putin já está a ser posta em prática pela China, a segunda maior economia mundial a seguir aos Estados Unidos. O Presidente Hu Jintao avisou os seus parceiros que a crise de 2008-09 está longe de ter terminado.
Pequim tem registado uma diminuição sustentada do seu Produto Interno Bruto desde o início de 2011. O crescimento da economia chinesa está a abrandar há três anos consecutivos, tendo sido de 7,6% no segundo trimestre de 2012. Pequim previu para este ano um crescimento económico de 7,5%, o mais baixo dos últimos 13 anos.
Hu Jintao reconhece que Pequim está com dificuldades em criar novos empregos e em lidar com a crise da dívida da zona euro na sua economia interna. A resposta chinesa está nos investimentos em estradas, pontes e serviços sociais, considerou Jintao, ao anunciar um pacote de investimentos em infraestruturas orçado em 157 mil milhões de dólares (122 mil milhões de euros) para estimular a economia chinesa.
"Reforçar o desenvolvimento das infraestruturas é a chave para promover a recuperação e conseguir crescimento estável e sustentado", afirmou o Presidente chinês, que deverá abandonar o cargo em outubro próximo.
Mercados reagem
"Os governos devem desempenhar um papel importante na construção de infraestruturas e aumentar o apoio financeiro ao desenvolvimento das infraestruturas", recomendou Hu Jintao, incentivando os líderes da APEC a seguir-lhe o exemplo, para fazer face aos "graves desafios" da economia global.
Os mercados reagiram bem às palavras de Hu Jintao e ao anúncio de que o organismo responsável pelo planeamento da economia chinesa, a Comissão para o Desenvolvimento e Reforma Nacionais, aprovou um pacote de 60 projetos de infraestruturas orçados em mais de 150 milhões de dólares e apesar de muitos destes projetos não serem novos, conforme assinalou a agência noticiosa chinesa Xinhua.
As ações relacionadas com o setor subiram para o valor mais alto dos últimos oito meses, desde as relacionadas com o preço futuro do aço às empresas ligadas à construção.
Mecanismo de aviso de crise
O líder da Indonésia, o Presidente Susilo Bambag Yudhoyono, apelou por seu lado à criação de um mecanismo que permita à Ásia-Pacífico evitar o contágio da crise económica ocidental.
"A APEC necessita de desenvolver um sistema e um mecanismo de aviso precoce, não só para fazer face aos efeitos de contágio da crise económica mas também para evitar tornar-se o epicentro de qualquer futura crise" afirmou Yudhoyono, recomendando uma maior cooperação entre as economias regionais da Ásia-Pacífico.
"Temos também de nos lembrar que a crise económica pode ser provocada pela volatilidade nos preços e no fornecimento dos alimentos e da energia. Recomendo por isso que estes fatores de risco sejam incluídos neste sistema de aviso precoce", propôs o Presidente indonésio.
A APEC inclui os Estados Unidos, o Japão, a Coreia do Sul, Indonesia e Canadá além de agrupar países da zona do Pacífico, região que concentra 40% da população mundial, 45% da produção económica mundial e 44% do comércio global.
A destruição das barreiras comerciais entre os membros da APEC tem sido dificultada em parte pelas disputas territoriais que opõem diversos dos seus membros.
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Re: GEOPOLÍTICA
Um exercício de grito conversar nessa mesa
Sei o porque as mesas são redondas, mas o tamanho beiro o ridículo hehe.


Sei o porque as mesas são redondas, mas o tamanho beiro o ridículo hehe.
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Re: GEOPOLÍTICA
O Instituto Fraser publicou o seu mais recente relatório sobre investimentos em petróleo e gás em todo o mundo . O trabalho foi baseado em uma pesquisa de várias centenas de executivos do setor de hidrocarbonetos.
Entrevistaram 623 pessoas de 529 empresas diferentes sobre 147 diferentes países, territórios e regiões.
http://www.fraserinstitute.org/uploaded ... y-2012.pdf
Entrevistaram 623 pessoas de 529 empresas diferentes sobre 147 diferentes países, territórios e regiões.
http://www.fraserinstitute.org/uploaded ... y-2012.pdf
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: GEOPOLÍTICA
O ruim é quando alguém tem que passar a pizzaSterrius escreveu:Um exercício de grito conversar nessa mesa![]()
![]()
Sei o porque as mesas são redondas, mas o tamanho beiro o ridículo hehe.

