GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Juseara
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Re: GEOPOLÍTICA

#5026 Mensagem por Juseara » Qua Jul 25, 2012 6:22 am

suntsé escreveu:
Juseara escreveu:Eu só vejo incoerências nas nossas decisões políticas. Mas quem duvida que o objetivo maior era a perpetuação no poder?

Nguema a 33 anos no poder! Quanto tempo foi mesmo nossa ditadura??

Bons aliados e exemplos. Acorda Brasil.
Discordo totalmente da sua posição colega.

O nosso propósito deve ser sempre defendermos nossos interesses, não importa de esse ou aquele país é governado por ditaduras ou não. A Única coisa que importa é se vamos ganhar algo com isso ou não.

Vários países Europeus e os EUA apoiam varias ditaduras genocidas e opressivas e ninguem fala nada....mas se o Brasil o fizer todos caem em cima....porque a final de contas quem nós Brasileiros pensamos que somos para construir uma política de relações internacionais independente? um país soberano!

Não temos que dar exemplo de bom mocismo para ninguém. Temos que estabelecer relações internacionais de forma que tenhamos a ganhar com isso, se um país é ditadura ou democracia...isso é totalmente irrelevante.

Ninguém condenou quando os EUA derrubaram um governo democraticamente eleito no Irã para colocar os seu testa de ferro no poder...
Concordo plenamente com o altruísmo de sua verve. No entanto, duvido que esta seja a mesma com a qual os palacianos estão a tecer esta rede em "defesa dos nossos interesses". Que interesses? Só vejo um.




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rodrigo
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Re: GEOPOLÍTICA

#5027 Mensagem por rodrigo » Qua Jul 25, 2012 12:14 pm

marcelo l. escreveu:http://g1.globo.com/globo-news/sem-fron ... o/2049617/

sem fronteiras, sobre a indústria militar brasileira na primeira parte e na segunda sobre o tratado de controle de armas..
Artigo de hoje.

Armas do Brasil

egocia-se esta semana na ONU um Tratado de Comércio de Armas. É a primeira tentativa de regulação do lucrativo mercado global de armamentos.

O texto ora negociado afeta em cheio os interesses do Brasil emergente. Trata-se de uma área em que campeões da indústria estão em franca via de internacionalização. Além das gigantescas Embraer e Odebrecht, existe a Taurus, maior fabricante mundial de armas curtas. Exporta para 44 países, detém 20% do mercado de pistolas nos Estados Unidos e espera um lucro bruto para este ano de R$150 milhões de reais. Ainda entram na lista Avibrás (veículos não-tripulados e foguetes), Mectron (mísseis), Helibrás (helicópteros) e Companhia Brasileira de Cartuchos (munições). A Condor vende 100 produtos de "tecnologias não-letais".

Essas empresas preferem um tratado minimalista. Não querem explicar publicamente suas vendas nem revelar a lista de clientes. Tampouco enfrentar questionamentos caso suas armas sejam utilizadas para desestabilizar uma região, violar direitos humanos, fomentar o crime transnacional e o terrorismo, ou atrapalhar o combate à pobreza. Isso é compreensível - elas querem fazer negócio.

Assim, o governo brasileiro trabalha para deixar o tratado livre de mecanismos intrusivos. Nem precisa fazer força para isso - há muitos países dispostos a fazê-lo em seu lugar. Irã, Síria, Cuba, Venezuela e Paquistão têm a dianteira. A Índia joga no mesmo time; muitas vezes, os Estados Unidos também. Na sexta-feira, estará provavelmente garantido o triunfo total da posição brasileira.

Em Brasília fomenta-se o êxito dessas indústrias, que geram divisas e empregam milhares de pessoas em áreas de alta tecnologia. Daí a lei de março passado, que outorga crédito fácil e isenção de PIS/Pasep, Cofins e IPI.

Ninguém no governo questionou a Avibrás por vender 18 sistemas de "bombas cluster" para a Malásia, a Mectron por seus 100 mísseis anti-radar para o Paquistão ou a Condor por sua exportação de gás lacrimogêneo para a Síria de Bashar al-Assad. O tema simplesmente não está na agenda, e todos os incentivos de hoje apontam para mais do mesmo.

Entretanto, há uma pequena ameaça no horizonte. Grandes indústrias de armamento europeias e americanas começaram a ajustar sua posição. Como elas enfrentam controles cada vez mais estreitos para suas exportações, buscam meios de moldar o novo ambiente regulatório em benefício próprio.

Segundo elas, um tratado internacional decente seria bom para quem quer ganhar dinheiro. Criaria um controle de qualidade parecido à ISO, padronização de produtos comandada pelo setor privado que facilita a abertura de mercados.

Também estabeleceria códigos de conduta comuns, algo valioso em mercados cheios de clientes de caráter duvidoso, onde uma venda inapropriada pode ferir o interesse de acionistas e macular a reputação das empresas e de países.

Se essas regras pegarem e nossa indústria continuar apostando contra a transparência, todos perdem. Sobretudo o cidadão brasileiro, que é obrigado a custear um negócio sobre o qual ninguém o consultou.

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ma ... asil.shtml




"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."

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Re: GEOPOLÍTICA

#5028 Mensagem por Sterrius » Qua Jul 25, 2012 1:19 pm

Materia tipica da globo que acha que a paz mundial é feita de flores e palavra bonitas. E que tecnologia se compra do mesmo jeito que se vai ao supermercado comprar batatas.




