Após algum tempo, cansando de explicar que UPP só trazia melhorias no seu entorno, que não deveria ser tratada como a salvação e sim como um bônus, que salvação era inteligência policial, que deveríamos discutir a volta da criminalidade no asfalto e a volta das batalhas por pontos de vendas de drogas causados pelas UPPs... e não receber NENHUMA resposta, pensei: "Talvez eu não esteja conseguindo me expressar direito...", qual foi meu pensamento? Como leio diaramente a Blogosfera Policial, resolvi reproduzir aqui, texto de outras pessoas que também trabalham e vivem essa realidade no dia-a-dia, acredito que ele pudesse entender melhor, que talvez meus textos estivessem um pouco complicado...
Então coloquei textos que atacavam a premissa básica dele de que precisávamos de tempo... reproduzirei novamente os mesmos textos:
ZeRo4 escreveu:fonte: Extra
GPAE x UPP
O ano de 2009 está terminando e já se tornou comum o hábito da retrospectiva, que geralmente se refere apenas ao que aconteceu no ano. Em 2010 teremos uma nova década, o que tem gerado uma série de especulações sobre as possibilidades de desenvolvimento para o país e para o estado do Rio, mas até o momento não vi nenhuma avaliação sobre o balanço dos últimos dez anos na área de segurança pública.
O noticiário tem dado grande destaque à implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP),
como se fossem uma grande novidade na área de segurança, esquecendo que o ano de 1999 foi marcado pela implantação do Projeto Mutirão da Paz, na favela conhecida como Pereirão, em Laranjeiras, que foi concebido como uma intervenção policial que atenderia às demandas locais por meio da mobilização das Secretarias de Trabalho, Educação, Saúde, Justiça, Meio Ambiente, Ação Social, Esporte e Lazer, bem como da Defensoria Pública, DETRAN, FAETEC, Centro Comunitário de Defesa da Cidadania (CCDCS) e a participação da sociedade civil, representada principalmente pela ONG Viva Rio e a Associação de Moradores de Laranjeiras. Na época a região era constantemente palco de confrontos relacionados ao tráfico de drogas, hoje a área tornou-se famosa pela existência da Pousada Favelinha, referência para os turistas estrangeiros. Veja:
http://www.favelinha.com/po/index.php
O projeto se tornou a base para a implantação do Grupo de Policiamento em Áreas Especiais (GPAE), em setembro de 2000, no Cantagalo/Pavão/Pavãozinho, cujo fundamento eram os princípios do policiamento comunitário orientado para a administração dos problemas. O que interessa agora é ressaltar que quase dez anos depois as favelas localizadas na Zona Sul da cidade do Rio são tratadas como laboratórios de políticas de segurança sem que se tenha clareza do quanto as UPP diferem do GPAE. Até o momento não se pode avaliar se estamos fazendo mais do mesmo...
Enquanto isso o que acontece nas outras áreas da cidade? A falta de estudos sobre as UPP não permite a comparação entre as duas experiências no momento, mas pode ficar o alerta.
Será que nos próximos dez anos não estaremos (re) inaugurando projetos na mesma região?
ZeRo4 escreveu:O que esperar da Unidade Pacificadora no Morro do Palácio?
O vice-presidente da Comissão de Segurança da Câmara Municipal de Niterói, vereador Felipe Peixoto, através de um artigo, expôs sua opinião diante da implantação de uma Unidade Pacificadora (UPP) no Morro do Palácio. No artigo Felipe inclusive relembra as ações dos antigos Grupamentos de Policiamento em Áreas Especiais (GPAE) e afirma que a UPP não pode ser privilégio apenas da Zona Sul, que elas também devem ser instaladas na Zona Norte.
Leia abaixo o artigo: O que esperar da Unidade Pacificadora no Morro do Palácio?
O Governador Cabral anunciou recentemente a futura instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Morro do Palácio. Apesar de ser uma iniciativa muito importante e bem vinda, é fundamental que sejam tomados alguns cuidados para que não se repita o que ocorreu com os Grupamentos de Policiamento em Áreas Especiais (GPAEs) do Cavalão e Estado, que começaram muito bem mas que, de uns tempos para cá, entraram em processo de decadência.