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Re: GEOPOLÍTICA
http://www.wired.com/wiredscience/2012/ ... st-events/
Estimating the likelihood of catastrophic events, and particularly terrorist attacks, is extremely important. But in general, these catastrophes are outliers in whatever situation we are looking at. So how can we make sure that any estimate for a rare event is accurate, robust, and meaningful?
In a recent paper posted to the arXiv, my friend and colleague Aaron Clauset, along with his collaborator Ryan Woodard, set out to use a sophisticated statistical approach to address this problem. They first note two difficulties:
(i) we typically lack quantitative mechanism-based models with demonstrated predictive power at the global scale (which is particularly problematic for CBRN [chemical, biological, radioactive or nuclear] events) and (ii) the global historical record contains few large events from which to estimate mechanism-agnostic statistical models of large events alone. That is, the rarity of big events implies large fluctuations in the distribution’s upper tail, precisely where we wish to have the most accuracy.
So how do they handle this? Their method does not attempt to provide a detailed generative model. Rather their approach combines numerous sophisticated statistical techniques in order to handle the large amount of uncertainty inherent in making these types of predictions. And it mainly comes down to finding a model to fit the “tail” of the distribution, the right-hand portion of the distribution that deals with the likelihood of rare events:
Our approach is based on three key insights. First, because we are interested only in rare large events, we need only model the structure of the distribution’s right or upper tail, which governs their frequency. This replaces the difficult problem of modeling both the distribution’s body and tail with the less difficult problem of identifying a value…above which a model of the tail alone fits well…
Second, in complex social systems, the correct tail model is typically unknown and a poor choice may lead to severe misestimates of the true probability of a large event. We control for this model uncertainty by considering multiple tail models…
Finally, large fluctuations in the distribution’s upper tail occur precisely where we wish to have the most accuracy, leading to parameter uncertainty. Using a non-parametric bootstrap to simulate the generative process of event sizes, we incorporate the empirical data’s inherent variability into the estimated parameters, weight models by their likelihood under the bootstrap distribution and construct extreme value confidence intervals.
The last part, the non-parametric bootstrap, is simply a way to estimate the probability distribution of events via sampling over and over a subset of the actual empirical data.
They use this approach on a database of 13,274 terrorist attacks from around the world that occurred from 1968 to 2007, finding the probability of an event similar or deadlier to 9/11 during this time period was 11-35%.
As can be seen below, no matter what the model being used, the bulk of the probability distribution for at least one catastrophic event is far from zero:

And what about prospectively? They conduct some forecasts as well, finding that over a ten year period there is still a non-trivial probability of a large terrorist event, no matter what the scenario (n_year is the number of annual terrorist attacks)

While they focus on terrorist attacks, the authors note that these techniques can be used in many other areas, from seismology to natural disaster insurance.
Ultimately though, the authors conclude:
The relatively high probability of a 9/11-sized event, both historically and in the future, suggests that the global political and social processes that generate large terrorist events may not be fundamentally different from those that generate smaller, more common events. Although the mechanism for event severities remains unclear, the field of possible explanations should likely be narrowed to those that generate events of all sizes.
--------------
Sobre o mesmo tema saiu este artigo...
http://blogs.scientificamerican.com/the ... f-science/
Estimating the likelihood of catastrophic events, and particularly terrorist attacks, is extremely important. But in general, these catastrophes are outliers in whatever situation we are looking at. So how can we make sure that any estimate for a rare event is accurate, robust, and meaningful?
In a recent paper posted to the arXiv, my friend and colleague Aaron Clauset, along with his collaborator Ryan Woodard, set out to use a sophisticated statistical approach to address this problem. They first note two difficulties:
(i) we typically lack quantitative mechanism-based models with demonstrated predictive power at the global scale (which is particularly problematic for CBRN [chemical, biological, radioactive or nuclear] events) and (ii) the global historical record contains few large events from which to estimate mechanism-agnostic statistical models of large events alone. That is, the rarity of big events implies large fluctuations in the distribution’s upper tail, precisely where we wish to have the most accuracy.
So how do they handle this? Their method does not attempt to provide a detailed generative model. Rather their approach combines numerous sophisticated statistical techniques in order to handle the large amount of uncertainty inherent in making these types of predictions. And it mainly comes down to finding a model to fit the “tail” of the distribution, the right-hand portion of the distribution that deals with the likelihood of rare events:
Our approach is based on three key insights. First, because we are interested only in rare large events, we need only model the structure of the distribution’s right or upper tail, which governs their frequency. This replaces the difficult problem of modeling both the distribution’s body and tail with the less difficult problem of identifying a value…above which a model of the tail alone fits well…
Second, in complex social systems, the correct tail model is typically unknown and a poor choice may lead to severe misestimates of the true probability of a large event. We control for this model uncertainty by considering multiple tail models…
Finally, large fluctuations in the distribution’s upper tail occur precisely where we wish to have the most accuracy, leading to parameter uncertainty. Using a non-parametric bootstrap to simulate the generative process of event sizes, we incorporate the empirical data’s inherent variability into the estimated parameters, weight models by their likelihood under the bootstrap distribution and construct extreme value confidence intervals.
The last part, the non-parametric bootstrap, is simply a way to estimate the probability distribution of events via sampling over and over a subset of the actual empirical data.
They use this approach on a database of 13,274 terrorist attacks from around the world that occurred from 1968 to 2007, finding the probability of an event similar or deadlier to 9/11 during this time period was 11-35%.
As can be seen below, no matter what the model being used, the bulk of the probability distribution for at least one catastrophic event is far from zero:

And what about prospectively? They conduct some forecasts as well, finding that over a ten year period there is still a non-trivial probability of a large terrorist event, no matter what the scenario (n_year is the number of annual terrorist attacks)

While they focus on terrorist attacks, the authors note that these techniques can be used in many other areas, from seismology to natural disaster insurance.
Ultimately though, the authors conclude:
The relatively high probability of a 9/11-sized event, both historically and in the future, suggests that the global political and social processes that generate large terrorist events may not be fundamentally different from those that generate smaller, more common events. Although the mechanism for event severities remains unclear, the field of possible explanations should likely be narrowed to those that generate events of all sizes.
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Sobre o mesmo tema saiu este artigo...
http://blogs.scientificamerican.com/the ... f-science/
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Re: GEOPOLÍTICA
Os fatos confirmam o que muitos desconfiavam: a visão braudeliana de hegemonia mundial não explica o momento atual.akivrx78 escreveu:08/09/2012 - 17h09 | Paulo Justo | Londres
China ou Estados Unidos: quem será a potência do século XXI?
Considerada anteriormente como inevitável, a transformação da China como principal potência se baseia em um modelo esgotado
(...)
Tradução: Katarina Peixoto. Texto publicado originalmente em Carta Maior.
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/o ... +xxi.shtml

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Re: GEOPOLÍTICA
eu particurlamente não aposto em ninguem pra ser potencia mundial nesse século.
Em 20 anos os EUA passou de "país relativamente importante" pra potencia mundial. Tinguem em 1910 apostaria nos EUA virar a potencia do mundo hoje.
Qualquer país do G20 pode ascender a lider sob as condições e momentos certos. Basta o povo a frente fazer muita idioti-se. E a historia ja provou que líder fazendo coisa idiota é o que não falta.
Em 20 anos os EUA passou de "país relativamente importante" pra potencia mundial. Tinguem em 1910 apostaria nos EUA virar a potencia do mundo hoje.
Qualquer país do G20 pode ascender a lider sob as condições e momentos certos. Basta o povo a frente fazer muita idioti-se. E a historia ja provou que líder fazendo coisa idiota é o que não falta.
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Re: GEOPOLÍTICA
Ninguém acreditava na Rússia. imagina aquele país produtor de trigo dominado por uma oligarquia atrasada conseguir ganhar uma guerra mundial e disputar a soberania mundial era impensado.
Nos EUA tinha gente que acreditava. Porém o que realmente ajudou foi os europeus terem se matado em duas guerras mundiais. Imaginem se a Alemanha tivesse ganho a guerra, conseguido implantar a paz e liderar a Europa. O que seria do mundo hoje em dia e hegemonia norte-americana? Essa hipótese não ocorreu por pouco.
Os ciclos braudelianos de transição hegemônica seduzem no começo. Depois que começa a ler outras coisas percebe que possui uma estrutura de análise fraca. Não chega perto da complexidade das sociedades, economias e relações de poder. Pode explicar de forma convincente a transição da Inglaterra para os EUA, mas nem tanto. Pode ser muito questionada e o padrão não se repete para outras. Não por acaso cada vez menos se usa essa base para discussão séria sobre o sistema mundial.
Estou lendo o livro do Fiori do tema. Admito que está muito interessante.
Nos EUA tinha gente que acreditava. Porém o que realmente ajudou foi os europeus terem se matado em duas guerras mundiais. Imaginem se a Alemanha tivesse ganho a guerra, conseguido implantar a paz e liderar a Europa. O que seria do mundo hoje em dia e hegemonia norte-americana? Essa hipótese não ocorreu por pouco.
Os ciclos braudelianos de transição hegemônica seduzem no começo. Depois que começa a ler outras coisas percebe que possui uma estrutura de análise fraca. Não chega perto da complexidade das sociedades, economias e relações de poder. Pode explicar de forma convincente a transição da Inglaterra para os EUA, mas nem tanto. Pode ser muito questionada e o padrão não se repete para outras. Não por acaso cada vez menos se usa essa base para discussão séria sobre o sistema mundial.
Estou lendo o livro do Fiori do tema. Admito que está muito interessante.