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Re: GEOPOLÍTICA

#5029 Mensagem por NettoBR » Qui Jul 26, 2012 9:13 pm

5 coisas que a CIA fala sobre o Brasil
Desde economia, passando por tráfico de drogas e política, confira 5 informações que a CIA divulga sobre o país
Amanda Previdelli, de inShare2 | 26/07/2012 11:54

Imagem
Amazônia: desmatamento e tráfico aéreo de drogas preocupam os norte-americanos

São Paulo – A Central Intelligence Agency (CIA), central de inteligência americana, possui um site com um nome um tanto quanto sugestivo: Livro de Fatos do Mundo (ou World Factbook). Nele, qualquer pessoa pode buscar os fatos que a agência escolhe divulgar sobre quaisquer países. São informações sobre a população, governo, economia, transporte e serviço militar, entre outros temas.

Além de dados geográficos e números sobre o Brasil, confira outras coisas que a CIA fala sobre o país e a população brasileira:

1 - História política

Pode ter relação com a polêmica de que a própria CIA teria participado, ainda que indiretamente, de muitas ações e golpes militares na América Latina, mas sobre esse período no Brasil eles são cheios de eufemismos.
A agência não separa o governo Vargas, do de João Goulart e o período militar, por exemplo. “O Brasil passou por mais de meio século de governo populista e militar até 1985, quando o regime militar cedeu pacificamente o poder para os civis”, diz o relatório.

2 - Economia

Na área econômica, poucas novidades. O site cita a desigualdade social e o crime como dois dos maiores problemas do país. Há, entretanto, dados que vão inflar o ego brasileiro, como: “A economia do Brasil supera aquela de todos os outros países da América do Sul, e o Brasil está expandindo sua presença nos mercados mundiais”.
O relatório ainda dá a dica para investidores estrangeiros: “A alta taxa de juros do país o torna um destino atraente para investidores de fora”.

3 - Questão ambiental

Depois de congressos e encontros ambientais, como a Rio+20, o Brasil ainda aparece com diversos problemas aos olhos da CIA. A maior preocupação, como era de se imaginar, está no “desmatamento da região da bacia amazônica, que destrói o habitat e coloca em risco diversas espécies de plantas e animais endêmicas”.

O relatório ainda cita o tráfico de animais e plantas, e a poluição do ar e água no Rio de Janeiro, São Paulo “e diversas outras grandes cidades”. A atividade de mineração é tida como responsável por poluição, também. Outro problema ambiental citado foram os “severos vazamentos de petróleo”.
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4 - Imprensa brasileira

No meio de alguns dados factuais, como “1000 estações de rádio e mais de 100 canais de televisão operando – a maioria de iniciativa privada”, uma observação: “a mídia privada brasileira é altamente concentrada”. Mas sem maiores explicações.

5 - Drogas ilícitas

Na página dedicada ao Brasil no “livro de fatos do mundo” da CIA, há um capítulo especialmente dedicado ao consumo, venda e tráfico de drogas ilícitas no país. E não é de qualquer droga: o relatório dá destaque à cocaína.
Para começar, o Brasil já é colocado como o segundo maior consumidor da droga no mundo, além de ser um “importante entreposto para a cocaína boliviana, colombiana e peruana que vai para Europa”. Nem o espaço aéreo brasileiro se salva, já que, segundo a CIA, o tráfico entre Peru e Colômbia passa pelos céus da Amazônia brasileira.

O relatório ainda destaca o crescimento na violência relacionada às drogas e o crescimento do tráfico de armas. Para os americanos, o Brasil também é importante mercado para a cocaína produzida na Colômbia, Bolívia e Peru – e muito do dinheiro levantado pela atividade ilícita acaba sendo lavado no sistema financeiro.

A região da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai também não ficou livre de críticas: “É na região da fronteira tripla que acontece significante atividade financeira ilícita”.

Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/notici ... e-o-brasil




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Re: GEOPOLÍTICA

#5030 Mensagem por GustavoB » Sex Jul 27, 2012 4:40 pm

UMA AULA COM SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES

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Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães

“Para analisar a conjuntura da América Latina, um dos principais ideólogos da política internacional do governo Lula resgata a história da política estadunidense para a região antes de situar o golpe no Paraguai, a entrada da Venezuela no Mercosul e os desafios do Brasil em suas relações internacionais. Samuel Pinheiro Guimarães afirmou que renunciou à alta representação do Mercosul por uma limitação institucional do posto. "Eu fiz um relatório com um diagnóstico do Mercosul e propostas, mas não houve maior atenção", afirma.

Por Vinicius Mansur

“Convidado pela Comissão Brasileira Justiça e Paz, CBJP, organismo da CNBB, para falar sobre a conjuntura política da América Latina, especialmente da América do Sul pós-golpe no Paraguai, o embaixador e alto representante geral do Mercosul até junho deste ano, Samuel Pinheiro Guimarães, expandiu o recorte territorial e histórico para introduzir sua análise. “Para compreender essa situação é preciso compreender a política dos EUA para região e para o mundo”.

Segundo o embaixador, o objetivo estratégico permanente dos EUA é integrar todos os países da região numa única área econômica e uma de suas primeiras manifestações neste sentido aconteceu em 1889 na I Conferência Internacional Americana, em Washington, quando propuseram um acordo de livre comércio nas Américas e a adoção do dólar por todos os países. “Um projeto perfeito: de um lado a maior potência industrial do mundo, do outro um grupo de países agrícolas, mineradores, muito pobres, com grandes concentrações de renda”, ironizou.

Durante a conferência, houve a proclamação da República no Brasil e a nova delegação brasileira aceitou a proposta estadunidense. “Isso porque uma das características da República era a idéia do panamericanismo e o Brasil queria afastar o estigma do Império, muito ligado à Europa, aos ingleses, uma ameaça aos países vizinhos independentes”, explicou, acrescentando que a área de livre comércio não foi criada por oposição da Argentina. “O antagonismo que existe nos EUA contra a Argentina já vem de longa data”, salientou.