Vale destacar, inicialmente, que as UPPs nada mais são do que uma reedição repaginada dos antigos Grupamentos de Policiamento em Áreas Especiais (GPAEs), cuja implantação teve início em 2000 e que, após período de êxito e de terem apresentado excelentes resultados, vêm passando por franca decadência, fruto de mudanças de governo e de comando na Polícia Militar, falta de recursos e de efetivo, fechamento do canal de diálogo entre poder público e lideranças comunitárias (deixando-as à mercê do tráfico), corrupção policial e fim das ações sociais desenvolvidas pelo Governo do Estado, Prefeituras e ONGs.
O GPAE do Cavalão, por exemplo, se tornou referência internacional de policiamento comunitário em áreas conflagradas, chegando a ser tema do programa “Central da Periferia”, apresentado pela Regina Casé e veiculado no Fantástico, na TV Globo. Porém, de uns tempos para cá, os programas sociais desenvolvidos pelos governos e ONG’s foram acabando, o efetivo foi reduzido, houve um esfriamento da relação entre moradores e policiais e, principalmente, o Cavalão se tornou uma das maiores “bocas” de crack de Niterói, talvez perdendo apenas para a Vila Ipiranga.
Já o GPAE do Morro do Estado nunca atingiu o êxito do GPAE Cavalão, tendo o início de suas atividades sido marcado por denúncias de arbitrariedades cometidas por policiais contra moradores, por envolvimento de alguns policiais com o esquema de transporte alternativo e pelo total abandono das lideranças pelo poder público, o que fez, inclusive, com que o então presidente da associação de moradores fosse obrigado pelo tráfico a sair às pressas da comunidade, sob o risco de ser morto...
ZeRo4 escreveu:OITO ANOS E POUCOS RESULTADOS
Os resultados recentes obtidos com a implantação dos Gpaes em outras comunidades são insatisfatórios. Um dos exemplos é o da Vila Cruzeiro, na Penha. Palco de tiroteios diários, a favela é praticamente intransitável sem o uso do Caveirão. Ainda assim, os policiais que trabalham no Gpae descem e sobem sem problemas. Os números mostram uma convivência quase pacífica. Em quatro meses de 2008, só um traficante foi preso por PMs do Gpae: dia 11 deste mês, com 53 trouxinhas de maconha e 76 sacolés de cocaína. Houve duas outras apreensões: 1,4 quilo de maconha, em fevereiro, além de uma granada e um tablete de maconha em março. O trailer no Chapéu Mangueira-Babilônia seria uma espécie de extensão do primeiro Gpae implantado, em 2000, no Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, que chegou a ser considerado um sucesso no início do projeto. Os último números de lá, porém, também são inexpressivos. Há ainda Gpae nas comunidades da Formiga (Tijuca), Providência (Centro), Cidade de Deus (Jacarepaguá) e nos morros do Estado e do Cavalão, em Niterói. Este último apresentou bons resultados, abrindo caminho para que ações sociais chegassem à favela."
Uehhh... CDD já não tinha GPAE??? precisou de UPP??? estranhooo
ZeRo4 escreveu:Deputado Marcelo Freixo diz que UPP foi criada por Garotinho, e Sérgio Cabral apenas mudou o nome
No dia 02/02/2009 o Deputado Marcelo Freixo diz na ALERJ que foi Anthony Garotinho que criou as UPP's, que na verdade eram chamadas de GPAE'S, e que Sérgio Cabral apenas mudou de nome, para dar a sua marca, como se fole ele que tivesse criado, um "filho seu".O Deputado Marcelo Freixo chega a dizer que Sérgio Cabral apenas mudou o nome para UPP para fazer propaganda do seu governo, em uma tentativa de enganar o povo como se fosse ele o idealizador do projeto.