É no pós-Segunda Guerra Mundial, entretanto, que as ações estadunidenses se intensificam rumo aos vizinhos do sul, ainda que, antes disso, os EUA já tivessem se apropriado de dois terços do território do México, se imiscuído na Nicarágua, República Dominicana, Haiti e Cuba e criado um país, ao separar o Panamá da Colômbia. “A América do Sul era mais distante”, brincou o diplomata, mas “aproximou-se” com as condições criadas após o triunfo em 1945: a Europa e os impérios coloniais destruídos abriram campo para a expansão de seu poderio e a União Soviética, o seu mais novo inimigo número 1, era o sinal de que a tarefa deveria ser cumprida rapidamente. Com a Revolução Cubana, em 1959, os EUA intensificaram a atuação em seu “quintal”.

De um lado, programas de cooperação com a Aliança para o Progresso, de outro, o apoio às violentas ditaduras civis-militares . “Enfatizo o termo civil. Hoje diz-se só militares, mas elas foram apoiadas em grande medida por elites de diferentes setores e meios de comunicação”, destacou. Ao passo que esses regimes perdiam força – e Guimarães aponta o fato da repressão ter chegado aos setores médios e altos da sociedade como determinantes nesse processo – os EUA passaram a defender a sua substituição, emplacando nova plataforma política "em prol dos direitos humanos, da democracia e do apoio a partidos políticos no contexto de início do neoliberalismo e de queda da União Soviética".

DOMINAÇÃO PELO MERCADO

Com a redemocratização da América do Sul a partir da década de 1970 e 1980 e com a ascensão da China no mercado mundial, o objetivo histórico dos EUA aponta, cada vez mais, para a celebração de acordos econômicos bilaterais, estratégia desenvolvida também em nível multilateral na Organização Mundial do Comércio (OMC). Em 1994, os planos dos EUA dão um salto com a incorporação do México, por iniciativa de seu então presidente Salinas de Gortari, no Tratado Norte Americano de Livre Comércio (NAFTA), que contava também com o Canadá. “Causou certa perplexidade porque o México era um tradicional defensor das teses dos países em desenvolvimento, do tratamento preferencial. Aquilo teria um impacto muito grande sobre toda a política dos EUA de relacionamento com os países em desenvolvimento, porque o México era um grande líder com uma mudança de posição tão radical. No mesmo ano, os EUA toparam a negociação da ALCA [Área de Livre Comércio das Américas]”, resgata Guimarães.

O projeto da ALCA foi definitivamente arquivado em 2005, na Cúpula de Mar del Plata, Argentina, por atitude coordenada dos presidentes argentino, Nestor Kirchner, e brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, segundo Guimarães. Mas os EUA lograram acordos bilaterais com Chile, Peru e Colômbia depois disso. As negociações com o Equador avançaram bastante, mas foram interrompidas com a vitória de Rafael Correia, assim como Hugo Chávez havia feito em 1999 na Venezuela.

O problema desses acordos, aponta o embaixador, é “estabelecer as mesmas normas econômicas sob uma pretensão de reciprocidade, como se houvessem grandes investimentos de um país menor em outro maior”, impedindo assim o desenvolvimento autônomo das economias mais fracas e levando, quase que automaticamente, a um alinhamento político com os EUA nas grandes questões internacionais. “O Uruguai, que celebrou um acordo desses com os EUA, está sendo processado por uma empresa de cigarros que alega que legislação de controle do fumo do país prejudica seus lucros”, exemplificou.

O problema trágico para os estadunidenses, destaca Guimarães, é que com regimes democráticos na América do Sul, com liberdade de expressão e eleições razoáveis, os presidentes eleitos tendem a ter programas progressistas, ainda que alguns não pretendam executá-los, ressalta. Porém, as elites tradicionais seguem com muita força para eleger seus representantes aos poderes legislativos, formando uma forte barreira de contenção, ao lado de veículos de comunicação, às políticas sociais e de desenvolvimento alternativo. “No Paraguai, o presidente progressista, sem nenhum apoio no Congresso, não conseguiu fazer a sua política, perdendo prestígio junto à população por não executar as promessas de campanha; e o próprio Congresso montou um golpe”, elucidou. Quando há maioria legislativa pró-governo progressistas, como na Argentina, onde mesmo os partidos de oposição aprovaram a suspensão do Paraguai e a entrada da Venezuela no Mercosul, por exemplo, o discurso é de que “não há democracia, eles controlam o Congresso”.

O GOLPE NO PARAGUAI

Samuel Pinheiro Guimarães não hesita em qualificar a destituição de Fernando Lugo como golpe grosseiro. “Se fosse mais longo [o processo de impeachment] seria mais difícil contestá-lo e acabariam condenando do mesmo jeito. Eles foram receosos da reação dos vizinhos”.

O diplomata considerou a postura brasileira no episódio como firme e prudente, discordando daqueles que qualificaram a posição do Brasil como “branda” em comparação com o ocorrido durante o golpe no presidente Manoel Zelaya em Honduras. “Lá em Honduras, foi um golpe praticamente militar, tiraram o presidente do poder, colocaram em um avião e mandaram embora, morreram muitos jornalistas, a repressão foi muito forte". Por outro lado, a admissão da Venezuela era tudo que os paraguaios não queriam. Foi de certa forma uma punição. De outro lado, nossos interesses no Paraguai são muito reais. Há um número muito grande de descendentes brasileiros que moram no Paraguai, há a represa de Itaipu”, disse.

Porém, Guimarães salienta que os interesses do Paraguai nos países do Mercosul é de tamanha magnitude que, dificilmente, serão compensados com qualquer outro acordo internacional, nem mesmo pelos EUA. E, caso o regime paraguaio recrudesça, o diplomata sinaliza que uma série de medidas podem ser tomadas de maneira gradativa, como as não aprovações de projetos do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (FOCEM) que estão em análise e, numa etapa seguinte, a suspensão de projetos que já estão em curso. “O Brasil é o principal contribuinte desse fundo com 70%, Argentina com 27%, Paraguai com 1% e Uruguai com 2%. E há importantes projetos para o sistema de transporte deles”, afirmou.

VENEZUELA

Mais do que o Paraguai, perderam os EUA com a entrada da Venezuela no Mercosul. Por definição, um país membro do bloco está impedido de celebrar acordo de livre comércio pretendido por Washington. “Isso é grave para os EUA. Apesar de estarem mudando suas fontes de abastecimento, explorando suas reservas internas, continuam muito dependentes do petróleo importado, em grande parte, do Oriente, uma área delicada. E eles têm a Venezuela, a maior reserva do mundo, aqui pertinho deles”, detalha.

A entrada da Venezuela no bloco consolida determinado tipo de visão econômica; também é importante por dificultar um golpe de Estado que, não raro, é sondado no país.

Em um país relativamente rico, de grande mercado, com 20 milhões de habitantes, com recursos naturais preciosos, que está procurando construir sua infraestrutura e se industrializar e cujo comércio com o Mercosul cresceu volumosamente na última década. “Além de ser um país altamente consumidor de produtos agrícolas, o que é uma oportunidade para outros países do bloco”, acrescenta o embaixador.

IMPERIALISMO À BRASILEIRA?

Questionado sobre crescente sentimento contra o Brasil devido à atuação do capital nacional em países vizinhos, levando, até mesmo, a formação de uma articulação dos "Atingidos pelo BNDES", Guimarães ratificou que é esse o grande desafio da diplomacia e do governo de um país tão assimétrico como o Brasil é em relação aos seus vizinhos. “O Brasil é mais da metade do PIB da América do Sul, é quatro ou cinco vezes o PIB da Argentina, que é o segundo maior".
"Um PIB muito grande significa empresas muito grandes. Imagina se as empresas estrangeiras aqui fossem brasileiras, o que já teria acontecido?”, indaga para, em seguida, recordar que o problema da desnacionalização também afeta o Brasil, citando como emblemática a recente transferência do controle da maior rede varejista do país, o grupo Pão de Açúcar, ao capital estrangeiro.

Para o diplomata, o Brasil deveria ter política que, em hipótese alguma, financiasse a aquisição de empreendimentos estrangeiros por brasileiros e que estimulasse a associação dos capitais locais. Porém, ressaltou que há diferença entre a atuação independente das empresas e o financiamento do Estado. “O governo não pode impedir que as empresas façam investimento no exterior, a legislação não permite. Mas, a legislação daquele país pode, reservando setores para empresas nacionais”, esclareceu, acrescentando que o Brasil, em geral, financiou empreiteiras para participarem de licitações internacionais de obras de infraestrutura. “E essas empresas não ficam no país”.

Um caso qualificado por ele como grave está na Argentina, onde empresas brasileiras compraram um grande número de frigoríficos, atividade tradicional e importante daquele país. “Isso ainda não leva a grandes dificuldades, mas levará. As empresas estrangeiras, em geral, tendem a recorrer aos seus países para fazer pressão ao governo local, o que cria grandes atritos”, alertou.

EXÉRCITO NO HAITI

No que tange à atuação militar brasileira no Haiti, Guimarães descarta que o Brasil tenha ação imperialista. “Se houvesse caso de morte, de agressão de brasileiros a haitianos sairia todo dia aqui no jornal”, retruca e completa: “Na questão dos refugiados haitianos a posição tem sido correta, apesar de não divulgada.”

O diplomata recorda que foi o Conselho de Segurança da ONU quem criou a força de paz para o Haiti, sem a participação do Brasil que, posteriormente, foi convidado a integrá-la, tal como já fez em países como Congo, Timor Leste e Angola. “Antes de aceitar, foram mandadas duas missões aos países do Caribe próximos para saber o que eles achavam e eles aprovaram. O Brasil comandou as forças nos dois primeiros anos e deveria ter rodízio, mas a própria ONU pediu que o Brasil continuasse e tem pedido até hoje. Se não fosse o Brasil seria outro país”, defendeu.

POLÍTICA EXTERNA ALTERNATIVA

Se, por um lado, o papel crescente do Brasil no cenário internacional o leva a questionamentos quanto à reprodução de relações de tipo imperialista, Guimarães salienta que há iniciativas concretas visando modelo de integração de novo tipo, para além dos posicionamentos políticos progressistas. Ele destaca os bancos de leite materno e os programas contra a febre aftosa impulsionados em vários países, o aumento da presença de entidades brasileiras no mundo visando a cooperação sul-sul, tais como a Embrapa - com unidades de pesquisa em Gana e na Venezuela, a Fiocruz – com uma unidade de produção de medicamentos retrovirais em Moçambique, a Caixa Econômica Federal – com projetos de habitação na Venezuela - e o IPEA, que deverá abrir escritório em cada país do Mercosul.

Também entram na lista a criação da Universidade Federal Latino Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu (PR), e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), com dois câmpus no Ceará e a cooperação na área da educação com o Timor Leste. “É preciso mais recursos para a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), mas houve corte de dotação orçamentária”, cobrou o diplomata.

SAÍDA DO MERCOSUL

Por fim, Samuel Pinheiro Guimarães afirmou que renunciou à alta representação do Mercosul por limitação institucional do posto. O cargo foi criado no final do governo Lula com a ideia de iniciar uma gestão do Mercosul acima dos governos, uma vez que o bloco não possui estrutura supranacional, como a União Europeia, que dinamize seu funcionamento. Mas Guimarães não se sentiu respaldado, talvez por ser brasileiro, sugeriu: “O Brasil é um país tão assimétrico que gera sempre uma idéia de que o cargo não poderia fazer propostas. Eu fiz relatório com diagnóstico do Mercosul e propostas. Mas não houve maior atenção. Se não tem atenção, não tem apoio; se não tem apoio, não vale a pena”.”