ZeRo4 escreveu:Jornal do Brasil
UPP é versão vitaminada do Gpae, que acabou corrompido
Manuela Andreoni, Jornal do Brasil
RIO - A primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) completou um ano no Morro Dona Marta, onde a população comemora a nova rotina livre de tiroteios e do estado paralelo do tráfico. Menina dos olhos da gestão atual da Secretaria Estadual de Segurança Pública, as UPPs, no entanto, são o aperfeiçoamento de um modelo já tentado, os Grupamentos de Policiamento em Áreas Especiais (Gpaes), que inicialmente despertaram nos cariocas a esperança de ver as favelas pacificadas, mas acabaram esvaziados. A instalação do primeiro Gpae aconteceu em 2000, no Pavão-Pavãozinho e, nos anos seguintes, receberam unidades os morros: Babilônia e Chapéu Mangueira, Providênica, Gardênia Azul, Rio das Pedras e Cavalão e Estado, em Niterói. Não por acaso, os dois primeiros não existem mais. Transformaram-se em UPPs. Desde sua implantação, a unidade original do Gpae alcançou resultados importantes: reduziu a zero o número de homicídios e ocorrências de bala perdida, assim como aconteceu agora no Dona Marta. A partir daí, cerca de metade das ações dos policiais comunitários era de assistência a doentes e grávidas, enquanto as criminais ficaram com 25% – a maioria das quais apreensões de drogas. – Na época, nós acreditávamos muito, porque estávamos iniciando esse processo de polícia comunitária. O problema é que muitas vezes enfrentamos a falta de verba – lembra Roberto Aguiar, que ocupou a pasta da Secretaria Estadual de Segurança durante nove meses em 2001, sucedendo Josias Quintal . Moradora do Pavão-Pavãozinho, a secretária Fernanda Faustino, 31, lembra-se bem da pacificação anterior. E diz que precisará de tempo para aprovar a nova versão. – Foi mais ou menos como está sendo a UPP. Com o tempo, vimos que não era nada daquilo. A paz durou uns três anos. Depois, voltou a ter confronto na comunidade, os bandidos andavam armados... Não sei dizer o que aconteceu. Teoricamente, não precisariam colocar UPP aqui, porque já tinha policiamento... Eles têm que provar que vão fazer o trabalho direito. O deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB), secretário de Segurança Pública do Rio no governo Rosinha Garotinho, conta que um de seus principais obstáculos com os Gpaes foi o desgaste do contingente das unidades. – A polícia começa tomando conta, mas, depois de um tempo de convivência entre os oficiais e a comunidade, ela também se relaciona com elementos do mal e pode haver encontro de interesses (corrupção da polícia). Por isso, é preciso manter um efetivo eficiente, com permanente fiscalização e rotatividade de policiais. [...] Essa história EU JÁ VI... É por isso, companheiro PRP, que eu e outros policiais que trabalhamos no RJ sabemos que esse programa não funcionará... aliás, funcionará para o que foi idealizado: Dar votos a Sérgio Cabral. Sérgio Cabral fazendo história... espero que o fórum continue ativo e que membros como Skyway e PRick continuem acessando regularmente, então... eu vou ressucitar o tópico. Forte Abç!
Foram váriosss textos de pessoas vivenciadas, repórteres imparciais, coronéis e oficiais de polícia, além de um deputado!
Mais uma vez digo, foram vários textos refutando a principal base de defesa do Skyway a respeito das UPPs... da mesma forma como fez nas minhas perguntas anteriores, nada respondeu!
Vocês tbm podem conferir no próprio tópico:
viewtopic.php?f=3&t=16110&start=60
E o que eu acho engraçado é que ele fala sobre "declassificar" alguém e em todo momento ele desclassifica diversas "autoridades", pessoas entendidas do assunto, não somente de UPP, de POLÍCIA...
Fora os textos, coloquei fotos dos alojamentos, coloquei textos com opiniões de policiais que trabalham nas UPPs que não tem nenhuma condição de trabalho (como esperar longevidade de um programa que não da condições de trabalho para sua ponta-de-lança?) e maisss uma vez, o Skyway não respondeu as minhas perguntas, não refutou os textos colocados por mim e por ai vai...
Estouuu bem tranquilo, basta realmente utilizarmos a opção de procurar no fórum e darmos uma zapeadas nos dois tópicos a fim de saber quem realmente "correu" da discussão!
Um forte abç a todos!