FONTE: reportagem de Vinicius Mansur publicada no site “Carta Maior”




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Re: GEOPOLÍTICA

#5031 Mensagem por romeo » Seg Jul 30, 2012 3:41 am

Link com comentários sobre a visita de Mitt Romney a Israel...

Se fossem feitos por aqui, esses americanos seriam taxados por alguns de comunistas.

Não gosto do PT, não suporto o FHC, do DEM tenho desdém. Mas mesmo eleitos SEM o meu voto - uma vez eleitos - tiveram toda minha tocida e apoio. Estou torcendo muito pela Dilma, que esta enfrentando mares muito mais tempestuosos que seu sortudo antecessor.

Bem... Desculpem... Acabei divagando... Aí vai o link, com tradução pelo Google, porque as 3 e meia da manhã não estou com a menor vontade de forçar a cabeça lendo em lingua diferente da que D. Ruth me ensinou.

Está interessante mesmo.

http://translate.googleusercontent.com/ ... JDIn2MImqA




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Re: GEOPOLÍTICA

#5032 Mensagem por NettoBR » Seg Jul 30, 2012 9:01 pm

Brasil pensa em estratégia para ampliar Mercosul, dizem fontes
Por Reuters, reuters.com, Atualizado: 30/07/2012 19:55

BRASÍLIA, 30 Jul (Reuters) - Antes mesmo de o ingresso da Venezuela no Mercosul ser formalizado em Brasília na terça-feira, o Brasil, que ocupa a Presidência rotativa do bloco, traça estratégias para facilitar a ampliação do grupo com novos membros plenos, disseram fontes do governo nesta segunda-feira.

A presidente Dilma Rousseff, que tem na reunião extraordinária do Mercosul seu primeiro evento como anfitriã do bloco, quer pôr na mesa de reuniões a proposta de se rever prazos e condições de entrada de novos países, por considerar que a ampliação reforça o grupo e ajuda as economias das nações, segundo uma fonte do Planalto.

Os primeiros candidatos a novos membros plenos seriam Bolívia, Equador, Suriname e Guiana, mas o Brasil também mira mais além, em países maiores do continente, como a Colômbia.

"O Brasil quer reforçar o Mercosul e, para isso, quanto mais membros, mais robusto será o bloco", disse a fonte.

Na tarde desta segunda-feira, o tema foi discutido entre os chanceleres dos quatro países --Argentina, Brasil, Uruguai e Venezuela--, uma vez que o Paraguai está politicamente suspenso do bloco e não participou da reunião.

A decisão de suspender o Paraguai foi tomada em represália à decisão do Congresso paraguaio de destituir o presidente Fernando Lugo, um ato considerado pelos outros membros do Mercosul como uma ruptura da democracia.

As fontes do governo citaram não apenas facilitar o processo de adesão, mas também diminuir os prazos para que novos membros se adaptem às regras do bloco.

A entrada da Venezuela se arrasta desde 2006, e só foi possível neste momento por causa da suspensão dos direitos políticos do Paraguai, único país do bloco cujo Congresso não havia votado a entrada dos venezuelanos.

Segundo outra fonte, do Itamaraty, é quase impossível retirar a exigência de que os Congressos dos países membros aprovem a entrada de novos sócios, mas há outros trâmites que podem se facilitados, até mesmo os que a Venezuela deve cumprir para ser, de fato, um membro pleno do grupo.

O QUE FAZER COM O PARAGUAI?

Outro tema que Dilma pretende levar à mesa de discussões é como lidar com o Paraguai nos próximos meses, ou enquanto durar a suspensão, para não abrir espaço para que todas as decisões dos outros membros sejam juridicamente contestadas, disseram as fontes.

Dilma, que não pretende deixar seu período na Presidência do Mercosul passar em brancas nuvens, quer discutir com os demais presidentes a melhor forma de lidar com a situação paraguaia.

"Isso não significa voltar atrás na decisão de suspender o país das reuniões", disse a fonte do Itamaraty.

A decisão pode ser comunicar o país das decisões ou até mesmo aceitar um observador do Paraguai em alguns fóruns decisórios.

Fonte: http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx? ... =252929425




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Re: GEOPOLÍTICA

#5033 Mensagem por Algus » Ter Jul 31, 2012 10:36 am

Bolívia e Equador negociam integração ao Mercosul

Articulações ganharam mais força nos últimos dias após a decisão de a Venezuela integrar o bloco

Brasília – Depois da Venezuela, o Equador e a Bolívia negociam a incorporação ao Mercosul. As articulações ganharam mais força nos últimos dias após a decisão de a Venezuela integrar o bloco. A ideia é dar mais agilidade às conversas para que em breve equatorianos e bolivianos também façam parte do grupo. Não há definições de datas nem prazos, mas há determinação e empenho políticos, segundo os negociadores.

A cerimônia que oficializa o ingresso da Venezuela no Mercosul ocorrerá hoje pela manhã, no Palácio do Planalto. Depois haverá um almoço no Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty.

Atualmente o Equador e a Bolívia são membros associados, assim como o Chile, a Colômbia e o Peru. São observadores o México e a Nova Zelândia. Os membros plenos são o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Paraguai (que está suspenso até abril de 2013) e, a partir de hoje, a Venezuela.

Por seis anos, a Venezuela negociou a entrada no bloco. A decisão foi tomada em junho quando os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai) anunciaram a incorporação dos venezuelanos e a suspensão do Paraguai do Mercosul de forma temporária.

Em 29 de junho, o Paraguai foi suspenso porque os presidentes concluíram que o processo de destituição do poder do então chefe de Estado do país Fernando Lugo não seguiu os preceitos democráticos. Lugo foi submetido a um processo de impeachment e em menos de 24 horas perdeu o poder.

Fundado em 1991, o Mercosul gerou aumento nas trocas comerciais na região. Em 1990, o intercâmbio entre os membros do bloco somava US$ 4,1 bilhões. Já em 2011, o fluxo cambial atingiu US$ 104,9 bilhões.

Em comunicado ontem (30), o Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informa que o desafio é superar as diferenças regionais por meio de um fundo próprio. “A superação das assimetrias entre os países do grupo é o objetivo do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul [Focem], que investe US$ 100 milhões anuais em projetos que aumentem a competitividade e a coesão social do bloco.”

Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul contará com uma população de 270 milhões de habitantes (70% da população da América do Sul), registrando um Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes de US$ 3,3 trilhões (o equivalente a 83,2% do PIB sul-americano) e um território de 12,7 milhões de quilômetros quadrados (72% da área da América do Sul).

Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/mund ... o-mercosul




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Re: GEOPOLÍTICA

#5034 Mensagem por NettoBR » Qua Ago 01, 2012 1:31 pm

Ex-presidente uruguaio pede maior liderança do Brasil no Mercosul
01 de agosto de 2012 • atualizado às 12h40

O ex-presidente uruguaio Julio María Sanguinetti reivindicou nesta quarta-feira ao Brasil, como maior potência econômica da América Latina, uma maior liderança dentro do Mercosul para que o bloco "realmente funcione".

Sanguinetti encerrou hoje na Universidade Internacional Menéndez Pelayo (UIMP), em Santander, na Espanha, o curso "Panorama do Brasil", no qual foi analisada a atual situação do país e sua relação com o resto da América Latina.

Em sua explanação, o ex-presidente do Uruguai destacou o "desconhecimento" existente entre Brasil e seus vizinhos, e lamentou "as limitações" na região, que são causadas, segundo sua opinião, pela falta de entendimento "claro e verdadeiro" com a Argentina.

Sanguinetti atribuiu essa situação a "velhas histórias" e "fluxos nacionalistas" que provocam "sanções e medidas corretoras" que os países se impõem mutuamente mesmo existindo um tratado de livre-comércio, algo que "não deveria ocorrer" e que poderia ser solucionado pela via diplomática.

"Na América Latina, o Brasil exerce uma liderança de fato, às vezes questionada e questionável", opinou o ex-presidente uruguaio, que gostaria de ver o país à frente de um Mercosul "que realmente funcione, e que não seja essa espécie de espantalho frustrante que temos hoje".

Sanguinetti lembrou que o Brasil representa 70% do Mercosul e lamentou que não se imponha quando as decisões judiciais dos tribunais não são cumpridas ou quando ocorrem restrições comerciais.

"A liderança deve ser bem exercida. Com generosidade com os sócios, mas com efetividade também para conseguir o avanço que se espera", concluiu o ex-presidente uruguaio.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noti ... cosul.html




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Re: GEOPOLÍTICA

#5035 Mensagem por Algus » Seg Ago 06, 2012 3:27 pm

Em setembro, Mercosul começa a negociar adesão do Equador ao bloco

Um mês depois de a Venezuela ser incorporada ao Mercosul, é a vez de o Equador intensificar as negociações para o ingresso no bloco. Até o dia 15 de setembro, está prevista a primeira reunião de um grupo de trabalho que irá analisar os estudos preliminares para a adesão dos equatorianos. O processo de incorporação passa por várias etapas, desde a análise de adequação do novo membro ao bloco até a submissão do pedido ao Parlamento do país.

O primeiro passo foi dado pelo presidente do Equador, Rafael Correa, em dezembro do ano passado, em Montevidéu, no Uruguai, durante a Cúpula do Mercosul. Correa conversou com os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina), José Pepe Mujica (Uruguai) e Fernando Lugo (Paraguai), que ainda estava no governo.

Os negociadores brasileiros não estimam quanto tempo levará as articulações para a adesão do Equador ao Mercosul. O processo da Venezuela levou seis anos porque houve resistências de parlamentares no Paraguai e no Brasil. O Brasil aprovou a incorporação dos venezuelanos ao grupo, o Paraguai não chegou a votar por ausência de acordo entre os parlamentares. Atualmente os paraguaios estão suspensos do bloco.

Em 20 de dezembro de 2011, Dilma, Cristina Kirchner, Mujica e Lugo autorizaram o início dos trabalhos para a adesão da Venezuela. No anexo ao Comunicado 38/11, foi publicada a decisão de criar um grupo de trabalho que irá definir os termos para a incorporação do Equador como membro pleno do Mercosul.

No mesmo texto, a orientação é para que os negociadores intitulados Grupo de Trabalho Ad Hoc observem as necessidades e interesses de todos os países envolvidos e os regulamentos do bloco. Os negociadores vão se debruçar, sobretudo, sobre as questões referentes às tarifas e nomenclaturas.

Ao mesmo tempo, Correa analisa com seu grupo político como poderá compatibilizar a adesão do Equador ao Mercosul e sua participação na Comunidade Andina das Nações (CAN), bloco que acabou de assumir a presidência temporária. Segundo diplomatas, as questões técnicas têm solução e não devem ser um empecilho.

Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/ap ... loco.shtml

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Mercosul E Comunidade Andina? Pode isso, Arnaldo?




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Re: GEOPOLÍTICA

#5036 Mensagem por Wingate » Qui Ago 09, 2012 10:34 am

Site do jornal "O ESTADO DE S. PAULO"

‘New York Times’: Brasil expande negócios e influência ao ajudar África

8 de agosto de 2012 | 17h31

Sílvio Guedes Crespo

Os projetos brasileiros de ajuda à África têm aumentado a influência do País no continente e ajudado empresas a fechar negócios, segundo uma reportagem do “New York Times“.

“O Brasil, país com maior número de afrodescendentes, está aumentando sua presença na África, na indústria, na infraestrutura e no comércio”, afirma o jornal na primeira página, sob a chamada “Brasil se afirma na África”.

O País destinou US$ 23 milhões para construir uma fábrica de medicamentos contra Aids em Moçambique, onde 2,5 milhões de pessoas têm a doença mas apenas 300 mil têm acesso à droga que a fábrica produzirá.

No Kenia, o Brasil ofereceu um empréstimo de US$ 150 milhões por meio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para construção de estradas e mais US$ 80 milhões para ajudar a mecanização da agricultura local.

Projetos como esses abrem espaço para a entrada de empresas brasileiras no países. O New York Times afirma que a Odebrecht, por exemplo, já é um dos maiores empregadores da Angola, a Vale está investindo US$ 6 bilhões no setor de carvão em Moçambique e o banco BTG Pactual lançou um fundo de US$ 1 bilhão para investir na África. A corrente comercial entre o Brasil e os países africanos cresceu de US$ 4,3 bilhões em 2002 para US$ 27,6 bilhões em 2011.
Atualmente, 55% do US$ 1 bilhão desembolsado pela Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, são destinados à África.

Além do aspecto comercial, existe a cooperação que aumenta a influência diplomática. O País tem hoje 36 embaixadas no Continente Africano – mais do que, por exemplo, o Reino Unido – e agendou para este ano a abertura da 37ª, no Malawi.

Na Angola, um acordo de segurança assinado recentemente tem o objetivo de expandir o treinamento de militares do país africano no Brasil.

O Times acredita que, diferentemente de outros países latino-americanos, como Venezuela e Cuba, que se baseiam em uma espécie de solidariedade entre países em desenvolvimento, “a crescente presença do Brasil na África é mais complexa, envolvendo a ambição de transformar o País em uma potência econômica e diplomática.

A reportagem aponta, ainda, críticas às incursões do Brasil na África. Por exemplo, por causa da aproximação do País com líderes associados a violações de direitos humanos, como é o caso do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Mbasogo.

Outra crítica vem de jovens africanos que participam de um projeto para estudar no Brasil. Alguns reclamam de discriminação no País. O moçambicano Eleutério Nhantumbo, que ganhou uma bolsa para estudar no Rio, disse que estava saindo de uma loja e foi abordado por policiais, que lhe pediram para levantar a camisa. Quando perguntou por que estavam fazendo, conta o estudante, ouviu como resposta um insulto racista. Os policiais perguntaram, ainda, de onde ele era. Depois que respondeu, os policiais teriam dito: “Onde é Moçambique?”. “Eles não sabiam que existe um país chamado Moçambique”, afirmou Nhantumbo ao jornal.

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Re: GEOPOLÍTICA

#5037 Mensagem por Paisano » Qui Ago 09, 2012 11:38 am

A remuneração das Forças Armadas*

Fonte: http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=44579
Com a sua visão de Estado, Tancredo Neves sempre se preocupou com as forças armadas. Sua tese era a de que os políticos do Império e, mais tarde, da República, foram os primeiros responsáveis pela sedução dos militares brasileiros pelo poder. Eles deveriam ter sido tratados com respeito e, nesse respeito, ser entendida a sua separação das decisões políticas, com a necessária submissão ao poder civil – e a melhor recompensa possível pelos seus serviços, na manutenção da soberania nacional e da integridade do território pátrio.

Imagem

O político mineiro lembrava, sempre, a advertência de Bernardo Pereira de Vasconcelos contra a decisão do governo de Pedro I, em conferir poder judiciário à Comissão Militar, comandada pelo brigadeiro Francisco Lima e Silva, pai do Duque de Caxias, enviada ao Nordeste a fim de combater a Confederação do Equador. Essa comissão, e outras que se seguiram foram impiedosas na repressão aos combatentes. Só em 1824, na luta contra os pernambucanos, onze revolucionários foram condenados à morte, entre eles, Frei Caneca.

É desse tempo – não obstante a visão política pacificadora do Duque de Caxias – que surgiu a idéia subjacente em alguns setores militares de que, além de defender as fronteiras, também seria deles parte da responsabilidade política do Estado, como condestáveis da República e, mesmo, quando considerassem necessários, pela chefia do Estado e condução do governo nacional – como ocorreu em 1964.

RESPONSABILIDADE

Os militares – e nisso coincidia Tancredo com Maurício de Nassau – devem ser muito bem remunerados, tendo em vista que é deles a responsabilidade de garantir a incolumidade de todos os seus concidadãos. “É preciso tratar bem os homens da guerra” – aconselhava Nassau. “Um país subdesenvolvido, como o nosso, não se pode dar o luxo de pagar mal aos seus militares” – ponderava Tancredo. Ele desenvolvia seu raciocínio, ao afirmar que as forças armadas necessitam de homens bem preparados intelectualmente e bem treinados, a fim de estar sempre preparados para a indesejável eventualidade da defesa de nossa soberania.

A revelação dos vencimentos dos militares e sua comparação com a dos outros servidores federais – de todos os três poderes – demonstra que o orçamento de pessoal não lhes faz justiça. Se os vencimentos dos servidores do Congresso forem conhecidos (como se sabe, o sindicato que os representa conseguiu impedir a divulgação de seus contracheques) a opinião pública ficará estarrecida com a diferença entre o que ganha, por exemplo, um capitão de qualquer das armas, e um motorista do Senado. Entre o que recebe um tenente coronel e um assessor de primeiro nível da Câmara dos Deputados. A isonomia entre os vencimentos oficiais dos servidores da União não será um ato de generosidade, mas, sim, de equidade.

*Mauro Santayana




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Re: GEOPOLÍTICA

#5038 Mensagem por rodrigo » Qui Ago 09, 2012 1:36 pm

A remuneração das Forças Armadas
Pra quem não sabe, a remuneração está disponível no portal da transparência.




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aperta e daí afrouxa,
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O que ela quer da gente é coragem."

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Re: GEOPOLÍTICA

#5039 Mensagem por marcelo l. » Sex Ago 10, 2012 2:57 pm

A maior percentagem de conflitos são levados a um impasse por meio de acordos negociados hoje do que em qualquer momento desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Mas cerca de um terço de todos os acordos de paz quebrar em menos de cinco anos, levando alguns críticos a se preocupar que acordos negociados são um meio ineficaz de lidar com conflitos civis.

Os críticos estão errados.

Diferentes formas de acordos negociados - isto é, cessar-fogo e acordos de paz - têm diferentes riscos de fracasso. Os acordos de paz, ao contrário de cessar-fogo, incluir medidas concretas para resolver as questões sobre as quais o conflito está sendo travada. Como seria de esperar, a taxa de falha paz acordo é menor do que a de tréguas. Entre 1950 e 2004, 32 por cento dos acordos de paz foram seguidos por violência recorrente, em comparação com 38 por cento de cessar-fogo.

Mesmo que esta é uma taxa de insucesso significativa, é importante lembrar que dois terços dos acordos de paz segurar sem retomada do conflito. E, como o último Relatório de Segurança Humana apontou, há evidências que sugerem que os acordos de paz tornou-se mais estável - ou seja, menos propensos a se repetir - no novo milênio.

Quando lemos que os acordos de paz "falharam", podemos concluir que o processo de paz é revertida inteiramente e as recaídas dos países afetados em guerra em grande escala, sem diminuição de morte e destruição. A evidência indica que este não é o caso.

Quando a violência renovada ocorre após um acordo de paz, às vezes é iniciado por grupos rebeldes que nunca assinaram o acordo em primeiro lugar. Em outros casos, apenas um dos signatários vários retoma luta. Os dados mostram que, quando apenas duas partes beligerantes assinam um acordo de paz raramente voltar à guerra uns com os outros - apesar da presença de spoilers.

Mas há uma refutação ainda mais revelador para os críticos de conversações de paz e acordos negociados. Guerras que reinicia após acordos de paz desmoronar quase sempre experimentar uma significativa redução no número de mortes. Em 10 dos 11 acordos de paz em colapso, entre 1989 e 2004, o número anual de mortes foi menor após o conflito reiniciado.

Imagem

Como a Figura 6.5 (a partir do próximo Relatório de Segurança Humana, 2012 ) demonstra, a redução da letalidade relacionada com os conflitos que começam quando os acordos de paz não é muito grande. O número de mortos média anual de conflitos civis cai mais de 80 por cento, se ocorrer após um acordo de paz. A queda percentual é de apenas metade do tamanho de vitórias, enquanto número de mortos para cessar-fogo e outras terminações mostram pouca mudança.

Os acordos de paz, em outras palavras, salvar vidas, não só pelas hostilidades de parada, mas também por reduzir drasticamente mortes se ele reaparece de combate.

Nota: Este post baseia-se em uma análise da recorrência de guerras civis realizados por Sebastian Merz, do Projeto de Segurança Humana Research (HSRP) na Simon Fraser University, com pesquisas adicionais pelo pessoal HSRP. A análise completa será exibida no próximo Relatório de Segurança Humana, 2012. Os dados são do Programa Universidade Uppsala de Dados de Conflitos.

http://politicalviolenceataglance.org/




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Re: GEOPOLÍTICA

#5040 Mensagem por marcelo l. » Dom Ago 12, 2012 9:08 pm

RIO DE JANEIRO - Em Moçambique, o Brasil governo é abrir uma fábrica de fazer medicamentos anti-retrovirais para combater a epidemia de Aids. O Brasil está dando 150 milhões dólares ao Quênia para construir estradas e diminuir o congestionamento na capital, Nairobi. E em Angola, o poder da África Ocidental do petróleo, um novo acordo de segurança visa a expandir a formação de pessoal angolano militares no Brasil.

Brasil, que tem mais pessoas de ascendência Africano que qualquer outro país fora da África em si, é assertiva elevar o seu perfil de novo no continente, com base nos laços históricos da época do Império Português.

O conjunto de projectos de ajuda e empréstimos recentemente estendido aos pontos de países africanos, tanto para as ambições do Brasil de projetar uma maior influência no mundo em desenvolvimento e ao fascínio negócio em expansão da África, onde algumas economias estão crescendo rapidamente , mesmo quando as partes do continente ainda lidar com guerras e fome . A ofensiva de charme está pagando nos fluxos de comércio irrompendo entre o Brasil ea África, crescendo para 27,6 bilhões dólares em 2011 de US $ 4,3 bilhões em 2002.

"Há o sentimento crescente de que a África é fronteira do Brasil", disse Jerry Dávila, um historiador da Universidade de Illinois, que escreveu extensivamente sobre avanços do Brasil em todo o Oceano Atlântico Sul. "O Brasil está na posição privilegiada de finalmente alcançar a capacidade institucional para fazer isso."

Incursões do Brasil na África são semelhantes para as ambições de outras potências emergentes, como Turquia, que estabeleceu a sua influência no mundo árabe, e promoção da Índia de sua cultura em toda a Ásia .



cont

http://www.nytimes.com/2012/08/08/world ... ref=africa




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